Gigantes da bolsa derretem com tarifas de Trump: pequenas empresas devem começar a chamar a atenção
Enquanto o mercado tenta entender como as tarifas de Trump ajudam ou atrapalham algumas empresas grandes, outras nanicas com atuação exclusivamente local continuam sua rotina como se (quase) nada tivesse acontecido
Lá se vão quase dez dias que Donald Trump colocou os mercados de cabeça para baixo, e neste momento ninguém tem a menor ideia de como isso vai terminar (se é que vai terminar).
Mas como analista a minha função é ler tudo o que conseguir para tentar entender melhor os cenários à frente, e em uma dessas leituras me deparei com um trecho bastante interessante em um relatório gringo.
Pessimista com o que pode acontecer com as empresas internacionais e mais expostas às tarifas, o analista sugere distância de empresas norte-americanas que se aproveitaram da globalização nos últimos anos, a exemplo de Nike, Apple, entre outras.
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Além disso, ele recomendou um portfólio com ações de empresas menores, que tenham grande parte de seus custos e receitas baseadas localmente.
Será que isso se aplica no caso das empresas brasileiras também?
Desvantagens de ser grande
Historicamente, as empresas menores sempre estiveram associadas a um maior risco, por conta de menos acesso a financiamentos, menor liquidez, etc. Mas até nesse aspecto as tarifas podem trazer mudanças.
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Algumas gigantes brasileiras despencaram com as medidas de Trump por estarem diretamente ligadas ao ambiente internacional.
Pegue a Petrobras como exemplo. Até outro dia, a companhia vendia petróleo por US$ 80 o barril e podia distribuir uma enxurrada de dividendos aos acionistas. Agora, precisa se contentar com o petróleo em US$ 60 o barril e dividendos bem mais tímidos – isso se a cotação do petróleo não cair ainda mais.
Outro exemplo é a Gerdau, que não só tem fábricas no Brasil e nos Estados Unidos, como ainda concorre com produtos importados chineses – imagine o nó na cabeça do investidor após o anúncio das tarifas.
No entanto, também existem exemplos de companhias ligadas ao comércio internacional que podem se dar bem nessa história.
A SLC Agrícola, por exemplo, exporta quase toda a produção, e com a briga entre Estados Unidos e China, o país asiático deve reduzir drasticamente a compra de grãos norte-americanos, o que tende a beneficiar as vendas da SLC com maiores vendas e prêmios.
- Leia também: Cardápio das tarifas de Trump: Ibovespa leva vantagem e ações brasileiras se tornam boas opções no menu da bolsa
Como se nada tivesse acontecido
Mas enquanto o mercado tenta entender como as tarifas de Trump ajudam ou atrapalham algumas empresas grandes, outras nanicas com atuação exclusivamente local continuam sua rotina como se (quase) nada tivesse acontecido.
A Estapar (ALPK3) administra estacionamentos e não depende de importações ou exportações para o dia a dia do negócio. Obviamente, uma recessão global afeta um pouco PIB, empregos e indiretamente reduz a demanda por vagas, mas nada que mude drasticamente o negócio.
Por enquanto, eu não notei uma grande mudança no apetite por essa classe de ativos, e a pausa no tarifaço por 90 dias pode ter adiado esse movimento.
Mas eu não me surpreenderia se a sugestão daquele analista gringo começasse a ganhar força e fosse replicada por investidores ao redor do mundo, inclusive brasileiros, em busca de empresas com atuação local cujos negócios não sejam colocados em risco por uma canetada do presidente dos Estados Unidos.
A série Microcap Alert conta com várias empresas pequenas além da Estapar, com grande potencial de crescimento, e poucas interações com o ambiente internacional – que neste momento se mostra mais como um risco do que como uma oportunidade. Se quiser conferir, deixo aqui o convite.
Um abraço e até a próxima semana!
Ruy
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