Não são só as LCIs e LCAs! CRI, CRA e debêntures incentivadas também devem perder isenção; demais investimentos terão alíquota única
Pacote de medidas para substituir o aumento do IOF propõe tributação de 5% em todos os títulos de renda fixa hoje isentos, além de alíquota única de 17,5% nas demais aplicações
O fim da isenção de imposto de renda nas aplicações financeiras de renda fixa está próximo, e não apenas para as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA). Segundo fontes do governo ouvidas pelo jornal Valor Econômico e pelo site da Exame, os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e as debêntures incentivadas também devem ser tributadas.
De fato, em entrevista coletiva na noite de domingo (8), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia antecipado esta tributação: "Todos os isentos passarão a ter essa cobrança", disse, na ocasião, embora só tivesse se referido nominalmente às LCIs e LCAs.
A alíquota para CRIs, CRAs e debêntures incentivadas seria a mesma que a das LCIs e LCAs, segundo as fontes: 5%. Ainda é uma tributação inferior à das demais aplicações financeiras que não tinham isenção de IR, mas a vantagem desses títulos cairá drasticamente.
Até porque o governo agora pensa em matar a tabela regressiva válida para títulos de renda fixa e fundos de investimento sujeitos ao come-cotas. É o caso de CDBs, títulos públicos, fundos de renda fixa e multimercados.
- VEJA MAIS: Você está preparado para ajustar sua carteira este mês? Confira o novo episódio do “Onde Investir” do Seu Dinheiro
Tabela regressiva de IR deve ser substituída por alíquota única
Segundo apurações da Reuters e do Broadcast, serviço de notícias em tempo real do grupo Estado, a tabela seria substituída por uma alíquota única de 17,5%, válida para todos os prazos de aplicação.
Hoje, a tributação sobre esses investimentos varia de 22,5%, para prazos inferiores a seis meses, a 15%, para prazos superiores a dois anos.
Leia Também
Ou seja, o investidor que ficar mais tempo com essas aplicações pagará mais imposto, pois a tributação de 15% deixará de existir. Mas aquele que aplicar para o curto prazo (menos de um ano) pagará menos, uma vez que as faixas mais altas, de 22,5% e 20%, deixarão de existir.
Na mesma entrevista coletiva, Haddad já havia soltado uma fala enigmática que antecipava essa unificação de alíquotas: "Os títulos deixarão de ser isentos, mas continuarão bastante incentivados. A isenção criava distorções, inclusive na rolagem da dívida pública. A diferença de zero, como é hoje, para 17,5%, de outros títulos, vai ser reduzida. Vai ser 5%."
Medidas substituem aumento do IOF
As mudanças fazem parte de um pacote de medidas para substituir a elevação das alíquotas de IOF, que causaram grande polêmica no mercado. O pacote foi discutido ontem por membros do Executivo e do Legislativo e deve ser apresentado ao presidente Lula na próxima terça-feira (10).
Além da tributação de títulos hoje isentos e da unificação das alíquotas sobre as demais aplicações financeiras, o pacote incluirá, ainda, o aumento da taxação do rendimento bruto das bets e a alta da CSLL (Contribuição sobre o Lucro Líquido). Veja mais detalhes nesta outra matéria.
As propostas ainda passarão pelo crivo de Lula e, se aprovadas, constarão em Medida Provisória (MP), que posteriormente deverá ser discutida no Congresso.
- LEIA TAMBÉM: Ferramenta te mostra uma projeção de quanto é necessário investir mensalmente na previdência privada. Simule aqui
Assim, não há certeza de que todas as medidas irão de fato entrar em vigor, mas existe uma percepção geral no governo de que há um excesso de isenções tributárias, então alguma coisa deve passar.
A ideia é que as mudanças entrem em vigor em janeiro de 2026 e afetem apenas novas emissões de títulos. Ou seja, o estoque (títulos que já existem), não seria afetado.
*Com informações da Reuters, Broadcast, Valor Econômico e Exame
Com renda fixa em alta, B3 lança índice que acompanha desempenho do Tesouro Selic
Indicador mede o desempenho das LFTs e reforça a consolidação da renda fixa entre investidores; Nubank estreia primeiro produto atrelado ao índice
Fim da ‘corrida aos isentos’: gestores de crédito ficam mais pessimistas com as debêntures incentivadas com isenção de IR garantida
Nova pesquisa da Empiricus mostra que os gestores estão pessimistas em relação aos retornos e às emissões nos próximos meses
Renda fixa recomendada para outubro paga IPCA + 8,5% e 101% do CDI — confira as opções de debêntures isentas, CDB e LCA
BTG Pactual, BB Investimentos, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade agora e levar títulos até o vencimento diante da possibilidade de corte dos juros à frente
LCI, LCA, FII e fiagro mantêm isenção de imposto de renda; veja as novas mudanças na MP 1.303/25, que deve ser votada até amanhã (8)
Tributação de LCIs e LCAs em 7,5% chegou a ser aventada, mantendo-se isentos os demais investimentos incentivados. Agora, todas as isenções foram mantidas
Problemas de Ambipar (AMBP3) e Braskem (BRKM5) podem contaminar títulos de dívida de outras empresas, indica Fitch
Eventos de crédito envolvendo essas duas empresas, que podem estar em vias de entrar em recuperação judicial, podem aumentar a aversão a risco de investidores de renda fixa corporativa, avalia agência de rating
Tesouro Direto: retorno do Tesouro IPCA+ supera 8% mais inflação nesta quinta (2); o que empurrou a taxa para cima?
Trata-se de um retorno recorde para o título de 2029, que sugere uma reação negativa do mercado a uma nova proposta de gratuidade do transporte público pelo governo Lula
Brasil captou no exterior com menor prêmio da história este ano: “há um apetite externo muito grande”, diz secretário do Tesouro
Em evento do BNDES, Rogério Ceron afirmou que as taxas dos títulos soberanos de cinco anos fecharam com a menor diferença da história em relação aos Treasurys dos EUA
Isentas de imposto de renda ou não, debêntures incentivadas continuarão em alta; entenda por quê
A “corrida pelos isentos” para garantir o IR zero é menos responsável pelas taxas atuais dos títulos do que se pode imaginar. O fator determinante é outro e não vai mudar tão cedo
Renda fixa: Tesouro IPCA+ pode render 60% em um ano e é a grande oportunidade do momento, diz Marília Fontes, da Nord
Especialista aponta que as taxas atuais são raras e que o fechamento dos juros pode gerar ganhos de até 60% em um ano
Quanto rendem R$ 10 mil na renda fixa conservadora com a Selic estacionada em 15% — e quais são os ativos mais atrativos agora
Analistas de renda fixa da XP Investimentos simulam retorno em aplicações como poupança, Tesouro Selic, CDB e LCI e recomendam ativos preferidos na classe
Tesouro Selic deve ser primeiro título do Tesouro Direto a ter negociação de 24 horas, diz CEO da B3
Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, também falou sobre o que esperar do próximo produto da plataforma: o Tesouro Reserva de Emergência
Nada de 120% do CDI: CDB e LCA estão pagando menos, com queda de juros à vista e sem o banco Master na jogada; veja a remuneração máxima
Levantamento da Quantum Finance traz as emissões com taxas acima da média do mercado e mostra que os valores diminuíram em relação a julho
Chamada final para retornos de 15% ou IPCA + 7%? Analistas indicam o melhor da renda fixa para setembro, antes de a Selic começar a cair
BTG Pactual, BB Investimentos, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade agora e levar títulos até o vencimento diante da possibilidade de corte dos juros à frente
CDB do Banco Master a 185% do CDI ou IPCA + 30%: vale a pena investir agora? Entenda os riscos e até onde vai a garantia do FGC
Os títulos de renda fixa seguem com desconto nas plataformas de corretoras enquanto a situação do banco Master continua indefinida
Liquidação no mercado secundário dispara retorno de CDBs do Banco Master: de IPCA + 30% a 175% do CDI
Sem a venda para o BRB, mercado exige prêmio maior para o risco aumentado das dívidas do banco e investidores aceitam vender com descontos de até 40% no preço
Como ficam os CDBs do banco Master e do Will Bank após venda ao BRB ser barrada? Retornos chegam a 25% ao ano ou IPCA + 19%
A percepção de risco aumentou e investidores correm para vender seus títulos novamente, absorvendo prejuízos com preços até 40% menores
SPX diminui aposta no Banco do Brasil e vê oportunidade rara no crédito soberano da Argentina
Com spreads comprimidos travando o mercado local de títulos de dívida, a SPX afina a estratégia para preservar relação risco-retorno em fundos de crédito
Braskem, Vale, Mercado Livre… onde estão os riscos e oportunidades no crédito para quem investe em debêntures, na visão da Moody’s
Relatório da agência de risco projeta estabilidade na qualidade do crédito até o próximo ano, mas desaceleração da atividade em meio a juros altos e incertezas políticas exigem cautela
Prêmio das debêntures de infraestrutura é o menor em cinco anos — quem está comprando esse risco e por quê?
Diferença nas taxas em relação aos retornos dos títulos públicos está cada vez menor, diante da corrida aos isentos impulsionada por uma possível cobrança de imposto
A nova jogada dos gestores de crédito para debêntures incentivadas em meio à incerteza da isenção do IR
Com spreads cada vez mais apertados e dúvidas sobre a isenção do imposto de renda, gestores recorrem ao risco intermediário e reforçam posições em FIDCs para buscar retorno
