China não quer pisar no freio: país asiático mantém meta de crescimento do PIB ‘em torno de 5%’, mesmo com guerra comercial de Trump
Anúncio da meta veio junto ao de diversos estímulos fiscais, através da emissão de títulos públicos

A China não vai pisar no freio. O país resolveu manter a meta de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em torno de 5% para 2025, mesmo diante da guerra comercial com os Estados Unidos e dos contínuos desafios para a economia doméstica.
Durante a reunião anual, o principal órgão legislativo do país também anunciou planos para emitir títulos de prazo “ultra longo” este ano, no valor total de 1,3 trilhão de yuans, 300 bilhões yuans mais do que em 2024.
Outros 500 bilhões de yuans serão destinados a títulos especiais, focados em apoiar a operação de grandes bancos comerciais estatais.
O pacote fiscal também prevê a emissão de até 4,4 bilhões de yuans em títulos voltados para governos locais, que poderão usar esse dinheiro para aliviar as “tensões de financiamento.”
- VEJA MAIS: 30 dias de Trump na Casa Branca; confira os melhores momentos
Vale lembrar que, no ano passado, o PIB anual do país foi de 5%, atingindo a meta que era de “aproximadamente 5%”, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas da China.
A “salvação” veio da aceleração da atividade econômica no último trimestre do ano, impulsionada pelos estímulos governamentais, que, como se sabe, não foram poucos desde que a crise atingiu o país.
Leia Também
Ao contrário das estimativas para o PIB, que se mantiveram estáveis, o governo de Xi Jinping revisou para baixo a meta anual de inflação ao consumidor para “cerca de 2%”, registrando o menor patamar em mais de duas décadas.
A redução do número é um reconhecimento das dificuldades de Pequim de estimular a demanda doméstica.
Segundo Chen Changsheng, um dos membros do governo, é difícil incentivar as empresas a investir e aumentar a renda dos consumidores, se os preços estiverem muito baixos.
Changsheng enxerga que são necessários quatro passos para tirar a China desse marasmo: expandir o apoio fiscal, impulsionar o consumo, usar a regulamentação para prevenir guerras de preços e intensificar os esforços para estabilizar os preços do setor imobiliário.
O governo chinês também prometeu expandir o programa de “trade-in” com mais 300 bilhões de yuans. Em suma, este programa prevê a troca de produtos velhos por descontos em itens novos, visando encorajar a população chinesa a trocar os bens de consumo, como eletrodomésticos, e estimular a economia.
Tarifas ‘toma lá, dá cá’
A reunião parlamentar chinesa acontece em um momento de tensões geopolíticas, após a imposição de tarifas definidas por Donald Trump.
Inicialmente definidas em 10%, o presidente norte-americano resolveu implementar uma tributação suplementar de mais de 10%, devido à “falta de uma proposta para conter a oferta de fentanil por parte da China aos EUA.”
De acordo com fontes, a falta de progresso foi a razão pela qual ainda não houve conversa direta entre Trump e Xi.
“Será 10% + 10%”, disse Trump sobre a tarifa para bens da China durante coletiva na Casa Branca após encontro com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, na quinta-feira passada (27).
Em retaliação, Pequim definiu tarifas adicionais de até 15% para produtos importados dos Estados Unidos, que passarão a valer no dia 10 de março. A nova tributação abrange, em grande parte, produtos agrícolas, incluindo milho e soja.
Somado a isso, o governo chinês também restringiu exportações de 15 empresas americanas e colocou 10 companhias na lista de “não confiáveis”, o que pode limitar os negócios no país asiático. A maioria delas atua nos setores de aviação, defesa e drones.
Na terça-feira (4), o porta-voz Lou Qinjan disse a repórteres que “espera trabalhar com os EUA para abordar as preocupações, com base no respeito mútuo, igualdade, reciprocidade e benefícios mútuos”.
No entanto, ele também afirmou que a China “nunca aceitará qualquer ato de pressão ou ameaça, e defenderá firmemente a soberania, segurança e interesses de desenvolvimento”.
É importante lembrar que as exportações são um “respiro” para o Gigante Asiático, em meio à dinâmica fraca da economia doméstica.
Embora tenha crescido 5% em 2024, a China viu o crescimento das vendas no varejo desacelerar de 7,1% em 2023 para 3,4% em 2024. O setor imobiliário também continuou enfraquecendo, com queda de 10,6% nos investimentos, na comparação anual.
* Com informações da CNBC.
Como a volta do Oasis aos palcos pode levar a Ticketmaster a uma disputa judicial
Poucos dias antes do retorno dos irmãos Noel e Liam Gallagher, separados desde 2009, o órgão britânico de defesa da concorrência ameaça processar a empresa que vendeu 900 mil ingressos para os shows no Reino Unido
Cidadania portuguesa: quem tem direito e como solicitar em meio a novas propostas?
Em meio a discussões que ameaçam endurecer o acesso à nacionalidade portuguesa, especialistas detalham o cenário e adiantam o que é preciso para garantir a sua
A culpa é de Trump? Powell usa o maior evento dos BCs no mundo para dizer por que não cortou os juros ainda
O evento organizado pelo BCE reuniu os chefes dos principais bancos centrais do mundo — e todos eles têm um inimigo em comum
Agência vai na contramão de Trump e afirma que Irã pode voltar a enriquecer urânio nos próximos meses; confira a resposta de Teerã
Em meio a pronunciamentos dos governos iraniano e norte-americano neste fim de semana, o presidente francês, Emmanuel Macron, cobrou retorno do Irã à mesa de negociações
G7 blinda empresas dos EUA de impostos mínimos globais após pressão de Trump
O acordo para a tributação das companhias norte-americanas foi firmado em meio a uma decisão do governo Trump no megaprojeto de gastos
Trump tem vitória no Senado com avanço de megaprojeto de gastos, e Elon Musk solta o verbo: “Completamente insano”
Apesar da vitória, a votação não foi fácil. O projeto vem sendo criticado pela oposição e também por aliados, incluindo o CEO da Tesla
Recebendo currículos, Trump diz o que o candidato precisa ter para ser escolhido presidente do Fed
O mandato do atual chefe do banco central norte-americana acaba em maio do ano que vem e o republicano já está em busca de nomes para a sucessão
Será que deu ruim? Titãs de Wall Street passam por teste de estresse; confira se algum dos grandes bancos EUA foi reprovado
A avaliação considerou uma recessão global severa, com desemprego em 10% e queda acumulada do Produto Interno Bruto (PIB) real de 7,8%
A guerra dos EUA com a China acabou? O sinal de Trump que pode colocar fim à disputa entre as duas maiores economias do mundo
Um ponto crucial para as tarifas serem suspensas teria sido acordado nesta semana, segundo fontes da Casa Branca
A guerra acabou, decreta Trump sobre Israel e Irã — mas nem ele mesmo tem certeza disso
Presidente norte-americano deu declarações conflituosas sobre o status do conflito entre os dois inimigos no Oriente Médio, que mantêm um cessar-fogo frágil
Trump dá aval para Powell subir juros, mas impõe uma condição para isso acontecer nos EUA
O presidente do banco central norte-americano participou do segundo dia de depoimentos semestrais no Congresso; já o republicano usou os holofotes da Otan para falar da política monetária norte-americana
A Europa corre perigo? Otan sobe meta de gastos para 5% em mudança histórica e Trump manda recado duro para um membro
A medida mais decisiva da aliança em mais de uma década ocorre em meio à escalada de tensões no Oriente Médio e ao conflito entre Ucrânia e Rússia — mas um país europeu ainda resiste
Trump falhou: peças centrais do programa nuclear do Irã seguem intactas, diz inteligência dos EUA
Enquanto a Casa Branca nega as informações, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, promete atacar novamente se Teerã retomar seu programa nuclear
Após cessar-fogo entre Irã e Israel, Donald Trump é indicado ao Nobel da Paz (de novo)
Mais que prestígio, a indicação ao prêmio entra no jogo político da Casa Branca — e no xadrez internacional
Israel e Irã podem mexer com a política de juros nos EUA? Powell responde
O presidente do Federal Reserve presta depoimento ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara e fala dos reflexos da instabilidade no Oriente Médio nas decisões do banco central norte-americano
Powell diz o que pensa na guerra pelo corte de juros após ser chamado de burro por Trump
O presidente do Federal Reserve presta depoimento ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara e fala o que vai acontecer com os juros, o que pensa sobre as tarifas e sobre a guerra entre Israel e Irã
A guerra não acabou: Trump anuncia cessar-fogo entre Israel e Irã — mas tem o maior dos desafios pela frente
Mais cedo, Teerã respondeu à ofensiva norte-americana contra instalações nucleares com um ataque com mísseis à Base Aérea de Al Udeid, no Catar
Brasil na guerra: governo se posiciona sobre ataque dos EUA ao Irã; veja o que diz o Itamaraty
Ministério das Relações Exteriores emite nota oficial sobre a escalada do conflito no Oriente Médio; mais cedo o ex-chanceler e agora assessor especial Celso Amorim havia se manifestado sobre os confrontos
Empresas começam a suspender atividades com escalada da guerra entre Israel e Irã
Do setor marítimo ao setor aéreo, as primeiras companhias começam a anunciar uma paralisação temporária das operações na esteira dos ataques dos EUA às instalações nucleares iranianas
Apagando fogo com gasolina: a oferta da Rússia ao Irã que pode desencadear uma guerra nuclear
Um dos homens fortes do governo de Putin questiona sucesso do ofensiva norte-americana, que atacou três instalações nucleares iranianas, afirmando que uma futura produção de armas atômicas segue sobre a mesa