🔴TRÊS ROBÔS CRIADOS A PARTIR DE IA “TRABALHANDO” EM BUSCA DE GANHOS DIÁRIOS – ENTENDA AQUI

Trump restabelece a política externa do ‘grande porrete’ nos EUA, mas deixa de lado uma parte importante dessa doutrina

Mercado financeiro segue atento à escalada tarifária de Donald Trump e ao potencial inflacionário da guerra comercial do novo presidente dos EUA

4 de fevereiro de 2025
7:01 - atualizado às 6:44
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos (EUA).
Donald Trump - Imagem: Official White House/Shealah Craighead

No início do século passado, o presidente Theodore Roosevelt Jr., que governou os Estados Unidos entre 1901 e 1909, ficou marcado por sua abordagem diplomática conhecida como "Big Stick" ("Grande Porrete"). A estratégia era uma extensão da Doutrina Monroe, do século XIX, e baseava-se na famosa máxima: "fale com suavidade e tenha sempre um grande porrete à mão". A essência era clara: priorizar a diplomacia, mas garantir que a capacidade de retaliação estivesse disponível, caso necessário. Roosevelt assumiu o cargo em 1901, logo após o assassinato do então presidente William McKinley, de quem Donald Trump se declara grande admirador.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A conexão entre os dois é tão simbólica que, em seu segundo mandato, Trump chegou a nomear uma montanha em homenagem a McKinley, reforçando a associação entre seu governo e a tradição expansionista e nacionalista do início do século XX.

Agora, Trump parece resgatar a ideia do "Grande Porrete", mas sem a parte do "fale com suavidade".

Os mercados globais começaram a semana reagindo ao aumento das tarifas comerciais imposto pelos EUA, que agora incluem uma taxa de 25% sobre importações do México e do Canadá, além de 10% sobre produtos chineses.

O movimento sinaliza uma mudança clara de postura em relação ao início de seu segundo mandato, que havia sido marcado por um tom aparentemente mais moderado, apesar das falas ainda bastante combativas.

Dessa vez, porém, Trump está adotando uma abordagem mais agressiva, que não se limita à retórica – e essa escalada não deve parar por aqui.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A justificativa por trás da decisão

A nova rodada de tarifas foi justificada com base na expansão do escopo da emergência nacional que Trump declarou em 20 de janeiro na fronteira sul dos EUA.

Leia Também

Originalmente, a emergência foi decretada devido ao influxo sustentado de opióides ilícitos e outras drogas. Essa situação, segundo Trump, está colocando vidas em risco e sobrecarregando o sistema de saúde, serviços públicos e comunidades americanas.

Agora, essa declaração de emergência foi ampliada para incluir o Canadá e a China, que, segundo o governo americano, não têm feito o suficiente para combater a produção de fentanil, a lavagem de dinheiro, o tráfico de drogas e o crime organizado.

A decisão de Trump reforça seu compromisso com uma política comercial protecionista, ao mesmo tempo em que explora o discurso de segurança nacional para justificar medidas que impactam diretamente o comércio global.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mercado atento à escalada tarifária de Trump

O mercado segue atento, pois essa escalada tarifária pode ter repercussões amplas, tanto na economia dos EUA quanto no cenário internacional, influenciando cadeias produtivas, relações diplomáticas e, possivelmente, a trajetória da inflação americana.

Apesar de aparentemente ter postergado em um mês a aplicação das tarifas sobre o México e o Canadá após uma conversa com os respectivos chefes de governo, os mercados já sentiram os impactos das medidas protecionistas desde a última sexta-feira.

Enquanto isso, a China sinalizou que pretende levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC), buscando um embate legal contra a ofensiva tarifária.

O tom agressivo da nova política comercial dos EUA reacendeu os temores de uma possível aceleração inflacionária, o que torna o cenário ainda mais desafiador para o Federal Reserve.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O banco central americano pode ser forçado a manter os juros elevados por mais tempo, enquanto monitora os efeitos iniciais das tarifas na economia.

Esse ambiente tem favorecido a valorização do dólar no curto prazo, ao mesmo tempo em que pressiona o mercado de ações, aumentando a incerteza global.

O arcabouço jurídico das tarifas de Trump

Para justificar a medida, Trump recorreu a um conjunto de dispositivos legais, incluindo o International Emergency Economic Powers Act (IEEPA); o National Emergencies Act (NEA); a Seção 604 do Trade Act de 1974; e a Seção 301 do Título 3 do United States Code.

O detalhe é que o IEEPA nunca foi utilizado antes para justificar tarifas. A legislação permite a imposição imediata de sanções, como as impostas pelo governo Biden contra a Rússia, mas não era tradicionalmente usada para medidas tarifárias.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Trump escolheu o IEEPA justamente porque essa legislação lhe permite contornar investigações longas e as consultas exigidas por outras leis comerciais – um processo que ele teve que seguir durante seu primeiro mandato.

Além disso, o Artigo XXI do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio da OMC estabelece uma exceção de segurança nacional, argumento que Trump pode utilizar para tentar legitimar sua medida no cenário internacional.

Essa abordagem tem precedentes históricos. Em 1971, o então presidente Nixon recorreu ao Trading with the Enemy Act para impor tarifas de 10% sobre importações, logo após os EUA abandonarem o padrão-ouro, como forma de evitar uma crise no balanço de pagamentos.

Os impactos econômicos das tarifas

As consequências econômicas dessas novas tarifas seriam significativas, uma vez que os países atingidos representam US$ 1,6 trilhão em comércio bilateral com os EUA.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O petróleo bruto é um dos produtos mais afetados, sendo a principal importação dos EUA vinda do Canadá, responsável por 60% do petróleo importado pelo país.

Essa dependência é ainda mais crítica nos estados do Meio-Oeste, onde a nova taxação pode pressionar os preços dos combustíveis. Péssimo para a inflação.

Diante desse risco, Trump já considerou reduzir a tarifa sobre o petróleo canadense de 25% para 10%, na tentativa de minimizar o impacto sobre os consumidores americanos.

No entanto, esse ajuste não será suficiente para evitar pressões inflacionárias, o que pode aumentar a incerteza sobre os próximos passos da política monetária do Federal Reserve e reforçar a volatilidade nos mercados globais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Além do impacto no setor energético, a indústria automobilística será uma das mais afetadas pelas novas tarifas impostas pelos EUA.

México e Canadá são os dois principais fornecedores de veículos e peças automotivas para o mercado americano, respondendo por quase 50% das importações de automóveis em 2023.

O setor opera por meio de cadeias de produção altamente integradas, nas quais componentes cruzam diversas vezes as fronteiras antes da montagem final dos veículos.

Medidas de Trump dificultam trabalho do Fed

Com a nova taxação, o custo da produção de automóveis aumentará significativamente, pressionando as margens das montadoras e, inevitavelmente, os preços para os consumidores.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O setor agroalimentar também será fortemente impactado.

Em 2023, os EUA importaram US$ 38,5 bilhões em produtos agrícolas do México, incluindo 90% dos abacates consumidos no país.

Além disso, o mercado americano adquiriu US$ 26 bilhões em bebidas alcoólicas mexicanas em 2022.

A imposição de tarifas sobre esses produtos deve resultar em aumentos substanciais de preços, tornando itens essenciais do dia a dia mais caros e pressionando a inflação alimentar.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No pior cenário, o impacto econômico dessa nova rodada de tarifas pode chegar a US$ 835 por pessoa, elevando as pressões inflacionárias justamente em um momento em que o Fed busca estabilizar a economia.

Essa escalada protecionista pode complicar ainda mais a trajetória dos juros, limitando a capacidade do banco central de flexibilizar a política monetária e aprofundando as incertezas econômicas nos próximos meses.

Não custa lembrar que um dólar mais forte dificulta a vida do real, assim como dos ativos brasileiros.

Pode se preparar para questões como essa quase que diariamente daqui em diante. Foi assim no primeiro mandato de Trump e não será diferente agora.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tamanho não é documento na bolsa: Ibovespa digere pacote enquanto aguarda balanço do Banco do Brasil

14 de agosto de 2025 - 8:27

Além do balanço do Banco do Brasil, investidores também estão de olho no resultado do Nubank

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Só um momento, por favor

13 de agosto de 2025 - 20:00

Qualquer aposta que fizermos na direção de um trade eleitoral deverá ser permeada e contida pela indefinição em relação ao futuro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Cada um tem seu momento: Ibovespa tenta manter o bom momento em dia de pacote de Lula contra o tarifaço

13 de agosto de 2025 - 8:52

Expectativa de corte de juros nos Estados Unidos mantém aberto o apetite por risco nos mercados financeiros internacionais

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

De olho nos preços: Ibovespa aguarda dados de inflação nos Brasil e nos EUA com impasse comercial como pano de fundo

12 de agosto de 2025 - 8:13

Projeções indicam que IPCA de julho deve acelerar em relação a junho e perder força no acumulado em 12 meses

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

As projeções para a inflação caem há 11 semanas; o que ainda segura o Banco Central de cortar juros?

12 de agosto de 2025 - 6:18

Dados de inflação no Brasil e nos EUA podem redefinir apostas em cortes de juros, caso o impacto tarifário seja limitado e os preços continuem cedendo

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Parada súbita ou razões para uma Selic bem mais baixa à frente

11 de agosto de 2025 - 19:58

Uma Selic abaixo de 12% ainda seria bastante alta, mas já muito diferente dos níveis atuais. Estamos amortecidos, anestesiados pelas doses homeopáticas de sofrimento e pelo barulho da polarização política, intensificada com o tarifaço

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ninguém segura: Ibovespa tenta manter bom momento em semana de balanços e dados de inflação, mas tarifaço segue no radar

11 de agosto de 2025 - 8:08

Enquanto Brasil trabalha em plano de contingência para o tarifaço, trégua entre EUA e China se aproxima do fim

VISÃO 360

O que Donald Trump e o tarifaço nos ensinam sobre negociação com pessoas difíceis?

10 de agosto de 2025 - 8:00

Somos todos negociadores. Você negocia com seu filho, com seu chefe, com o vendedor ambulante. A diferença é que alguns negociam sem preparo, enquanto outros usam estratégias. 

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Efeito Trumpoleta: Ibovespa repercute balanços em dia de agenda fraca; resultado da Petrobras (PETR4) é destaque

8 de agosto de 2025 - 8:22

Investidores reagem a balanços enquanto monitoram possível reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin

SEXTOU COM O RUY

Ainda dá tempo de investir na Eletrobras (ELET3)? A resposta é sim — mas não demore muito

8 de agosto de 2025 - 7:01

Pelo histórico mais curto (como empresa privada) e um dividendo até pouco tempo escasso, a Eletrobras ainda negocia com um múltiplo de cinco vezes, mas o potencial de crescimento é significativo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

De olho no fluxo: Ibovespa reage a balanços em dia de alívio momentâneo com a guerra comercial e expectativa com Petrobras

7 de agosto de 2025 - 8:21

Ibovespa vem de três altas seguidas; decisão brasileira de não retaliar os EUA desfaz parte da tensão no mercado

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Como lucrar com o pegapacapá entre Hume e Descartes?

6 de agosto de 2025 - 19:59

A ocasião faz o ladrão, e também faz o filósofo. Há momentos convidativos para adotarmos uma ou outra visão de mundo e de mercado.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Complicar para depois descomplicar: Ibovespa repercute balanços e início do tarifaço enquanto monitora Brasília

6 de agosto de 2025 - 8:22

Ibovespa vem de duas leves altas consecutivas; balança comercial de julho é destaque entre indicadores

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Anjos e demônios na bolsa: Ibovespa reage a balanços, ata do Copom e possível impacto de prisão de Bolsonaro sobre tarifaço de Trump

5 de agosto de 2025 - 8:31

Investidores estão em compasso de espera quanto à reação da Trump à prisão domiciliar de Bolsonaro

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O Brasil entre o impulso de confrontar e a necessidade de negociar com Trump

5 de agosto de 2025 - 6:27

Guerra comercial com os EUA se mistura com cenário pré-eleitoral no Brasil e não deixa espaço para o tédio até a disputa pelo Planalto no ano que vem

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Em busca do heroísmo genuíno

4 de agosto de 2025 - 20:00

O “Império da Lei” e do respeito à regra, tão caro aos EUA e tão atrelado a eles desde Tocqueville e sua “Democracia na América”, vai dando lugar à necessidade de laços pessoais e lealdade individual, no que, inclusive, aproxima-os de uma caracterização tipicamente brasileira

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

No pain, no gain: Ibovespa e outras bolsas buscam recompensa depois do sacrifício do último pregão

4 de agosto de 2025 - 8:28

Ibovespa tenta acompanhar bolsas internacionais às vésperas da entra em vigor do tarifaço de Trump contra o Brasil

TRILHAS DE CARREIRA

Gen Z stare e o silêncio que diz (muito) mais do que parece

3 de agosto de 2025 - 8:30

Fomos treinados a reconhecer atenção por gestos claros: acenos, olho no olho, perguntas bem colocadas. Essa era a gramática da interação no trabalho. Mas e se os GenZs estiverem escrevendo com outra sintaxe?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Sem trégua: Tarifaço de Trump desata maré vermelha nos mercados internacionais; Ibovespa também repercute Vale

1 de agosto de 2025 - 8:34

Donald Trump assinou na noite de ontem decreto com novas tarifas para mais de 90 países que fazem comércio com os EUA; sobretaxa de 50% ao Brasil ficou para a semana que vem

SEXTOU COM O RUY

A ação que caiu com as tarifas de Trump mas, diferente de Embraer (EMBR3), ainda não voltou — e segue barata

1 de agosto de 2025 - 6:08

Essas ações ainda estão bem abaixo dos níveis de 8 de julho, véspera do anúncio da taxação ao Brasil — o que para mim é uma oportunidade, já que negociam por apenas 4 vezes o Ebitda

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar