🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Seu Dinheiro

Seu Dinheiro

No Seu Dinheiro você encontra as melhores dicas, notícias e análises de investimentos para a pessoa física. Nossos jornalistas mergulham nos fatos e dizem o que acham que você deve (e não deve) fazer para multiplicar seu patrimônio. E claro, sem nada daquele economês que ninguém mais aguenta.

MACRO SUMMIT 2024

“Modelo chinês está mudando, e não necessariamente para pior”, diz ex-presidente do Banco dos Brics

Marcos Troyjo afirma que o Brasil tem grandes oportunidades no novo cenário econômico mundial e pode se beneficiar com o crescimento sempre pujante da China

Seu Dinheiro
Seu Dinheiro
10 de abril de 2024
20:02 - atualizado às 15:13
Marcos Troyjo, cientista social e ex-presidente do Banco dos BRICs
Marcos Troyjo, cientista social e ex-presidente do Banco dos BRICs - Imagem: Reprodução

É corrente no mercado financeiro global determinar situações que podem apontar uma crise na China (ou levar para uma). Os mais pessimistas usam até mesmo termos como “bolha chinesa”.

Porém, se a economia do ex-país mais populoso do mundo (projeção da ONU apontou que foi ultrapassado pela Índia em abril de 2023) não cresce tanto como antes, também não seria o caso de especular a saída da China do tabuleiro das potências mundiais. 

“Eu não me encontro entre aqueles que acham que em questão de semanas ou meses haverá a explosão de uma bolha na China, com terríveis consequências econômicas e se tornar uma potência de segunda classe. Eu acho que isso não vai acontecer”.

Essa análise é de Marcos Troyjo, cientista social, diplomata, escritor e economista. Ele participou do Macro Summit Brasil 2024, evento online gratuito sobre cenário macroeconômico e mercado financeiro realizado pelo Market Makers, um dos principais hubs de conteúdo financeiro do Brasil, em parceria com o MoneyTimes e Seu Dinheiro.

  • VOCÊ JÁ DOLARIZOU SEU PATRIMÔNIO? A Empiricus Research está liberando uma carteira gratuita com 10 ações americanas pra comprar agora. Clique aqui e acesse.

Troyjo: modelo chinês não acabou, mas está mudando

Troyjo tem lugar de fala para comentar questões relacionadas a China. Além de ter sido secretário Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia no período de 2019 a 2020, ele é fundador do BRICLab, da Universidade de Columbia, e ex-presidente do NDB (New Development Bank), o Banco dos BRICs, entre 2020 e 2023, que tem sede justamente na China.

“O modelo chinês como conhecemos não acabou, mas está mudando. E não necessariamente para pior”, disse Troyjo no painel: “China x EUA: o Brasil na nova geopolítica”. O evento contou com mediação de Thiago Salomão, fundador e apresentador do Market Makers, e Paula Comassetto, jornalista do Grupo Empiricus.

Leia Também

Segundo ele, a China é uma potência histórica nos últimos cinco mil anos, período em que teve competição com outros países, como a Inglaterra na Revolução Industrial.

Mas o país se aproveitou de oportunidades a partir do final da década de 70, onde teve vantagens para exportações para os Estados Unidos, por exemplo, por sua grande massa de trabalhadores, além da abertura econômica e aumento do investimento externo. 

“A China não é mais um low cost country. Os chineses têm extraordinária capacidade de trabalho”, diz o ex-presidente do Banco dos BRICs. Troyjo destaca ainda o crescimento forte da remuneração da força de trabalho e nos investimentos em pesquisa e desenvolvimento no país. 

Tamanho importa

Nos últimos anos, a China também deixou de ter uma economia sustentada pelo comercio internacional. O país passou a ter um consumo interno muito forte, com crescimento ano a ano na participação do PIB. Segundo ele, em 2006, a soma das importações e exportações da China, atingiram 67% do Produto Interno Bruto. Porém, esse percentual caiu para 34% em 2023. 

Esse colosso chinês ainda vai ter muita relevância mundial. E isso mesmo com taxas menores de crescimento que a Índia, por exemplo, que é de cerca de 7% ao ano.

Mas o que mostra a potência do gigante asiático é que o crescimento previsto do PIB acumulado nesses dez anos já seria suficiente para colocar esse “novo país” na terceira posição no ranking, superando Alemanha, Japão, etc. 

“Velocidade e intensidade importam, mas tamanho também importa.”

China e Brasil

E o Brasil? Troyjo explica que o Brasil tem valores culturais próprios, até por ter ocidental e democrático, mas que ainda assim mantém uma relação muito proveitosa com a China, se beneficiando desse brutal crescimento de PIB chinês.

“Se levarmos em consideração que o Brasil pode acumular gigantescos superávits comerciais mediante a força das suas exportações, a gente tem números macroeconômicos muito impressionantes, com muita razão para ficarmos otimistas com nosso país”.

Troyjo também comentou que o momento do Brasil tem aspectos positivos e também alguns negativos. Ele cita três vantagens competitivas: a insegurança alimentar no mundo, com o Brasil sendo protagonista na produção de alimentos; o Brasil é uma segurança energética; e o país também é protagonista na transição para uma economia verde.

Por outro lado, ele diz que existe uma percepção dos investidores globais que teria sido interrompido um período de oito anos de reformas estruturantes.

Existiria incógnitas e incertezas sobre, por exemplo, grandes vitórias institucionais da economia como a independência do Banco Central, o marco do saneamento, e dinâmica de volta de processos de privatizações e concessões realizadas.

“Os aspectos do lado negativo machucam o país. Ficar falando mal da independência do Banco Central faz mal para a economia, pois traz insegurança jurídica.”

Eleições americanas

As eleições americanas deste ano, que confronta os programas de John Biden (Democrata) e Donald Trump (Republicano), mostram visões muito distantes em vários temas, mas não quando o assunto é China, aponta Troyjo. “Eu não acho que haveria muita mudança” em uma vitória do Trump, por exemplo.

Troyjo revelou que o chinês via a administração de Trump muito dura e vocal, mas aberta para negócio. Enquanto isso, a administração Biden foi menos vocal, mas também muito dura em medidas restritivas de comércio. 

“Mas tem uma diferença de estilo e retórica. Tem muita gente que diz que fazer é uma coisa, falar é outra. Mas nas relações internacionais, falar é fazer, porque um pronunciamento já tem impacto.”

Momento das policrises

Marcos Troyjo usa o termo “policrises”, repaginado pelo colega da Universidade de Columbia Adam Tooze, para analisar o momento geopolítico e a geoeconômico atual, que considera ser o mais impactante desde o final da segunda guerra mundial.

Ele destacou três elementos para a policrises:

  • Pandemia de Covid-19: Retração da economia mundial em 2020, que demandou respostas monetárias e fiscais muito hipertrofiadas;
  • Recessão geopolítica: conflito com o Hamas, com potencial para se alastrar além de Israel e Palestina. Guerra entre Rússia e Ucrania, a mais grave ameaça ao equilíbrio no coração da Europa desde a segunda guerra mundial. E uma grande competição (“guerra fria 2.0”) entre o ocidente e a China ou entre os Estados Unidos e a China.
  • Grande expansão monetária: de cada seis dólares em circulação hoje, um não existia há apenas 24 meses.

Além desses três elementos, Marcos Troyjo destaca que existem outras quatro situações em movimento no mundo e que podem ser interessantes para o Brasil.

  • Mundo deve atingir 10 bilhões de pessoas em 2050, com queda de natalidade em 185 países que compõem a ONU, e crescimento robusto em apenas nove: Índia, Paquistão, Indonésia, Estados Unidos e outros cinco países da África Subsaariana – Uganda, Tanzânia, Etiópia, Nigéria e Congo. “Em 2050, a cada quatro pessoas no mundo, uma será africana”.
  • Crescimento mundial se dará muito mais pelo E7 (China, Índia, Brasil, Indonésia, Arábia Saudita, Turquia e México) do que pelo G7. “Quando há uma ascensão tão dramática em um espaço tão curto de tempo, a partir de um patamar de renda tão baixo, as pessoas comem mais e consomem mais energia, com maior investimento em infraestrutura.”
  • Redesenho das cadeias globais de produção, que eram muito concentradas na China e tem migrado para outros países, como Índia, México e pode passar também pelo Brasil.
  • Metamorfose do talento, onde novas competências estão sendo agregadas em diversas profissões e também cadeias produtivas.

“Me parece que o jogo de cartas está sendo redistribuído, e esse jogo tem uma mão boa para o Brasil”.

Para ter acesso gratuitamente ao conteúdo completo das apresentações, inclusive com materiais extras do Macro Summit Brasil 2024, basta acessar AQUI.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MUSKVILLE

Starbase: o novo plano de Elon Musk para transformar casa da SpaceX na primeira cidade corporativa do mundo

30 de abril de 2025 - 19:27

Moradores de enclave dominado pela SpaceX votam neste sábado (03) a criação oficial de Starbase, cidade idealizada pelo bilionário no sul do Texas

QUEDA DE BRAÇO

Trump pressionou, Bezos recuou: Com um telefonema do presidente, Amazon deixa de expor tarifas na nota fiscal

30 de abril de 2025 - 15:59

Após conversa direta entre Donald Trump e Jeff Bezos e troca de farpas com a Casa Branca, Amazon desiste de exibir os custos de tarifas de importação dos EUA ao lado do preço total dos produtos

THE 50 BEST BARS

Conheça os 50 melhores bares da América do Norte

30 de abril de 2025 - 9:52

Seleção do The 50 Best Bars North America traz confirmações no pódio e reforço de tendências já apontadas na pré-lista divulgada há algumas semanas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado

30 de abril de 2025 - 8:03

Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos

SD ENTREVISTA

Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China

30 de abril de 2025 - 5:52

Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump

DIÁRIO DOS 100 DIAS

Donald Trump: um breve balanço do caos

29 de abril de 2025 - 21:00

Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso

DIA 100

Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”

29 de abril de 2025 - 19:12

O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA

29 de abril de 2025 - 8:25

Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo

CHINA NO VOLANTE

Salão de Xangai 2025: BYD, elétricos e a onda chinesa que pode transformar o mercado brasileiro

29 de abril de 2025 - 8:16

O mundo observa o que as marcas chinesas trazem de novidades, enquanto o Brasil espera novas marcas

Insights Assimétricos

Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide

29 de abril de 2025 - 6:06

Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente

28 de abril de 2025 - 20:00

Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.

DIA 99

Trump vai jogar a toalha?

28 de abril de 2025 - 19:45

Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento

FUNDAMENTOS INVERTIDOS

S&P 500 é oportunidade: dois motivos para investir em ações americanas de grande capitalização, segundo o BofA

28 de abril de 2025 - 19:15

Donald Trump adicionou riscos à tese de investimento nos EUA, porém, o Bank Of America considera que as grandes empresas americanas são fortes para resistir e crescer, enquanto os títulos públicos devem ficar cada vez mais voláteis

EFEITOS DA GUERRA COMERCIAL

Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta

28 de abril de 2025 - 18:45

Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics

CRIPTO HOJE

Bitcoin (BTC) rompe os US$ 95 mil e fundos de criptomoedas têm a melhor semana do ano — mas a tempestade pode não ter passado

28 de abril de 2025 - 15:26

Dados da CoinShares mostram que produtos de investimento em criptoativos registraram entradas de US$ 3,4 bilhões na última semana, mas o mercado chega à esta segunda-feira (28) pressionado pela volatilidade e à espera de novos dados econômicos

GUERRA DOS CHIPS

Huawei planeja lançar novo processador de inteligência artificial para bater de frente com Nvidia (NVDC34)

28 de abril de 2025 - 13:33

Segundo o Wall Street Journal, a Huawei vai começar os testes do seu processador de inteligência artificial mais potente, o Ascend 910D, para substituir produtos de ponta da Nvidia no mercado chinês

DIAS 97 E 98

Próximo de completar 100 dias de volta à Casa Branca, Trump tem um olho no conclave e outro na popularidade

28 de abril de 2025 - 9:49

Donald Trump se aproxima do centésimo dia de seu atual mandato como presidente com taxa de reprovação em alta e interesse na sucessão do papa Francisco

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços

28 de abril de 2025 - 8:06

Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior

28 de abril de 2025 - 7:03

Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio

CALENDÁRIO ECONÔMICO

Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado

27 de abril de 2025 - 17:12

Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar