Show de ofensas: a pressão total de Donald Trump sobre o Fed e Jerome Powell
“Terrível”, “devagar” e “muito político” foram algumas das críticas que o presidente norte-americano fez ao chefe do banco central, que ele mesmo escolheu, em defesa do corte de juros imediato

Donald Trump e Jerome Powell nunca tiveram uma relação pacífica. Desde o primeiro mandato, o republicano não poupa o Federal Reserve (Fed) e seu presidente de críticas por manter, o que ele considera, juros altos. Mas nesta quinta-feira (17), a situação escalou.
Trump pegou bem mais pesado nas críticas ao banco central norte-americano e na cobrança por uma redação imediata dos juros. Atualmente, as taxas por lá estão na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano.
“[Powell] está sempre atrasado. Ele é muito devagar", disse Trump ao lado da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. “Ele sairá de lá [do Fed] se eu pedir”, ameaçou.
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A partir daí veio uma sequência de ataques ao Fed e a Powell, com frases como “Powell não está fazendo seu trabalho”, “eu não estou nem um pouco feliz com ele” ou “as taxas de juros subiram muito e deveriam cair imediatamente”.
Em tom de descontentamento, Trump ainda acusou Powell de ser “muito político” e chegou a dizer que o presidente do Fed “é terrível” — vale lembrar que foi Trump, em seu primeiro mandato, que indicou Powell para a liderança do BC norte-americano.
O republicano ainda questionou a capacidade técnica dos dirigentes do Fed, dizendo que “não são muito inteligentes”.
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Trump argumentou que a inflação já está sob controle nos EUA e voltou a pressionar por um corte nos juros.
- O índice de preços para gastos pessoais (PCE, na sigla em inglês) — a métrica preferida do Fed para a inflação — subiu 2,5% em fevereiro em base anual, acima da meta de 2% do banco central norte-americano.
"Powell precisa cortar juros, não temos mais inflação no país", disse Trump.
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O presidente norte-americano ainda comparou a postura do Fed com a do Banco Central Europeu (BCE), que anunciou um corte de juros na manhã desta quinta-feira (17): "Isso nos deixa em desvantagem", afirmou.
Powell resiste nas trincheiras do Fed e diz que a incerteza provocada pela guerra tarifária de Trump força o banco central a ter cautela no ajuste dos juros.
No dia anterior, Powell chegou a admitir que foi pego de surpresa pelo tamanho do anúncio das tarifas recíprocas e disse que “ninguém sabe lidar com uma guerra comercial desse porte”, referindo-se às retaliações entre EUA e China.
Powell deixa o Fed em maio de 2026. Até lá, ainda vai ser colocado algumas vezes no caldeirão de Trump — resta saber se vai passar do ponto ou não.
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