Nada de ouro ou renda fixa: Ibovespa foi o melhor investimento do primeiro semestre; confira os outros que completam o pódio
Os primeiros seis meses do ano foram marcados pelo retorno dos estrangeiros à bolsa brasileira — movimento que levou o Ibovespa a se valorizar 15,44% no período

Quem te viu, quem te vê, Ibovespa. Em tempos de renda fixa como investimento predominante na carteira dos brasileiros, foram as ações que fecharam com o melhor desempenho acumulado nos primeiros seis meses de 2025.
O Ibovespa encerrou o pregão desta segunda-feira (30) com alta de 1,45%, aos 138.854,60 pontos, somando uma valorização de 15,44% no semestre.
Com este desempenho, o principal índice de ações do Brasil conseguiu o primeiro lugar no ranking de investimentos acompanhados pelo Seu Dinheiro.
- VEJA MAIS: Quer investir melhor? Faça parte do clube de investidores do Seu Dinheiro gratuitamente e saiba tudo o que está rolando no mercado
Segundo os analistas, o motor que está movendo o Ibovespa é o capital estrangeiro, que voltou com mais ímpeto depois de algumas mudanças no cenário internacional. Desde janeiro até 26 de junho, R$ 25,2 bilhões entraram na B3 por meio de aportes dos gringos.
Gestoras e investidores globais têm buscado alternativas ao mercado norte-americano para alocar seus recursos diante da insatisfação com a política econômica de Donald Trump.
Tensões envolvendo tarifas de importação, guerra comercial, guerra real (em dobradinha com Israel) e projetos de lei que aumentam a dívida do país tiraram os EUA do posto de “melhor país para se investir”.
Leia Também
Com isso, mercados emergentes — como o Brasil — se tornaram possibilidades mais atraentes diante do alto retorno com juros, e com ações “baratas”.
Recentemente, bancos internacionais como Bank of America, UBS e Morgan Stanley elevaram a recomendação para as ações brasileiras para overweight, equivalente a uma recomendação de compra. A tese gira em torno do fim do ciclo de alta da taxa Selic, atualmente em 15% ao ano, e a possível virada para um ciclo de queda dos juros a partir de 2026.
A tendência é de que as ações e o Ibovespa continuem “surfando a onda” da mudança na política monetária.
Mas há riscos para esta tese, principalmente riscos locais envolvendo as contas públicas, o ano eleitoral de 2026 e as disputas entre a Presidência e o Congresso — como ficou claro em junho.
O cenário político foi o centro das atenções neste mês, e limitou os ganhos do Ibovespa até a última sexta-feira (27). Nesta segunda, entretanto, o índice saiu do zero a zero e conseguiu avançar para fechar o mês com 1,33% de ganho.
O Congresso votou pela derrubada do decreto presidencial que havia elevado as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeira (IOF), o que deve resultar em uma perda adicional de arrecadação de R$ 10 bilhões em 2025 e R$ 20 bilhões em 2026. Diante deste cenário, existe a possibilidade de o governo judicializar o caso, o que aumenta os conflitos políticos.
Fundos imobiliários acompanham Ibovespa
Seguido do Ibovespa, foram os fundos imobiliários (FIIs) que entregaram os melhores retornos para os investidores no período de janeiro a junho, com uma rentabilidade acumulada em 11,79% no ano, após subir aos 3.483,77 pontos.
Neste caso, o bom desempenho não está atrelado ao capital estrangeiro, mas à grande desvalorização acumulada pelos fundos desde o ano passado.
Os FIIs são mais sensíveis ao cenário de juros altos, e quando houve a renovação do ciclo de alta da Selic, em setembro de 2024, seguida pela sangria dos mercados em dezembro — quando o governo anunciou o pacote de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil —, os fundos imobiliários foram bastante penalizados.
O entendimento dos analistas neste momento é de que uma parte do retorno neste ano é uma correção da depreciação que foi exagerada ao fim do ano passado, somada ao alívio no cenário de juros futuros.
- VEJA TAMBÉM: Saiba quais são as melhores ações, fundos imobiliários, títulos de renda fixa, ativos internacionais e criptomoedas para o 2º semestre de 2025
Os FIIs que investem em títulos de renda fixa, chamados FIIs de papel, são os que apresentam o melhor desempenho, enquanto os FIIs que investem em ativos físicos, os FIIs de Tijolo, ainda apresentam mais “desconto” em seus preços.
Com a projeção de início do ciclo de queda dos juros, a aposta dos analistas agora é na recuperação desses ativos de imóveis físicos.
Dólar assumiu a lanterna
O dólar assumiu a lanterna dos investimentos em 2025. Em quatro dos seis meses do ano a moeda norte-americana ficou na última posição do ranking.
Muito desse desempenho está atrelado ao movimento de entrada dos estrangeiros no Ibovespa e nas ações brasileiras.
O dólar perdeu o seu posto de “ativo seguro” em meio a cenários de aversão a risco. O euro e o ouro têm ocupado essas posições nas carteiras internacionais. Com isso, a moeda norte-americana tem perdido o valor não apenas frente ao real, mas frente a outras divisas emergentes e pares mais fortes.
O índice dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda frente a seis divisas fortes internacionais, acumula perda de 10% no ano e negocia na faixa dos 96.820 pontos, depois de iniciar janeiro no nível recorde de 110 mil pontos.
Neste 30 de junho, o dólar fechou aos R$ 5,43 frente ao real, menor valor desde setembro de 2024.
E a tal da renda fixa?
A renda fixa é o investimento mais querido dos brasileiros e dito “vitorioso” no cenário de juros na faixa dos 15% ao ano. Pode até ser nas taxas — quando levado o investimento até o vencimento —, mas na marcação de preço não se provou neste começo de ano.
O Seu Dinheiro acompanha os principais títulos públicos, o CDI — que é o indexador de muitos títulos —, e o índice de debêntures da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), que acompanha títulos privados de empresas.
Embora todos tenham registrado bons desempenhos no acumulado do ano, nenhum superou o Ibovespa.
- A rentabilidade apresentada no ranking do Seu Dinheiro corresponde ao retorno obtido com o preço dos títulos de renda fixa. Taxas e preços têm correlação negativa, de modo que, quando as taxas caem, os preços sobem, e o inverso também é verdadeiro.
Esse alívio nas taxas de juros futuras aconteceu ao longo da maior parte dos últimos meses. Primeiro porque em dezembro houve uma disparada muito forte (situação da isenção do IR até R$ 5 mil), segundo por causa da queda do dólar, e terceiro pelo bom desempenho da economia.
A taxa que mais caiu, e portanto o preço que mais subiu, foi o do Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2035. No ano, a rentabilidade do preço foi de 10,8%. Em janeiro, a taxa dos títulos estava em 15,3% e ao fechamento deste dia 30, caiu para 13,2%.
O mesmo vale para os títulos do Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais para 2035 e 2045. Os títulos deram retornos de 6,99% e 6,72%, respectivamente, com seus preços.
Veja a seguir o ranking completo dos investimentos em junho — e no semestre:
Investimento | Rentabilidade no mês | Rentabilidade no ano |
---|---|---|
Ibovespa | 1,33% | 15,44% |
IFIX | 0,63% | 11,79% |
Ouro (GOLD11) | -4,67% | 11,25% |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2035 | 1,45% | 10,80% |
Índice de Debêntures Anbima Geral (IDA - Geral)* | 1,08% | 8,96% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 | -0,16% | 6,99% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2045 | 0,10% | 6,72% |
Tesouro IPCA+ 2029 | -0,21% | 6,60% |
CDI* | 1,15% | 6,45% |
Poupança antiga** | 0,67% | 3,94% |
Poupança nova** | 0,67% | 3,94% |
Bitcoin | -2,01% | 1,24% |
Dólar PTAX | -4,15% | -11,86% |
Dólar à vista | -4,99% | -12,07% |
Tesouro IPCA+ 2040 | 0,59% | - |
Tesouro IPCA+ 2050 | 0,49% | - |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2060 | 0,23% | - |
Tesouro Prefixado 2028 | 0,99% | - |
Tesouro Prefixado 2032 | 1,85% | - |
Tesouro Selic 2028 | 1,09% | - |
Tesouro Selic 2031 | 1,07% | - |
(**) Poupança com aniversário no dia 27.
(-) Títulos não apresentam rentabilidade anual porque começaram a negociar depois de janeiro.
Todos os desempenhos estão cotados em real. A rentabilidade dos títulos públicos considera o preço de compra na manhã da data inicial e o preço de venda na manhã da data final, conforme cálculo do Tesouro Direto.
Fontes: Banco Central, Anbima, Tesouro Direto, Broadcast e Coinbase, Inc..
Veja as maiores altas do Ibovespa em junho
Empresa | Código | Desempenho no mês |
---|---|---|
MRV | MRVE3 | 20,04% |
Embraer | EMBR3 | 17,73% |
Tim | TIMS3 | 13,03% |
Marcopolo | POMO4 | 10,34% |
Engie Brasil | EGIE3 | 10,23% |
E as maiores quedas do Ibovespa em junho
Empresa | Código | Desempenho no mês |
---|---|---|
Usiminas | USIM5 | -20,96% |
Braskem | BRKM5 | -17,89% |
São Martinho | SMTO3 | -17,06% |
Cosan | CSAN3 | -16,65% |
Vamos | VAMO3 | -15,90% |
Ouro bate novos recordes e fecha em alta, após romper os US$ 3.900 pela primeira vez — e valorização não deve parar
Metal precioso teve sua quinta alta consecutiva nesta quarta e renovou máximas intradiária e de fechamento
Ibovespa disparou 100% das vezes que os juros caíram no Brasil, diz estudo — e cenário atual traz gatilhos extras
Levantamento da Empiricus mostra que a média de valorização das ações brasileiras em 12 meses após o início dos cortes é de 25,30%
Investir em ações ESG vale a pena? Estudo da XP mostra que sim, com impacto positivo no risco
Relatório revela que excluir empresas com notas baixas em sustentabilidade não prejudica os retornos e pode até proteger a carteira em ciclos de baixa
UBS recomenda aumento da exposição a ações brasileiras e indica título de renda fixa queridinho dos gestores
Relatório destaca o fim do ciclo de aperto monetário nos EUA e no Brasil, com os próximos seis meses sendo decisivos para o mercado diante das eleições de 2026
FII BRCO11 quer ampliar a carteira de imóveis e convoca cotistas para aprovar novas compras; entenda a proposta
Os ativos pertencem a fundos imobiliários do mesmo gestor e, por isso, a operação configura situação de conflito de interesse
Dividendos gordos a preço de banana: descubra as ações prontas para voar no ano eleitoral
Estudo mostra que setores perenes continuam se destacando, mesmo com mudanças políticas e troca de mandatários; hora de comprar?
Bolsa barata em ano eleitoral: mito ou verdade? Estudo mostra histórico e ações pechincha com maior potencial de valorização em 2026
Do rali dos 150 mil pontos ao possível tombo: como aproveitar a bolsa nos próximos meses, com caixa ou compras graduais?
As maiores altas e quedas do Ibovespa em setembro: expectativas de cortes de juros no Brasil e nos EUA ditaram o mês
O movimento foi turbinado pelo diferencial de juros entre Brasil e EUA: enquanto o Copom manteve a Selic em 15% ao ano, o Fed iniciou o afrouxamento monetário
TRBL11 chega à grande batalha: FII entra na Justiça contra os Correios e cobra R$ 306 milhões
O impasse entre o FII e a estatal teve início há um ano, com a identificação de problemas no galpão localizado em Contagem (MG)
Sangria cada vez mais controlada na Resia anima mercado e MRV (MRVE3) salta no Ibovespa; o que fazer com as ações?
A construtora anunciou a venda de mais quatro terrenos da subsidiária norte-americana, em linha com os planos de desinvestimento por lá
Ibovespa bate (mais um) recorde intradia acima dos 147 mil pontos, mas perde o fôlego durante o pregão; dólar sobe a R$ 5,32
A bolsa brasileira teve uma ajudinha extra de Wall Street, mas acabou fechando estável
Gestoras Verde, Ibiuna e Vinland apostam na queda do dólar e destacam bitcoin, ouro e Tesouro IPCA+
Gestores de fundos multimercados notórios estão vendidos na moeda norte-americana e não veem tendência de reversão na maré de baixa no curto e médio prazo
Ouro renova recorde com investidores de olho na paralisação do governo dos EUA
Além do risco de shutdown, fraqueza do dólar também impulsiona o metal precioso
“Não compro o Trade Tarcísio”: Luis Stuhlberger espera disputa acirrada em 2026 e conta onde está investindo
Gestor da Verde Asset prevê uma eleição de 2026 marcada por forte volatilidade, descarta o chamado “Trade Tarcísio” e revela onde está posicionando o fundo
Liderança ameaçada? Com a chegada iminente de concorrentes, B3 (B3SA3) vai precisar melhorar seu jogo para “ganhar na bola”
A empresa tem um mindset “antigo e acomodado”, segundo analistas, e a chegada iminente de concorrentes sérios forçará a redução de preços e o aperto das margens
Pão de Açúcar (PCAR3) no topo, e Raízen (RAIZ4) na baixa: confira o que movimentou o Ibovespa nos últimos dias
O principal índice da B3 até encerrou a sessão de sexta-feira (26) em alta, mas não foi o suficiente para fazer a semana fechar no azul
Fundo imobiliário TRXF11 sobe o sarrafo e anuncia emissão recorde para captar até R$ 3 bilhões
A operação também vem na esteira de um outro marco: o FII atingiu a marca de 200 mil investidores
Ambipar (AMBP3) e Azul (AZUL4) disparam, Braskem (BRKM5) derrete: empresas encrencadas foram os destaques do dia, para o bem e para o mal
Papéis das companhias chegam a ter variações de dois dígitos, num dia em que o Ibovespa, principal índice da bolsa, opera de lado
O preço do barril de petróleo vai cair mais? Na visão do BTG, o piso da commodity vai ficar mais alto do que o mercado projeta
Para o banco, o preço mais alto deve se manter devido a tensões geopolíticas, riscos de interrupção de fornecimento e tendências que limitam quedas mais profundas
Novo gigante na área: Fusão entre RBRF11 e RBRX11 sai do papel e cria terceiro maior hedge fund imobiliário do mercado
A operação será feita por meio da troca dos ativos do RBRF11 por cotas do RBRX11, o que levará à liquidação do fundo original