O Bradesco (BBDC4) vai atravessar a correnteza? Para o BTG, recuperação será um processo demorado. Saiba se vale a pena comprar a ação agora
Em meio ao aumento da Selic, os analistas esperam um posicionamento ainda mais cauteloso do Bradesco, com a desaceleração do crescimento dos empréstimos em 2025
Não é novidade que o Bradesco (BBDC4) vem lidando com uma série de desafios nos últimos anos — e, dada a deterioração do cenário macroeconômico, o banco ainda navega sobre águas revoltas. Para o BTG Pactual, essa “maré de azar” ainda deve levar tempo para passar, principalmente quando o assunto é a rentabilidade.
Em um novo relatório nesta segunda-feira (20), os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel, Bruno Henriques e Thiago Paura ponderam que o Bradesco vem tomando ações decisivas, com mudanças de liderança e a mensagem de que precisava mudar.
Contudo, mudar o curso de um navio tão grande em meio a um ambiente em que o negócio de varejo bancário do Brasil passou por grandes transformações seria uma tarefa gigantesca, na visão do BTG.
Não à toa, o atual CEO do Bradesco, Marcelo Noronha, vem sinalizando ao mercado que este será um processo longo — uma questão de vários anos, “passo a passo”.
“No entanto, é o que é, e acreditamos que o Bradesco fará o que precisa ser feito”, afirma o BTG.
Por conta disso, os analistas esperam um posicionamento ainda mais cauteloso do banco, com a desaceleração do crescimento dos empréstimos em 2025.
Leia Também
Isso porque a combinação de inflação elevada, economia em desaceleração e maior risco de inadimplência torna o ambiente menos favorável para a expansão acelerada do crédito.
Após a recuperação de uma fatia do mercado no ano passado, a estimativa é de que o crescimento dos empréstimos no Bradesco fique entre 6% e 7%, contra cerca de 10% em 2024.
Com Selic alta, resultados devem continuar sob pressão
Com uma taxa Selic maior, crescimento mais lento do portfólio e menos ativos de risco, o BTG acredita que a receita também deve ser mais fraca do que o previsto em 2025.
O resultado do mercado — NII de tesouraria, a margem financeira líquida gerada pelas operações de tesouraria de um banco — projetado para este ano foi revisado de R$ 8 bilhões para apenas R$ 500 milhões, de acordo com os analistas do BTG.
Já as provisões para perdas com crédito devem permanecer praticamente inalteradas, em R$ 35 bilhões, também refletindo uma abordagem mais conservadora do banco.
O que esperar dos resultados do Bradesco no 4T24?
Para o quarto trimestre de 2024, o BTG projeta que o Bradesco registre um lucro líquido de R$ 5,4 bilhões, 2% acima das estimativas anteriores do banco e uma alta de 27% ano a ano.
A estimativa foi feita com base nos dados de outubro repassados ao Banco Central (BC). Na ocasião, os dados apontavam para um lucro líquido de R$ 1,8 bilhão.
O BTG espera que os resultados do 4º trimestre de 2024 reflitam uma melhora gradual na lucratividade do banco, com lucros provavelmente próximos às estimativas de consenso.
No entanto, o BTG ainda espera uma desaceleração no crescimento da carteira de empréstimos do Bradesco devido ao ambiente mais cauteloso, juntamente com mais despesas operacionais, impulsionadas por ajustes salariais e investimentos contínuos.
O ano de 2025 para o Bradesco, segundo o BTG
Além disso, a projeção de lucro líquido do Bradesco para 2025 foi reduzida para R$ 22 bilhões, com alta de 13% ano a ano e retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de 12,9%. Para 2026, o lucro deve subir para R$ 24,5 bilhões, com alta de 11%, e ROE de 13,4%.
Segundo o BTG, o segmento de seguros do Bradesco deve crescer de forma sólida este ano, impulsionado por melhores resultados financeiros, apesar da concorrência.
Embora a redução no número de agências tradicionais, as despesas operacionais (opex) da instituição financeira devem continuar elevadas e aumentar significativamente em 2025.
O Bradesco reconhece o desafio no crescimento da receita, mas também vê a necessidade de investir em sua transformação digital. Para isso, o banco planeja investir na contratação de 3 mil funcionários de TI, dos quais 1 mil já foram contratados pelo banco.
“Apesar do valuation baixo, a combinação de ROE menor, geração de capital mais fraca e um custo de capital do acionista maior nos leva a acreditar que é improvável que a ação tenha um bom desempenho nos próximos doze meses”, dizem os analistas.
Por esse motivo, o BTG reiterou recomendação neutra para as ações BBDC4, com preço-alvo de R$ 14 — uma alta de cerca de 20% sobre o fechamento de hoje.
Os bastidores da crise na Ambipar (AMBP3): companhia confirma demissão de 35 diretores após detectar “falhas graves”
Reestruturação da Ambipar inclui cortes na diretoria e revisão dos controles internos. Veja o que muda até 2026
As ligações (e os ruídos) entre o Banco Master e as empresas brasileiras: o que é fato, o que é boato e quem realmente corre risco
A liquidação do Banco Master levantou dúvidas sobre possíveis impactos no mercado corporativo. Veja o que é confirmado, o que é especulação e qual o risco real para cada companhia
Ultrapar (UGPA3) e Smart Fit (SMFT3) pagam juntas mais de R$ 1,5 bilhão em dividendos; confira as condições
A maior fatia desse bolo fica com a Ultrapar; a Smartfit, por sua vez, também anunciou a aprovação de aumento de capital
RD Saúde (RADL3) anuncia R$ 275 milhões em proventos, mas ações caem na bolsa
A empresa ainda informou que submeterá uma proposta de aumento de capital de R$ 750 milhões
Muito além do Itaú (ITUB4): qual o plano da Itaúsa (ITSA4) para aumentar o pagamento de dividendos no futuro, segundo a CFO?
Uma das maiores pagadoras de dividendos da B3 sinaliza que um novo motor de remuneração está surgindo
Petrobras (PETR4) amplia participação na Jazida Compartilhada de Tupi, que detém com Shell e a portuguesa Petrogal
Os valores a serem recebidos pela estatal serão contabilizados nas demonstrações financeiras do quarto trimestre de 2025
Americanas (AMER3) anuncia troca de diretor financeiro (CFO) quase três anos após crise e traz ex-Carrefour e Dia; veja quem assume
Sebastien Durchon, novo diretor financeiro e de Relações com Investidores da Americanas, passou pelo Carrefour, onde conduziu o IPO da varejista no Brasil e liderou a integração do Grupo Big, e pelo Dia, onde realizou um plano de reestruturação
Essa empresa aérea quer que você pague mais de R$ 100 para usar o banheiro do avião
Latam cria regras para uso do banheiro dianteiro – a princípio, apenas passageiros das 3 primeiras fileiras terão acesso ao toalete
Ambipar (AMBP3): STJ suspende exigência de depósito milionário do Deutsche Bank
Corte superior aceitou substituir a transferência dos R$ 168 milhões por uma carta de fiança e congelou a ordem do TJ-RJ até a conclusão da arbitragem
Sinal verde: Conselho dos Correios dá aval a empréstimo de R$ 20 bilhões para reestruturar a estatal
Com aprovação, a companhia avança para fechar o financiamento bilionário com cinco bancos privados, em operação que ainda depende do Tesouro e promete aliviar o caixa e destravar a reestruturação da empresa
Oi (OIBR3) consegue desbloqueio de R$ 517 milhões após decisão judicial
Medida permite à operadora acessar recursos bloqueados em conta vinculada à Anatel, enquanto ações voltam a oscilar na bolsa após suspensão da falência
WEG (WEGE3) pagará R$ 1,9 bilhão em dividendos e JCP aos acionistas; veja datas e quem recebe
Proventos refletem o desempenho resiliente da companhia, que registrou lucro em alta mesmo em cenário global incerto
O recado da Petrobras (PETR4) para os acionistas: “Provavelmente não teremos dividendos extraordinários entre 2026 e 2030”
Segundo o diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, é preciso cumprir o pré-requisito de fluxo de caixa operacional robusto, capaz de deixar a dívida neutra, para a distribuição de proventos adicionais
A ação do Assaí virou um risco? ASAI3 cai mais de 6% com a chegada dos irmãos Muffato; saiba o que fazer com o papel agora
Na quinta-feira (27), companhia informou que fundos controlados pelos irmãos Muffato adquiriram uma posição acionária de 10,3%
Anvisa manda recolher lotes de sabão líquido famoso por contaminação; veja quais são e o que fazer
Medida da Anvisa vale para lotes específicos e inclui a suspensão de venda e uso; produto capilar de outra marca também é retirado do mercado
O “bom problema” de R$ 40 bilhões da Axia Energia (AXIA3) — e como isso pode chegar ao bolso dos acionistas
A Axia Energia quer usar parte de seus R$ 39,9 bilhões em reservas e se preparar para a nova tributação de dividendos; entenda
Petrobras (PETR3) cai na bolsa depois de divulgar novo plano para o futuro; o que abalou os investidores?
Novo plano da Petrobras reduz capex para US$ 109 bi, eleva previsão de produção e projeta dividendos de até US$ 50 bi — mas ações caem com frustração do mercado sobre cortes no curto prazo
Stranger Things vira máquina de consumo: o que o recorde de parcerias da Netflix no Brasil revela sobre marcas e comportamento do consumidor
Stranger Things da Netflix parece um evento global que revela como marcas disputam a atenção do consumidor; entenda
Ordinários sim, extraordinários não: Petrobras (PETR4) prevê dividendos de até US$ 50 bilhões e investimento de US$ 109 bilhões em 5 anos
A estatal destinou US$ 78 bilhões para Exploração e Produção (E&P), valor US$ 1 bilhão superior ao do plano vigente (2025-2029); o segmento é considerado crucial para a petroleira
Vale (VALE3) e Itaú (ITUB4) pagarão dividendos e JCP bilionários aos acionistas; confira prazos e quem pode receber
O banco pagará um total de R$ 23,4 bilhões em proventos aos acionistas; enquanto a mineradora distribui R$ 3,58 por ação
