Shopping centers: é melhor investir via fundos imobiliários ou ações?
Na última semana, foi divulgada alteração na MP que trata da tributação de investimentos antes isentos. Com o tema mais sensível retirado da pauta, os FIIs voltam ao radar dos investidores

Conforme amplamente estabelecido, o investimento em real estate pode ser feito de diferentes formas no mercado de capitais. No caso dos shopping centers, um dos segmentos mais tradicionais da indústria, as alternativas listadas em Bolsa se destacam pela ampla variedade de empresas e fundos imobiliários disponíveis.
Há um tempo tenho destacado em alguns conteúdos o comparativo entre as ações de operadoras de shoppings e os FIIs do setor. As ações de Iguatemi (IGTI11), inclusive, foram destacadas nesta mesma coluna em meados de 2022 — desde então, o papel valorizou quase 50%.
No início deste ano, em especial, as ações negociavam em níveis bastante depreciados, inclusive em relação aos fundos.
- VEJA TAMBÉM: LULA e TRUMP: A “química excelente” que pode mudar a relação BRASIL-EUA; assista o novo episódio do Touros e Ursos no Youtube
Após um primeiro semestre excepcional para os players, impulsionado por um ambiente econômico mais favorável à Bolsa e por um desempenho de vendas acima da média, as ações acumularam alta de cerca de 45% em nove meses — mais do que o dobro da valorização observada nos FIIs de shoppings. Como consequência, o ratio entre as duas classes sofreu uma mudança significativa no período.


Agora, passados esses nove meses, chegou a hora de inverter a mão?
Na minha visão, não há sinais claros de uma migração de fluxo entre esses ativos, considerando as diferenças de liquidez e governança das empresas, além da qualidade superior do portfólio de Iguatemi e Multiplan (MULT3).
Outro ponto relevante é o potencial de ganho de capital, estimado entre 20% e 30% para os papéis das companhias nas condições atuais. O comparativo com transações recentes do setor também reforça a atratividade do investimento.
Leia Também

Ainda assim, entendo que o investidor de varejo deve observar esse cenário com atenção, sobretudo aquele cujo foco seja a geração de renda. Ao avaliarmos o cap rate — taxa de capitalização na tradução, uma métrica tradicional do setor —, ainda existe uma diferença de cerca de 2 p.p. entre as classes. No entanto, quando consideramos a isenção de imposto de renda, os ativos passam a se posicionar em patamar semelhante.

Considerando a obrigatoriedade de distribuição de resultados pelos fundos imobiliários, o dividend yield da categoria atualmente se mostra bem superior, próximo de dois dígitos. Além disso, o recente aumento de alavancagem de Iguatemi e Multiplan limita a capacidade de devolução de capital aos acionistas.
Vale citar que, na última semana, foi divulgada alteração no texto da Medida Provisória 1.303/2025, que trata da tributação de investimentos antes isentos, como LCIs, LCAs, CRIs, CRAs, FIIs, Fiagros, FI-Infras e debêntures. Na prática, o texto atualizado manteve a isenção de IR para pessoas físicas nos fundos imobiliários, desde que observadas as condições já conhecidas, como número mínimo de cotistas e negociação em bolsa. Com o tema mais sensível retirado da pauta, os FIIs voltam ao radar dos investidores.
Por fim, reforço que a visão sobre o setor segue construtiva, sobretudo em um cenário de queda de juros e de possível reaquecimento das operações de fusões e aquisições entre os players.
Tenho uma novidade para compartilhar: o canal do Telegram da série Empiricus Renda Imobiliária, que antes era exclusivo para assinantes, agora está aberto para o público geral.
É um momento bem importante para a categoria, diante da possibilidade do ciclo de queda da taxa de juros. Você receberá conteúdos diários sobre fundos imobiliários, incluindo dados de mercado, relatórios do setor e outros materiais exclusivos!
Para acessar, basta clicar neste link: https://t.me/rendaimobiliaria
Patria Malls (PMLL11): sob nova direção
O Patria Malls (PMLL11), anteriormente chamado de Genial Malls (MALL11), é um fundo gerido pelo Patria Investimentos e administrado pelo Banco Genial.
O fundo tem como objetivo gerar renda e ganhar capital por meio de shopping centers, seja na exploração ou na compra e venda de ativos.
- SAIBA MAIS: Descubra o que os especialistas do BTG estão indicando agora: O Seu Dinheiro reuniu os principais relatórios em uma curadoria gratuita para você
Seu portfólio atual conta com 15 ativos que somam cerca de 146,3 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL) própria. O fundo tem exposição a seis estados, sendo o Rio de Janeiro o mais representativo, com 50% da ABL, seguido por São Paulo, com 19%.
Entrando no escopo operacional do fundo, observa-se uma trajetória consistente de vendas ao longo dos últimos anos. Em praticamente todos os meses de 2025, os indicadores superaram os níveis registrados em 2023 e 2024.
Entre os fatores que justificam a presença do PMLL11 nesta coluna, destaco o desconto relevante das cotas em relação ao seu valor patrimonial, além do nível atual de cap rate. Ambos os indicadores se mostram acima da média quando comparados a outros FIIs do segmento de shopping centers, reforçando a atratividade relativa do fundo.

Entre os riscos, ressalto que a mudança de gestão pode ter impacto na performance. A área de shopping centers ainda é relativamente nova no Patria, enquanto a equipe da Genial já era bastante consolidada e com forte proximidade com os ativos localizados no Rio de Janeiro, em especial.
Ainda assim, encontramos um potencial de valorização de dois dígitos para o FII e uma geração de renda atrativa na ordem de 10,4% para os próximos 12 meses. Portanto, diante da margem relevante de geração de valor, o PMLL11 é o novo fundo em destaque do Décimo Andar.
Até a próxima,
Caio.
Tão longe, tão perto: as eleições de 2026 e o caos fiscal logo ali, e o que mexe com os mercados nesta terça-feira (30)
Por aqui, mercado aguarda balança orçamentária e desemprego do IBGE; nos EUA, todos de olho nos riscos de uma paralisação do governo e no relatório Jolts
Eleições de 2026 e o nó fiscal: sem oposição organizada, Brasil enfrenta o risco de um orçamento engessado
A frente fiscal permanece como vetor central de risco, mas, no final, 2026 estará dominado pela lógica das urnas, deixando qualquer ajuste estrutural para 2027
Tony Volpon: O Fed e as duas economias americanas
Um ressurgimento de pressões inflacionárias ou uma fraqueza inesperada no mercado de trabalho dos EUA podem levar a autarquia norte-americana a abortar ou acelerar o ciclo de queda de juros
B3 deitada em berço esplêndido — mas não eternamente — e o que mexe com os mercados neste segunda-feira (29)
Por aqui, investidores aguardam IGP-M e Caged de agosto; nos EUA, Donald Trump negocia para evitar paralisação do governo
Pequenas notáveis, saudade do que não vivemos e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (26)
EUA aguardam divulgação do índice de inflação preferido do Fed, enquanto Trump volta a anunciar mais tarifas
A microcap que garimpa oportunidades fora da bolsa e vem sendo recompensada por isso
Há ótimas empresas fora da bolsa, mas não conseguimos nos tornar sócios delas; mas esta pequena empresa negociada na B3, sim
Mais água no feijão e o que sobra para os acionistas minoritários, e o que mexe com os mercados nesta quinta (25)
Por aqui temos prévia da inflação e reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN); nos EUA, PIB do segundo trimestre e mais falas de dirigentes do Fed
Rodolfo Amstalden: O amor pode estar do seu lado
Não serei eu a querer estragar o story telling de ninguém, mas o (eventual) rali eleitoral no Brasil sequer começou
A chama que não se apaga das debêntures incentivadas e o que esperar dos mercados hoje
Após renovar recorde ontem, Ibovespa tem dia de agenda esvaziada; destaques são fluxo cambial no Brasil e falas de dirigentes do Fed nos EUA
Dois coelhos com uma cajadada só, um grande encontro e o que move os mercados nesta terça-feira (23)
Investidores acompanham hoje ata do Copom, início da Assembleia Geral da ONU e discurso do presidente do Fed
80 anos de ONU: discursos idealistas, cofres vazios e investidores correndo para o ouro
Ao mesmo tempo em que busca reafirmar seu papel global, a ONU enfrenta talvez a mais profunda crise de legitimidade e de recursos de sua história
Felipe Miranda: O novo ouro é… o próprio ouro
Há uma narrativa de que o bitcoin seria o “ouro digital”, mas existem motivos pelos quais o paralelo com o metal precioso não é tão correto assim
Quem quer dinheiro? Uma jogada de mestre com o ouro, e o que mexe com os mercados nesta segunda-feira (22)
Dia tem discursos de dirigentes do Banco Central da Inglaterra e do Federal Reserve; investidores também se preparam para a Assembleia Geral da ONU, que começa amanhã
Petrobras (PETR4): novo plano estratégico pode abrir as portas para mais dividendos aos acionistas; saiba o que esperar
Estamos perto da divulgação do Plano Estratégico 2026-2030 da Petrobras, o que pode ser um catalisador relevante para os papéis da estatal
Super Quarta de contrastes: a liquidez vem lá de fora, a cautela segue aqui dentro
Fed inicia novo ciclo de cortes, Copom sinaliza flexibilização futura e mercados globais reagem à virada monetária que impulsiona ativos de risco
O melhor aluno da sala fazendo bonito na bolsa, e o que esperar dos mercados nesta quinta-feira (18)
Investidores ainda reagem às decisões e declarações da Super Quarta; no Reino Unido e no Japão, definição de juros vem hoje
Rodolfo Amstalden: A falácia da “falácia da narrativa”
Pela visão talebiana, não conseguimos nos contentar com o simples acaso, precisamos sempre de uma explicação para o que está acontecendo
Como a Super Quarta mexe com os seus investimentos, e o que mais move os mercados nesta quarta-feira (17)
Após mais um recorde na bolsa brasileira, investidores aguardam decisão sobre juros nos EUA e no Brasil
Para qual montanha fugir, Super Quarta e o que mexe com os mercados nesta terça-feira (16)
À espera da definição da política monetária nos EUA e no Brasil, investidores repercutem aviso de que Trump deve anunciar reação após condenação de Bolsonaro
Felipe Miranda: A neoindustrialização brasileira (e algumas outras tendências)
Fora do ar condicionado e dos escritórios muito bem acarpetados, há um Brasil real de fronteira tecnológica, liderando inovação e produtividade