Petz (PETZ3) e Cobasi defendem fusão perante o Cade e alegam perda de espaço para marketplaces
CEOs das duas empresas participaram de audiência pública e defenderam que fusão representam apenas cerca de 10% de participação de mercado

Petz (PETZ3) e Cobasi defenderam, no fim da tarde de sexta-feira (17) a combinação das duas empresas perante o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Os representantes das duas varejistas foram os últimos a falar em audiência pública destinada a discutir os aspectos concorrenciais relacionados aos mercados de pet, que contou com a participação majoritária de ONGs e entidades a favor e contra a operação.
O cofundador e CEO da Cobasi, Paulo Nassar, e o CEO da Petz, Sérgio Zimerman, focaram na perda de espaço das suas companhias em função do avanço dos marketplaces.
Nassar defendeu que a fusão com a Petz representa apenas cerca de 10% de participação no mercado. "É um argumento absolutamente falacioso falar em formação de monopólio. Também não há sentido algum em afirmar que haverá concentração de mercado. O varejo pet é altamente pulverizado e fragmentado."
- VEJA TAMBÉM: BOLSA em alta: OPORTUNIDADE ou voo de galinha? O que você PRECISA saber - assista o novo episódio do Touros e Ursos no Youtube
Ele disse que a fusão visa a reduzir custos de produção e, assim, reduzir custos ao consumidor. "A operação estimula a competição, favorecendo o consumidor e contribuindo para a eficiência do setor", defendeu.
Segundo Nassar, além da concorrência principal com marketplaces especializados (como Amazon, Shopee, Mercado Livre, Magalu e Petlove) e e-commerces, Petz e Cobasi competem ainda com pet shops de bairro, agrolojas, supermercados e atacarejos. Por isso, ele disse que um dos objetivos principais da fusão é aumentar a capilaridade física e digital. "O canal online se tornou um dos principais vetores de pressão concorrencial", explicou.
Por seu turno, pela Petz, Sérgio Zimerman sustentou que a fusão visa a combater a perda de relevância recente e informou que a rentabilidade da empresa foi erodida em função da alta competitividade do setor — no ano de 2021 a empresa chegou a valer R$ 12 bilhões e hoje vale R$ 1,7 bilhão, segundo ele. Zimerman ainda resgatou fala em que o CEO da Petlove ponderou que a fusão das concorrentes não era problema.
Leia Também
Zimerman disse que as plataformas de marketplace concorrem entre si em crescimento. "E concorrem cada vez de uma forma mais forte. Então um abaixa o valor mínimo do frete, a outra baixa de zero o valor para dar frete de graça. E todo esse efeito de concorrência ativa todos os segmentos de varejo, e o segmento pet não é exceção a isso", pontuou.
Rebatendo acusações sobre eventuais riscos de abandono de pets, o CEO da Petz disse que a proteção animal "está no DNA" das duas empresas.
- SAIBA MAIS: Investir com inteligência começa com boa informação: Veja as recomendações do BTG Pactual liberadas gratuitamente pelo Seu Dinheiro
Petlove diz que barreiras de entrada ao mercado pet são elevadas
A terceira interessada, Petlove, sustentou que as duas empresas são hoje competidoras diretas, tanto no mercado físico quanto no online. "São as principais rivais uma da outra. Ninguém se aproxima em escala, ninguém se aproxima em estratégia, ninguém se aproxima em marca, nenhum player tem isso", argumentou o advogado Carlos Emmanuel Joppert Ragazzo.
De acordo com Ragazzo, que já foi superintendente e conselheiro do Cade, as barreiras à entrada nesse mercado já são elevadas e tendem a se agravar, e a "nova gigante" atuará de forma integrada na venda de produtos e serviços para pets, com uma oferta omnichannel que une lojas físicas e canais digitais, o que amplia ainda mais as barreiras para a entrada de novos players e reduz a competição no setor.
"Além disso, a força das marcas, os programas de fidelização e o poder de compra junto a fornecedores consolidam o controle das empresas sobre canais e clientes, tornando o mercado altamente não contestável", completou o advogado.
VEJA TAMBÉM: Bolsa em alta é oportunidade ou voo de galinha? Uma entrevista com André Lion, gestor da Ibiuna
Risco de impacto social
O representante do Instituto de Pesquisas e Estudos da Sociedade e Consumo, Vitor Morais de Andrade, alertou que há risco de impacto social, com o aumento do abandono de animais, pois as famílias poderão perder a capacidade financeira de bancá-los.
"A fusão elimina a única rivalidade existente e cria uma barreira de difícil transposição para a entrada de novos concorrentes. Sem concorrência, o aumento de preço não é provável, é inevitável", afirmou.
Por outro lado, alguns protetores, ONGs e entidades ligados à causa animal se manifestaram a favor da combinação das duas empresas, citando projetos e parcerias com Petz e Cobasi. O relator pediu que se atentassem aos aspectos concorrenciais da operação.
A vice-presidente da Associação e Projeto Social Moradores de Rua e Seus Cães (MRSC), Heleana Konieczna, defendeu que a fusão não gera ameaça de monopólio, nem prejuízo à causa e ao bem-estar animal. "Pelo contrário, feita com responsabilidade, vai aumentar os benefícios e a abrangência para atender todos animais."
- LEIA TAMBÉM: Quer se antenar sobre tendências, turismo e estilo de vida? Receba gratuitamente as newsletters do Lifestyle do Seu Dinheiro; cadastre-se aqui
Da parte do governo, a diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais do Ministério do Meio Ambiente, Vanessa Negrini, adotou uma posição mais intermediária. Após defender uma reavaliação da operação — aprovada sem restrições pela área técnica do Cade —, ela sugeriu, caso a fusão seja aprovada, a adoção de mecanismos de monitoramento de preços, com preservação da diversidade de fornecedores e garantia de acessibilidade para as famílias de baixa renda.
Cade pediu estudo sobre fusão entre Petz e Cobasi
A fusão entre Petz e Cobasi, que criaria uma gigante com faturamento de R$ 7 bilhões, foi aprovada pela Superintendência-Geral do Cade em junho, quando a concorrente Petlove entrou com recurso para participar como terceira interessada.
Em setembro, o órgão solicitou um estudo econômico sobre a estrutura do mercado pet, com informações adicionais.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Exclusiva: Elo lança nova proposta de cartões com foco nos empreendedores e MEI. Confira a proposta para os clientes PJ
O portfólio repaginado conta com três categorias de cartões: Elo Empresarial, Elo Empresarial Mais e Elo Empresarial Grafite. Veja em qual você se encaixa.
Vítimas de metanol: o alerta que o caso Backer traz
Cinco anos após o escândalo da cervejaria em Belo Horizonte, vítimas seguem sem indenização
Com novas regras de frete grátis, Amazon (AMZO34) intensifica disputa contra o Mercado Livre (MELI34)
Segundo o Itaú BBA, a Amazon reduziu o valor mínimo para frete grátis de R$ 79 para R$ 19 desde 15 de agosto
Entenda o colapso da Ambipar (AMBP3): como a gigante ESG virou um alerta para investidores
Empresa que já valeu mais que Embraer e Gerdau na bolsa de valores hoje enfrenta risco de recuperação judicial após queda de mais de 90% nas ações
Gol limita bagagem de mão em passagens básicas; Procon pede explicações e Motta acelera projeto de gratuidade
Empresas aéreas teriam oferecido tarifas com restrições à bagagem de mão, com custo pelo despacho. Motta e Procon reagem
Em busca de mais informações sobre a fraude, CVM assina novo acordo de supervisão no âmbito das investigações de Americanas (AMER3)
Contrato pode evitar ações punitivas ou reduzir penas em até 60% se a companhia colaborar com a investigação
Quem é a empresa que quer ganhar dinheiro licenciando produtos do metrô de São Paulo
A 4Takes, responsável por marcas como Porsche e Mercedes-Benz, agora entra nos trilhos do Metrô de São Paulo, com direito a loja oficial e pop-up nas estações
Dona da Gol (GOLL54), Abra mira IPO nos EUA em meio à reorganização da aérea no Brasil
Controladora da companhia aérea pretende abrir capital no exterior enquanto a Gol avalia fechar o capital local e sair do nível 2 de governança da B3
Do “Joesley Day” à compra da Eletronuclear: como os irmãos Batista se reergueram de escândalo e ampliaram seu império
Após o escândalo do “Joesley Day”, os irmãos Batista voltam aos holofotes com a compra da Eletronuclear e ampliam o alcance da J&F no setor de energia nuclear
Moody’s Analytics já estava prevendo a crise na Ambipar (AMBP3) desde 2024… foi só o mercado que não viu
De acordo com o diretor Tadeu Marcon Teles, o modelo da companhia já indicava “mudanças notáveis no perfil de risco” da Ambipar desde dezembro
O gatilho ‘esquecido’ que pode impulsionar as ações da Usiminas (USIM5) em até mais de 60%, segundo o UBS BB
Segundo o UBS BB, o mercado ignora um possível gatilho para a Usiminas (USIM5): a aprovação de medidas antidumping contra o aço chinês, que pode elevar as margens da companhia e impulsionar as ações em mais de 60%
Weg (WEGE3) fortalece presença no setor elétrico com compra 54% da Tupi Mob, de gestão de redes de recarga de veículos, por R$ 38 milhões
Weg (WEGE3) compra 54% da Tupi Mob, dona de plataforma que conecta motoristas a redes de recarga de veículos elétricos, para fortalecer sua presença no setor de mobilidade elétrica
Mais um fundo deixa a PDG Realty (PDGR3): incorporadora anuncia que FIDC Itamaracá vendeu toda sua participação na empresa
FDIC Itamaracá vendeu todas as ações que detinha na PDG Realty, cerca de 35,1% do capital social; fundo VKR já havia vendido sua participação
Vulcabras (VULC3): CFO expõe estratégia que fez a dona da Olympikus e da Mizuno cair nas graças de analistas e gestores
O Seu Dinheiro conversou com o CFO da empresa, Wagner Dantas, sobre a estratégia que tem impulsionado os resultados da companhia e quais são os desafios pela frente
De quem é o restaurante Jamile, com cardápio assinado pelo chef Henrique Fogaça e palco de tragédia em SP
O restaurante Jamile, cujo cardápio é assinado pelo chef Henrique Fogaça, esteve no centro de uma investigação após a morte de uma funcionária
RD Saúde (RADL3) já se valorizou, mas pode subir ainda mais: JP Morgan projeta salto de mais de 44%
RD Saúde, antiga Raia Drogasil: Para o JP Morgan, empresa de redes de farmácia se destaca no setor de varejo brasileiro mais amplo, dado o desempenho das ações (RADL3)
99 fora do ar? Usuários do aplicativo de caronas reclamam de instabilidade
Usuários do 99 relatam dificuldades para utilizar aplicativo de caronas e banco
Céu de brigadeiro: Embraer (EMBR3) conquistou Itaú BBA e BTG Pactual com novos pedidos bilionários
Terceira maior fabricante de aviões do mundo, Embraer conquistou Itaú BBA e o BTG Pactual, que reiteraram a recomendação de compra para as ações (EMBR3; NYSE: ERJ)
Cyrela (CYRE3) tem vendas aceleradas mesmo em momento de juros altos; veja por que ações podem subir até 35%, segundo o BB Investimentos
A incorporadora, cujas ações estão em alta no ano, mais que dobrou o volume de lançamentos, o que fez o BB Investimentos elevar o preço-alvo para os papéis
Ação ficou barata? Por que Hapvida (HAPV3) vai recomprar até 20 milhões de ações na bolsa
O conselho de administração da Hapvida aprovou a criação de um programa para aquisição de até 20 milhões de ações HAPV3