‘O barco vai balançar’: Galípolo prevê mercado mais agitado com fim do guidance do BC e indica inflação fora da meta
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, participou do primeiro evento desde a posse no cargo e comentou sobre a rota dos juros no Brasil
Os brasileiros que são afetados pelo enjoo por movimento não vêm passando por momentos agradáveis no barco do mercado nacional. E o capitão da embarcação, digo, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, já mandou avisar que o mar deve ficar ainda mais agitado.
Após o Comitê de Política Monetária (Copom) subir – de novo – a taxa básica de juros do Brasil em 1 ponto percentual, a 13,25% ao ano, o colegiado indicou a rota para o mês seguinte: a autoridade monetária pretende aumentar a Selic para 14,25% em março.
Porém, a partir do próximo mês, os brasileiros entrarão em mar aberto, sem indicações de quais serão os rumos dos juros no país. Com a bússola paralisada, Galípolo avalia que a proximidade do fim de guidance leva o "barco a balançar" um pouco mais.
"É óbvio que, a partir do momento que a gente vai chegando próximo do fim do guidance, a gente vai se distanciando da costa, vamos dizer assim, e o barco tende a balançar um pouco mais", disse.
O presidente do Banco Central comentou sobre a economia do país durante seminário sobre Política Monetária Brasileira, nesta quarta-feira (12), no Rio de Janeiro. O evento foi promovido pelo Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças (IEPE/CdG).
- VEJA MAIS: Os melhores ativos para investir com a alta da Selic – analistas explicam como capturar lucros na renda variável em meio à taxa básica de juros em 13,25%
Terra à vista: as indicações de Galípolo sobre o que esperar daqui para frente
Apesar de não ter indicado qual será a rota a partir de março, Galípolo aproveitou para reforçar os caminhos já indicados pelo mapa dos tesouros — conhecido popularmente como a ata do Copom.
Leia Também
O documento indicou que o presidente do BC já sabe quando vai ter que justificar inflação fora da meta. Durante o evento, o dirigente reforçou o cenário e a visão de que os juros devem seguir em patamar restritivo.
"Devemos passar no curto prazo por inflação fora da meta e desaceleração da economia", disse. Assim, ele avalia que o BC deve ser mais cuidadoso quando fizer um movimento de redução dos juros.
Galípolo também ressaltou que o BC tem ferramentas para colocar a Selic em nível restritivo e seguir nessa direção.
Porém, parece que o dirigente não quer acelerar as máquinas no mar da alta de juros. "Nós [dirigentes do BC] ainda precisamos de tempo e precisamos estar com a nossa rota de planejamento bastante definida até a próxima reunião. Vamos ganhar tempo para poder ver como o mercado vai reagir — e entender o que é sinal e o que é ruído", afirmou.
Além disso, o presidente da autarquia enfatizou que, apesar de o Banco Central não ter como meta reduzir a volatilidade do mercado, a autoridade monetária também não deveria agregar oscilações.
"Entendo que é normal que o mercado tenha uma função de reação, que é obrigado a fazer: ele não pode ficar parado, ou vai ser totalmente arrastado de um lado e de outro", disse.
Galípolo também avaliou que, se o BC entrar em "estado de espelho", sem saber quem é ele e quem é o outro, fará reflexos que vão repercutir e amplificar esta volatilidade.
"É bastante importante que o nosso tempo seja para analisar como esses dados vão andar ao longo do tempo e não ficar produzindo mudanças de direção de maneira muito brusca", afirmou.
Além disso, Galípolo revelou que foi questionado sobre o motivo da decisão do BC, em dezembro, de aumentar a taxa Selic em 1 ponto percentual e indicar mais duas altas de igual intensidade em vez de elevar os juros em 300 pontos-base numa só reunião.
Na visão do presidente do BC, o processo de decisão é dinâmico e, às vezes, variáveis externas e internas podem alterar o percurso.
- LEIA TAMBÉM: Com a alta recente da Selic, este título rende 16,15% ao ano e entrega mais que o dobro de retorno da poupança – veja quanto é possível ganhar com R$ 10 mil
A arte de navegar: a ata do Copom e as reações na visão do dirigente
Durante o primeiro evento desde a posse da presidência do BC, Galípolo voltou a enfatizar a necessidade de se avançar no aperfeiçoamento do arcabouço institucional e legal do Banco Central.
Para ele, a principal dificuldade da autoridade monetária para avançar nos temas é a comunicação. "O desafio da comunicação é enorme para todos os BCs; é quase uma arte", afirmou Galípolo.
Em relação à área fiscal, Galípolo disse que o "BC não pode cruzar linha e transcender o quadrado da autoridade monetária". Porém, o dirigente falou sobre a questão dos precatórios.
Galípolo afirmou que ainda há uma discussão sobre o impacto dos precatórios na economia. “Lembro que diversas instituições falavam ‘lá atrás, quando se postergou o pagamento, não houve nenhum tipo de revisão sobre PIB, então agora também não vamos fazer uma revisão para cima’. Esse era o diagnóstico original sobre precatórios, mas isso foi mudando rápido ao longo do ano, conforme foi se estimando que sim, os precatórios tinham um efeito de impulso fiscal significativo.”
Porém, Galípolo ressaltou que, em relação às previsões sobre as hipóteses sobre Produto Interno Bruto (PIB) acima das expectativas, ainda é necessário mais estudo e tempo para uma avaliação.
Já em relação aos impactos do aumento da Selic, o presidente do BC avalia que, estruturalmente, setores da economia no Brasil se adaptaram a patamares altos de juro. Para ele, é preciso novas formas de crédito colateralizado para reduzir spread bancário.
- VEJA MAIS: Brasil está na mira do tarifaço de Trump – confira os impactos dessa mudança nos seus investimentos
Na mira do Trump: Galípolo sobre o cenário externo
Outro fator que vem deixando o mar revolto é o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. O republicano vem bombardeando parceiros comerciais com a sua política de tarifas.
Na segunda-feira (10) à noite, o presidente norte-americano assinou decreto autorizando a aplicação de impostos nas importações de aço e alumínio do país, o que afeta diretamente o Brasil.
Para Galípolo, ainda há muitas incertezas em relação às tarifas impostas por Trump. Ele também avaliou que o Brasil pode sofrer um impacto menor por não ter aproveitado tão bem a realocação de cadeias produtivas impulsionada pela pandemia da Covid-19.
“Curiosamente, parece que ao longo de 2025 temos ouvido mais a ideia de que, pelo fato de o Brasil não ter se inserido tão bem do ponto de vista da correlação com a economia norte-americana, talvez sofra menos no caso de uma tarifa”, disse.
Além disso, apesar das tensões geopolíticas impulsionadas pelo republicano, ele avalia que está em curso um processo de dissipação de alguns choques no cenário externo.
De acordo com o presidente do BC, como consequência de crises ocorridas desde 2008, o cenário de rolagem de dívidas maiores tem posto pressão nas taxas de juros mais longas, o que impacta os países emergentes.
*Com informações do Estadão Conteúdo e InfoMoney
Fundos de pensão que investiram em títulos do Banco Master entram na mira da Justiça em meio a irregularidades nos investimentos
Investigações apontam para aplicações financeiras fora dos protocolos adequados nos casos dos fundos Amazonprev, Rioprevidência e Maceió Previdência
Time sensação do Campeonato Brasileiro, Mirassol arrecada o equivalente a um terço do orçamento municipal
Sensação do Brasileirão, o Mirassol arrecadou cerca de um terço do orçamento municipal e levou a pequena cidade paulista ao cenário internacional com a vaga na Libertadores
Joesley Batista viajou para a Venezuela para pedir renúncia de Maduro: qual o interesse da JBS e da J&F no país?
Joesley Batista tem relações com o presidente Donald Trump e pediu pelo fim das tarifas sobre a carne. A JBS também tem negócios nos Estados Unidos
Lotomania e Super Sete aproveitam bola dividida na Lotofácil e pagam os maiores prêmios da noite nas loterias da Caixa
Lotofácil manteve a fama de loteria “menos difícil” da Caixa, mas cedeu os holofotes a outras modalidades sorteadas na noite de quarta-feira (3).
Alerta Selic: o que pode impedir o BC de cortar os juros, segundo Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual
A projeção do banco é que a Selic encerre 2025 em 15% e que os cortes comecem de forma gradual em janeiro, alcançando 12% ao final de 2026
Ibovespa a 300 mil pontos? ASA vê a bolsa brasileira nas alturas, mas há uma âncora à vista
Em um cenário dúbio para 2026, os executivos da instituição financeira avaliam o melhor investimento para surfar um possível rali e ainda conseguir se proteger em um ambiente negativo
Segundo carro elétrico mais vendido do Brasil atinge marca histórica de vendas no mundo
Hatch elétrico chinês atinge marca histórica em apenas quatro anos e reforça a estratégia global da BYD no mercado de veículos eletrificados
Retrospectiva Spotify 2025: Bad Bunny lidera o mundo e dupla sertaneja domina o Brasil (de novo); veja como acessar o seu Wrapped
Plataforma divulga artistas, álbuns e músicas mais ouvidos do ano e libera função Wrapped para todos os usuários
De bailarina a bilionária mais jovem do mundo: a trajetória da brasileira que construiu uma fortuna aos 29 anos sem ser herdeira
A ascensão de Luana Lopes Lara à frente da Kalshi mostra como a ex-bailarina transformou formação técnica e visão de mercado em uma fortuna bilionária
Daniel Vorcaro — da ostentação imobiliária à prisão: o caso da mansão de R$ 460 milhões em Miami
A mansão de R$ 460 milhões comprada por Daniel Vorcaro em Miami virou símbolo da ascensão e queda do dono do Banco Master, hoje investigado por fraudes
Lotofácil 3552 faz os primeiros milionários de dezembro nas loterias da Caixa; Mega-Sena e Timemania encalham
A Lotofácil não foi a única loteria a ter ganhadores na faixa principal na noite de terça-feira (2). A Dia de Sorte saiu para um bolão na região Sul do Brasil.
Banco Master: Ministério Público quer Daniel Vorcaro de volta à prisão e TRF-1 marca julgamento do empresário
Uma decisão de sábado soltou Vorcaro e outros quatro presos na investigação do Banco Master
Qual signo manda na B3? Câncer investe mais, Libra investe melhor — e a astrologia invade o pregão
Levantamento da B3 revela que cancerianos são os que mais investem em ações, mas quem domina o valor investido são os librianos
BC Protege+: Como funciona a nova ferramenta do Banco Central que impede a abertura de contas não autorizadas
Nova ferramenta do Banco Central permite bloquear a abertura de contas em nome do usuário e promete reduzir fraudes com identidades falsas no sistema financeiro
CNH sem autoescola: com proposta aprovada, quanto vai custar para tirar a habilitação
Com a proposta da CNH sem autoescola aprovada, o custo para tirar a habilitação pode cair até 80% em todo o país
A palavra do ano no dicionário Oxford que diz muito sobre os dias de hoje
Eleita Palavra do Ano pela Oxford, a expressão “rage bait” revela como a internet passou a usar a raiva como estratégia de engajamento e manipulação emocional
Não tem para ninguém: Lotofácil, Quina e demais loterias da Caixa entram em dezembro sem ganhadores
Depois de acumular no primeiro sorteio do mês, a Lotofácil pode pagar nesta terça-feira (2) o segundo maior prêmio da rodada das loterias da Caixa — ou o maior, se ela sair sem que ninguém acerte a Timemania
Tema de 2026 será corte de juros — e Galapagos vê a Selic a 10,5% no fim do próximo ano
No Boletim Focus desta semana, a mediana de projeções dos economistas aponta para uma Selic de 10,5% apenas no final de 2027
Metrô de São Paulo começa a aceitar pagamento com cartão de crédito e débito direto na catraca; veja como vai funcionar
Passageiros já podem usar cartões de crédito ou débito por aproximação na catraca, mas integração com ônibus continua exclusiva do Bilhete Único
CNH sem autoescola: quais são os requisitos para o instrutor autônomo?
Nova resolução do Contran cria o instrutor autônomo e detalha os requisitos para atuar na formação de condutores no modelo da CNH sem autoescola