Entenda porque mesmo com saída dos EUA do acordo de Paris, país só deve deixar a junta em 2026
No seu primeiro mandato, apesar de Trump anunciar a primeira saída do país, em 2017, o pedido oficial só foi enviado em novembro de 2019, para que tivesse validade.

Assim que tomou posse, na última segunda-feira (20), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto alterando o país do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas.
Imediatamente, o porta-voz do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Stephane Dujarric, divulgou uma declaração reconhecendo a relevância do país na liderança de questões ambientais e destacando a importância da continuidade dessa condução por estados e empresas norte-americanas.
Oficialmente, a decisão de Trump ainda não chegou às mãos do depositário do tratado internacional, secretário-geral da ONU, António Guterres, conforme prevê o artigo 28 do próprio Acordo de Paris.
“A qualquer momento após três anos da data em que este Acordo entrou em vigor para uma Parte, essa Parte pode se retirar deste Acordo mediante notificação por escrito ao Depositário”, diz o documento.
No caso dos Estados Unidos, os três anos começaram a contar em 4 de novembro de 2016, como para a maioria dos países signatários que aderiram ao tratado ainda em 12 de dezembro de 2015, quando o instrumento foi adotado.
Por essa razão, apesar de Trump anunciar a primeira saída do país, em 2017, o pedido oficial só foi enviado em novembro de 2019, para que tivesse validade.
Leia Também
Como a volta do Oasis aos palcos pode levar a Ticketmaster a uma disputa judicial
- LEIA TAMBÉM: Quais são os melhores ativos na visão da Trígono Capital, Patria Investimentos, Verde Asset e outros gigantes? E-book “Onde Investir em 2025” mostra a resposta
Porta giratória do Acordo de Paris
Da mesma forma, o artigo 28 do Acordo de Paris, também determina que “qualquer retirada entrará em vigor no prazo de um ano a partir da data do recebimento pelo Depositário da notificação de retirada, ou em data posterior conforme especificado na notificação de retirada”.
Assim, a decisão só foi efetivada dois meses antes de Trump deixar a Casa Branca em seu primeiro mandato, quase não restando tempo para que o impacto fosse significativo antes do presidente, então eleito, Joe Biden revogar a medida.
Embora tenha manifestado uma série de medidas antiambientalistas antes mesmo de ser reeleito, Trump, como no mandato anterior, anunciou a saída apenas do Acordo de Paris e não da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), que teria como consequência a saída dos dois tratados.
Para a gerente sênior de ação climática da WRI Brasil, Míriam Garcia, quando a saída dos Estados Unidos for efetivada, o país permanecerá mantendo compromissos globais para enfrentamento da mudança do clima.
“Nas diferentes trilhas de negociação, você tem algumas trilhas que são referentes ao Acordo de Paris e a operacionalização do Acordo de Paris, e você tem algumas trilhas que são dadas à questão de orçamento da própria convenção ou de estrutura da convenção. Então, em todas essas esferas, os Estados Unidos ainda continuam”, avalia.
Desta vez, caso o documento seja recebido pela ONU ainda em 2025, o prazo de um ano começará a contar e a decisão terá efeito já no segundo ano de mandato de Trump, em 2026.
Antes de Trump: o Acordo de Paris
O Acordo de Paris é uma das ferramentas da UNFCCC, que foi o primeiro tratado multilateral sobre o tema assinado pelos países na Eco92, no Rio de Janeiro. “O Acordo de Paris é como se fosse um sub acordo, porque ele está dentro de um guarda-chuva maior, que é o da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima”, explica Bruno Toledo.
O especialista recorda que, após a criação desse primeiro tratado, em 1997, houve a criação do Protocolo de Kyoto, que foi a primeira ferramenta desenhada para reduzir as emissões globais.
“No Protocolo de Kyoto, apenas os países desenvolvidos, aqueles industrializados, que tinham compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa, mas infelizmente, por conta de questões políticas, logo em seguida os Estados Unidos, que era parte do protocolo, sai, durante o governo do George W. Bush em 2001, e nisso o tratado acaba perdendo bastante força.”
O protocolo também não alcançava grandes emissores, classificados como países ainda em desenvolvimento. “A China nos anos 90 não estava entre os grandes emissores de gases de efeito estufa, mas toda aquela explosão de crescimento econômico que eles tiveram entre o final dos anos 90 e a segunda metade dos anos 2000 colocaram os chineses como um dos principais emissores do planeta”, recorda.
Trump tem vitória no Senado com avanço de megaprojeto de gastos, e Elon Musk solta o verbo: “Completamente insano”
Apesar da vitória, a votação não foi fácil. O projeto vem sendo criticado pela oposição e também por aliados, incluindo o CEO da Tesla
Recebendo currículos, Trump diz o que o candidato precisa ter para ser escolhido presidente do Fed
O mandato do atual chefe do banco central norte-americana acaba em maio do ano que vem e o republicano já está em busca de nomes para a sucessão
Será que deu ruim? Titãs de Wall Street passam por teste de estresse; confira se algum dos grandes bancos EUA foi reprovado
A avaliação considerou uma recessão global severa, com desemprego em 10% e queda acumulada do Produto Interno Bruto (PIB) real de 7,8%
A guerra dos EUA com a China acabou? O sinal de Trump que pode colocar fim à disputa entre as duas maiores economias do mundo
Um ponto crucial para as tarifas serem suspensas teria sido acordado nesta semana, segundo fontes da Casa Branca
A guerra acabou, decreta Trump sobre Israel e Irã — mas nem ele mesmo tem certeza disso
Presidente norte-americano deu declarações conflituosas sobre o status do conflito entre os dois inimigos no Oriente Médio, que mantêm um cessar-fogo frágil
Trump dá aval para Powell subir juros, mas impõe uma condição para isso acontecer nos EUA
O presidente do banco central norte-americano participou do segundo dia de depoimentos semestrais no Congresso; já o republicano usou os holofotes da Otan para falar da política monetária norte-americana
A Europa corre perigo? Otan sobe meta de gastos para 5% em mudança histórica e Trump manda recado duro para um membro
A medida mais decisiva da aliança em mais de uma década ocorre em meio à escalada de tensões no Oriente Médio e ao conflito entre Ucrânia e Rússia — mas um país europeu ainda resiste
Trump falhou: peças centrais do programa nuclear do Irã seguem intactas, diz inteligência dos EUA
Enquanto a Casa Branca nega as informações, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, promete atacar novamente se Teerã retomar seu programa nuclear
Após cessar-fogo entre Irã e Israel, Donald Trump é indicado ao Nobel da Paz (de novo)
Mais que prestígio, a indicação ao prêmio entra no jogo político da Casa Branca — e no xadrez internacional
Israel e Irã podem mexer com a política de juros nos EUA? Powell responde
O presidente do Federal Reserve presta depoimento ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara e fala dos reflexos da instabilidade no Oriente Médio nas decisões do banco central norte-americano
Powell diz o que pensa na guerra pelo corte de juros após ser chamado de burro por Trump
O presidente do Federal Reserve presta depoimento ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara e fala o que vai acontecer com os juros, o que pensa sobre as tarifas e sobre a guerra entre Israel e Irã
A guerra não acabou: Trump anuncia cessar-fogo entre Israel e Irã — mas tem o maior dos desafios pela frente
Mais cedo, Teerã respondeu à ofensiva norte-americana contra instalações nucleares com um ataque com mísseis à Base Aérea de Al Udeid, no Catar
Brasil na guerra: governo se posiciona sobre ataque dos EUA ao Irã; veja o que diz o Itamaraty
Ministério das Relações Exteriores emite nota oficial sobre a escalada do conflito no Oriente Médio; mais cedo o ex-chanceler e agora assessor especial Celso Amorim havia se manifestado sobre os confrontos
Empresas começam a suspender atividades com escalada da guerra entre Israel e Irã
Do setor marítimo ao setor aéreo, as primeiras companhias começam a anunciar uma paralisação temporária das operações na esteira dos ataques dos EUA às instalações nucleares iranianas
Apagando fogo com gasolina: a oferta da Rússia ao Irã que pode desencadear uma guerra nuclear
Um dos homens fortes do governo de Putin questiona sucesso do ofensiva norte-americana, que atacou três instalações nucleares iranianas, afirmando que uma futura produção de armas atômicas segue sobre a mesa
O Estreito de Ormuz na berlinda: Irã se prepara para fechar a passagem marítima mais importante do mundo
Embora tenha ameaçado diversas vezes, o governo iraniano nunca fechou, de fato, a via, mas, agora, o parlamento começa a dar passos nessa direção
Da China a Europa: a reação internacional ao ataque dos EUA às instalações nucleares do Irã
Na noite de sábado (21), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou uma operação classificada por ele como bem-sucedida contra três usinas nucleares iranianas
Consequências perpétuas: a resposta do Irã ao envolvimento direto dos EUA na guerra de Israel
Enquanto não toma uma decisão mais dura, Teerã lança a 20ª onda de ataques com mísseis e drones contra alvos militares israelenses
Uma declaração de guerra? Ou haverá paz ou haverá tragédia, diz Trump em pronunciamento após ataques ao Irã
O presidente norte-americano falou pela primeira vez à televisão pouco mais de uma hora depois de anunciar uma ofensiva contra três instalações nucleares iranianas; o primeiro-ministro de Israel também discursa
EUA entram na guerra de Israel contra o Irã: o que está em jogo após o ataque histórico com aval de Trump
O presidente norte-americano anunciou neste sábado (21) uma ofensiva contra instalações nucleares, incluindo Fordow — uma usina que fica em uma região montanhosa e a 90 metros de profundidade