Tesouro IPCA+ é imbatível no longo prazo e supera a taxa Selic, diz Inter; título emitido há 20 anos rendeu 1.337%
Apesar de volatilidade no curto prazo, em janelas de tempo maiores, título indexado à inflação é bem mais rentável que a taxa básica
Com retornos que beiram os 7% ao ano acima da inflação oficial até o vencimento, os títulos públicos indexados à inflação, vendidos no Tesouro Direto como Tesouro IPCA+, são uma boa pedida para investir agora.
No entanto, no curto prazo, esses títulos de renda fixa são altamente voláteis, pois quando suas taxas avançam, movidas pelas perspectivas do mercado de alta para a taxa básica de juros, seus preços caem – e muitas vezes o tombo é forte.
Trata-se do fenômeno da marcação a mercado, no qual, a cada dia, o preço dos títulos públicos (e outros ativos de renda fixa) é atualizado a preço de mercado, de acordo com as perspectivas para os juros no futuro, o que aumenta ou reduz sua remuneração no vencimento.
- Tranquilidade na aposentadoria: entenda como investir em renda fixa com o guia gratuito do Seu Dinheiro; cadastre-se e receba
Isso porque, embora a rentabilidade contratada na compra seja garantida até o vencimento, caso o investidor deseje vender seu título antes do fim do prazo, ele deverá fazê-lo a preço de mercado, incorrendo em um ganho ou uma perda, a depender dos preços de compra e de venda do papel
Neste ano, por exemplo, os títulos Tesouro IPCA+ de prazos mais longos acumulam perdas de mais de 5%, algo que o investidor de renda fixa normalmente não espera ver em sua carteira.
O motivo é o avanço dos juros futuros (as projeções do mercado para os juros) com a volta das pressões inflacionárias, devido à alta do dólar e ao crescimento econômico robusto, mas também com os temores em relação às contas públicas.
Leia Também
Tony Volpon: 2025, o ano Trump
Volátil no curto prazo, mas imbatível no longo prazo
Mas, apesar da alta volatilidade no curto prazo, que pode levar o investidor a perdas caso precise se desfazer do seu título antes do vencimento, o Tesouro IPCA+ é imbatível como investimento de longo prazo, afirma o analista de renda fixa do banco Inter, Rafael Winalda, em relatório publicado neste mês.
Winalda destaca que, no curto prazo, os títulos Tesouro IPCA+, sobretudo os de prazo mais longo e mais voláteis, de fato estão perdendo da taxa básica de juros, a Selic.
Ele compara a variação em 12 meses do índice IMA-B, que mede o desempenho de uma cesta de títulos Tesouro IPCA+ de múltiplos vencimentos, e do IMA-B5+, que faz o mesmo para títulos com vencimentos de mais de cinco anos, com a alta da Selic, que baliza o desempenho de aplicações mais conservadoras, como o título público Tesouro Selic.
Enquanto a Selic subiu 9,3% no período, o IMA-B teve alta de apenas 1,2%, e o IMA-B5+ caiu 2,9%.
Winalda também demonstrou que, em janelas de 12 meses, o IMA-B ora supera a Selic, ora fica abaixo da taxa básica. Para ele, isso corrobora dois pontos: a necessidade de o investidor manter sua carteira de investimentos diversificada e a volatilidade do Tesouro IPCA+ no curto prazo.
No longo prazo, no entanto, o jogo se inverte, diz o analista. Analisando janelas de 60 meses (5 anos) e considerando um retorno de 7% ao ano + IPCA versus a variação da Selic, a rentabilidade indexada à inflação vence a taxa básica nos períodos mais longos desde 2011.
"Como a realidade da economia brasileira era bem diferente no início do século, passando por amplas reformas, diminuição da dívida, entre outros, a Selic superava os 20% ao ano, tornando-a bem mais atrativa do que muitos investimentos. Agora com outra dinâmica, mesmo com o patamar de juros atual, o IPCA+ tende a performar melhor em janela de horizonte maior", diz Winalda.
Já ao comparar o retorno do IMA-B com o da Selic de 2018 para cá, o analista constata que o índice de títulos públicos indexados à inflação venceu a taxa básica com folga, conforme mostra o gráfico:
"Devido ainda às altas taxas de inflação no Brasil e os prêmios de juros também elevados, o IMA-B acaba sendo uma opção muito rentável, principalmente alongando a janela", diz o relatório.
Tesouro IPCA+ emitido em 2004 rendeu quase o dobro do CDI
Por fim, Winalda analisou o desempenho em 20 anos do Tesouro IPCA+ emitido em 2004 e que venceu no último mês de agosto. O retorno acumulado do papel foi de 1.337%, ou cerca de 14% ao ano, quase o dobro dos 717% do CDI (taxa de juros que reflete a Selic) no período. Já a inflação foi de 315%.
"Ter aplicado em 2004 e só vendido no vencimento, 20 anos de aplicação, você teria multiplicado seu capital por 14 vezes", diz o analista.
Agenda econômica: Payroll, Livro Bege e discurso do presidente do Fed dominam a semana; no Brasil, PIB ganha destaque
Agenda econômica desta semana conta ainda com relatório Jolts nos EUA e PIB na Zona do Euro; no cenário nacional, pacote fiscal e dados da inflação do país ficam no radar
A Selic vai a 14%? Pacote de corte de gastos considerado insuficiente leva mercado a apostar em juros ainda mais altos
Mercado já começa a reajustar as estimativas para a taxa básica de juros e agora espera uma alta de 0,75 ponto percentual na próxima reunião do Copom
Dólar atinge R$ 6,10 e juros futuros disparam: nem fala do futuro presidente do Banco Central segurou os mercados hoje
Gabriel Galípolo tentou colocar panos quentes nos anúncios mais recentes do governo, afirmando perseguir a meta de inflação e sinalizar a continuidade do aperto da Selic
Um presente e um almoço: pregão espremido entre feriado e fim de semana deve trazer volatilidade para bolsa brasileira hoje
Em dia de pagamento da primeira parcela do décimo terceiro e Black Friday, investidor deve continuar a digerir o pacote apresentado por Haddad
Ranking do Tesouro Direto do mês: retorno dos títulos públicos vira para o vermelho na reta final de novembro com pacote de corte de gastos
Títulos prefixados e indexados à inflação caminhavam para fechar o mês em alta, mas viraram para queda após anúncio de Haddad
Tesouro IPCA+ volta a oferecer retorno de 7% acima da inflação em meio à disparada dos juros futuros e do dólar
A volatilidade vista no mercado que impulsiona os juros futuros e, consequentemente, as taxas dos títulos do Tesouro Direto, é provocada pela divulgação do aguardado pacote de corte de gastos do governo
Seu pacote chegou! Haddad confirma corte de R$ 70 bilhões, mas isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil deve pesar na bolsa hoje
O feriado do dia de Ação de Graças mantém as bolsas dos Estados Unidos fechadas por hoje e amanhã, o que deve aumentar a volatilidade global
Rodolfo Amstalden: Banda fiscal no centro do palco é sinal de que o show começou
Sequestrada pela política fiscal, nossa política monetária desenvolveu laços emocionais profundos com seus captores, e acabou por assimilar e reproduzir alguns de seus traços mais viciosos
Caos nos mercados? Dólar sobe a R$ 5,9135 e Ibovespa fecha na mínima, aos 127.668,61 pontos — o que mexeu com as bolsas aqui e lá fora
Nos EUA, uma enxurrada de indicadores refletiram o comportamento das bolsas antes do feriado. No Brasil, rumores sobre o pacote fiscal seguiram ditando o ritmo das negociações.
Nunca é tarde para diversificar: Ibovespa continua à espera de pacote em dia de revisão de PIB e PCE nos EUA
Haddad pretende começar hoje a apresentação do pacote fiscal do governo aos líderes do Congresso Nacional
Os juros vão parar de cair de vez? Os sinais do BC dos EUA aos investidores antes da última reunião do ano
A ata do encontro do Federal Reserve de novembro dá algumas pistas do que pode acontecer com a taxa referencial na maior economia do mundo antes de Trump chegar
Está mais caro comer fora ou em casa? Alimentação faz IPCA-15 estourar o teto da meta de inflação em novembro
Alimentação e bebidas representaram quase a metade da alta da inflação na passagem de outubro para novembro, de acordo com os números divulgados hoje pelo IBGE
Questão fiscal não é o único problema: esses são os 6 motivos que inibem retorno dos investidores gringos para o Brasil, segundo o BTG Pactual
Nos últimos meses, o cenário internacional continuou a se deteriorar para a América Latina, o que prejudica o panorama para investir na região, de acordo com os analistas
O pacote (fiscal) saiu para entrega: investidores podem sentir alívio com anúncio entre hoje e amanhã; bolsas tentam alta no exterior
Lá fora, a Europa opera em alta enquanto os índices futuros de Nova York sobem à espera dos dados de inflação da semana
Agenda econômica: IPCA-15 e dados do Caged são destaques no Brasil; no exterior, PIB e PCE dos EUA dominam semana com feriado
Feriado do Dia de Ações de Graças nos EUA deve afetar liquidez dos mercados, mas agenda econômica conta com dados de peso no exterior e no Brasil
Angústia da espera: Ibovespa reage a plano estratégico e dividendos da Petrobras (PETR4) enquanto aguarda pacote de Haddad
Pacote fiscal é adiado para o início da semana que vem; ministro da Fazenda antecipa contingenciamento de mais de R$ 5 bilhões
Brasil vai estourar a meta de inflação? Projeções sobem em 2024, 2025 e 2026, mas renda fixa que paga até IPCA +10% pode ‘surfar’ cenário
Incertezas econômicas ainda rondam o mercado e estimativas do IPCA nos próximos anos se afastam da meta de inflação – como buscar lucros com a renda fixa agora?
A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Felipe Miranda: O Brasil (ainda não) voltou — mas isso vai acontecer
Depois de anos alijados do interesse da comunidade internacional, voltamos a ser destaque na imprensa especializada. Para o lado negativo, claro