Em meio a transição de modelo, China luta contra a desaceleração do crescimento do PIB no novo Ano da Serpente
Depois de décadas de forte expansão econômica, o crescimento do PIB da China vem desacelerando nos últimos anos e desafia o otimismo do governo Xi Jinping

O novo Ano da Serpente, símbolo de transformação, intuição e crescimento pessoal na cultura asiática, traz uma série de desafios para a economia da China.
Após décadas de desenvolvimento frenético, o país entra no ano de 4893, de acordo com o calendário lunar local, diante de uma realidade diferente: as projeções de crescimento de “apenas” 5% apontam para uma economia em desaceleração.
As causas para essa perda de impulso incluem uma crise imobiliária severa, com construtoras falidas ou endividadas, o envelhecimento da população e o desemprego entre jovens.
Mas, apesar das projeções pouco otimistas, o presidente da China, Xi Jinping, esbanja confiança.
Em recente discurso à nação para celebrar a chegada do Ano Novo da Serpente, o mandatário chinês convocou a população a “permanecer confiante e esperançosa”.
“No Ano do Dragão, demonstramos vitalidade e um espírito de iniciativa. Suportamos tempestades e vimos o arco-íris”, afirmou, destacando progressos em inovação tecnológica e industrial.
Leia Também
“A Serpente simboliza sabedoria e vitalidade. Em 2025, a China aprofundará ainda mais as reformas em todos os níveis, neutralizará riscos em áreas-chave e choques externos e promoverá uma recuperação econômica sustentada”, prometeu Xi Jinping.
Sem crise
A palavra crise parece não estar no dicionário oficial chinês.
Na imprensa local, controlada pelo governo, todas as notícias são positivas ou otimistas.
Nas páginas da CCTV, principal veículo de comunicação chinês, as manchetes abordam a cobertura do Ano Novo Chinês e os Jogos Asiáticos de Inverno na cidade de Harbin, no nordeste da China.
Outras manchetes exaltam bons números da economia chinesa, como o recorde de US$ 1 trilhão alcançado pelo comércio anual de serviços na China em 2024, ou o aumento de 7% no gasto dos turistas domésticos no feriado de ano novo em relação ao ano anterior.
A economia chinesa em desaceleração também não transparece nas ruas de Shenzhen, terceira maior cidade do país, com quase 18 milhões de habitantes e um PIB duas vezes maior que o da cidade de São Paulo.
Shenzhen foi a primeira Zona Econômica Especial chinesa e, a partir da década de 1980, se transformou de um vilarejo de pescadores em uma metrópole conhecida como o "Vale do Silício da China”.
Importante hub tecnológico, a cidade abriga empresas como Huawei, Tencent, DJI e BYD.
Shenzhen esbanja arquitetura e infraestrutura modernista, com arranha-céus iluminados, metrôs novos em folha, incontáveis centros comerciais e uma grande frota de veículos elétricos.
Em Shenzhen, não há moradores de rua, os índices de criminalidade são baixíssimos e os preços dos produtos se mantêm estáveis.
A desaceleração econômica, no entanto, se revela no dia a dia.
A comerciante Min Chang, dona de um espaço em um mercado de chás no distrito de Nanshan, em Shenzhen, conta que as vendas estão estagnadas.
“Por sorte trabalho com um produto que é consumido todos os dias e tem uma procura regular. Mas é claro que gostaria de vender mais”, afirma.
Innovate in China
Christopher S. Tang, professor da UCLA Anderson School of Management, resume bem os desafios atuais da economia chinesa.
“À medida que o cenário econômico evolui e as tensões geopolíticas entre a China e o Ocidente se intensificam, é imperativo para Pequim fazer a transição de um modelo ‘Made in China’ para uma estratégia ‘Innovate in China’", afirma ele.
“Isso não é apenas crucial para sustentar o crescimento econômico, mas também para mitigar os riscos associados à dependência excessiva nas exportações”, defende Tang, se referindo ao plano estratégico “Made in China 2025”, lançado pelo governo chinês em 2015.
“Essa mudança estratégica é mais sustentável a longo prazo. Ao focar em inovação, a China pode desenvolver e produzir produtos de alto valor, aumentar sua competitividade e garantir crescimento a longo prazo.”
*Felipe Seffrin reporta da China.
As novas tarifas de Trump: entenda os anúncios de hoje com 14 países na mira e sobretaxas de até 40%
Documentos detalham alíquotas específicas, justificativas econômicas e até margem para negociações bilaterais
Trump dispara, mercados balançam: presidente anuncia tarifas de 25% ao Japão e à Coreia do Sul
Anúncio por rede social, ameaças a parceiros estratégicos e críticas do Brics esquentam os ânimos às vésperas de uma virada no comércio global
Venda do TikTok nos EUA volta ao radar, com direito a versão exclusiva para norte-americanos, diz agência
Trump já prorrogou três vezes o prazo para que a chinesa ByteDance venda as operações da plataforma de vídeos curtos no país
EUA têm medo dos Brics? A ameaça de Trump a quem se aliar ao bloco
Neste fim de semana, o Rio de Janeiro foi sede da cúpula dos Brics, que mandou um recado para o presidente norte-americano
Trump vai enviar carta para 12 países com proposta de ‘pegar ou largar’ as tarifas impostas, mas presidente não revela se o Brasil está na lista
Tarifas foram suspensas até o dia 9 de julho para dar mais tempo às negociações e acordos
Nem republicano, nem democrata: Elon Musk anuncia a criação de um partido próprio nos Estados Unidos
O anúncio foi feito via X (ex-Twitter); na ocasião, o bilionário também aproveitou para fazer uma crítica para os dois partidos que dominam o cenário político dos EUA
Opep+ contraria o mercado e anuncia aumento significativo da produção de petróleo para agosto
Analistas esperavam que o volume de produção da commodity continuasse na casa dos 411 mil bdp (barris por dia)
Onde investir no 2º semestre: Com Trump no poder e dólar na berlinda, especialistas apontam onde investir no exterior, com opções nos EUA e na Europa
O painel sobre onde investir no exterior contou com as participações de Andressa Durão, economista do ASA, Matheus Spiess, estrategista da Empiricus Research, e Bruno Yamashita, analista da Avenue
Trump assina controversa lei de impostos e cortes de gastos: “estamos entrando na era de ouro”
O Escritório de Orçamento do Congresso estima que o projeto de lei pode adicionar US$ 3,3 trilhões aos déficits federais nos próximos 10 anos
Como a volta do Oasis aos palcos pode levar a Ticketmaster a uma disputa judicial
Poucos dias antes do retorno dos irmãos Noel e Liam Gallagher, separados desde 2009, o órgão britânico de defesa da concorrência ameaça processar a empresa que vendeu 900 mil ingressos para os shows no Reino Unido
Cidadania portuguesa: quem tem direito e como solicitar em meio a novas propostas?
Em meio a discussões que ameaçam endurecer o acesso à nacionalidade portuguesa, especialistas detalham o cenário e adiantam o que é preciso para garantir a sua
A culpa é de Trump? Powell usa o maior evento dos BCs no mundo para dizer por que não cortou os juros ainda
O evento organizado pelo BCE reuniu os chefes dos principais bancos centrais do mundo — e todos eles têm um inimigo em comum
Agência vai na contramão de Trump e afirma que Irã pode voltar a enriquecer urânio nos próximos meses; confira a resposta de Teerã
Em meio a pronunciamentos dos governos iraniano e norte-americano neste fim de semana, o presidente francês, Emmanuel Macron, cobrou retorno do Irã à mesa de negociações
G7 blinda empresas dos EUA de impostos mínimos globais após pressão de Trump
O acordo para a tributação das companhias norte-americanas foi firmado em meio a uma decisão do governo Trump no megaprojeto de gastos
Trump tem vitória no Senado com avanço de megaprojeto de gastos, e Elon Musk solta o verbo: “Completamente insano”
Apesar da vitória, a votação não foi fácil. O projeto vem sendo criticado pela oposição e também por aliados, incluindo o CEO da Tesla
Recebendo currículos, Trump diz o que o candidato precisa ter para ser escolhido presidente do Fed
O mandato do atual chefe do banco central norte-americana acaba em maio do ano que vem e o republicano já está em busca de nomes para a sucessão
Será que deu ruim? Titãs de Wall Street passam por teste de estresse; confira se algum dos grandes bancos EUA foi reprovado
A avaliação considerou uma recessão global severa, com desemprego em 10% e queda acumulada do Produto Interno Bruto (PIB) real de 7,8%
A guerra dos EUA com a China acabou? O sinal de Trump que pode colocar fim à disputa entre as duas maiores economias do mundo
Um ponto crucial para as tarifas serem suspensas teria sido acordado nesta semana, segundo fontes da Casa Branca
A guerra acabou, decreta Trump sobre Israel e Irã — mas nem ele mesmo tem certeza disso
Presidente norte-americano deu declarações conflituosas sobre o status do conflito entre os dois inimigos no Oriente Médio, que mantêm um cessar-fogo frágil
Trump dá aval para Powell subir juros, mas impõe uma condição para isso acontecer nos EUA
O presidente do banco central norte-americano participou do segundo dia de depoimentos semestrais no Congresso; já o republicano usou os holofotes da Otan para falar da política monetária norte-americana