🔴 NO AR: ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – CONFIRA MAIS DE 30 RECOMENDAÇÕES – VEJA AQUI

FIIs: alívio tributário e mudança de rota

Se comparado ao sentimento do comecinho do ano, certamente os participantes da indústria estão aliviados com o panorama atual das cotas de FIIs — ainda assim, enxergamos diversos descontos nos fundos listados, especialmente nos segmentos de tijolos

23 de março de 2025
8:00 - atualizado às 17:17
Fundos imobiliários, crédito, casa própria, FII
Imagem: iStock

Após um mês de janeiro desafiador, os fundos imobiliários retomaram a animação dos investidores. Com alta de 9,5% desde a mínima do ano, o Índice de Fundos Imobiliários (Ifix) inverteu a tendência do começo do ano e se tornou um dos destaques do mercado doméstico, ao lado dos outros ativos de renda variável.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em linha com o esperado, a reação discrepante das primeiras semanas foi rapidamente capturada pelos participantes mais atentos da indústria.

De acordo com a indicação de janeiro, os fundos de crédito se destacam no ano, com valorização próxima de 7% no período.

SegmentoFevereiro2025
Crédito4,2%7,1%
Logística5,7%5,3%
Shopping Center6,8%5,6%
Lajes Corporativas4,8%4,9%
Hedge Fund5,8%4,6%
FoFs4,7%2,0%
Ifix4,4%4,6%
Retorno dos segmentos atualizados até 20/mar. Fonte: BTG Pactual e Empiricus.

Entre as novidades das últimas semanas, vale comentar a revisão de algumas casas sobre o atual ciclo de alta da taxa Selic. O Itaú, por exemplo, revisou a projeção para o final do primeiro semestre para 15,25% ao ano. 

Com um custo de oportunidade ligeiramente menos restritivo, o fluxo de migração de capital da renda variável para renda fixa perde intensidade, na margem. Com isso, as cotas dos FIIs respondem positivamente. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Além da política monetária, outro assunto importante dos últimos dias foram as movimentações do governo no âmbito tributário

Leia Também

A isenção de impostos dos FIIs

Primeiro, tivemos dias decisivos no que diz respeito à tributação dos aluguéis dos fundos imobiliários e fiagros na reforma tributária do IVA (Imposto sobre o Valor Agregado).

No texto vigente (após o veto presidencial), os fundos de investimento seriam categorizados como prestadores de serviços e estariam sujeitos à cobrança do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS).

Portanto, a receita imobiliária dos fundos seria negativamente impactada pela incidência da alíquota a partir da nova estrutura, que prevê um período de transição entre 2026 e 2032. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Após grande movimentação das bancadas envolvidas e de integrantes do governo, foi apresentada uma minuta do projeto de lei na última semana com os representantes do setor.

O novo texto prevê que os impostos não incidirão sobre operações de alienação, cessão, locação ou arrendamento de imóveis quando realizadas por FIIs e Fiagros.

A minuta está em análise e deve ser definida nos próximos dias. Lembrando que o Congresso ainda pode derrubar o veto presidencial por meio de votação em sessão conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado, caso a minuta não atenda a expectativa.

Além disso, o governo apresentou o projeto de reforma do Imposto de Renda, sendo a isenção dos contribuintes com renda mensal de até R$ 5 mil como principal pilar. Em compensação, seria aplicada uma alíquota mínima de imposto para pessoas com rendimentos anuais superiores a R$ 600 mil. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Neste caso, os fundos imobiliários e fiagros não são considerados nesta base de cálculo e, portanto, seus rendimentos não serão afetados pelo imposto. 

Ao que tudo indica, os fundos imobiliários devem permanecer isentos de impostos.

Há justiça na isenção?

Na minha visão, há pertinência para manutenção da isenção. 

Primeiro, os FIIs têm se tornado agentes importantes no setor da construção civil, especialmente no financiamento. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Inclusive, o estímulo ao setor é um ponto crucial da estratégia do governo, como evidenciado pelas mudanças no programa Minha Casa Minha Vida. Com o arrefecimento da caderneta de poupança, são necessários outros veículos de acesso a capital.

Da mesma forma, os Fiagros têm um potencial interessante para o agronegócio, outro pilar econômico significativo do Brasil. O crescimento dessa categoria nos últimos anos ilustra bem esse cenário — obviamente, a isenção tributária foi um fator chave para atrair investimentos nos fundos.

Na outra ponta, a pessoa física representa 75% dos investidores de fundos imobiliários atualmente. Trata-se de um instrumento acessível e simples, se tornando uma ótima porta de entrada para iniciantes no mercado de capitais.

Devido à facilidade de investimento, baixo valor mínimo de aplicação, possibilidade de diversificação e isenção tributária, hoje existem quase 3 milhões de cotistas de fundos imobiliários. Muitos deles são pessoas que buscam alternativas acessíveis para investir em imóveis, com saldo mediano investido em FIIs de R$ 2 mil por conta.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Portanto, o cotista atual definitivamente não é o principal alvo do governo. 

Para futuras reavaliações no âmbito tributário, acredito ser crucial uma revisão profunda sobre fundos, focada na sustentabilidade da indústria. Os raros benefícios e os diversos prejuízos devem ser colocados na balança.

O desempenho positivo de 2025 deve continuar?

Se comparado ao sentimento do comecinho do ano, certamente os participantes da indústria estão aliviados com o panorama atual das cotas de FIIs. 

Ainda assim, enxergamos diversos descontos nos fundos listados, especialmente nos segmentos de tijolos. Conforme descrito na última coluna, o setor de escritórios é o que mais chama atenção, devido ao elevado desconto em relação ao valor patrimonial. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Minha percepção é que o Ifix deve continuar apresentando volatilidade ao longo de 2025, pautado nos temas citados acima. As eleições do próximo ano também estão inseridas neste contexto, dado que já apresenta influência nos preços de mercado. 

Em caso de cenário favorável, diante do atual desconto nas cotas, uma pequena aposta em lajes corporativas me parece interessante, olhando para ganho de capital. 

VBI Prime Properties (PVBI11): alocação em qualidade

O VBI Prime Properties (PVBI11) é um dos fundos de lajes corporativas de melhor qualidade e posicionamento na indústria (entre os diversificados, certamente é o maior). Já abordamos o FII nesta coluna, inclusive.

O portfólio do PVBI11 é composto atualmente por sete imóveis, todos localizados em regiões nobres de São Paulo, totalizando uma área bruta locável (ABL) de cerca de 84 mil metros quadrados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em 2024, o mercado enxergou as últimas aquisições do fundo com postura negativa, tendo em vista a pressão no dividendo de curto prazo. Com isso, suas cotas foram bem penalizadas e hoje registram um desconto próximo da máxima histórica. 

É bem verdade que temos avaliação cética sobre alguns movimentos da gestão, diante dos preços e/ou estruturas estabelecidas. No entanto, é impossível ignorar os aspectos qualitativos do portfólio.

Em fevereiro deste ano, o fundo anunciou a alienação de conjuntos do Vila Olímpia Corporate (VOC), pelo montante de R$ 20,04 milhões (R$ 26,5 mil por metro quadrado), pago à vista. 

Se considerarmos a precificação atual do PVBI11, encontramos um EV/m2 de R$ 24,8 mil, ou seja, inferior ao múltiplo negociado em venda de participação do VOC recentemente. Vale citar que os conjuntos negociados estão vagos e que o Vila Olímpia Corporate não está entre os principais imóveis do portfólio quando avaliamos qualidade e localização.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De modo geral, entendo que o fundo é um ótimo candidato para exposição em lajes corporativas. Após atualizarmos o nosso modelo, encontramos um potencial de valorização de suas cotas de 13,5%, associado a uma geração de renda de 8,7% para os próximos 12 meses. 

Como riscos, chamo atenção para o nível de ocupação do fundo e a concentração da receita de aluguel em um locatário específico.

Você pode conferir a tese de investimento completa do FII na assinatura Renda Imobiliária da Empiricus.

Abraço,

Caio

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros

2 de dezembro de 2025 - 7:08

A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Bolhas não acabam assim

1 de dezembro de 2025 - 19:55

Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso

DÉCIMO ANDAR

As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora

30 de novembro de 2025 - 8:00

Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado

28 de novembro de 2025 - 8:25

Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros

SEXTOU COM O RUY

Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo

28 de novembro de 2025 - 6:01

A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje

27 de novembro de 2025 - 8:23

Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim

27 de novembro de 2025 - 7:49

Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?

26 de novembro de 2025 - 19:30

Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje

26 de novembro de 2025 - 8:36

Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado

25 de novembro de 2025 - 8:20

Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central

24 de novembro de 2025 - 19:59

Se você é explicitamente “o menino de ouro” do presidente da República e próximo ao ministério da Fazenda, é natural desconfiar de sua eventual subserviência ao poder Executivo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje

24 de novembro de 2025 - 7:58

Operadora de saúde enfrenta mais uma vez os mesmos problemas que a fizeram despencar na bolsa há mais dois anos; investidores aguardam discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) e dados da economia dos EUA

BOMBOU NO SD

CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3), o ‘terror dos vendidos’ e mais: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana

23 de novembro de 2025 - 17:13

Matéria sobre a exposição da Oncoclínicas aos CDBs do Banco Master foi a mais lida da semana; veja os destaques do SD

MERCADOS HOJE

A debandada da bolsa, pessimismo global e tarifas de Trump: veja o que move os mercados hoje

21 de novembro de 2025 - 9:27

Nos últimos anos, diversas empresas deixaram a B3; veja o que está por trás desse movimento e o que mais pode afetar o seu bolso

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa

20 de novembro de 2025 - 8:36

Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?

19 de novembro de 2025 - 20:00

Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje

19 de novembro de 2025 - 8:01

Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje

18 de novembro de 2025 - 8:29

Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?

18 de novembro de 2025 - 6:03

Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje

17 de novembro de 2025 - 7:53

Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar