Banco Central fez o que podia fazer quando subiu a Selic para 15%, diz diretor do Goldman Sachs, que vê autarquia em armadilha fiscal
Alberto Ramos defende que o país vive um ciclo perverso de crescimento fraco, câmbio pressionado e inflação resistente. A solução existe — mas exige um ajuste doloroso a partir de 2027

O Banco Central está tentando conter a inflação com juros muito altos, mas esbarra numa parede: o desequilíbrio fiscal. Alberto Ramos, diretor de pesquisa macroeconômica para a América Latina do Goldman Sachs, acredita que esse descompasso cria um ciclo perverso.
O Banco Central sobe os juros para segurar a inflação, mas tem seu esforço frustrado pelo governo, que estimula o consumo e os serviços via gastos e crédito subsidiado. Essa combinação, segundo Ramos, criou uma armadilha de difícil saída para o BC — e só um ajuste fiscal estrutural, por parte do governo, interromperia esse ciclo.
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Em entrevista ao Seu Dinheiro, o diretor do Goldman Sachs afirmou que a política monetária já fez “o que podia fazer” quando subiu a taxa Selic para 15% ao ano e elevou o juro real para um nível de 10%, que Ramos avalia como muito alto.
“Isso funciona no curto prazo, mas no médio e longo prazo, não. Como a política fiscal está fora dos eixos, a política monetária teve que dar um arrocho. É aquela coisa: a diferença entre o remédio e o veneno é a dosagem”, diz.
Para ele, o Banco Central poderia subir o juro a 18% que não resolveria.
“Se o governo prefere manter a inflação alta porque não quer que o crescimento [da economia] desacelere, essa é uma escolha da política fiscal, não monetária”, afirma.
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A esperança está em 2027. Não necessariamente com uma troca de governo, como tem sido aventado no mercado financeiro, mas com um novo ciclo político que tenha disposição para encarar reformas duras.
“Nos últimos dois anos o fiscal não só não andou para frente como andou para trás. A cada ano que passa, o custo do ajuste sobe. E a janela para resolvê-lo de forma controlada vai se fechando”, afirma o diretor do Goldman Sachs.

Banco Central vs. Governo: macacos em galhos errados
Em macroeconomia, há uma regra clássica que diz: cada instrumento deve servir ao seu propósito. A política fiscal (gastos e impostos do governo) serve para controlar a demanda. Já a política monetária (juros e emissão de moeda) deve controlar a inflação e estabilizar o câmbio.
Essa lógica foi formalizada pelo economista canadense Robert Mundell, ganhador do Nobel em 1999, por um artigo publicado em 1962.
Segundo Alberto Ramos, o Brasil está fazendo o oposto do recomendado. “Temos uma política monetária super restritiva tentando compensar uma política fiscal frouxa. O resultado disso é câmbio valorizado, déficit em conta-corrente e uma inflação que não cede como deveria”, diz.
Em vez de “cada macaco no seu galho”, como diz o economista, o Banco Central estaria lutando sozinho para fazer o trabalho do governo — e isso tem efeitos colaterais.
Com juros elevados para conter a inflação, o real se valoriza. Isso ajuda a conter a inflação de bens importados, mas também piora a balança comercial e limita o crescimento da indústria.
Enquanto isso, o governo continua injetando dinheiro na economia, via estímulos, renúncias fiscais e aumento de gastos obrigatórios, o que pressiona a demanda e a inflação.
“É quase missão impossível para o Banco Central. E é por isso que mesmo com Selic a 15% ao ano ou 10% de juro real, a economia continua relativamente bem, e a inflação segue alta”, diz Ramos.
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Boa notícia: tem solução; má notícia: tem custo político
Para Ramos, o único caminho viável é um ajuste fiscal estrutural e permanente, com corte de gastos e reformas que liberem espaço no orçamento público. Dessa forma, cada macaco volta para o seu galho certo, e a política monetária volta a cumprir seu papel.
Entretanto, o diretor do Goldman Sachs vê o Brasil se distanciando cada vez mais do ajuste necessário.
Nós últimos dois anos, Ramos avalia que o país retrocedeu: teve aumento de carga tributária e gastos permanentes. Criaram-se despesas que engessam ainda mais o orçamento, e tudo isso diminuiu a margem para qualquer ajuste futuro.
“A situação piorou. Vai deixar uma herança muito complicada para 2027. E pode até ser que este governo tenha que lidar com o problema. Não há clareza do que vai sair dessa eleição”, afirma Ramos.
Para colocar a dívida pública em trajetória de queda, seria preciso um ajuste com espaço o suficiente para um superávit primário entre 2% e 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB). O superávit primário é o saldo positivo nas contas públicas, excluindo os juros da dívida interna. Atualmente, o Brasil opera com déficit.
Segundo Ramos, um ajuste bom mesmo seria para um superávit de 3% do PIB. Neste nível, seria possível alcançar não só a estabilização da dívida, mas a tendência de queda, para reduzir ao longo do tempo.
A forma como isso deve ser feito é muito mais uma discussão política do que econômica. Ramos acredita que exigiria corte de gastos de forma estrutural, rever benefícios fiscais e subsídios, além de enfrentar interesses corporativos.
“Muita gente diz que é difícil, tem rigidez nos gastos, carga tributária elevada. É difícil mesmo, não há dúvida de que é difícil. Mas não é impossível. A mensagem boa é que tem solução. É uma questão de vontade política”, diz Ramos.
E acrescenta: “Quanto mais se adiar, mais doloroso [o ajuste] será”.
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