Kombi, Gol e Ferrari: veículos históricos serão expostos no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo
Em parceria com o museu CARDE, o evento que acontecerá em novembro traz em uma exposição os modelos icônicos junto a outros veículos que marcaram a história automobilística nacional e internacional
Ver pessoalmente os últimos lançamentos da indústria automotiva é interessante. Mas poder contemplar modelos que marcaram a história automobilística mundial e nacional pode ser ainda mais intrigante. É justamente essa experiência que a 31ª edição do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo trará aos aficionados por carros em 2025.
Após um hiato de sete anos, a principal exposição da indústria automotiva no Brasil, que, geralmente, acontece a cada dois anos, será sediada no Distrito Anhembi, em São Paulo, entre os dias 22 e 30 de novembro. A pausa se deu devido à pandemia e a fatores como custos elevados, baixo interesse das montadoras e problemas na cadeia de suprimentos, segundo o portal Motor Show.
- CONFIRA: Você sabe o que está em alta? Cadastre-se para receber as newsletters do Lifestyle do Seu Dinheiro, antenada em comportamento e consumo
Na edição de 2025, haverá uma exposição de modelos que foram grande destaque ao longo da história do evento, iniciada em 1960. Começando pela Volkswagen Kombi, exibida no ano de estreia da mostra, e passando por veículos como Gol GTI 1989 e Ferrari F40, os visitantes poderão fazer uma viagem no tempo por meio dos automóveis.
O automóvel como memória afetiva
Os modelos memoráveis que serão expostos na mostra são do acervo do museu CARDE. A instituição é sediada em Campos do Jordão, em São Paulo, e dedicada a carros históricos, artes visuais, design e educação.
"Desde 1960 o Salão do Automóvel, com sua exposição de veículos, mostra a evolução dos automóveis, do design e do comportamento. No CARDE essa é também nossa proposta: a de contar, por meio dos carros e das obras de arte, a história do Brasil”, diz Luiz Goshima, diretor do museu e conselheiro da Fundação Lia Maria Aguiar (FLMA), sem fins lucrativos e dedicada a ações sociais, educativas e culturais para crianças e jovens em vulnerabilidade financeira.
Na visão de Goshima, o automóvel desperta memórias afetivas, e é “um excelente e eficiente fio condutor para a transmissão de uma história”.
Neste clima de máquina do tempo, veja a seguir, cinco modelos históricos que estarão expostos no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo em 2025.
Leia Também
Volkswagen Kombi
Foi na estreia do Salão do Automóvel, em 1960, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, que houve a exibição da icônica Volkswagen Kombi. Ao longo desta década, inclusive, ela se tornou símbolo de liberdade, coletivismo e contracultura. Foi também especialmente associada ao movimento hippie e às ideias de mobilidade livre e experiências compartilhadas.
Na ocasião, houve o lançamento de duas novas versões do utilitário: a seis portas, pensada para transporte coletivo de passageiros, e a turismo, ou seja, com interior adaptado para conforto em trajetos longos, no conceito de “casa sobre rodas".

O design tão característico, aliado ao apelo nostálgico, e à presença contínua na mídia, e arte e música, ajudam a manter a Kombi presente no imaginário coletivo e entre colecionadores, mesmo depois do fim de sua produção em 2013. De Volta Para o Futuro (1985), Pequena Miss Sunshine (2006), e a animação Carros (2006) são apenas algumas das produções cinematográficas em que a Kombi apareceu.
Segundo a Revista Fórum, o Brasil foi o último país a produzir o veículo.
STV Uirapuru
Com cerca de apenas 70 unidades produzidas, o veículo foi inicialmente desenvolvido pela empresa brasileira Brasinca, com o nome Brasinca 4200 GT, de 1964 até 1966.

Em 1966, a Sociedade Técnica de Veículos (STV) adquiriu o projeto e relançou o esportivo como Uirapuru e produziu suas últimas unidades, incluindo as versões conversível e perua policial.
Na quinta edição da história do Salão do Automóvel, em 1966, os visitantes puderam contemplar seu estilo com “linhas agressivas e sofisticadas, perfil baixo e longos capôs”, como descreve a revista Quatro Rodas.
Dodge Charger R/T
Embora tenha origem norte-americana, a Chrysler do Brasil foi quem produziu localmente a versão específica Charger R/T no país nos anos 1970. Assim, a adaptou para as demandas do mercado brasileiro.
O Dodge Charger R/T teve seu primeiro contato com o público no Salão do Automóvel de 1970. O evento foi o primeiro oficial realizado no Pavilhão de Exposições do Anhembi. Segundo a revista Quatro Rodas, o carro foi considerado na época o mais desejado esportivo nacional.

Com seu motor V8 5.2 litros e 215 hp, faixas laterais, rodas esportivas, carroceria estilo coupé e grade dianteira que encobria os faróis, como aponta a organização do evento, é hoje um dos nacionais mais disputados pelos colecionadores.
Volkswagen Gol GTI
A edição de 1988 do Salão do Automóvel exibiu o Gol GTI, na sua inconfundível cor Azul Mônaco, para os brasileiros pela primeira vez. O modelo surpreendeu os visitantes e consumidores, no geral, por trazer, pela primeira vez em um carro nacional, a injeção eletrônica embaixo do capô.

Diferente do carburador, o sistema de injeção eletrônica é controlado por uma central que calcula a quantidade exata de combustível para cada situação. Desse modo, é possível fornecer resposta rápida e maior eficiência ao motor. O modelo, assim, marcou o fim dos carburadores e uma nova fase da indústria nacional.
Além disso, segundo a revista Quatro Rodas, o Gol GTI ganhou reconhecimento como o esportivo nacional mais rápido do mercado brasileiro entre 1989 e 1992.
Ferrari F40
A exibição do superesportivo italiano no Salão do Automóvel de 1990, em área anexa ao estande da Fiat, causou verdadeira comoção. Isso porque, após cerca de 15 anos de proibição, o governo federal liberou novamente, em 1990, a importação legal de veículos automotores no país.
Entre 1976 e o ano de liberação, havia praticamente uma proibição da entrada de carros estrangeiros por decreto militar. Medida resultante, por exemplo, de políticas de substituição de importações. Neste contexto, apenas embaixadas, diplomatas, vencedores de concursos entre outras exceções tinham acesso a importados.

A Ferrari F40 foi o último carro lançado com o aval pessoal do fundador da marca, Enzo Ferrari, em 1987. Por essa razão, se tornou símbolo de um fim de era. Além disso, o motor V8 biturbo e a ausência de controles eletrônicos resultaram em potência bruta, representando a filosofia de busca radical por performance absoluta da Ferrari. A prioridade era o prazer e desafio do piloto, acima de qualquer comodidade. Inclusive, a F40 foi chamada de “carro de corrida para as ruas”.
Uma vez que o Brasil acabava de abrir seus portos aos importados, ver tão de perto um dos carros mais icônicos do mundo, foi, de fato, especial.
O Engraxate que Escalou o Everest, Rosier Alexandre fala de documentário: “Minha história é sobre não desistir”
Documentário “O Engraxate que Escalou o Everest”, que venceu recentemente o prêmio de Melhor Filme no Rio Mountain Festival, resgata a jornada inspiradora de um cearense que superou a pobreza para chegar ao topo do planeta
Nada Maquiavélico: nova edição d’O Príncipe revela o homem por trás do mito
Manual clássico de liderança ganha nova edição acompanhada da correspondência que revela um autor humanizando, a construção do pensamento e até um Maquiavel com “papo de boteco”
Neurocientista Miguel Nicolelis publica sátira iniciada há meio século: “o Brasil era, e continua sendo, um país totalmente surreal”
Com Ré volução no País do Carnaval, livro iniciado na juventude, o neurocientista que colocou a ciência em campo na Copa de 2014 retoma as ironias de um Brasil surrealista
BTG Pactual Hall inaugura dedicado à cultura brasileira: “teatro icônico, renovado e de altíssima qualidade”
Espaço que abrigava antigo Teatro Alfa reabre com os musicais Hair e Vozes Negras na programação: “é nossa oportunidade de ajudar a economia criativa com mais um ponto de contato com a sociedade”, diz André Kliousoff, CMO do BTG Pactual
Nobel, Jabuti e Camões: entenda os ganhadores e indicados da temporada de prêmios literários 2025
Os consensos e dissensos de três premiações e o que elas indicam sobre limites e fronteiras entre mercado editorial e literatura em 2025
Marisa Monte: entrevistamos o maestro André Bachur, que acompanha a cantora em nova turnê
Após apresentar-se com cantora em 2024, Bachur segue turnê na regência de orquestra em ‘Phonica – Marisa Monte e Orquestra Ao Vivo’, que começa este fim de semana em Belo Horizonte
Frieze London abre seção que explora a relação cultural histórica entre o Brasil e a África
Chamado ‘Echoes in the Present’, espaço reúne oito galerias com dez artistas brasileiros e africanos
Um túnel secreto sob o Coliseu será aberto para visitação neste mês
A partir de 27 de outubro, visitantes do monumento em Roma poderão ter uma rara visão do local por onde passavam secretamente os imperadores romanos
Coisa de Rico, livro de Michel Alcoforado que promete uma investigação da riqueza no Brasil, vale o burburinho?
Lançado em agosto, Coisa de Rico (Todavia R$ 89,90) narra a trajetória do “antropólogo do luxo” Michel Alcoforado, que se infiltrou entre os mais ricos do país para entender o que, afinal, torna alguém rico no Brasil
Nelson Motta detalha os “terremotos musicais” do Doce Maravilha 2025, que começa hoje (26) no Rio de Janeiro
Marisa Monte, Ney Matogrosso, BaianaSystem Liniker se apresentam até domingo (28) no Jockey Club do Rio de Janeiro; ao Seu Dinheiro, produtor lendário (e DJ) por trás do festival entrega os bastidores do evento
Bairro brasileiro é eleito o 3º mais cool do planeta; saiba qual é e confira os destaques do ranking
O contraste do passado industrial com a atual vida noturna agitada e pluralidade de estabelecimentos gastronômicos e culturais definem o destino classificado
5 casas de artistas para visitar pelo mundo (uma delas fica no Brasil)
Cinco endereços ao redor do mundo onde a arte e a vida de grandes mestres permanecem vivas
Studio Ghibli: 5 paisagens japonesas que inspiraram cenários de filmes do estúdio de animação
De olho no início do Ghibli Fest, festival de cinema em homenagem ao Studio Ghibli que começa hoje (18), levantamos cinco paisagens reais que ganharam versão animada no traço habilidoso da lendária produtora
Robert Redford morre aos 89 anos: de galã a diretor premiado e voz do cinema independente
Um ícone que atravessou décadas, Robert Redford foi um diretor premiado, ativista e fundou o maior festival de cinema independente do mundo
Dia de rock (e) bebê: como os festivais de música viraram as novas férias em família
Novo relatório do Ticketmaster aponta como festivais de música têm captado o público familiar em busca de aproximação; ao Seu Dinheiro, produtores brasileiros refletem sobre medidas para ampliar oferta a famílias
ArtRio 2025: confira a programação e destaques de um dos principais eventos de arte da América Latina
Acessibilidade e valorização da economia cultural da cidade definem a edição deste ano da ArtRio
National Gallery de Londres recebe doações recordes para construção de nova ala focada em arte do século 20
A National Gallery obteve um valor sem precedentes de 375 milhões de libras para o projeto, que tem inauguração prevista para o início da década de 2030
Em livro de memórias, Bill Gates resgata impacto da curiosidade na fonte de seu sucesso
De prodígio da computação a homem mais rico do mundo, Bill Gates revisita a infância e a juventude em Seattle em ‘Código-fonte: Como tudo começou’, um ensaio sobre o papel da família, da educação e da curiosidade no caminho do fundador da Microsoft
Quanto você pagaria por um sabre de luz original de Star Wars? Item alcança quase R$ 20 milhões em leilão
Sabre de luz leiloado essa semana foi usado por Darth Vader nas filmagens de ‘O Império Contra-Ataca’ e ‘O Retorno de Jedi’, da saga Star Wars
The Town 2025: curador e vice-presidente artístico do festival, Zé Ricardo dá dicas de shows imperdíveis
Até o dia 14, festival brasileiro conecta música nacional a circuito global; ao Seu Dinheiro, o curador do The Town dá a lista com as atrações imperdíveis entre mais de uma centena de shows
