Galípolo prepara a caneta: a meta de inflação já tem data para ser descumprida — e isso tende a tornar o Banco Central ainda mais rigoroso
Ata do Copom trouxe poucas novidades em relação ao comunicado, mas proporcionou vislumbres sobre o novo regime de metas de inflação.

Banqueiro central sofre. Se for brasileiro então, o sofrimento vem em dobro. Parece ser o caso de Gabriel Galípolo, ao menos em seu início de mandato como presidente do Banco Central (BC).
Galípolo nem bem assumiu a autarquia e já se viu obrigado a assinar a famosa cartinha justificando o descumprimento da meta da inflação em 2024 — uma herança de Roberto Campos Neto.
Agora, Galípolo mal entrou no segundo mês na função e aparentemente já sabe quando vai ter que se explicar de novo aos demais integrantes do Conselho Monetário Nacional (CMN).
É o que sugere a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, divulgada na manhã desta terça-feira (4).
O documento trouxe poucas novidades em relação ao comunicado que acompanhou a decisão de juros da semana passada, quando o Copom elevou a taxa Selic em 1 ponto porcentual, a 13,25% ao ano.
No geral, o colegiado confirmou o que já se sabia antes: o Copom pretende aumentar a taxa de juros a 14,25% em março e deixou em aberto o passo seguinte, a ser tomado na reunião de maio.
Leia Também
Também não antecipou a magnitude total do ciclo, pontuou a economista-chefe do Inter, Rafaela Vitória.
A íntegra da ata você confere aqui.
Um problema para Galípolo
De novidade, a ata começou a fornecer vislumbres de como vai funcionar o novo regime de meta de inflação.
Até 2024, o Copom precisava se preocupar apenas com a inflação acumulada durante o ano-calendário, de janeiro a dezembro.
A partir de janeiro de 2025, ao invés de levar em consideração somente o IPCA fechado de um ano específico, o colegiado passa a ter a incumbência de usar as ferramentas disponíveis de política monetária para manter a inflação em 12 meses dentro da meta mês após mês.
Além disso, a meta de inflação será dada como descumprida se ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos.
E essa é a má notícia da ata do Copom.
Levando-se em consideração o cenário de referência, a inflação acumulada em 12 meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta pelos próximos seis meses.
Vale lembrar que a meta de inflação vigente em 2025 é de 3,00% ao ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos.
“Desse modo, com a inflação de junho deste ano, configurar-se-ia descumprimento da meta sob a nova sistemática do regime de metas”, segundo a ata.
Na avaliação de Alberto Ramos, diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs para América Latina, a admissão dessa possibilidade tende a fazer com que o Copom adote uma postura mais rigorosa já na reunião de maio.
Dólar nas mínimas do dia: o dado de emprego dos EUA que derrubou a moeda norte-americana aqui e lá fora
As bolsas tanto aqui como lá fora reagiram pouco ao payroll, que trouxe dados mistos sobre a saúde do mercado de trabalho norte-americano em janeiro; saibam como ficam os juros na maior economia do mundo após esses relatórios
O raio-x da Moody’s para quem investe em empresas brasileiras: quais devem sofrer o maior e o menor impacto dos juros altos
Aumento da Selic, inflação persistente e depreciação cambial devem pressionar a rentabilidade das companhias nacionais em diferentes graus, segundo a agência de classificação de risco
Um (dilema) Tostines na bolsa: Ibovespa reage a balanços e produção industrial em dia de aversão ao risco lá fora
Santander Brasil é o primeiro bancão a divulgar balanço do quarto trimestre de 2024; Itaú publica resultado depois do fechamento
Dólar registra maior sequência de perdas ante o real na história com “trégua” do tarifaço de Trump
A moeda norte-americana fechou a R$ 5,77, chegando no menor nível desde novembro do ano passado durante a sessão
Magazine Luiza (MGLU3) afunda quase 5% na bolsa após ata do Copom e lidera as perdas do Ibovespa hoje. O que está por trás do tombo?
A gigante do varejo não é a única no vermelho nesta sessão. No pódio de maiores quedas, a CVC (CVCB3) vem logo na esteira, com quedas da ordem de 4,55%
Um olho na estrada, outro no retrovisor: Ibovespa reage à ata do Copom enquanto se prepara para temporada de balanços
Investidores também repercutem a relatório de produção e vendas da Petrobras enquanto monitoram desdobramentos da guerra comercial de Trump
A mensagem de uma mudança: Ibovespa se prepara para balanços enquanto guerra comercial de Trump derruba bolsas mundo afora
Trump impõe ao Canadá e ao México maiores até do que as direcionadas à China e coloca a União Europeia de sobreaviso; países retaliam
Agenda econômica: Discursos de lideranças do Fed e ata do Copom movimentam a semana de IPCA no Brasil
Após a Super Quarta, a semana deve ser agitada por indicadores decisivos e dados sobre atividade econômica e inflação por aqui
Efeito janeiro? Ibovespa é o melhor investimento do mês, à frente do bitcoin; títulos públicos longos e dólar ficam na lanterna
O ano começa com alívio à pressão sobre as ações brasileiras e o câmbio vista no fim de 2024, mas juros futuros longos continuaram em baixa, diante do risco fiscal
Com ou sem Trump, por que o último dado de inflação dos EUA não importa agora
A métrica preferida do banco central norte-americano foi divulgada nesta sexta-feira (31) e veio em linha com as projeções
A bolsa assim sem você: Ibovespa chega à última sessão de janeiro com alta acumulada de 5,5% e PCE e dados fiscais no radar
Imposição de tarifas ao petróleo do Canadá e do México por Trump coloca em risco sequência de nove sessões em queda do dólar
A forte valorização da bolsa mesmo com a Selic subindo mostra como as ações estão baratas
Ter uma boa parte da carteira em renda fixa aproveitando a Selic elevada faz todo o sentido. Mas eu não deixaria de ter algumas ações boas e baratas na carteira, especialmente se forem boas pagadoras de dividendos.
Ações do Magazine Luiza (MGLU3) saltam 10% com Ibovespa nas alturas. O que está por trás da pernada da bolsa hoje?
Por volta das 15h08, o principal índice de ações da B3 subia 2,78%, aos 126.861 pontos, com as ações cíclicas dominando a ponta positiva
Alta da Selic, autonomia do BC e novo comando da Vale (VALE3): as falas de Lula que ajudam o Ibovespa e as ações da mineradora hoje
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou a primeira coletiva de imprensa do ano nesta quinta-feira (30) e falou também sobre a questão fiscal e a alta do preço dos alimentos
Chuva de balanços das big techs, PIB dos EUA abaixo do esperado e juros: como a bolsa reage a esse combo
Wall Street abriu o dia com ganhos, mas entra na tarde desta quinta-feira (30) flertando com as perdas; entenda o que mexe com os índices em Nova York
Governo e bancos têm acordo para expandir crédito consignado, mas teto de juros incomoda Febraban
A proposta de teto de juros para crédito consignado vem na esteira do anúncio de uma nova modalidade, voltada para trabalhadores CLT e trabalhadores domésticos
O primeiro encontro: Ibovespa reage à alta dos juros pelo Copom e à manutenção das taxas pelo Fed
Alta dos juros pesa sobre Ibovespa e ativos de risco em geral, mas é positiva para a renda fixa conservadora
Rodolfo Amstalden: IPCA 2025 — tem gosto de catch up ou de ketchup mais caro?
Se Lula estivesse universalmente preocupado com os gastos fiscais e o descontrole do IPCA desde o início do seu mandato, provavelmente não teria que gastar tanta energia agora com essas crises particulares
A meta de inflação nos EUA vai mudar? Entenda o processo de revisão do Fed mencionado por Powell hoje
O período da nova revisão das políticas do BC dos EUA já começou e deve ser concluído em setembro, mas você sabe o que isso significa na prática? O Seu Dinheiro explica
Selic sobe a 13,25% e deixa renda fixa ainda mais rentável; veja quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI
Conforme já sinalizado, Copom aumentou a taxa básica em mais 1,00 ponto percentual nesta quarta (29), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas