Ibovespa deu uma surra no S&P 500 — e o mês de abril pode ter sido apenas o começo
O desempenho do Ibovespa em abril pode ser um indício de que estamos diante de uma mudança estrutural nos mercados internacionais, com implicações bastante positivas para os ativos brasileiros

Abril começou horroroso para o Ibovespa. Logo no dia 2, o tal Dia da Libertação, Donald Trump anunciou tarifas muito acima de qualquer expectativa, jogando todas as bolsas mundiais no vermelho.
Como tudo que está ruim pode piorar, a China impôs retaliações e recebeu ainda mais tarifas dos EUA como resposta, o que obviamente não é bom para nenhuma das duas maiores economias do mundo.
Como resultado, S&P 500 e Nasdaq caíram mais de -10% em poucos dias, e não foi muito diferente de outras bolsas ao redor do mundo.
- SAIBA MAIS: Declaração completa ou simplificada? Saiba qual a melhor para você no Guia do Imposto de Renda 2025
Com tarifas elevadas e o consequente impacto na atividade, commodities também desabaram e as apostas de recessão nos Estados Unidos ganharam força.
Agora, pulamos para o fim de abril. Mesmo com todos esses contratempos, abril terminou com ótimo desempenho para os ativos brasileiros.
Para nós, isso pode ser mais do que apenas uma força do acaso. Na verdade, o desempenho do Ibovespa em abril pode ser um indício de que estamos diante de uma mudança estrutural nos mercados internacionais, com implicações bastante positivas para os ativos brasileiros.
Leia Também
Hoje é dia de rock, bebê! Em dia cheio de grandes acontecimentos, saiba o que esperar dos mercados
Entre o rali eleitoral e o malabarismo fiscal: o que já está nos preços?
Um pouco de história
Para entender essa possível mudança, precisamos voltar um pouco no tempo. Desde meados da década passada, as empresas de tecnologia dos EUA foram responsáveis por sugar uma quantidade gigantesca de recursos do resto do mundo, especialmente de países emergentes e da Europa.
O raciocínio era relativamente simples: “por que se arriscar em mercados pouco sofisticados (emergentes) ou em regiões quase estagnadas (Europa) se você pode investir em empresas de tecnologia norte-americanas que não param de crescer?”
Essa linha de raciocínio ganhou ainda mais apelo com o surgimento das teses de inteligência artificial…
Mas dois eventos colocaram essa tese em cheque desde o início do ano. O primeiro foi o surgimento do DeepSeek em janeiro, que desafiou a supremacia de empresas de tecnologia norte-americanas, consideradas praticamente imbatíveis até então.
O segundo evento foi justamente o tarifaço, que coloca em risco os ganhos de eficiência e até mesmo o crescimento não apenas das 7 Magníficas, como de muitas empresas norte-americanas, além de colocar em dúvida outros aspectos fundamentais, como o próprio status de reserva de valor do dólar e dos Treasuries.
Se a preferência pelas big techs era óbvia até pouco tempo atrás, agora o sentimento mudou. E quem pode se aproveitar são justamente os mercados que perderam recursos para os EUA nos últimos anos.
- Leia também: Gigantes da bolsa derretem com tarifas de Trump: pequenas empresas devem começar a chamar a atenção
Ibovespa: finalmente chegou a nossa vez?
O Brasil pode ser justamente um desses beneficiados, e o desempenho em abril indica que, pelos menos por enquanto, estamos conseguindo aproveitar desse fluxo de saída dos EUA.
Mas esse movimento ainda tem espaço para continuar. Primeiro porque ainda existe muito dinheiro investido nos EUA, que tem começado a mostrar cada vez mais sinais de desaceleração.
Segundo porque, mesmo depois do bom desempenho até aqui em 2025, o Ibovespa segue negociando por múltiplos descontados (8x preço/lucros), e em breve podemos ver o investidor começar a precificar as chances de eleição de um candidato pró-mercado em 2026.
Além disso, recentes declarações dove de membros do Banco Central do Brasil combinadas com sinais de desaceleração da inflação começam a abrir a possibilidade de cortes da Selic ainda em 2025, o que seria ótima notícia para os ativos brasileiros.
Com esse pano de fundo, a Carteira Mensal de Dividendos já sobe mais de 15% em 2025, e deve continuar se aproveitando desse ganho de atratividade das ações brasileiras.
Se quiser conferir a carteira completa de forma gratuita, deixo aqui o convite.
Um abraço e até a próxima semana!
Ruy
Uma ação que pode valorizar com a megaoperação de ontem, e o que deve mover os mercados hoje
Fortes emoções voltam a circular no mercado após o presidente Lula autorizar o uso da Lei da Reciprocidade contra os EUA
Operação Carbono Oculto fortalece distribuidoras — e abre espaço para uma aposta menos óbvia entre as ações
Essa empresa negocia atualmente com um desconto de holding superior a 40%, bem acima da média e do que consideramos justo
A (nova) mordida do Leão na sua aposentadoria, e o que esperar dos mercados hoje
Mercado internacional reage ao balanço da Nvidia, divulgado na noite de ontem e que frustrou as expectativas dos investidores
Rodolfo Amstalden: O Dinizismo tem posição no mercado financeiro?
Na bolsa, assim como em campo, devemos ficar particularmente atentos às posições em que cada ação pode atuar diante das mudanças do mercado
O lixo que vale dinheiro: o sonho grande da Orizon (ORVR3), e o que esperar dos mercados hoje
Investidores ainda repercutem demissão de diretora do Fed por Trump e aguardam balanço da Nvidia; aqui no Brasil, expectativa pelos dados do Caged e falas de Haddad
Promessas a serem cumpridas: o andamento do plano 60-30-30 do Inter, e o que move os mercados hoje
Com demissão no Fed e ameaça de novas tarifas, Trump volta ao centro das atenções do mercado; por aqui, investidores acompanham também a prévia da inflação
Lady Tempestade e a era do absurdo
Os chineses passam a ser referência de respeito à propriedade privada e aos contratos, enquanto os EUA expropriam 10% da Intel — e não há razões para ficarmos enciumados: temos os absurdos para chamar de nossos
Quem quer ser um milionário? Como viver de renda em 2025, e o que move os mercados hoje
Investidores acompanham discursos de dirigentes do Fed e voltam a colocar a guerra na Ucrânia sob os holofotes
Da fila do telefone fixo à expansão do 5G: uma ação para ficar de olho, e o que esperar do mercado hoje
Investidores aguardam o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole
A ação “sem graça” que disparou 50% em 2025 tem potencial para mais e ainda paga dividendos gordos
Para os anos de 2025 e 2026, essa empresa já reiterou a intenção de distribuir pelo menos 100% do lucro aos acionistas de novo
Quem paga seu frete grátis: a disputa pelo e-commerce brasileiro, e o que esperar dos mercados hoje
Disputa entre EUA e Brasil continua no radar e destaque fica por conta do Simpósio de Jackson Hole, que começa nesta quinta-feira
Os ventos de Jackson Hole: brisa de alívio ou tempestade nos mercados?
As expectativas em torno do discurso de Jerome Powell no evento mais tradicional da agenda econômica global divide opiniões no mercado
Rodolfo Amstalden: Qual é seu espaço de tempo preferido para investir?
No mercado financeiro, os momentos estatísticos de 3ª ou 4ª ordem exercem influência muito grande, mas ficam ocultos durante a maior parte do jogo, esperando o técnico chamar do banco de reservas para decidir o placar
Aquele fatídico 9 de julho que mudou os rumos da bolsa brasileira, e o que esperar dos mercados hoje
Tarifa de 50% dos EUA sobre o Brasil vem impactando a bolsa por aqui desde seu anúncio; no cenário global, investidores aguardam negociações sobre guerra na Ucrânia
O salvador da pátria para a Raízen, e o que esperar dos mercados hoje
Em dia de agenda esvaziada, mercados aguardam negociações para a paz na Ucrânia
Felipe Miranda: Um conto de duas cidades
Na pujança da indústria de inteligência artificial e de seu entorno, raramente encontraremos na História uma excepcionalidade tão grande
Investidores na encruzilhada: Ibovespa repercute balanço do Banco do Brasil antes de cúpula Trump-Putin
Além da temporada de balanços, o mercado monitora dados de emprego e reunião de diretores do BC com economistas
A Petrobras (PETR4) despencou — oportunidade ou armadilha?
A forte queda das ações tem menos relação com resultados e dividendos do segundo trimestre, e mais a ver com perspectivas de entrada em segmentos menos rentáveis no futuro, além de possíveis interferências políticas
Tamanho não é documento na bolsa: Ibovespa digere pacote enquanto aguarda balanço do Banco do Brasil
Além do balanço do Banco do Brasil, investidores também estão de olho no resultado do Nubank
Rodolfo Amstalden: Só um momento, por favor
Qualquer aposta que fizermos na direção de um trade eleitoral deverá ser permeada e contida pela indefinição em relação ao futuro