Milei corta imposto de exportação e BTG vê efeito positivo no agronegócio da Argentina
Para o banco, tornar essa redução permanente oferece incentivos corretos que devem sustentar os volumes de exportação agrícola do país

Às vezes menos é mais e Javier Milei que o diga. O presidente da Argentina anunciou no último sábado (26) a redução permanente de impostos para exportação de aves, carne bovina, soja e derivados, milho, sorgo e girassol — um passo considerado crucial por grandes bancos.
Para o BTG Pactual, por exemplo, a medida é positiva e oferece incentivos adequados para os produtores rurais antes da temporada de plantio de 2026. Além disso, deve ajudar a manter os volumes de exportação agrícola — previstos para cair após o fim do benefício temporário.
Ainda assim, o impacto da medida não será grande em 2025, segundo o BTG. Isso porque o banco considera que a redução é mínima.
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O corte de impostos sobre exportações foi introduzido na Argentina em janeiro deste ano de forma temporária e expirou em junho.
Com a oficialização da nova carga tributária, a incidência sobre produtos agrícolas ficará da seguinte maneira:
- Aves e carne bovina: cai de 6,75% para 5%
- Milho e sorgo: cai de 12% para 9,5%
- Girassol: cai de 7,5% para 5,5%
- Soja: cai de 33% para 26%
- Subprodutos da soja: cai de 31% para 24,5%
Para os analistas, tornar essa redução permanente é um ponto positivo, já que proporciona os incentivos corretos para os produtores antes da temporada de plantio de 2026 e deve sustentar os volumes de exportação agrícola, que cairiam com o fim do benefício temporário.
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“O anúncio foi bem recebido por alguns governadores e pode servir como ‘moeda de troca’ para negociar apoio ao veto de reformas fiscalmente onerosas que Milei deve assinar na próxima semana”, afirmam Sofia Ordonez e Andres Borenstein em relatório do banco.
O que a redução do imposto representa para a Argentina?
O BTG enxerga que o governo argentino está no caminho certo para alcançar sua meta de resultado primário de 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 — e a redução dos impostos para exportação agrícola não deve comprometer isso.
O corte nas taxas de exportação tem um custo fiscal inferior a 0,2% do PIB e, neste ano, o impacto será ainda menor, menos de 0,1%, já que a medida passa a valer a partir do anúncio.
Segundo estimativas, os projetos que Milei quer vetar têm um custo fiscal de 1,6% do PIB e o anúncio da redução de impostos sinaliza que o governo está confiante de que o veto será mantido.
Efeitos para o agronegócio
As províncias tendem a se beneficiar com o anúncio, especialmente aquelas com setores agrícolas desenvolvidos. A redução das taxas de exportação deve resultar em aumento na arrecadação argentina de Imposto de Renda (IR) do setor.
Isso é relevante porque a incidência é compartilhada com as províncias, ao contrário das taxas de exportação, que são exclusivamente federais.
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“O discurso de Milei na Exposição Rural também ajudou a reconstruir pontes com o setor agropecuário, onde havia certo atrito. O índice de confiança do consumidor, que subiu 2% em julho, apresentou melhora na Grande Buenos Aires e na cidade de Buenos Aires, mas caiu no interior — talvez reflexo dessa tensão”.
Crítica ao kirchnerismo
Milei também aproveitou o discurso deste final de semana para se contrapor ao kirchnerismo e criticou duramente os parlamentares que votaram a favor dos projetos de aumento de gastos sem indicar uma fonte de financiamento adequada.
A oposição na Argentina tem explorado o corte de impostos ao agronegócio com um discurso: “Há dinheiro para reduzir impostos dos oligarcas (agricultores), mas não para os aposentados”.
Segundo o BTG, embora a mensagem possa encontrar eco em parte da sociedade, críticos afirmam que ela ignora a realidade do setor.
“Cerca de 60% da soja na Argentina é cultivada em terras arrendadas — ou seja, na maioria dos casos, os donos das terras não são os produtores”, aponta o BTG, destacando o distanciamento de parte da classe política da dinâmica real da produção agrícola na Argentina.
De acordo com os analistas, o peronismo cometeu um erro grave em 2008, quando Cristina Kirchner tentou aumentar as taxas de exportação.
“Pode ser que ainda não tenham aprendido a lição”, afirmam os analistas.
*Com informações do Money Times
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