Inflação do Brasil é alta ou baixa? Para Haddad, há ‘ruídos patrocinados não reais’ sobre avanço dos preços
Haddad também defendeu um debate técnico entre Banco Central e Tesouro e disse esperar “maturidade” dos profissionais que querem o “bem do Brasil”
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (22) não entender o ruído disseminado em torno das políticas monetária e fiscal brasileiras. Haddad afirmou que há um "coro velado" de que a inflação no país está alta, sendo que, segundo ele, ela é uma das mais baixas da história.
"Não estou entendendo esse ruído todo que está acontecendo, esse ruído não está fazendo bem para economia brasileira e não tem amparo nos dados, porque estamos gerando emprego com baixa inflação", disse ele, durante audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.
O ministro afirmou que esses ruídos vão desaparecer em um mês, porque foram "patrocinados". "Não são ruídos reais, tem interesse por trás disso", avaliou.
Ele disse que a política monetária ainda está em um campo muito restritivo e questionou o alto nível do juro real no País, diante da diferença entre Selic e inflação. Na mais recente reunião de política monetária, o Copom reduziu em 0,25 ponto percentual a Selic, em uma decisão dividida. Com isso, a taxa básica de juros passou para 10,50% ao ano.
Haddad defendeu um debate técnico entre Banco Central e Tesouro e disse esperar "maturidade" dos profissionais que querem o "bem do Brasil”. Esse debate, para ele, trará ganhos para todos.
- O que acontece na gestão da Petrobras e Eletrobras? Convidamos 2 ex-CFOs para contar tudo que viveram nos “bastidores” das estatais em um evento inédito. Saiba mais e retire seu ingresso gratuito aqui.
Receita para reduzir a inflação, segundo Haddad
O ministro acrescentou ainda que a redução na inflação não é feita apenas via elevação da taxa de juros. Ela também precisa passar pelo lado fiscal — aposta feita no ano passado e da qual o país colherá os resultados, disse.
Leia Também
Haddad repetiu que harmonizar políticas fiscal e monetária cria as condições necessárias para o corte de juros. Esse mecanismo entre ambas políticas, no entanto, não é automático, disse.
Ele avaliou ainda que, quando há choque de oferta, é necessário relaxar a política monetária.
Resultado primário de 2023 é herança
Além da inflação, o ministro da Fazenda ainda falou sobre as contas públicas.
Para ele, o resultado primário de 2023 é herança do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o ministro, as cobranças à gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva podem ser feitas a partir deste ano.
A declaração de Haddad foi dada em resposta ao deputado Filipe Barros (PL-PR), que criticou os trabalhos da equipe econômica e os dados de desempenho do País durante audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.
Haddad argumentou que o governo atual teve coragem de manter a meta de inflação "arrojada", diferentemente, segundo ele, de Bolsonaro.
Ele citou o "calote" de governos estaduais à União, a tentativa do ex-presidente de manipular a inflação no último ano de governo e o que chamou de "redução forçada" nos preços dos combustíveis para fins eleitorais.
- Onde investir em maio:
Haddad prega necessidade de conclusão da reforma
O ministro também afirmou ser necessário concluir a reforma tributária sobre o consumo antes de abrir discussão em torno da mudança na taxação da renda e da folha de pagamentos.
"Não podemos atropelar o processo", disse ele, durante audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.
O ministro reforçou que é preciso enviar ao Congresso um texto que esteja maduro para ser aprovado. Ele disse ainda que o governo tem quatro anos de mandato e tempo suficiente para fazer reformas estruturais ao País.
Receitas e despesas do governo
Por fim, Haddad, falou ainda que o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do 2º bimestre de 2024, que será divulgado hoje, cumpriu as expectativas da equipe econômica.
"Primeiro quadrimestre foi quadrimestre que cumpriu nossas expectativas. Expectativas que eram consideradas exageradas até outro dia, por enquanto estão acontecendo, tanto do ponto de vista do crescimento, inflação, geração de emprego, do ponto de vista fiscal", disse, durante audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados para discutir a política econômica do País.
Haddad citou que diversas medidas estão sendo tomadas e que as contas estão equilibradas, com inflação controlada e núcleos rodando abaixo da meta de 3%, classificada por ele como "exigentíssima para as condições do Brasil".
Apesar das melhorias nos indicadores, Haddad ponderou que ainda existem muitas críticas em torno dos trabalhos tocados pelo governo.
"A impressão que dá é que tem um fantasminha fazendo a cabeça das pessoas e prejudicando nosso plano de desenvolvimento", ponderou o ministro.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Alimentação ainda pesa, e IPCA se aproxima do teto da meta para o ano — mas inflação terá poder de influenciar decisão sobre juros amanhã?
Além de Alimentação e bebidas, os grupos que também impactaram o IPCA foram Transportes e Despesas pessoais
Ibovespa aguarda IPCA de novembro enquanto mercado se prepara para a última reunião do Copom em 2024; Lula é internado às pressas
Lula passa por cirurgia de emergência para drenar hematoma decorrente de acidente doméstico ocorrido em outubro
Os juros vão subir ainda mais? Quando a âncora fiscal falha, a âncora monetária precisa ser acionada com mais força
Falta de avanços na agenda fiscal faz aumentar a chance de uma elevação ainda maior dos juros na última reunião do Copom em 2024
Apostas em alta de 1 ponto na Selic dominam mercado de opções da B3 e taxas de Tesouro IPCA+ voltam a superar os 7% antes do Copom
Vale relembrar que, até a semana passada, a aposta dominante já era de que o Copom acelerasse o ritmo de aperto, mas para 0,75 ponto percentual
Fundo imobiliário KNCR11 vai pagar dividendos menores em dezembro, mas cotas sobem; entenda o que anima o mercado
A diminuição da distribuição dos proventos pelo KNCR11 já era esperada pelos cotistas; o pagamento será depositado ainda nesta semana
Um alerta para Galípolo: Focus traz inflação de 2025 acima do teto da meta pela primeira vez e eleva projeções para a Selic e o dólar até 2027
Se as projeções se confirmarem, um dos primeiros atos de Galípolo à frente do BC será a publicação de uma carta pública para explicar o estouro do teto da meta
Atualização pela manhã: desdobramentos da guerra na Síria, tensão no governo francês e expectativas com a Selic movimentam bolsas hoje
A semana conta com dados de inflação no Brasil e com a decisão sobre juros na próxima quarta-feira, com o exterior bastante movimentado
Agenda econômica: IPCA, IBC-BR e decisão do Copom sobre os juros dominam a semana
A agenda da semana conta ainda com a decisão de política monetária na zona do euro, relatório mensal da Opep e CPI nos EUA
Não é renda fixa, mas ‘surfa’ a Selic alta: fundo imobiliário pode aumentar os dividendos e pagar CDI + 1% isento de IR, diz analista
Analista recomenda um dos fundos imobiliários mais famosos do mercado, que está barato e pode entregar bons lucros em meio ao cenário de aumento da taxa Selic
Os sinais do dado de emprego sobre o caminho dos juros nos EUA. Bolsas se antecipam à próxima decisão do Fed
O principal relatório de emprego dos EUA mostrou a abertura de 227 mil postos no mês passado — um número bem acima dos 36 mil de outubro e da estimativa de consenso da Dow Jones de 214.000
Papai Noel dá as caras na bolsa: Ibovespa busca fôlego em payroll nos EUA, trâmite de pacote fiscal no Congresso e anúncios de dividendos e JCP
Relatório mensal sobre o mercado de trabalho norte-americano e velocidade do trâmite do pacote fiscal ditarão os rumos dos juros no Brasil e nos EUA
As máximas do mercado: Ibovespa busca recuperação com trâmite urgente de pacote fiscal pela Câmara
Investidores também repercutem rumores sobre troca na Petrobras e turbulência política na França e na Coreia do Sul
Trump vem aí: Powell diz o que pode fazer com os juros nos EUA diante das ameaças do republicano — e isso tem a ver com você
Com o republicano batendo na porta da Casa Branca, presidente do Fed deu novas pistas sobre o que pensa para o ritmo de corte da taxa referencial na maior economia do mundo
Um conto de Natal na bolsa: Ibovespa aguarda dados de produção industrial no Brasil e de emprego nos EUA antes de discurso de Powell
Bolsa busca manter recuperação apesar do dólar na casa dos R$ 6 e dos juros projetados a 15% depois do PIB forte do terceiro trimestre
‘Preferimos novos aportes em títulos pós-fixados’: por que a Empiricus gosta da renda fixa indexada ao CDI para quem investir agora
Perspectiva de alta de juros acima do esperado inicialmente deve impulsionar ativos atrelados à Selic e ao DI; veja os títulos recomendados pela casa de análise
Quando a conta não fecha: Ibovespa repercute envio de pacote fiscal ao Congresso em dia de PIB do terceiro trimestre
Governo enviou PEC do pacote fiscal ao Congresso na noite de segunda-feira enquanto o dólar segue acima dos R$ 6
Tony Volpon: 2025, o ano Trump
A “excepcionalidade americana” deve continuar e ter novo impulso com a vitória de Trump
8 títulos de renda fixa isentos de imposto de renda para lucrar em cenário de alta de juros e inflação, segundo o BB-BI
Banco manteve indicações de novembro e acrescentou CRA da Marfrig e debênture da Eletrobras, diante da aversão a risco no mercado doméstico
Selic a 15% ao ano, inflação e fantasma fiscal: por que a Kinea está vendida na bolsa brasileira?
Responsável por mais de R$ 132 bilhões em ativos, a gestora afirma que “existem melhores oportunidades no exterior”; veja onde a Kinea investe hoje
Não deu tempo? Focus fica imune à reação do mercado ao pacote fiscal e mantêm projeções para dólar e juros
Enquanto as projeções para a inflação e o PIB subiram, as estimativas para o dólar e os juros permaneceram estáveis