Sextou com Powell: o que mais o presidente do Fed pode dizer sobre o corte de juros no aguardado discurso de Jackson Hole
O chefe do BC norte-americano fala no principal evento global de política monetária e a expectativa é de que ele dê sinais claros sobre o futuro dos juros antes da reunião do Fed em 17 e 18 de setembro; o Seu Dinheiro consultou especialistas para antecipar o que Powell pode dizer
Quando Jerome Powell subiu ao palco do Simpósio de Jackson Hole em 25 de agosto do ano passado, fez um discurso muito aguardado intitulado “Inflação: progresso e o caminho à frente” no qual reiterou a meta de 2% do Federal Reserve (Fed) e o compromisso do banco central norte-americano em alcançar esse alvo — na ocasião, a inflação era quase o dobro do objetivo.
Um ano depois, o mesmo Powell sobe nesta sexta-feira (23) ao palco do principal evento global de política monetária com a inflação medida pelo índice de preços para gastos pessoais (PCE, a métrica preferida do Fed) em 2,5% e todo o mercado esperando pelo sinal verde do chefão do BC dos EUA para o corte de juros.
“Jackson Hole é a oportunidade para o presidente do Fed, Jerome Powell, dar as boas-vindas às tendências recentes de inflação”, disse o chefe global de mercados do ING, Chris Turner.
Segundo ele, agora que a inflação está sob controle nos EUA, a atenção do mercado estará voltada diretamente para a velocidade do corte de juros que o banco central norte-americano pretende implantar até o final do ano.
- A HORA É AGORA: veja lista das melhores ações internacionais para comprar antes que os juros caiam nos EUA, segundo analista
Juros: neste caso, o tamanho importa
Não há mais dúvidas entre os agentes do mercado de que o Fed vai cortar os juros quando se reunir em 17 e 18 de setembro. A questão agora é a magnitude dessa redução.
“Esperamos que Powell dê o sinal mais claro até agora de que haverá flexibilização em setembro e em mais uma reunião este ano”, escreveu o economista-chefe da Pantheon Macroeconomics, Ian Shepherdson, em relatório.
Leia Também
Dados compilados pela ferramenta FedWatch do CME Group mostram, desde meados de julho, 100% de chance de o ciclo de afrouxamento monetário começar em setembro nos EUA.
No entanto, há uma divisão entre os traders sobre o tamanho do corte no encontro: 70% deles apostam em uma redução de 25 pontos-base (pb), o que colocaria os juros na faixa entre 5,00% e 5,25% ao ano.
Os 30% restantes são mais arrojados e enxergam uma diminuição maior, de 50 pb, colocando a taxa referencial entre 4,75% e 5,00% ao ano.
SELIC AOS 12%? POR QUE OS JUROS DEVEM VOLTAR A SUBIR AINDA ESTE ANO, SEGUNDO EX-BC
Essa tal confiança
Nos últimos meses, a mensagem de Powell ao mercado tem sido clara: o Fed precisa de confiança para começar a cortar os juros.
Repetidamente, ele disse que recebia com bons olhos a desaceleração da inflação nos EUA, mas precisava entender se essa era uma tendência que se sustentaria ao longo do tempo.
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, Powell deve indicar hoje que há mais confiança na trajetória da inflação na direção de 2% — e parte deles lembra que o próprio Powell afirmou que não é necessário esperar que os preços atinjam essa meta para que o ciclo de corte de juros comece.
O economista da TD Economics, Andrew Foran, cita dados que ajudam a construir a confiança que o Fed precisa para cortar os juros.
“Enquanto a métrica de inflação preferida do Fed, o PCE, ficou em 2,5% em julho, o momentum na inflação do CPI [índice de preços ao consumidor] continua a indicar que as pressões inflacionárias diminuirão ainda mais no futuro”, disse Foran.
“Essa tendência também foi evidenciada pelo índice de preços ao produtor [PPI], que vinha aumentando no primeiro semestre do ano, mas já mostra a reversão dessa tendência e que, se sustentada, proporcionará mais alívio aos preços ao consumidor daqui para frente”, afirma.
Segundo Foran, em conjunto, as tendências de julho para inflação do PPI e do CPI apoiam o caso para o Federal Reserve começar a reduzir gradualmente os juros a partir da reunião de setembro.
- VOCÊ JÁ DOLARIZOU SEU PATRIMÔNIO? Enzo Pacheco participa de entrevista no SD Select e libera uma carteira gratuita com 10 ações americanas para comprar agora. Clique aqui e acesse.
Emprego, recessão e bolsa
Se, do lado da inflação, há confiança para o Fed começar a cortar os juros em setembro, do lado do emprego, a coisa é um pouco diferente.
Por mais de um ano, o banco central norte-americano deixou de lado o mercado de trabalho — que compõe, com a estabilidade de preços, o mandato duplo concedido pelo Congresso.
A razão era prática: a economia dos EUA seguia crescendo, criando vagas, a taxa de desemprego caía e, ainda que houvesse problemas de contratação de mão de obra qualificada, a inflação batendo em dois dígitos precisava ser combatida com mais urgência.
Por isso, o Fed gastou a maior parte dos esforços em trazer a inflação para próximo da meta. Só que, agora, o mercado de trabalho norte-americano acendeu a luz de alerta dos investidores — o payroll de julho derrubou bolsas ao redor do mundo e trouxe de volta o fantasma da recessão. O Seu Dinheiro contou essa história em detalhes na ocasião.
“Jackson Hole acontece logo após um relatório de emprego notavelmente mais fraco divulgado do início de agosto, que gerou preocupações sobre uma possível recessão e levou os investidores a especular sobre o futuro dos cortes de juros nos EUA. No entanto, dados subsequentes, incluindo uma desaceleração na inflação e um relatório robusto de vendas no varejo, moderaram as expectativas, reduzindo os temores de um corte substancial de 50 bp em setembro”, disse o chefe de estratégia de juros do Bank of America, Mark Cabana.
Segundo ele, Powell deve indicar uma possível redução na taxa em Jackson Hole, mas sem assumir um compromisso firme.
“Embora Powell possa não se comprometer com um grande corte, também não deve descartar a possibilidade da redução da taxa se as condições econômicas justificarem”, afirmou.
Para o economista internacional do ING, James Knightley, um novo dado de emprego fraco, com alta do desemprego, garantiriam um corte de 50 bp. “Um número forte de emprego e talvez uma queda na taxa de desemprego de volta para 4,2% deixam o corte de 25 bp sobre a mesa”, disse.
O próximo payroll será divulgado em 6 de setembro. Hoje, no entanto, Powell terá a chance de esclarecer o futuro da política monetária na maior economia do mundo. Ele discursa às 11h (de Brasília) no Simpósio de Jackson Hole e o Seu Dinheiro trará os principais pontos para você.
Quem vai controlar a inteligência artificial? A proposta de Xi Jinping para uma governança global sobre as IAs
Xi Jinping quer posicionar a China como alternativa aos Estados Unidos na cooperação comercial e na regulamentação da inteligência artificial
Trabalhe enquanto eles dormem? Milei quer permitir jornada de trabalho de 12 horas na Argentina, após ‘virar o jogo’ nas eleições
Regras sobre férias, horas extras, acordos salariais e até acordos trabalhistas também devem mudar, caso a proposta avance nas Casas Legislativas
O cúmulo da incompetência? Ele nasceu príncipe e perdeu tudo que ganhou de mão beijada — até a majestade
O príncipe Andrew perde seu título e residência oficial, enquanto novos detalhes sobre suas ligações com Epstein continuam a afetar a imagem da família real britânica
Argentina lança moeda comemorativa de gol de Maradona na Copa de 1986 — e os ingleses não vão gostar nada disso
Em meio à histórica rivalidade com a Inglaterra, o Banco Central da Argentina lança uma moeda comemorativa que celebra Diego Maradona na Copa de 1986
Juros voltam a cair nos EUA à sombra da falta de dados; ganho nas bolsas dura pouco com declarações de Powell
Enquanto o banco central norte-americano é iluminado pelo arrefecimento das tensões comerciais entre EUA e China, a escuridão provocada pelo shutdown deixa a autoridade monetária com poucas ferramentas para enxergar o caminho que a maior economia do mundo vai percorrer daqui para frente
João Fonseca no Masters 1000 de Paris: onde assistir e horário
João Fonseca entra em quadra nesta quarta-feira (29) pela segunda rodada do Masters 1000 de Paris, na França
Cachoeira, cinema 24h e jacuzzi com vista: o melhor aeroporto do mundo vai muito além do embarque e do desembarque
Da cachoeira mais alta do mundo a suítes com caviar e fragrâncias Bvlgari, o luxo aéreo vive um novo auge nos aeroportos da Ásia
Por que a emissão de vistos de turismo e negócios para brasileiros continua mesmo com o ‘shutdown’ nos EUA
A Embaixada e os Consulados dos EUA no Brasil informam que os vistos de turismo e negócios seguem em processamento
A nova Casa Branca de Trump: uma reforma orçada em US$ 300 milhões divide os EUA
Reforma bilionária da Casa Branca, liderada por Trump, mistura luxo, política e polêmica — projeto sem revisão pública independente levantou debate sobre memória histórica e conflito de interesses
Mercado festeja vitória expressiva de Milei nas eleições: bolsa dispara e dólar despenca; saiba o que esperar da economia argentina agora
Os eleitores votaram para que candidatos ocupem 127 posições na Câmara dos Deputados e 24 assentos no Senado, renovando o Congresso da Argentina, onde Milei não tinha maioria
Garoto de ouro: João Fonseca já soma R$ 13 milhões em prêmios e entra para o top 30 da ATP aos 19 anos
Aos 19 anos, João Fonseca conquista seu primeiro título de ATP 500, entra para o top 30 do ranking mundial e já soma R$ 13 milhões em prêmios na carreira
Máquina de guerra flutuante: conheça o porta-aviões enviado pelos EUA à costa da Venezuela e que ameaça a estabilidade regional
Movido por reatores nucleares e equipado com tecnologia inédita, o colosso de US$ 13 bilhões foi enviado ao Mar do Caribe em meio à escalada de tensões entre Estados Unidos e Venezuela
A motosserra ronca mais alto: Javier Milei domina as urnas das eleições legislativas e ganha fôlego para acelerar reformas na Argentina
Ao conseguir ampliar o número de cadeiras no Congresso, a vida do presidente argentino até o fim do mandato, em 2027, deve ficar mais fácil
EUA e China costuram acordo sobre terras raras e tarifaço às vésperas do encontro entre Trump e Xi Jinping; veja o que foi discutido
As operações do TikTok nos EUA também foram pautadas no encontro das equipes econômicas norte-americana e chinesa
Argentina decide futuro do governo de Javier Milei nas eleições deste domingo; entenda o que está em jogo
O partido de Milei, o La Libertad Avanza (LLA), busca conquistar ao menos um terço dos assentos na Câmara de Deputados e no Senado
Roubo de joias no Museu do Louvre: polícia da França prende dois suspeitos, mas peças não são encontradas
Apesar da prisão dos suspeitos, a França — e o mundo — pode nunca mais ver as joias, segundo especialistas
O dia em que a Mona Lisa desapareceu: o crime que consolidou a pintura de Da Vinci como ícone mundial da arte
O desaparecimento da Mona Lisa em 1911 mudou para sempre o destino da obra de Leonardo da Vinci. Entenda como o roubo no Louvre fez do quadro o símbolo mais famoso da arte mundial
Como é o charmoso vilarejo italiano que fica perto de Florença e promete pagar metade do aluguel para você morar lá
Com pouco menos de mil habitantes, Radicondoli, na Toscana, oferece subsídios para compra de imóveis, aluguel e até abertura de negócios
Além do fundador da Binance, confira outros 3 perdões de Donald Trump
Mais de 1500 pessoas já foram perdoadas por Donald Trump, apenas em 2025. Relembre alguns dos casos mais icônicos
O crime perfeito que não aconteceu: pintura de Picasso é encontrada e polícia revela o motivo do misterioso desaparecimento
A pintura de Picasso deveria estar em exibição desde 9 de outubro, mas, dez dias depois, foi oficialmente dada como desaparecida. Mas o que aconteceu, na realidade?