Tesouro Direto atrai segundo maior valor da história apesar do aumento do risco fiscal; confira os títulos preferidos do investidor
Em meio ao aumento das tensões no mercado, emissão líquida de títulos do Tesouro Direto atingiu R$ 2,46 bilhões em novembro

Em um mês de forte tensão nos mercados e disparada nas taxas com o aumento do risco fiscal, os pequenos investidores seguiram aplicando no Tesouro Direto. A emissão líquida — diferença entre os recursos que entraram e resgates — chegou a R$ 2,462 bilhões em novembro, segundo maior valor da série histórica.
No total, os investidores aplicaram R$ 5,76 bilhões no mês passado, segundo dados do Tesouro Nacional divulgados nesta quinta-feira (26).
Durante o mês, os resgates somaram R$ 3,3 bilhões, dos quais R$ 192,5 milhões foram referentes ao pagamento de juros do Tesouro IPCA+ com juros semestrais.
A maior parte das aplicações, cerca de 58,4%, foi de valores até R$ 1 mil. O valor médio por operação foi de R$ 6.859,84.
Tesouro Direto e o risco fiscal
O aumento da percepção de risco fiscal fez as taxas dos títulos públicos dispararem desde novembro. Isso inclui o Tesouro Direto, onde é possível hoje encontrar rendimentos acima de 15% ao ano, no caso dos papéis prefixados, e superiores a 7% nos títulos corrigidos pela inflação (Tesouro IPCA+).
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Mas é preciso ter estômago forte para aguentar os solavancos das taxas e dos preços dos papéis. Afinal, a remuneração só é garantida caso o investidor carregue o título até o vencimento. Assim, quem desejar resgatar os recursos precisará vender os papéis nas condições atuais de mercado, o que pode levar à perda de parte do valor aplicado.
A alta volatilidade tem levado o Tesouro a paralisar as negociações de títulos prefixados e indexados ao IPCA nas últimas semanas. Quando isso acontece, apenas o Tesouro Selic — considerado o título mais conservador e menos suscetível a essas oscilações mais bruscas — permanece disponível para movimentações.
Títulos mais populares
De volta ao balanço do mês, os títulos mais procurados pelos investidores em novembro foram justamente os indexados à inflação, como o Tesouro IPCA+, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais, Tesouro RendA+ e Tesouro Educa+, que somaram R$ 2,5 bilhões (43,4% do total).
Já os títulos atrelados à taxa Selic registraram R$ 2,33 bilhões (40,4%) em vendas, enquanto os prefixados (Tesouro Prefixado e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais) alcançaram R$ 932,6 milhões (16,2%).
Recompras e resgates
No que diz respeito aos resgates antecipados (recompras), a maior parte foi de títulos atrelados à Selic, que totalizaram R$ 1,97 bilhões (63,2%).
Já os títulos vinculados à inflação (Tesouro IPCA+, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais, Tesouro IGPM+ com Juros Semestrais, Tesouro RendA+ e Tesouro Educa+) somaram R$ 717 milhões (23,1%), e os prefixados registraram R$ 426,3 milhões (13,7%).
Quanto ao perfil de vencimento, a maior parte das vendas foi de títulos com vencimento entre 1 e 5 anos, representando 73,3% do total. Os títulos com vencimento acima de 10 anos corresponderam a 21,8%, e os com vencimento de 5 a 10 anos ficaram com 4,8%.
Em relação ao estoque, o Tesouro Direto atingiu R$ 150,8 bilhões, um aumento de 2,5% em comparação com o mês anterior, quando o estoque era de R$ 147 bilhões.
Os títulos indexados à inflação continuam dominando o estoque, com R$ 75,3 bilhões (49,9% do total), seguidos pelos títulos atrelados à Selic, com R$ 56,1 bilhões (37,2%), e os prefixados, com R$ 19,4 bilhões (12,8%).
Crescimento da base de investidores
Em novembro, o número de investidores ativos no Tesouro Direto atingiu 2.776.336, com um aumento de 77.910 em relação ao mês anterior. Esse número representa um crescimento de 13,6% no total de investidores ativos nos últimos 12 meses.
Já o número total de investidores cadastrados no programa chegou a 30.553.287, marcando um aumento de 14,8% em relação ao mesmo período de 2023.
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