Mirou no que viu e acertou no que não viu: como as tarifas de Trump aceleram o plano do Putin de uma nova ordem mundial
A Rússia não está na lista de países que foram alvo das tarifas recíprocas de governo norte-americano e, embora não passe ilesa pela efeitos da guerra comercial, pode se dar bem com ela

A Rússia não foi alvo das tarifas de Donald Trump e o motivo é meio óbvio: desde a invasão da Ucrânia, os EUA já adotam uma política de isolamento comercial e econômico via sanções. Mas nem por isso, Moscou vai deixar de sentir os efeitos colaterais da taxação do republicano. E quem diz isso não são os especialistas e o presidente russo, Vladimir Putin.
"É claro que a instabilidade na economia global não pode deixar de afetar a Rússia", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
"Ao mesmo tempo, conseguimos manter a estabilidade macroeconômica mesmo diante de inúmeras sanções", acrescentou.
- VEJA MAIS: Momento pode ser de menos defensividade ao investir, segundo analista; conheça os ativos mais promissores para comprar em abril
EUA e Rússia: será que não tem comércio mesmo?
No dia 2 de abril, Trump anunciou as chamadas tarifas recíprocas a mais de 180 países e a Rússia ficou de fora.
A explicação da Casa Branca para deixar Moscou de fora foi que as sanções norte-americanas já impedem qualquer negócio significativo entre Rússia e EUA.
Mas analistas discordam. Segundo eles, a Rússia ainda comercializava mais com os EUA do que vários outros países que entraram na lista de tarifas, como Brunei e Maurício. A Ucrânia, aliás, foi atingida por uma tarifa de 10%.
Leia Também
De acordo com a fórmula usada para determinar as tarifas sobre parceiros comerciais, a Rússia deveria ter enfrentado uma tarifa de 40%, com base nos números de 2024.
Vale lembrar que, junto com a Rússia, Cuba, Belarus e Coreia do Norte também ficaram de fora da lista de países atingidos pelas tarifas recíprocas — que foram temporariamente suspensas por 90 dias. Nesse período, com exceção da China, todos os alvos de Trump receberão uma tarifa menor, de 10%.
DONALD TRUMP: GÊNIO ou LOUCO? A estratégia dos EUA por trás da GUERRA COMERCIAL com a CHINA
A turbulência de Trump abre espaço para a Rússia
Embora a Rússia não esteja imune aos efeitos globais das tarifas de Trump, muitos analistas acreditam que a guerra comercial pode ser benéfica para Putin, já que desestabiliza a ordem mundial que ele tanto quer desmantelar.
Nesse ambiente, duas escolas de pensamento surgiram na Rússia: uma reconhecendo os danos que uma guerra comercial poderia causar ao país e a outra reconhecendo que rivais economicamente enfraquecidos beneficiam Moscou geopoliticamente.
“A Rússia quer os EUA menos globais, envolvidos em conflitos permanentes com a China — embora não em guerra —, para que Washington não tenha tempo suficiente para a Europa”, disse Anton Barbashin, analista político russo e diretor editorial da revista Riddle, à CNBC.
- VEJA MAIS: Como declarar os seus investimentos? Guia gratuito do Seu Dinheiro ensina como acertar as contas com o Leão
O maior risco para a Rússia
Ainda que haja um caminho que beneficie a Rússia, o tarifaço de Trump pode pegar Moscou em cheio — e quem alerta é a Organização Mundial do Comércio (OMC).
Segundo a OMC, com base nas tarifas atualmente em vigor, e incluindo uma suspensão de 90 dias das tarifas recíprocas, o volume do comércio mundial de mercadorias deverá cair 0,2% em 2025, afirmou a OMC.
E mesmo que a Rússia não seja um alvo direto, certamente sofrerá danos colaterais com tarifas e uma potencial guerra comercial, com essa desaceleração.
Os preços e a demanda pelo principal produto de exportação global de petróleo da Rússia representam um grande risco econômico para o país.
Vale lembrar também que a Rússia já enfrenta uma inflação significativa — que atingiu uma taxa anual de 10,3% em março.
Com a instabilidade global, a disparada da inflação e, presumivelmente, a queda das receitas do petróleo, o BC russo terá dificuldade em começar a reduzir os juros.
*Com informações da CNBC
Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, libera compra de bitcoin para clientes, mas se mantém crítico e compara BTC a cigarro
Com um longo histórico de ceticismo, Jamie Dimon afirmou que o JP Morgan permitirá a compra de bitcoin, mas sem custodiar os ativos: “Vamos apenas colocar nos extratos dos clientes”
Se nem os EUA ‘se salvaram’, quem resta? Os países que ainda são ‘triple A’ — e por que essa lista só tem diminuído desde 2008
Após mais de uma década sob pressão, os Estados Unidos perdem o topo da classificação de risco da Moody’s e se juntam a outros rebaixados ilustres
JP Morgan aumenta a aposta em ações de mercados emergentes com trégua tarifária entre EUA e China; veja quais países foram escolhidos pelo banco
Embora a melhora na relação entre EUA e China não signifique o fim da briga, o pior já ficou para trás, segundo o JP Morgan
Morgan Stanley vê rebaixamento do rating dos EUA como oportunidade para investir na bolsa americana; confira as ações recomendadas
Recomendação acontece após as bolsas de Nova York recuperarem o fôlego após trégua nas tarifas entre EUA e China, reduzindo de 145% para 30%
Do divórcio a um possível recasamento: O empurrãozinho de Trump para novo acordo entre União Europeia e Reino Unido
Cinco anos depois da formalização do Brexit, UE e Reino Unido celebram amplo acordo sobre comércio e defesa
É igual, mas é diferente: Ibovespa começa semana perto de máxima histórica, mas rating dos EUA e gripe aviária dificultam busca por novos recordes
Investidores também repercutem dados da produção industrial da China e de atividade econômica no Brasil
Agenda econômica: IBC-Br e CMN no Brasil, ata do BCE na Europa; veja o que movimenta a semana
Semana não traz novos balanços, mas segue movimentada com decisão de juros na China e indicadores econômicos relevantes ao redor do mundo
BDR ou compra direta de ações no exterior: qual a melhor forma de investir em empresas listadas em bolsas gringas?
Recibos de ações estrangeiras facilitam o acesso da pessoa física a esses ativos, mas podem não ser o melhor caminho a seguir, no fim das contas; entenda por quê
Bitcoin (BTC) engata alta, puxa junto outras criptomoedas e se aproxima de máxima histórica neste domingo
O bitcoin encontra-se apenas 3% abaixo de sua máxima histórica de US$ 108.786, preço atingido em 20 de janeiro, logo após a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos
‘Vocês vão ter que me engolir!’ O dia em que Donald Trump foi criticar o Walmart e invocou Zagallo (sem saber)
Trump e Zagallo têm pouca coisa em comum, mas uma declaração do presidente norte-americano colocou os dois na mesma página por um instante
Governo Trump dá chilique após rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Moody’s
Moody’s foi a última das três principais agências de classificação de risco de crédito a tirar dos EUA o rating ‘triplo A’
EUA perdem o triplo A: por que a Moody´s tirou a nota de crédito mais alta da maior economia do mundo
Antes da Moody’s, a agência S&P Global Ratings rebaixou a nota soberana dos EUA em agosto de 2011, enquanto a Fitch fez esse movimento em agosto de 2023
Porto (in)seguro? Ouro fecha a semana com pior desempenho em seis meses; entenda o que está por trás da desvalorização
O contrato do ouro para junho recuou 1,22%, encerrando cotado a US$ 3.187,2 por onça-troy, uma queda de 3,70% na semana
Bitcoin (BTC) chega ao final da semana acima de US$ 103 mil e JP Morgan vê espaço para mais
Otimismo permeia o mercado de ativos digitais, mas nem todas as criptomoedas acompanham o ritmo do bitcoin na semana
Brasil fica de fora das capitais da cultura do mundo em 2025; veja a lista completa
Seleção da revista Time Out considera a acessibilidade e a qualidade da oferta cultural, que se expande além de museus e teatros
Maior IPO de 2025 deve vir de fabricante chinesa de baterias para carros elétricos e exclui investidores americanos
Oferta pública de ações da CATL deve arrecadar mais de US$ 4 bilhões; papéis estreiam na bolsa de Hong Kong na terça-feira (20)
O mapa da mina: Ibovespa repercute balanço do Banco do Brasil e fusão entre BRF e Marfrig
Bolsas internacionais amanhecem no azul, mas noticiário local ameaça busca do Ibovespa por novos recordes
Ibovespa melhor do que o S&P 500? Por que os gestores agora estão vendidos em bolsa americana, segundo pesquisa da Empiricus
O levantamento mostrou que bolsa americana entrou no campo vendido pela primeira vez desde o fim de 2023; descubra as razões
Trump dá ‘bronca’ em Tim Cook, CEO da Apple, por produção de iPhone fora da China; entenda essa história
Apple tenta mascarar os efeitos das tarifas enquanto procura alternativas para evitar os danos da guerra comercial entre EUA e China
Bank of America muda o preço-alvo para as ações da JBS (JBSS3) após teleconferência de resultados do 1T25; veja o que fazer com os papéis
A reavaliação acontece sob a luz de novos argumentos relacionados à dupla listagem da JBS na bolsa brasileira e americana