O elefante na sala aparece novamente: como se posicionar com a tributação dos FIIs?
Para os investidores, minha recomendação inicial seria manter a calma, aguardando mais detalhes e a possível revisão dos vetos pelo Congresso
O ano começou cheio de emoção para investidores de fundos imobiliários. Após retomada dos preços no final de 2024, as cotas dos FIIs voltaram a recuar em janeiro.
Em complemento com a realização dos ganhos de curto prazo, fomos surpreendidos pelos vetos do presidente Lula ao projeto de lei complementar 68/2024, que trata da nova reforma tributária.
Apenas relembrando, as discussões envolvendo a tributação da categoria, que contempla Fundos Imobiliários e Fiagros, foram inseridas no ano passado, mas foram descartadas ao longo do tempo. No entanto, nos acréscimos da aprovação da regulamentação, eles foram reintegrados ao texto. Segundo integrantes do governo, a exclusão dos fundos da reforma seria classificada como inconstitucional.
Caso o veto se mantenha, os fundos imobiliários e Fiagros serão categorizados como prestadores de serviços e estarão sujeitos à cobrança do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS).
Portanto, a receita imobiliária dos fundos seria negativamente impactada pela incidência da alíquota a partir da nova estrutura, que prevê um período de transição entre 2026 e 2032. Os cálculos e definições sobre o tema ainda estão sendo analisados, dado a característica jurídica da questão e as alíquotas envolvidas. A diferenciação entre fundos de tijolos e de crédito (papel) é bem pertinente neste ponto.
Para a remuneração de locação no setor imobiliário, por exemplo, o projeto de lei prevê um redutor de 70% na alíquota dos impostos. Com isso, o impacto na receita dos fundos poderia alcançar percentual próximo de 8,5%.
Leia Também
Seca dos IPOs ainda vai continuar, fim do shutdown e o que mais movimenta a bolsa hoje
Rodolfo Amstalden: Podemos resumir uma vida em uma imagem?
Ademais, os contribuintes poderão utilizar valores pagos para compensar outros impostos envolvidos na operação. Em setores com melhores condições para os proprietários, é provável que as tarifas sejam absorvidas pelos inquilinos gradualmente, a depender do tipo de contrato.
Importante citar que os rendimentos dos fundos imobiliários permanecem isentos de imposto de renda.
- SAIBA MAIS: As análises e recomendações de especialistas para investir após a primeira reunião do Copom em 2025
FIIs: o jogo só acaba quando o juiz apita
O Congresso ainda pode derrubar o veto presidencial por meio de votação em sessão conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado, sendo necessária maioria absoluta. Algumas bancadas importantes de Brasília, tal como a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), já se manifestaram de forma contrária ao veto.
Entre os argumentos apresentados, destaca-se a importância dos fundos para fomento da construção civil e do agronegócio, especialmente em um cenário de restrição de crédito subsidiado e/ou bancário.
Ademais, por serem fundos direcionados para o investidor pessoa física, há menor pertinência em relação ao discurso de igualdade social do governo, bem como ao potencial arrecadatório.
Particularmente, entendo como crucial uma revisão profunda do tema. O favorecimento para estratégias de crédito, por exemplo, pode ocasionar uma distorção significativa na indústria.
ONDE INVESTIR EM 2025: Fundos Imobiliários, hora de fugir ou ainda existem boas oportunidades?
Como se posicionar em FIIs diante deste evento?
A possibilidade de tributação já era um ponto discutido entre os integrantes do mercado, dado que foi ventilado em períodos anteriores. O tema foi debatido seriamente no ambiente legislativo em ao menos três ocasiões na última década.
Esses momentos provocaram volatilidade no índice, tal como observado nos últimos dias. Entretanto, quando analisamos uma janela temporal mais ampla, nota-se uma pertinência muito mais significativa dos ciclos econômicos, evidenciada pela relação inversa entre os juros e o desempenho dos fundos imobiliários.
O gráfico abaixo, que ilustra a performance do Ifix e a evolução da Taxa de compra do título Tesouro IPCA+ 2035 demonstra bem este contexto.
Diante da ameaça constante de tributação (o elefante na sala), entendo que ao menos parte dos riscos envolvendo a tributação já estavam precificados nas cotas dos FIIs. Para os investidores, minha recomendação inicial seria manter a calma, aguardando mais detalhes e a possível revisão dos vetos pelo Congresso.
Destaco ainda que os fundos listados já apresentam descontos relevantes em suas cotações, diante dos eventos macroeconômicos recentes. Os fundos de crédito, possivelmente menos impactados pelas mudanças tributárias, oferecem assimetria interessante. Em termos de preço, o deságio sobre o valor patrimonial (P/VPA) está próximo da máxima histórica.
Nesta cesta, encontramos fundos high grade, ou seja, com elevada qualidade de crédito, negociando com desconto de dois dígitos sobre o valor patrimonial. Trata-se de um patamar inédito para a categoria que, na minha visão, sinaliza oportunidade de compra.
Mauá Recebíveis Imobiliários (MCCI11): um dos mais descontados
O Mauá Capital Recebíveis Imobiliários (MCCI11) é um fundo de papel criado em 2019 e tem por objetivo a geração de valor por meio da aquisição de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), além de também investir em outras cotas de FIIs com foco em crédito imobiliário.
A carteira conta com 78% do seu portfólio alocado em CRIs, 9% em FIIs, 8% em caixa, 3% em alocação tática e 2% em crédito estruturado (FII Porto Seguro).
A carteira de crédito é composta por 31 CRIs e 1 crédito estruturado, com duration média de 4,3 anos. Considerando a marcação a mercado, aproximadamente 95% das operações estão indexadas em IPCA+8,8% ao ano, 3% indexado ao IGPM+7,7% ao ano e 2% indexada ao CDI+2,8% ao ano.
Dos 32 ativos da carteira de crédito, apenas seis não são de estruturação da própria Mauá, sendo que dois deles o fundo possui mais de 50% do papel e tem maioria absoluta para deliberações em assembleia.
O portfólio do fundo promete mudanças no curto prazo, diante do provável pré-pagamento de uma tranche relevante de CRIs. Interpreto como um movimento bastante positivo para o fundo, diante da redução de risco no portfólio e possibilidade de elevação da taxa média da carteira com novas operações.
No momento, as cotas do MCCI11 são negociadas com deságio relevante de 16% em relação ao valor patrimonial, desconto bem acima da média histórica da categoria e dos pares.
Em nossas projeções, encontramos uma TIR Real de aproximadamente 13,5% para suas cotas, o que oferece uma oportunidade interessante de compra. Aliás, considerando as últimas movimentações do fundo e as condições de mercado, é provável que o FII aumente seu guidance de distribuição nos próximos meses.
Vale salientar que a gestão adota uma política de estabilidade de rendimentos, de modo a minimizar o impacto da volatilidade dos indexadores em sua distribuição. Além disso, de acordo com o último relatório gerencial, o fundo possui uma reserva de resultados de R$ 0,25/cota.
Um abraço,
Caio
Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje
Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados
Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas
Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano
FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR
BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil
É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar
Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro
Economista revela o que espera para a Selic em 2025, e ações ligadas à inteligência artificial sofrem lá fora; veja o que mais mexe com o mercado hoje
Ibovespa renovou recorde antes de decisão do Copom, que deve manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, e economista da Galapagos acredita que há espaço para cortes em dezembro; investidores acompanham ações de empresas de tecnologia e temporada de balanços
O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje
O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro
Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação
Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal
Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998
Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.
Manter o carro na pista: a lição do rebalanceamento de carteira, mesmo para os fundos imobiliários
Assim como um carro precisa de alinhamento, sua carteira também precisa de ajustes para seguir firme na estrada dos investimentos
Petrobras (PETR4) pode surpreender com até R$ 10 bilhões em dividendos, Vale divulgou resultados, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A petroleira divulgou bons números de produção do 3° trimestre, e há espaço para dividendos bilionários; a Vale também divulgou lucro acima do projetado, e mercado ainda digere encontro de Trump e Xi
Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado
A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial
Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje
A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira
Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas
Vácuos acumulados funcionaram de maneira exemplar para apaziguar o ambiente doméstico, reforçando o contexto para um ciclo confiável de queda de juros a partir de 2026
A corrida para investir em ouro, o resultado surpreendente do Santander, e o que mais mexe com os mercados hoje
Especialistas avaliam os investimentos em ouro depois do apetite dos bancos centrais por aumentar suas reservas no metal, e resultado do Santander Brasil veio acima das expectativas; veja o que mais vai afetar a bolsa hoje
O que a motosserra de Milei significa para a América Latina, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A Argentina surpreendeu nesta semana ao dar vitória ao partido do presidente Milei nas eleições legislativas; resultado pode ser sinal de uma mudança política em rumo na América Latina, mais liberal e pró-mercado
A maré liberal avança: Milei consolida poder e reacende o espírito pró-mercado na América do Sul
Mais do que um evento isolado, o avanço de Milei se insere em um movimento mais amplo de realinhamento político na região
Os balanços dos bancos vêm aí, e mercado quer saber se BB pode cair mais; veja o que mais mexe com a bolsa hoje
Santander e Bradesco divulgam resultados nesta semana, e mercado aguarda números do BB para saber se há um alçapão no fundo do poço
Só um susto: as ações desta small cap foram do céu ao inferno e voltaram em 3 dias, mas este analista vê motivos para otimismo
Entenda o que aconteceu com os papéis da Desktop (DESK3) e por que eles ainda podem subir mais; veja ainda o que mexe com os mercados hoje