WEG (WEGE3) lidera quedas do Ibovespa após divulgar balanço; o que desagradou os investidores?
A companhia vinha chamando a atenção dos mercados, mas resultados do segundo trimestre fazem a “fábrica de bilionários” perder o brilho
A temporada de balanços das empresas nacionais enfim começou, e quem passa pelos holofotes nesta quarta-feira (23) é uma antiga queridinha dos investidores: a WEG (WEGE3).
A companhia vinha chamando a atenção dos mercados, mas passou a perder o brilho aos olhos dos analistas neste ano, em meio a alertas de resultados não tão agradáveis no segundo trimestre de 2025.
Nesta manhã, a WEG provou que as expectativas dos investidores estão bem calibradas. A empresa divulgou resultados fracos, segundo a avaliação da Ativa Research.
E os investidores parece que também não gostaram dos números da companhia. Após a publicação do balanço, as ações WEGE3 abriram o pregão em forte queda, liderando a ponta negativa do Ibovespa.
Por volta das 10h40, os papéis caíam 4,77%, a R$ R$ 39,35. Já o principal índice da B3 apresentava queda de 0,08%, aos 133.925,19 pontos.
- LEIA TAMBÉM: Onde investir nesta temporada de balanços? O Seu Dinheiro quer disponibilizar para você recomendações sobre quais empresas investir de forma prática e gratuita.
Os números da WEG no detalhe
De acordo com balanço publicado nesta manhã, a WEG registrou lucro líquido de R$ 1,59 bilhão no segundo trimestre, o que representa um avanço de 3% na comparação trimestral. Já em relação ao mesmo período de 2024, a alta é de 10,4%.
Leia Também
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que mensura o potencial de geração de caixa operacional, chegou a R$ 2,26 bilhões, uma alta de 4% em relação ao trimestre anterior e de 6,5% na comparação anual.
A WEG também registrou margem Ebitda de 22,1%, o que representa uma alta de 0,5 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre. Na comparação com o mesmo período de 2024, apresentou queda de 0,8 ponto percentual.
Vale lembrar que o BTG Pactual já havia alertado os investidores que a companhia teria melhora leve nas margens, mas que o crescimento poderia decepcionar o mercado. Confira aqui as previsões do banco.
Já na visão da Ativa Research, o resultado ficou levemente aquém das expectativas. Segundo projeções da corretora, era esperada uma margem Ebitda de 22,4%.
- LEIA TAMBÉM: Analistas da Empiricus Research estão disponibilizando gratuitamente uma carteira para buscar gerar renda passiva com investimentos; acesse já
O que diz a WEG?
Segundo a WEG, o crescimento fraco da receita no Brasil ocorreu por conta da “redução importante na receita do negócio de geração eólica, associada ao cenário de investimento industrial mais lento, com menor demanda por projetos de ciclo longo”.
Além disso, a empresa indicou que a redução do crescimento de alguns produtos de ciclo curto — como motores comerciais e appliance, redutores e produtos seriados de automação — também prejudicaram o desempenho no país.
Porém, a companhia destacou como pontos positivos o volume de negócios de geração solar e a continuidade das entregas dos projetos de Transmissão e Distribuição (T&D).
Já no cenário internacional, a WEG afirmou que houve evolução nas vendas de equipamentos de ciclo curto nas principais regiões de atuação, além de ter apresentado um bom desempenho de motores comerciais e appliance.
A companhia ainda indicou que os negócios de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (GTD) apresentaram crescimento devido ao volume de entregas na América do Norte, onde segue com a estratégia de aumento da capacidade produtiva, “permitindo aproveitar as oportunidades com os investimentos em infraestrutura de energia”, afirmou a WEG em relatório.
“Continuamos atentos aos riscos e incertezas do mercado, acreditando que nossa visão de longo prazo, flexibilidade financeira e constante busca de eficiência operacional são fundamentais para o crescimento contínuo e sustentável da companhia”, disse a empresa.
O balanço na avaliação da Ativa Research
Na visão da Ativa Research, os resultados da empresa foram pressionados pela acomodação da demanda e incertezas geopolíticas.
Os analistas também indicaram a fraca demanda no Brasil e a desaceleração nos negócios internacionais como fatores que trouxeram impactos para o balanço do segundo trimestre.
“No Brasil, não enxergamos destaques nas operações da WEG, que apresentou queda nos projetos de longo prazo e uma base de comparação mais forte em GTD, devido aos projetos de geração eólica que a empresa suspendeu atualmente”, afirmaram em documento.
Já no mercado externo, a Ativa Research avalia que o crescimento ficou abaixo do esperado, “principalmente pela acomodação da demanda por ciclo longo, devido ao cenário geopolítico incerto”.
Os analistas indicaram ainda que a margem Ebitda da empresa foi pressionada pela integração dos negócios de Marathon, Cemp e Rotor, além de maiores custos com frete.
A visão do BTG e do Itaú BBA
Segundo relatório divulgado pelo BTG, não foi apenas o crescimento lento que chamou a atenção dos analistas.
O banco destacou ainda que, apesar de a WEG ter mantido um ROIC (retorno sobre o capital investido, na sigla em inglês) estável, o resultado foi pressionado por um capex (investimentos) mais alto, de R$ 583 milhões.
De acordo com o balanço, a companhia registrou investimentos de R$ 392 milhões no mesmo período de 2024 e R$ 621 milhões no primeiro trimestre deste ano.
Ainda assim, os analistas também indicaram que o capex acumulado no ano está em R$ 1,2 bilhão, abaixo da meta de R$ 2,6 bilhões estabelecida no início do ano, antes das incertezas causadas pela guerra tarifária de Donald Trump.
“O crescimento mais lento da receita líquida ofusca a margem ligeiramente melhor neste trimestre. Também não temos informações adicionais sobre os impactos das tarifas de importação dos EUA, que já começaram em 10% em abril”, afirmou o banco.
O BTG aguarda ainda a teleconferência de resultados, que está marcada para amanhã.
Já o Itaú BBA segue confiante e projeta que a WEG terá um desempenho acima dos pares no mercado neste ano, o que equivale à recomendação de compra.
Apesar de os analistas da casa também indicarem que o balanço da companhia veio abaixo das expectativas, eles creem que a reação negativa dos investidores pode criar uma oportunidade de investimento.
O Itaú BBA destaca que já havia antecipado que a WEG teria um trimestre mais fraco e, mesmo assim, os números decepcionaram.
Segundo o relatório, o resultado inesperado foi causado por um pior desempenho da GTD doméstica, pressionado pela redução de projetos solares em comparação com o primeiro trimestre.
Assim, os analistas indicam que o balanço do segundo trimestre deste ano justifica uma redução nas projeções para 2025 e 2026.
Porém, a queda de 5% no preço das ações vista nesta quarta-feira (23) reduz o preço sobre lucro (P/L) de 2026 da empresa para aproximadamente 23 vezes.
“Mesmo considerando um corte de 6% no lucro líquido projetado para 2026, de R$ 7,2 bilhões, esse nível representa um ponto de entrada atraente para investidores de longo prazo”, diz o banco, em relatório.
*Com informações do Money Times.
BRK Ambiental: quem é a empresa que pode quebrar jejum de IPO após 4 anos sem ofertas de ações na bolsa brasileira
A BRK Ambiental entrou um pedido na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para realizar um IPO; o que esperar agora?
Os bastidores da nova fase da Riachuelo (GUAR3), segundo o CEO. Vale comprar as ações agora?
Em entrevista ao Money Times, André Farber apresenta os novos projetos de expansão da varejista, que inaugura loja-conceito em São Paulo
O rombo de R$ 4,3 bilhões que quase derrubou o império de Silvio Santos; entenda o caso
Do SBT à Tele Sena, o empresário construiu um dos maiores conglomerados do país, mas quase perdeu tudo no escândalo do Banco Panamericano
Citi corta recomendação para Auren (AURE3) e projeta alta nos preços de energia
Banco projeta maior volatilidade no setor elétrico e destaca dividendos como diferencial competitivo
De sucos naturais a patrocínio ao campeão da Fórmula 1: quem colocou R$ 10 mil na ação desta empresa hoje é milionário
A história da Monster Beverage, a empresa que começou vendendo sucos e se tornou uma potência mundial de energéticos, multiplicando fortunas pelo caminho
Oi (OIBR3) ganha mais fôlego para pagamentos, mas continua sob controle da Justiça, diz nova decisão
Esse é mais um capítulo envolvendo a Justiça, os grandes bancos credores e a empresa, que já está em sua segunda recuperação judicial
Larry Ellison, cofundador da Oracle, perdeu R$ 167 bilhões em um só dia: veja o que isso significa para as ações de empresas ligadas à IA
A perda vem da queda do valor da empresa de tecnologia que oferece softwares e infraestrutura de nuvem e da qual Ellison é o maior acionista
Opportunity acusa Ambipar (AMBP3) de drenar recursos nos EUA com recuperação judicial — e a gestora não está sozinha
A gestora de recursos a acusa a Ambipar de continuar retirando recursos de uma subsidiária nos EUA mesmo após o início da RJ
Vivara (VIVA3) inicia novo ciclo de expansão com troca de CEO e diretor de operações; veja quem assume o comando
De olho no plano sucessório para acelerar o crescmento, a rede de joalherias anunciou a substituição de sua dupla de comando; confira as mudanças
Neoenergia (NEOE3), Copasa (CSMG3), Bmg (BMGB4) e Hypera (HYPE3) pagam juntas quase R$ 1,7 bilhão em dividendos e JCP
Neoenergia distribui R$ 1,084 bilhões, Copasa soma R$ 338 milhões, Bmg paga R$ 87,7 milhões em proventos e Hypera libera R$ 185 milhões; confira os prazos
A fome pela Petrobras (PETR4) acabou? Pré-sal é o diferencial, mas dividendos menores reduzem apetite, segundo o Itaú BBA
Segundo o banco, a expectativa de que o petróleo possa cair abaixo de US$ 60 por barril no curto prazo, somada à menor flexibilidade da estatal para cortar capex, aumentou preocupações sobre avanço da dívida bruta
Elon Musk trilionário? IPO da SpaceX pode dobrar o patrimônio do dono da Tesla
Com avaliação de US$ 1,5 trilhão, IPO da SpaceX, de Elon Musk, pode marcar a maior estreia da história
Inter mira voo mais alto nos EUA e pede aval do Fed para ampliar operações; entenda a estratégia
O Banco Inter pediu ao Fed autorização para ampliar operações nos EUA. Entenda o que o pedido representa
As 8 ações brasileiras para ficar de olho em 2026, segundo o JP Morgan — e 3 que ficaram para escanteio
O banco entende como positivo o corte na taxa de juros por aqui já no primeiro trimestre de 2026, o que historicamente tende a impulsionar as ações brasileiras
Falta de luz causa prejuízo de R$ 1,54 bilhão às empresas de comércio e serviços em São Paulo; veja o que fazer caso tenha sido lesado
O cálculo da FecomercioSP leva em conta a queda do faturamento na quarta (10) e quinta (11)
Nubank busca licença bancária, mas sem “virar banco” — e ainda pode seguir com imposto menor; entenda o que está em jogo
A corrida do Nubank por uma licença bancária expõe a disputa regulatória e tributária que divide fintechs e bancões
Petrobras (PETR4) detalha pagamento de R$ 12,16 bilhões em dividendos e JCP e empolga acionistas
De acordo com a estatal, a distribuição será feita em fevereiro e março do ano que vem, com correção pela Selic
Quem é o brasileiro que será CEO global da Coca-Cola a partir de 2026
Henrique Braun ocupou cargos supervisionando a cadeia de suprimentos da Coca-Cola, desenvolvimento de novos negócios, marketing, inovação, gestão geral e operações de engarrafamento
Suzano (SUZB3) vai depositar mais de R$ 1 bilhão em dividendos, anuncia injeção de capital bilionária e projeções para 2027
Além dos proventos, a Suzano aprovou aumento de capital e revisou estimativas para os próximos anos. Confira
Quase R$ 3 bilhões em dividendos: Copel (CPLE5), Direcional (DIRR3), Minerva (BEEF3) e mais; confira quem paga e os prazos
A maior fatia dessa distribuição é da elétrica, que vai pagar R$ 1,35 bilhão em proventos aos acionistas