Trump se explica sobre demissão de Powell do comando do Fed; bolsa reage de imediato
A imprensa internacional foi tomada por notícias de que a demissão de Powell era iminente após uma reunião a portas fechadas na terça-feira (15); o republicano se explicou hoje sobre a polêmica

Os mercados amanheceram com a notícia de que Donald Trump já teria o rascunho da carta de demissão de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), sobre a mesa. No início da tarde desta quarta-feira (16), o republicano se explicou sobre o assunto, provocando a reação imediata da bolsa lá fora.
Tudo começou com o The New York Times noticiando que Trump teria redigido a carta de demissão de Powell e mostrado o documento em uma sala cheia de parlamentares republicanos durante uma reunião sobre criptomoedas na noite de terça-feira (15).
A CNBC conseguiu ouvir um dos participantes do encontro, que disse que Trump perguntou aos parlamentares como eles se sentiam em relação à demissão do presidente do Fed.
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“Eles expressaram aprovação. O presidente indicou que provavelmente o fará em breve”, disse a autoridade, que falou sob condição de anonimato à CNBC.
- Vale lembrar que uma decisão recente da Suprema Corte dos EUA indicou que o presidente norte-americano não tem autoridade para destituir membros do Fed de acordo com a sua vontade.
Trump se explica sobre Powell, bolsa reage
No início da tarde desta quarta-feira (15), Trump conversou com a imprensa e explicou os rumores que tomam conta da imprensa sobre a possível demissão de Powell, cujo mandato expira em maio de 2026.
O republicano afirmou que não são verdadeiros os relatos, mas deu declarações ambíguas sobre a possível saída do chefe do Fed do cargo.
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"Muitas pessoas querem o emprego de Powell, já me ligaram implorando para terem o trabalho", disse Trump.
Sem dar detalhes, ele também aproveitou a ocasião para indicar que Powell está sendo investigado por fraude na reforma da sede do banco central norte-americano. O Seu Dinheiro contou essa história e você pode conferir aqui.
Imediatamente após as declarações de Trump negando a demissão de Powell, as bolsas em Nova York ganharam fôlego.
O Dow Jones passou a subir 0,08%, enquanto o S&P 500 reduziu a queda a 0,05% e o Nasdaq baixava 0,13%.
Andressa Durão, economista do ASA, lembra que a menos que um tribunal determine uma suspensão imediata, Powell seguiria como presidente do Fed.
"Se Trump conseguir demitir Powell, ele poderia permanecer no cargo e continuar exercendo suas funções enquanto processa o governo dos EUA contra a decisão", afirma.
Ela lembra que caso Powell seja impedido de atuar durante o processo, Philip Jefferson assumiria como presidente interino do Fed e John Williams passaria a presidir as reuniões do comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) até que um novo presidente fosse escolhido e confirmado pelo Senado, o que pode levar meses.
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Pressão máxima pelo corte de juros
O que aconteceu hoje é mais um capítulo na história de críticas a Powell e pressão sobre o banco central norte-americano pelo corte de juros.
Atualmente, a taxa está sendo mantida na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano e não há sinais claros da autoridade monetária de que o ciclo de afrouxamento está próximo — muito em função dos possíveis reflexos das tarifas comerciais sobre a inflação.
Diante desse cenário, Trump e outras figuras da Casa Branca lançaram um ataque multifacetado a Powell para pressionar o Fed a reduzir os juros — mais recentemente, criticaram Powell pelas reformas na sede do BC em Washington, levantando suspeitas de que o republicano poderia tentar destituí-lo por justa causa.
Trump indicou Powell para o comando do Fed em novembro de 2018, para suceder Janet Yellen. Ela se tornou secretária do Tesouro no governo de Joe Biden, após ocupar o cargo no Fed por quatro anos.
O Senado confirmou Powell em fevereiro do ano seguinte, mas ele tem sido alvo de críticas frequentes de Trump desde o primeiro mandato do republicano.
Em declarações anteriores sobre o assunto, Powell afirmou que sua demissão "não é permitida por lei" e confirmou que ficaria no cargo até o fim do mandato, em maio de 2026.
- Vale lembrar que nenhum presidente dos EUA jamais tentou demitir o chefe do banco central antes — embora outros tenham criticado o líder do banco central.
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