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Camille Lima

Camille Lima

Repórter de bancos e empresas no Seu Dinheiro. Bacharel em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.

OPERAÇÃO POLICIAL

Fintechs invisíveis e o “banco paralelo” do PCC: como criminosos se aproveitaram da Faria Lima para desviar bilhões

Da Faria Lima às contas digitais, a Polícia Federal e a Receita miram centenas de empresas e pessoas físicas em um esquema de lavagem de dinheiro, estelionato e fraude fiscal

Camille Lima
Camille Lima
28 de agosto de 2025
14:27
Receita Federal investiga fintechs e gestoras da Faria Lima na Operação Carbono Oculto.
Receita Federal investiga fintechs e gestoras da Faria Lima na Operação Carbono Oculto. - Imagem: Divulgação

Faria Lima, manhã de quinta-feira (28). Da noite para o dia, o coração do mercado financeiro brasileiro se tornou o epicentro de uma ação histórica da Receita Federal contra o crime organizado e o PCC, batizada de Operação Carbono Oculto.

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A Polícia Federal investiga R$ 23 bilhões em lavagem de dinheiro. Já o Fisco avalia que o esquema criminoso tenha sonegado R$ 1,4 bilhão em tributos federais, enquanto os tributos estaduais sonegados beiram os R$ 7,6 bilhões.

Ao todo, 350 alvos estão na mira da investigação: empresas, pessoas físicas… boa parte do mercado financeiro. Para ter ideia, só a região da avenida Faria Lima concentra 42 dos investigados.

E o coração da operação? Fintechs, corretoras e gestoras de investimento.

Os investigados são suspeitos de crimes que vão de fraude fiscal, lavagem de dinheiro e estelionato a adulteração de combustíveis e crimes ambientais, todos usados para sustentar um fluxo bilionário de recursos ilícitos.

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“Todos nós sabemos também que no cerne de todas as operações aparecem as fintechs", disse o secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, em entrevista coletiva sobre a operação.

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Mas a grande questão é: como as fintechs e fundos de investimento foram usados para movimentar cifras bilionárias e permanecer invisíveis?

Fintechs e a anatomia do crime

A escolha das fintechs — instituições de pagamentos que usam tecnologia para oferecer serviços financeiros de forma digital — não foi ao acaso. 

Segundo as autoridades, o crime organizado explorou brechas na regulação dessas instituições digitais, que permitiam movimentar recursos em grande escala sem que os órgãos de controle conseguissem rastrear os fluxos.

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Uma onda de fake news envolvendo transações com Pix no início deste ano — talvez você também tenha ouvido dizer que o governo queria taxar o seu Pix — também ajudou a abrir caminho para o esquema. Eu explico os detalhes abaixo.

E, de repente, as fintechs se transformaram em um “banco paralelo invisível” para o PCC.

Uma instituição de pagamentos, sozinha, movimentou mais de R$ 46 bilhões entre 2020 e 2024, segundo a Receita. 

Para aumentar a complexidade, ela controlava outras fintechs menores, criando uma dupla camada de ocultação. O dinheiro entrava, saía… e desaparecia, sem deixar rastros.

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“A fintech era um poderoso núcleo financeiro da organização criminosa, porém invisível para ações de controle e fiscalização”, disse a autoridade.

O BK Bank, principal instituição de pagamentos investigada, registrou R$ 17,7 bilhões em movimentações suspeitas, segundo informações do Estadão Conteúdo.

Procurado pelo Seu Dinheiro, o BK Bank disse que “foi surpreendido com sua inclusão na operação deflagrada na data de hoje”.

“A instituição de pagamentos é devidamente autorizada, regulada e fiscalizada pelo Banco Central do Brasil e conduz todas as suas atividades com total transparência, observando rigorosos padrões de compliance. O BK Bank reitera seu compromisso com a legalidade e coloca-se à inteira disposição das autoridades para prestar esclarecimentos e colaborar plenamente com as investigações”, escreveu a instituição, em nota.

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Por que as fintechs foram escolhidas pelo PCC? 

O motivo é simples: brechas na regulação dificultavam o rastreio do dinheiro.

O PCC explorou as chamadas contas-bolsão, abertas em nome da própria fintech em bancos tradicionais, que tornavam quase impossível rastrear qualquer centavo. 

Imagine uma conta única, onde o dinheiro de todos os clientes circula, sem separar quem é quem. Era assim que os criminosos operavam. 

Por lá, passava dinheiro de distribuidoras de combustível, postos e até de fundos de investimento.

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“Era dessa forma que as operações de compensação financeira entre as distribuidoras e os postos de combustíveis eram realizadas, assim como compensações financeiras entre as empresas e os fundos de investimentos administrados pela própria organização criminosa”, escreveu a Receita. 

Pagamentos de funcionários e despesas pessoais também passavam por essas contas. Entre 2022 e 2023, mais de 10 mil depósitos em espécie somaram R$ 61 milhões, segundo as autoridades.

A brecha que abriu caminho para o esquema criminoso

Uma fiscalização mais intensa poderia ter fechado essas lacunas. Mas as medidas do governo para aumentar a regulação sobre instituições digitais, anunciadas no começo de 2025, duraram apenas 15 dias.

Em janeiro, uma instrução normativa havia aumentado a fiscalização sobre bancos digitais e transferências Pix acima de R$ 5 mil, além de melhorar a coleta de dados pela e-Financeira, permitindo que a Receita rastreasse mais declarantes e valores.

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No entanto, a medida foi revogada poucos dias depois, após uma onda de fake news sobre a “taxação do Pix”

O resultado? Dezenas de bilhões de reais ficaram fora do radar da Receita.

Segundo a Receita, a revogação manteve uma brecha crucial, permitindo que cerca de R$ 47 bilhões movimentados pela fintech central do esquema criminoso ficassem “fora do radar”.

“As operações de hoje mostram quem ganhou com essas mentiras, com essas fake news: o crime organizado. Mostram que, independentemente das intenções, as pessoas que espalharam aquelas fake news, aquelas mentiras, no início do ano, ajudaram o crime organizado", disse o secretário da Receita, Robinson Barreirinhas.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que enviará uma nova normativa para que as fintechs sejam enquadradas na mesma legislação que os bancos tradicionais.

"As fintechs, a partir de amanhã, terão que cumprir rigorosamente as mesmas obrigações que os grandes bancos", disse Haddad.

Gestoras, fundos de investimentos e a "blindagem" do dinheiro

O esquema não parava nas fintechs. Entraram em cena também os fundos de investimento.

O dinheiro criminoso era reinvestido em gestoras. Transformado em ativos. Imóveis, empresas, caminhões, até um terminal portuário. Tudo via fundos que pareciam legítimos, mas eram controlados pelo grupo — e extremamente “blindados” contra investigações.

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A Receita detectou pelo menos 40 fundos, com cerca de R$ 30 bilhões em patrimônio. Muitos eram fundos fechados, com um único cotista, geralmente outro fundo. O rastro desaparecia e era quase impossível identificar os beneficiários. 

Uma das instituições investigadas é a Reag Investimentos (REAG3), uma das maiores gestoras de recursos independentes do país. Fundada em 2013 por João Carlos Mansur, a Reag hoje possui cerca de R$ 299 bilhões sob gestão. 

As autoridades também afirmam que algumas administradoras dos fundos estavam cientes e colaboraram com o esquema, deixando de cumprir obrigações legais.

Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.

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*Com informações do Estadão Conteúdo.

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