Dia dos Namorados: por que nem a solteirice salva apps de relacionamento como Tinder e Bumble da crise de engajamento
Após a pandemia, dating apps tiveram uma queda grande no número de “pretendentes”, que voltaram antigo método de conhecer pessoas no mundo real
No Dia dos Namorados, todo mundo quer ter um xodó pra chamar de seu, só que menos pessoas procuram romance em aplicativos de relacionamento como Tinder ou Bumble, que passam por dificuldades para conseguir atrair novos usuários.
Após o fim da pandemia de Covid-19, os dating apps viram uma queda grande no número de “pretendentes” que passaram a dar uma chance ao antigo método de conhecer pessoas no mundo real.
Contudo, não é só isso que pressiona as duas principais empresas do ramo, o Match Group — dona do Tinder — e o Bumble Inc. A competição pela atenção dos usuários é um ponto complicado para os aplicativos, que agora competem com TikTok e Instagram e não mais só entre si.
- VEJA MAIS: Você está preparado para ajustar sua carteira este mês? Confira o novo episódio do “Onde Investir” do Seu Dinheiro
Como consequência, mesmo com um ainda grande número de usuários, ambas as empresas veem uma queda na conversão para os recursos pagos oferecidos pelos aplicativos, com direito a uma dança das cadeiras no comando do Match Group e do Bumble para resolver o problema.
Nessa data feita para celebrar o amor, o Seu Dinheiro foi atrás de entender como os aplicativos que podem ser usados para sair do time dos solteiros têm performado e quais as opções do Tinder e Bumble para o futuro.
Disputa acirrada com redes sociais
O maior inimigo do Tinder e Bumble no momento é a atenção fragmentada dos usuários que, ao abrir a gaveta de aplicativos do celular, têm mais opções do que nunca para escolher.
Leia Também
Mark Brook, presidente da Associação em Excelência de Aplicativos de Relacionamento (IDEA, na sigla em inglês), explica que os apps passam por um momento de correção após a pandemia, voltando a um patamar de crescimento orgânico.
“Houve um boom durante a pandemia, mas agora a atenção das pessoas está mais dividida do que nunca. Nossa concorrência não são só outros apps de namoro, mas também TikTok, Instagram Reels, YouTube Shorts. Essas plataformas são mais viciantes que os apps de relacionamento”, disse Brooks.
Dados reunidos pelo IDEA mostram que, apesar de os aplicativos terem mais usuários pagos do que nunca, o crescimento tem sido lento desde o final de 2021.
O Bumble Inc. viu o número de pagantes crescer 3,8% no último ano, cerca de 4,1 milhão de assinantes — longe dos 13,3% de 2022, mas ainda apresentando um lento crescimento ao longo dos anos.
- VEJA MAIS: Sem “economês”, o podcast Touros e Ursos, do Seu Dinheiro, traz semanalmente os principais destaques dos investimentos; receba os episódios em primeira mão aqui
Já o Match Group teve uma leve queda, de 0,9%, encerrando o ano com 14,6 milhões de usuários pagantes.
Desde 2022, no entanto, a cifra vem recuando. Do fim do primeiro trimestre deste ano, o número de pagantes totalizava 14,2 milhões, uma queda de 14% em relação ao topo de 16,548 milhões, atingido no terceiro trimestre de 2022.
O presidente da IDEA aponta que o desafio atual é reconquistar o interesse das pessoas em um ambiente digital saturado.
“O desafio é reconquistar a confiança dos usuários de que somos a melhor solução para a vida amorosa deles”, pontua.
A análise de Brooks reflete a do Citi, que aponta para o mesmo problema no mercado de aplicativos de relacionamento com base nos resultados do primeiro trimestre deste ano.
O panorama do banco americano sobre o setor revela uma queda no total de downloads globais dos principais apps em cerca de 5% em 12 meses, conseguindo manter o tempo médio gasto nos apps estável, com pequenas quedas em países desenvolvidos e crescimento em emergentes.
Para comparação, o tempo médio de uso de aplicativos de relacionamento é de 10 minutos por dia, enquanto o do TikTok fica em torno de 58 minutos.
Para o Citi, as empresas precisam buscar novos formatos de monetização e diferenciação, com o Hinge e o Bumble tendo espaço para crescer — objetivo que necessita de uma execução precisa, segundo o banco americano.
- O Hinge é um dos 45 aplicativos do Match Group que prepara o lançamento do app no Brasil e México ainda este ano.
IA é a aposta para revitalizar os aplicativos de relacionamento
Talvez não seja surpresa que uma empresa de tecnologia aposte na inteligência artificial para revitalizar seu core business.
Segundo o presidente do IDEA, a inteligência artificial e a realidade aumentada são as chaves para a próxima revolução:
“A IA já é usada para detectar perfis falsos, mas agora atua como coach: ajuda usuários a se comunicarem melhor. No futuro, fará matches mais precisos.”
- LEIA MAIS: Quer receber outras tendências de comportamento e consumo em uma newsletter especial de sábado do Lifestyle do Seu Dinheiro? Clique aqui
Ele pontua que essa mudança ainda levará alguns anos, mas empresas consolidadas têm vantagem por serem marcas confiáveis nesse cenário.
Outra forma que os maiores players do segmento devem adotar é a realização de eventos presenciais, caminho que o Citi reforça como o ideal no atual momento desse mercado, já que seria uma forma de mostrar que os apps têm “pessoas reais”, aumentando o engajamento.
Trocas de comando para tentar resolver o problema
Tanto o Match Group quanto o Bumble Inc. passaram por trocas de comando para lidar com o novo momento do mercado.
O novo CEO do Match Group, Spencer Rascoff, assumiu em fevereiro deste ano já anunciando cortes, reorganização e investimentos em tecnologia para colocar a empresa de volta no caminho do crescimento.
Durante a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2025, o Match Group revelou mudanças estruturais profundas: a empresa cortou 13% da força de trabalho, eliminou vagas abertas e reorganizou funções centrais como tecnologia, atendimento ao cliente, moderação de conteúdo, mídia e operações internacionais.
“Estamos nos tornando uma empresa de tecnologia mais eficiente, voltada à inovação, com menos camadas e decisões mais rápidas”, disse o CEO da dona do Tinder.
Já o Bumble Inc. trocou o comando para tentar correr atrás do prejuízo no setor. Para a missão, a fundadora da empresa, Whitney Wolfe Herd, reassumiu a liderança da empresa após a passagem breve da brasileira Lidiane Jones no cargo.
Brooks, da IDEA, ressalta que a mudança em ambas as empresas é positiva e deve levar a resultados melhores no longo prazo.
“Com a volta de Whitney Wolfe Herd, pode haver uma recuperação, mas levará anos. A empresa perdeu seu diferencial de mercado. Já o Match Group deve reequilibrar seu portfólio. A estratégia é comprar startups antes que elas os desestabilizem — como fizeram com o próprio Tinder”, explica.
Performance no mercado
Os desafios pós-pandemia cobraram seu preço no desempenho de mercado das donas de aplicativos de relacionamento.
De dezembro de 2021 para cá, a ações do Bumble tombaram quase 85%, enquanto as do Match Group têm recuo de cerca de 25%. Ambas são negociadas na Nasdaq.
Enzo Pacheco, analista da Empiricus Research, explica que, no momento, o cenário não é nem bom nem ruim para essas empresas.
Em levantamento feito pelo analista, dos bancos de investimento que cobrem as ações, a maioria opta por uma recomendação neutra sobre os papéis.
No caso do Bumble Inc., são 13 com recomendação neutra, três de compra e duas de venda.
“Uma das justificativas é que a expectativa de queda de usuários e receita deve acelerar nos próximos trimestres, independentemente do ambiente macro, já que a categoria de ‘namoro online’ permanece desafiadora, com problemas de fit de produto e mercado para a geração Z”, explica Pacheco.
O Citi destaca que, apesar do momento difícil, a volta de Whitney Wolfe Herd como CEO e o foco em produto podem marcar o início de uma reviravolta.
Já o Match Group, que apresenta mais resiliência no mercado, tem 16 recomendações neutras e oito de compra.
Para o analista da Empiricus Research, a situação é similar à do Bumble Inc., mas com espaço para a ação subir 6,7%, com crescimento impulsionado pelo Hinge.
O Tinder, principal app do Match Group, perdeu usuários e receita, de acordo com os dados do primeiro trimestre deste ano, com uma queda anual de usuários pagantes — cerca de 9,1 milhões de pessoas — e 9% em usuários ativos mensais — que usam o app frequentemente.
Já o Hinge cresce rápido, apresentando um crescimento anual de 19% no número de usuários pagantes, ainda na casa dos 1,7 milhão.
Mais um presente aos acionistas: Axia Energia (AXIA6) vai distribuir R$ 30 bilhões em bonificação com nova classe de ações
A distribuição ocorrerá com a criação de uma nova classe de ações preferenciais, a classe C (PNC). Os papéis serão entregues a todos os acionistas da Axia, na proporção de sua participação no capital social
Do campo de batalha ao chão da sala: a empresa de robôs militares que virou aspirador de pó — e acabou pedindo falência
Criadora dos robôs Roomba entra em recuperação judicial e será comprada por sua principal fabricante após anos de prejuízos
É para esvaziar o carrinho: o que levou o JP Morgan rebaixar o Grupo Mateus (GMAT3); ações caem mais de 2%
Embora haja potencial para melhorias operacionais, o banco alerta que o ruído de governança deve manter a ação da varejista fora do radar de muitos investidores
Sabesp (SBSP3), C&A (CEAB3), Hypera (HYPE3), Sanepar (SAPR11), Alupar (ALUP11), Ourofino (OFSA3) e outras 3 empresas anunciam R$ 2,5 bilhões em dividendos e JCP
Quem lidera a distribuição polpuda é a Sabesp, com R$ 1,79 bilhão em JCP; veja todos os prazos e condições para receber os proventos
Com dívidas bilionárias, Tesouro entra como ‘fiador’ e libera empréstimo de até R$ 12 bilhões aos Correios
Operação terá juros de 115% do CDI, carência de três anos e prazo de 15 anos; uso dos recursos será limitado em 2025 e depende de plano de reequilíbrio aprovado pelo governo
Banco Inter (INBR32) vai a mercado e reforça capital com letras financeiras de R$ 500 milhões
A emissão das “debêntures dos bancos” foi feita por meio de letras financeiras Tier I e Tier II e deve elevar o índice de Basileia do Inter; entenda como funciona a operação
Sob ameaça de banimento, TikTok é vendido nos EUA em um acordo cheio de pontos de interrogação
Após anos de pressão política, TikTok redefine controle nos EUA, com a Oracle entre os principais investidores e incertezas sobre a separação da ByteDance
O “presente de Natal” do Itaú (ITUB4): banco distribui ações aos investidores e garante dividendos turbinados
Enquanto os dividendos extraordinários não chegam, o Itaú reforçou a remuneração recorrente dos investidores com a operação; entenda
Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5) fecham contratos de longo prazo de quase US$ 18 bilhões
Os contratos são de fornecimento de diferentes matérias primas para várias plantas da Braskem pelo país, como nafta, etano, propano e hidrogênio
Bradesco (BBDC4), Cemig (CMIG4), PetroRecôncavo (RECV3), Cogna (COGN3) e Tenda (TEND3) pagam R$ 5 bilhões em proventos; Itaú (ITUB4) anuncia bônus em ações
A maior fatia dessa distribuição farta ficou com o Bradesco, com R$ 3,9 bilhões, enquanto o Itaú bonifica acionistas em 3%; confira todos os prazos e condições para receber
CVM reabre caso da Alliança e mira fundo de Nelson Tanure e gestora ligada ao Banco Master 2 anos depois de OPA
O processo sancionador foi aberto mais de dois anos após a OPA que consolidou o controle da antiga Alliar, na esteira de uma longa investigação pela autarquia; entenda
Dona do Google recebe uma forcinha de Zuckerberg na ofensiva para destronar a Nvidia no mercado de IA
Com o TorchTPU, a Alphabet tenta remover barreiras técnicas e ampliar a adoção de suas TPUs em um setor dominado pela gigante dos chips
Casas Bahia (BHIA3) aprova plano que estica dívidas até 2050 e flexibiliza aumento de capital; ações sobem mais de 2%
Plano aprovado por acionistas e credores empurra vencimentos, reduz pressão de caixa e amplia a autonomia do conselho
Brava Energia (BRAV3) salta mais de 10% após rumores de venda de poços e com previsão de aumento nos investimentos em 2026
Apesar de a empresa ter negado a venda de ativos para a Eneva (ENEV3), o BTG Pactual avalia que ainda há espaço para movimentações no portfólio
Agora é lei: cardápios de papel serão obrigatórios em bares e restaurantes de São Paulo, dando adeus à hegemonia dos ‘QR Codes’
Cardápios digitais, popularizados durante a pandemia, permaneceram quase que de forma exclusiva em muitos estabelecimentos – mas realidade pode mudar com projeto de lei aprovado pela Alesp
Presente de Natal da Prio (PRIO3)? Empresa anuncia novo programa de recompra de até 86,9 milhões de ações; confira os detalhes
O conselho da Prio também aprovou o cancelamento de 26.890.385 ações ordinárias mantidas em tesouraria, sem redução do capital social
Exclusivo: Oncoclínicas (ONCO3) busca novo CEO e quer reestruturar todo o alto escalão após a crise financeira, diz fonte
Após erros estratégicos e trimestres de sufoco financeiro, a rede de oncologia estuda sucessão de Bruno Ferrari no comando e busca novos executivos para a diretoria
Copasa (CSMG3): lei para a privatização da companhia de saneamento é aprovada pelo legislativo de Minas Gerais
O texto permite que o estado deixe de ser o controlador da companhia, mas mantenha uma golden share, com poder de veto em decisões estratégicas
B de bilhão: BB Seguridade (BBSE3) anuncia quase R$ 9 bi em dividendos; Cemig (CMIG4) também libera proventos
Empresas anunciam distribuição farta aos acionistas e garantem um fim de ano mais animado
Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) estão entre as rainhas dos dividendos no 4T25; Itaú BBA diz quais setores vão reinar em 2026
Levantamento do banco aponta que ao menos 20 empresas ainda podem anunciar proventos acima de 5% até o final do ano que vem
