Entre o fim e o legado, ‘Milton Bituca Nascimento’ acerta ao encontrar lado humano do ídolo
Ao Seu Dinheiro, diretora e roteirista contam como transformaram documentário sobre turnê final de Milton Nascimento em testemunho sobre humanidade do cantor

"Milton Nascimento é um cara muito entrevistado, muito documentado. Todas as histórias já foram ditas e repetidas." A diretora Flavia Moraes admite o desafio: mais que documentar um artista, como falar algo novo sobre alguém de quem tanto já se disse? A resposta chega nesta quinta-feira (20), com a estreia de Milton Bituca Nascimento, o documentário sobre uma história que ainda não fora contada: a despedida do cantor.

Uma despedida dos palcos, é verdade. Mas, ainda assim, uma despedida. Confrontado com a fragilidade física que se anunciava na entrada de seus 80 anos, o cantor embarcaria para a turnê derradeira, que o levaria à Inglaterra, Itália, Espanha, Portugal e Estados Unidos, antes de chegar ao Brasil, onde encerraria de forma apoteótica sua trajetória ao vivo com show no Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, em 13 de novembro de 2022.
Junto consigo, Milton levaria na estrada Flavia Moraes e uma equipe de produção que acompanhou cada etapa da gira, recolhendo registros, bastidores e depoimentos de mais de 40 nomes sobre o impacto da sua obra.
É na voz de gente Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, João Bosco, Mano Brown, Quincy Jones, Herbie Hancock, Paul Simon, Spike Lee, Esperanza Spalding, Lô Borges, Márcio Borges, Simone, Djonga e de outros tantos que Milton Bituca Nascimento vai amarrando uma visão sobre o legado do ídolo.
Se o argumento de acompanhar o artista no ritmo de uma turnê internacional parecia uma corrida contra o tempo, a rapidez acabou se revelando a própria solução narrativa do documentário. Por vezes acelerado, para fazer caber em duas horas o caleidoscópio de música, recortes, reconstituições e depoimentos, o filme assegura ao espectador que qualquer duração seria insuficiente para dar conta da grandeza de Milton.
"Foi tão rápido que hoje acredito que a nossa decisão de transformar o documentário em um filme praticamente real-time traz uma riqueza que a gente jamais teria encontrado em um roteiro prévio", pondera Flavia em entrevista ao Seu Dinheiro. "[O filme] vai se definindo e se armando, adquirindo cores à medida que a gente aprendia Milton com o próprio Milton."
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Uma fresta para a humanidade
"O filme abre pelo fim", reflete Marcelo Ferla, roteirista de Milton Bituca Nascimento. "Ao mesmo tempo, a gente consegue enxergar a carreira como um todo. Porque não vai ter uma nova fase, uma nova etapa. Por mais que seja gigante, é um personagem que tá, de certa forma, se aposentando dos palcos da vida, dos bailes da vida, que é o Milton."
É nesse sentido que a participação de Milton Nascimento se torna ainda mais essencial para o que se vê em cena. De um lado, há o não dito: o caminhar vagaroso, o abatimento na coxia e o impacto do tempo. E então há os depoimentos e as entrevistas, um processo que exigiu tempo e uma confiança do documentado e do que ele permite revelar.
"O trabalho com o Milton foi muito a partir da estrada: no início ele tava muito mais cerimonioso, havia um excesso de cuidado", explica Flavia. "E o fato de estarmos viajando juntos criou de fato uma intimidade interessante."
Não por acaso, o principal depoimento de Milton vai ser captado apenas na metade da turnê, na passagem por Los Angeles, em outubro de 2022.
"É aquele depoimento, feito pela fresta da porta em uma visão quase voyeurística, de quem observa o Milton por uma frestinha e espia sua privacidade, que de certa forma é o que a gente faz num documentário", diz Flavia.
Gravada em seu quarto de hotel, a entrevista em questão foi captada por câmeras posicionadas a cinco metros do artista. O resultado vem em tom quase confessional, em que o ele relembra sua infância em Minas e sua mãe adotiva, Lilia. "É aquele em que, sem dúvida nenhuma, ele está mais desarmado, mais humanizado."
Do fim à eternidade
De frente com um gigante, Milton Bituca Nascimento ainda tem outro destaque: a narração reverente, arrepiante no melhor sentido, de Fernanda Montenegro. A convite da produção, a dama do cinema brasileiro, que é amiga de Milton, topou emprestar sua voz para dar contornos à história de outra grande voz.
Em trecho já conhecido do documentário, a atriz questiona: “O que é uma despedida diante da imortalidade?”
Imortalidade que parece ser a gênese, aliás, de ReNascimento, álbum com 12 regravações de Milton por nomes da música recente brasileira – considerado o “filho musical” do projeto.
Sob direção de Victor Pozas, talentos como Tim Bernardes, Zé Ibarra, Dora Morelenbaum, Os Garotin, Johnny Hooker, Kell Smith, Anges Nunes e Sandy fazem suas leituras de clássicos como "Travessia", "Anima" e "Bola de Meia Bola de Gude".
No limiar entre passado e futuro – ou entre os conceitos de “fim” e “imortalidade” –, Milton Bituca Nascimento se apresenta como uma fotografia tirada de um ângulo único. Uma história, de fato inédita, sobre aquele de quem já se contou tantas histórias.
E, se de alguma forma, a produção tergiversa entre tantos bons depoimentos sobre o legado de Milton, ela acerta ao apurar a câmera de fininho para encontrar o coração que carrega o ídolo. “Menos um cara do palco, ou uma figura pública, e mais a pessoa, o homem, o indivíduo na sua intimidade, realmente”, reflete a diretora. O Bituca entre Milton Nascimento.
Milton Bituca Nascimento está em cartaz nos cinemas brasileiros.
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