A forte valorização da bolsa mesmo com a Selic subindo mostra como as ações estão baratas
Ter uma boa parte da carteira em renda fixa aproveitando a Selic elevada faz todo o sentido. Mas eu não deixaria de ter algumas ações boas e baratas na carteira, especialmente se forem boas pagadoras de dividendos.

Muita gente deve ter ficado confusa com a alta do Ibovespa no pregão de ontem (30). Poucas horas antes, o Copom havia anunciado um aumento relevante na taxa Selic, o que costuma ser notícia ruim para ações. Mesmo assim, praticamente todas os papéis do índice subiram (e com força).
Com a Selic acima dos 13% ao ano novamente, os amantes da renda fixa voltarão a receber rendimentos do Tesouro Selic acima de 1% ao mês, “sem risco” – usei aspas porque o Tesouro Selic é uma dívida do governo, que como você já sabe tem enfrentado problemas fiscais.
Seja como for, a alta dos juros deveria ser um problema para a renda variável, que fica menos apetitosa diante dos elevados rendimentos mensais da Selic. Por isso, quando os juros sobem, a tendência é vermos uma migração de ações para títulos do Tesouro.
Mas não foi isso o que aconteceu ontem. Na verdade, as ações subiram, e para mim isso foi um sinal importante de que você deveria ter ações de empresas brasileiras neste momento, mesmo com a Selic subindo.
- LEIA TAMBÉM: Onde investir após decisão do Copom? Confira as recomendações do BTG Pactual para buscar lucros em meio ao ciclo de alta da Selic
Muito pessimismo embutido nos preços
Boa parte do preço de uma ação ou de um índice está relacionado a premissas que ainda nem aconteceram. Um bom exemplo é o valuation da Nvidia: a companhia vale atualmente US$ 3 trilhões, o que significa 47 vezes os seus lucros.
A justificativa para esse valor exorbitante é a perspectiva de que a Nvidia será a grande vencedora na corrida da inteligência artificial, e que isso deveria fazer os lucros saltarem – a derrocada das ações com o surgimento do DeepSeek aconteceu justamente por conta da redução nas chances de isso acontecer.
Leia Também
Voltando ao mercado brasileiro, o valuation historicamente baixo das ações neste momento também é justificado por perspectivas futuras, mas neste caso extremamente negativas.
Há uma série de riscos que “podem acontecer” que muitos investidores já estão assumindo como “quase certos”. Por exemplo: inflação descontrolada, dólar acima dos R$ 7, Selic acima de 16%, Banco Central irresponsável, governo dobrando a aposta nos gastos; para citar apenas algumas.
São premissas que até podem acontecer, mas que não parecem tão certas quanto o mercado precifica. Por outro lado, tanto pessimismo abre espaço para movimentos positivos, mesmo quando a notícia não é tão boa, como foi o caso ontem.
Apesar da alta da Selic, tivemos um comunicado sério e diligente da nova equipe do Copom, um Caged que apontou para redução de empregos e possível alívio para a inflação, bem como discursos bem mais amigáveis do presidente Lula com relação ao aumento de juros pelo Banco Central e aos reajustes de preços de combustíveis pela Petrobras.
Além disso, nesta semana vimos o efeito DeepSeek no mercado, que reduziu um pouco do frenesi com as teses de inteligência artificial e fez parte do dinheiro que tinha ido parar em companhias como Nvidia e TSMC voltar para o Brasil.
ONDE INVESTIR EM 2025: As ações pagadoras de dividendos para você investir
Sinal importante
A alta de quase +5% do Ibovespa em janeiro não significa que o Brasil se tornou um lugar melhor para investir no início de 2025 – na verdade, tudo indica que Selic, PIB e inflação ainda vão piorar ao longo do ano.
Mas como comentamos, os múltiplos atuais já precificam uma deterioração tão relevante pela frente que um cenário menos pior que o esperado já seria suficiente para fazer as ações reagirem.
Ter uma boa parte da carteira em renda fixa aproveitando a Selic elevada faz todo o sentido. Mas eu não deixaria de ter algumas ações boas e baratas na carteira, especialmente se forem boas pagadoras de dividendos.
Aliás, a Carteira Mensal de Dividendos da Empiricus caminha para uma alta de +8% em janeiro, e na segunda-feira (3) disponibilizaremos a lista de ações recomendada para o mês de fevereiro.
Se quiser ter acesso gratuito a essa e muitas outras carteiras da casa, basta se cadastrar neste link.
Um abraço e até a próxima semana!
Ruy
Petrobras (PETR4) opera em queda, mas nem tudo está perdido: chance de dividendo bilionário segue sobre a mesa
A estatal divulgou na noite de terça-feira (29) os dados de produção e vendas do período de janeiro e março, que foram bem avaliados pelos bancos, mas não sobrevive às perdas do petróleo no mercado internacional; saiba o que está por vir com relação ao balanço
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Como fica a rotina no Dia do Trabalhador? Veja o que abre e fecha nos dias 1º e 2 de maio
Bancos, bolsa, Correios, INSS e transporte público terão funcionamento alterado no feriado, mas muitos não devem emendar; veja o que muda
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
JP Morgan rebaixa Caixa Seguridade (CXSE3) para neutra após alta de 20% em 2025
Mesmo com modelo de negócios considerado “premium”, banco vê potencial de valorização limitado, e tem uma nova preferida no setor
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
FI-Infras apanham na bolsa, mas ainda podem render acima da Selic e estão baratos agora, segundo especialistas; entenda
A queda no preço dos FI-Infras pode ser uma oportunidade para investidor comprar ativos baratos e, depois, buscar lucros com a valorização; entenda
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado
Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal