Maior fundo soberano do mundo lucra mais de R$ 1 trilhão em 2024 — e agora precisa lidar com o impacto da DeepSeek
Com alocações significativas no setor de tecnologia, fundo soberano da Noruega teve grande parte da boa performance atribuída ao boom da inteligência artificial

Não são só os investidores “sardinhas” que foram agraciados pela alta das ações de tecnologia durante o ano de 2024. Um dos maiores investidores institucionais do mundo, o fundo soberano da Noruega, também tem muito a agradecer a empresas como Nvidia, Apple e Microsoft — e ao boom da inteligência artificial como um todo.
Isso porque, pelo segundo ano consecutivo, o fundo bateu o recorde histórico de lucros, alcançando o marco de 2,5 trilhões coroas norueguesas (R$ 1,3 trilhão).
Em 2023, o valor tinha sido de 2,22 trilhões coroas (R$ 1,15 trilhão).
O fundo foi avaliado em 19,7 trilhões de coroas norueguesas no final de 2024, informou a administradora Norges Bank Investment Management (NBIM) em relatório de resultados. O retorno anual foi de 13%.
Em comunicados e conferências com a imprensa, os executivos de alto escalão da NBIM deixaram clara a relevância das ações tech para a boa performance do veículo de investimento.
Nas palavras do CEO Nicolai Tangen, “o fundo conseguiu retornos muito bons em 2024, como resultado de um forte mercado de ações. As ações de tecnologia americanas, em particular, performaram muito bem”.
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O vice-CEO, Trond Grand, também mencionou o segmento financeiro como um potencializador para os lucros. “Tecnologia foi bem, impulsionada pela IA, e também as financeiras, devido ao contexto de juros mais altos por mais tempo”, disse.
Além de investir em empresas como Microsoft, Nvidia e Amazon, o fundo também mantém posições em renda fixa, incluindo títulos de dívida pública e dívidas de empresas; setor imobiliário e infraestrutura para energia limpa.
- Vale lembrar que os gestores são proibidos de investir em empresas dos setores de armas e tabaco. Também estão excluídas empresas envolvidas em abusos de direitos humanos e, ironicamente, para um fundo lastreado nos lucros do petróleo, companhias que representem risco severo ao meio ambiente.
Mas, assim como todos os investidores de tecnologia – institucionais ou não –, o fundo da Noruega vai precisar lidar com uma “pedra no sapato” em 2025: a inteligência artificial DeepSeek.
Qual o futuro após o ‘efeito DeepSeek’?
No começo desta semana, a IA chinesa causou turbulência no mercado tech, por ser bem mais barata – e aparentemente tão eficiente quanto – as tecnologias criadas por gigantes como OpenAI (dona do ChatGPT) e Google.
O Seu Dinheiro contou essa história aqui.
A Nvidia foi uma das maiores “vítimas” e chegou a cair 17% na segunda-feira (27). O fundo soberano norueguês é detentor de 1,3% da empresa.
O CEO do fundo não pôde se esquivar do assunto do momento e comentou sobre o “efeito DeepSeek” durante entrevista coletiva:
“O fato de que agora existem modelos de linguagem mais baratos é positivo para a democratização da inteligência artificial. Assim, você tem mais penetração da tecnologia ao redor do mundo”, disse.
No entanto, ele também reconheceu que a queda tech impactou o fundo, por motivos óbvios. Apesar disso, nenhuma mudança de alocação foi feita.
“Eu acho que o avanço da DeepSeek foi uma surpresa para o mundo todo, caso contrário, não teria tido toda essa reação nos mercados”, disse Tangen, observando que as pessoas com quem ele conversou acreditavam que a China estava cerca de dois anos atrás dos EUA no desenvolvimento da IA.
Como funciona o fundo soberano norueguês?
Um fundo soberano é um fundo de investimento pertencente a um governo.
Criado nos anos 1990, o fundo soberano da Noruega é o maior do mundo e foi idealizado para reinvestir os lucros do país no setor de óleo e gás e atender a duas preocupações principais:
- Estabelecer uma espécie de poupança para quando as reservas de petróleo diminuírem; e
- Atenuar o impacto das flutuações dos preços do petróleo nos mercados internacionais.
É graças principalmente à exportação de petróleo que a Noruega sustenta um Estado de bem-estar social que assegura a seus cidadãos uma vida materialmente confortável.
Até hoje, o fundo já investiu em mais de 8.000 empresas em 63 países.
* Com informações da CNBC.
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