Tarifas gerais de Trump começam a valer hoje e Brasil está na mira; veja como o governo quer reagir
Além do Brasil, Trump também impôs tarifa mínima de 10% a 126 outros países, como Argentina e Reino Unido

Donald Trump vem gerando caos nos mercados financeiros desde a última quarta-feira (2), quando anunciou uma série de tarifas contra os parceiros comerciais dos Estados Unidos. Apenas na sexta-feira (4), a guerra comercial instaurada pelo presidente norte-americano derrubou as bolsas mundo afora e fez o dólar disparar mais de 3%.
Porém as tarifas de Trump começam a valer mesmo a partir deste sábado (5), com as taxas gerais mínimas de 10% entrando em vigor.
Ao todo, 185 países serão taxados. As tarifas mais altas, de 50%, serão aplicadas a Lesoto e Saint-Pierre e Miquelon. No entanto, a maior parte dos parceiros comerciais será atingida pela alíquota mínima.
O Brasil está entre os países que entraram na mira de Donald Trump, mas também é alvo da taxa mínima. Isso porque a balança comercial brasileira apresenta um déficit na relação com os Estados Unidos há 15, com o país importando mais do que exporta para os norte-americanos.
Ainda assim, o republicano avalia que o Brasil está entre os parceiros comerciais que "tiraram vantagem dos EUA, impondo taxas mais altas", disse durante evento organizado para o anúncio das chamadas tarifas recíprocas.
Além do Brasil, o presidente norte-americano também impôs tarifa de 10% a 126 outros países, como Argentina e Reino Unido. O Seu Dinheiro resumiu para você os principais pontos do anúncio.
Leia Também
Trump também anunciou sobretaxas individualizadas, mas elas passam a valer a partir do dia 9 de abril (quarta-feira). Porém, até lá, as nações que foram alvos de tarifas mais elevadas também terão que pagar imposto de 10% para exportar produtos para os Estados Unidos a partir deste sábado.
Vale lembrar que alguns bens não estão sujeitos a tarifas recíprocas e o aço e o alumínio, que já foram tarifados, não sofrerão uma nova taxação, segundo a Casa Branca.
VEJA MAIS: ‘Efeito Trump’ na bolsa pode gerar oportunidades de investimento: conheça as melhores ações internacionais para comprar agora, segundo analista
A reação do Brasil ao anúncio das tarifas Trump
Em nota publicada pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), o governo brasileiro lamentou a decisão dos EUA e afirmou que a medida viola os compromissos perante a Organização Mundial do Comércio (OMC).
O governo brasileiro também afirmou que está aberto para negociação com o governo norte-americano para reverter as medidas anunciadas.
Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não ficou nada satisfeito em ser alvo da tarifa de 10% de Trump.
Na quinta-feira (3), Lula disse que o Brasil vai tomar "todas as medidas cabíveis" para se defender. Segundo o presidente, a atuação terá como referência a lei da reciprocidade econômica aprovada pelo Congresso e as diretrizes da OMC.
Vale lembrar que a Lei da Reciprocidade Comercial autoriza o governo a adotar medidas comerciais contra países e blocos que imponham barreiras aos produtos do Brasil no mercado global. O projeto foi aprovado na terça-feira (1), um dia antes do anúncio das tarifas de Trump.
Em discurso no evento de dois anos de governo, Lula também afirmou que o Brasil não tolera ameaças à democracia e não bate continência para nenhuma outra bandeira "que não seja a verde e amarela".
"É um país que fala de igual para igual e respeita todos os países, dos mais pobres aos mais ricos, mas que exige reciprocidade no tratamento. Defendemos o multilateralismo e o livre comércio e responderemos a qualquer tentativa de impor protecionismo que não cabe mais hoje no mundo", declarou Lula.
E acrescentou: "Diante da decisão dos EUA de impor sobretaxa, tomaremos todas as medidas cabíveis para defender nossas empresas e trabalhadores brasileiros."
Na sexta-feira (4), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, também se pronunciou sobre as tarifas. Ele afirmou que a orientação de Lula é que se busque uma solução pelo diálogo.
"Os Estados Unidos não são nossos inimigos", disse Alckmin, após participar de almoço com a diretoria do Instituto para o Desenvolvimento da Indústria (Iedi), na sexta-feira, em São Paulo.
Porém, ele também declarou que o país dispõe de um arcabouço jurídico que o permite dar respostas às controvérsias comerciais.
- LEIA TAMBÉM: De ações a fundos imobiliários, conheça os ativos mais promissores para investir neste mês no “Onde Investir em Abril”, do Seu Dinheiro
Relação entre o Brasil e os Estados Unidos
Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil. Em 2024, as exportações brasileiras para o país norte-americano totalizaram US$ 40,3 bilhões, correspondendo a 12% do total das vendas externas do país.
Já as importações de produtos dos Estados Unidos pelo Brasil atingiram US$ 40,6 bilhões, representando 15,5% do total importado.
As exportações brasileiras se concentram em produtos relacionados a commodities. Os principais são óleos de petróleo bruto e refinado, no valor de US$ 7,6 bilhões; e produtos de ferro e aço, incluindo ferroligas, ferro-gusa, lingotes e outras formas primárias, somando US$ 5,9 bilhões. Juntos, eles representam 34% do total exportado para os EUA.
Do lado das importações, os equipamentos de geração de energia (principalmente motores e máquinas não elétricos) são a principal categoria, totalizando US$ 7,1 bilhões e representando 18% do total importado.
Além disso, os Estados Unidos continuam sendo uma das principais fontes de Investimento Direto no País (IDP), com um fluxo líquido estimado de US$ 7,1 bilhões em 2024, o que corresponde a 26% do total líquido recebido nessa categoria.
Além da tarifa de reciprocidade de 10%, o Brasil também está lidando com as taxas de 25% para as importações de aço e alumínio que começaram a valer no mês passado.
- E MAIS: Onde investir em abril? Analistas revelaram gratuitamente as principais recomendações de ações, FIIs, BDRs e criptomoedas para buscar lucros
Trump já avisou: "não vou recuar"
Os Estados Unidos já começam a ver reações ao anúncio de Donald Trump. O primeiro país a determinar retaliação não é uma surpresa: a China impôs uma tarifa de 34% aos produtos norte-americanos. A medida entrará em vigor a partir de 10 de abril, segundo a agência estatal de notícias Xinhua.
Xi Jinping, presidente do Gigante Asiático, chegou a interromper um dos principais feriados chineses para responder às tarifas de Trump e deixou claro que devolverá o ‘tarifaço’ na mesma moeda.
O anúncio ampliou as tensões nos mercados globais, mas não assustou o presidente norte-americano. O republicano disse para quem quisesse ouvir que nunca recuaria nas tarifas sobre os parceiros comerciais.
Em uma mensagem em letras maiúsculas em sua plataforma de mídia social Truth Social, Trump mandou o recado aos investidores:
"PARA OS MUITOS INVESTIDORES QUE ESTÃO CHEGANDO AOS ESTADOS UNIDOS E INVESTINDO GRANDES QUANTIDADES DE DINHEIRO, MINHAS POLÍTICAS NUNCA MUDARAM."
*Com informações do Money Times.
Batalha naval: navios da China entram na mira das tarifas americanas — mas, dessa vez, não foi Trump que idealizou o novo imposto
As autoridades americanas chegaram à conclusão que a China foi agressiva para estabelecer dominância no setor de construção naval
Guerra comercial de Trump está prejudicando a economia do Brasil? Metade dos brasileiros acredita que sim, diz pesquisa
A pesquisa também identificou a percepção dos brasileiros sobre a atuação do governo dos Estados Unidos no geral, não apenas em relação às políticas comerciais
Hotel de Minas Gerais é o único do Brasil na lista de melhores novos resorts de 2025; conheça e veja preços das diárias
Seleção da Travel + Leisure contempla 26 hotéis de alto padrão ao redor do mundo
Com ou sem feriado, Trump continua sendo o ‘maestro’ dos mercados: veja como ficaram o Ibovespa, o dólar e as bolsas de NY durante a semana
Possível negociação com a China pode trazer alívio para o mercado; recuperação das commodities, especialmente do petróleo, ajudaram a bolsa brasileira, mas VALE3 decepcionou
‘Indústria de entretenimento sempre foi resiliente’: Netflix não está preocupada com o impacto das tarifas de Trump; empresa reporta 1T25 forte
Plataforma de streaming quer apostar cada vez mais na publicidade para mitigar os efeitos do crescimento mais lento de assinantes
Monas e Michelin: tradições de Páscoa são renovadas por chefs na Catalunha
Mais que sobremesa, as monas de Páscoa catalãs contam a história de um povo — e hoje atraem viajantes em busca de arte comestível com assinatura de chefs
Lições da Páscoa: a ação que se valorizou mais de 100% e tem bons motivos para seguir subindo
O caso que diferencia a compra de uma ação baseada apenas em uma euforia de curto prazo das teses realmente fundamentadas em valuation e qualidade das empresas
Como declarar opções de ações no imposto de renda 2025
O jeito de declarar opções é bem parecido com o de declarar ações em diversos pontos; as diferenças maiores recaem na forma de calcular o custo de aquisição e os ganhos e prejuízos
Show de ofensas: a pressão total de Donald Trump sobre o Fed e Jerome Powell
“Terrível”, “devagar” e “muito político” foram algumas das críticas que o presidente norte-americano fez ao chefe do banco central, que ele mesmo escolheu, em defesa do corte de juros imediato
Mirou no que viu e acertou no que não viu: como as tarifas de Trump aceleram o plano do Putin de uma nova ordem mundial
A Rússia não está na lista de países que foram alvo das tarifas recíprocas de governo norte-americano e, embora não passe ilesa pela efeitos da guerra comercial, pode se dar bem com ela
Sobrevivendo a Trump: gestores estão mais otimistas com a Brasil e enxergam Ibovespa em 140 mil pontos no fim do ano
Em pesquisa realizada pelo BTG, gestores aparecem mais animados com o país, mesmo em cenário “perde-perde” com guerra comercial
Ações da Hertz dobram de valor em dois dias após bilionário Bill Ackman revelar que assumiu 20% de participação na locadora de carros
A gestora Pershing Square começou a montar posição na Hertz no fim de 2024, mas teve o aval da SEC para adiar o comunicado ao mercado enquanto quintuplicava a aposta
Mudou de lado? CEO da Nvidia (NVDC34), queridinha da IA, faz visita rara à China após restrições dos EUA a chips
A mensagem do executivo é simples: a China, maior potência asiática, é um mercado “muito importante” para a empresa, mesmo sob crescente pressão norte-americana
Combustível mais barato: Petrobras (PETR4) vai baixar o preço do diesel para distribuidoras após negar rumores de mudança
A presidente da estatal afirmou na semana passada que nenhuma alteração seria realizada enquanto o cenário internacional estivesse turbulento em meio à guerra comercial de Trump
Malbec World Day: 10 rótulos para apreciar o vinho favorito dos brasileiros
De passaporte francês e alma argentina, a uva ainda é uma das mais cultivadas da Argentina e ganha cada vez mais adeptos por aqui
Dupla de Páscoa vai sortear R$ 45 milhões no próximo sábado (19) — e o ChatGPT nos sugeriu alguns números para fazer um bolão
Seguindo a tradição do Seu Dinheiro, pedimos ajuda ao ChatGPT para escolher os números para o bolão da redação para a Dupla de Páscoa; veja como apostar
Dólar volta a recuar com guerra comercial entre Estados Unidos e China, mas ainda é possível buscar lucros com a moeda americana; veja como
Uma oportunidade ‘garimpada’ pela EQI Investimentos pode ser caminho para diversificar o patrimônio em meio ao cenário desafiador e buscar lucros de até dólar +10% ao ano
Mobly (MBLY3) expõe gasto ‘oculto’ da Tok&Stok: R$ 5,2 milhões para bancar plano de saúde da família fundadora — que agora tem cinco dias para devolver o dinheiro
Em comunicado, a Mobly destaca que os pagamentos representam mau uso de recursos da companhia, conflito de interesses e violação da governança corporativa
Van Gogh: 8 museus e destinos para conferir as obras do artista
Pintor holandês não teve notoriedade em vida; atualmente, é um dos artistas mais consagrados da história, com obras espalhadas por todo o mundo
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.