Incerteza nos céus da França: o dia seguinte da vitória da esquerda e a primeira decisão de Macron
Coligação de centro-esquerda obtém a maior bancada na Assembleia Nacional da França, mas não forma maioria para governar sozinha; Macron rejeita renúncia de primeiro-ministro

Atribui-se ao ex-governador mineiro Magalhães Pinto a afirmação de que a política muda como as nuvens. “Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”, teria afirmado. Hoje a França confirma essa constatação.
Há apenas um mês, o presidente da França, Emmanuel Macron, decidiu antecipar as eleições legislativas. O motivo foi a vitória da extrema-direita francesa nas eleições para o Parlamento Europeu.
Vista desde o início como uma aposta de alto risco, uma vez que Macron não era obrigado a antecipar as eleições, a decisão do presidente centrista provou-se como tal.
A intenção, nas palavras de Macron, era dar mais “clareza” à sociedade francesa em relação ao atual cenário político do país diante do avanço da extrema-direita por meio do voto.
No entanto, a única certeza entre os franceses é a de instabilidade política no horizonte.
Isso porque o céu mudou rápido na França.
No domingo (7), apenas uma semana depois da vitória da extrema-direita no primeiro turno das eleições legislativas, uma frente de esquerda venceu o segundo turno e obteve a maior bancada na Assembleia Nacional da França.
Leia Também
De acordo com o resultado final da votação, a Nova Frente Popular (NFP) amealhou 182 cadeiras.
A coalizão centrista de Emmanuel Macron perdeu a maioria parlamentar, mas recuperou-se em relação ao primeiro turno e terminou com 168 assentos.
Já a extrema-direita, representada pela Reunião Nacional e aliados, elegeu 143 deputados.
- EM BREVE: Vamos liberar nossa nova edição do guia “Onde Investir no 2º semestre”; cadastre-se aqui para receber em primeira mão.
Esquerda e centro se uniram contra a extrema-direita na França
O resultado derivou de um acordo de última hora entre a esquerda e o centro depois de a extrema-direita ter vencido o primeiro turno.
A NFP e a coalizão de Macron retiraram seus candidatos que terminaram em terceiro lugar nas mais de 300 votações distritais que foram para segundo turno no formato triangular.
A estratégia funcionou, ao menos à primeira vista.
Certeza de incertezas na França
Mesmo terminando em terceiro lugar, a extrema-direita cresceu tanto em número de votos quanto de deputados em relação à legislatura eleita em 2022.
Por sua vez, embora tenha recuperado protagonismo, a NFP não conseguiu o mínimo de 289 cadeiras para controlar o Parlamento.
Macron rejeita renúncia de primeiro-ministro
Por ter feito a maior bancada, a coligação de esquerda considera-se no direito de indicar o primeiro-ministro.
Os líderes da NFP têm a expectativa de serem chamados a formar um governo de minoria.
Mas isso pode se transformar em um problema para Emmanuel Macron.
Isso porque a coligação vencedora apresentou como principais bandeiras de campanha a revogação da contestada reforma da previdência promovida pelo atual presidente e a implementação de uma política migratória mais tolerante na França.
Macron tenta ganhar tempo até que retorne da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) nos Estados Unidos, para onde embarcará amanhã.
Hoje, ele deu menos clareza ao cenário político ao rejeitar a renúncia do aliado Gabriel Attal e decidir que ele continuará chefiando o governo “por enquanto”.
Como ainda tem três anos de governo pela frente, Macron agora tenta mitigar o risco de paralisia política.
No entanto, por mais que sua aliança não tenha ido tão mal quanto se temia, Macron sai enfraquecido da eleição antecipada.
Já o líder da NFP, Jean-Luc Mélenchon, e a líder da Reunião Nacional, Marine Le Pen, olharão incessantemente para as nuvens da política francesa até as eleições presidenciais de 2027.
Resposta dos EUA à condenação de Bolsonaro deve vir nos próximos dias, anuncia Marco Rubio; veja o que disse secretário de Estado norte-americano
O secretário de Estado norte-americano também voltou a criticar o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes
TikTok vê luz no fim do túnel: acordo de venda do aplicativo nos EUA é confirmado por Trump e por negociador da China
Trump também afirmou em sua rede social que vai conversar com o presidente chinês na sexta sobre negociação que deixará os jovens “muito felizes”
Trump pede que SEC acabe com obrigatoriedade de divulgação trimestral de balanços para as empresas nos EUA
Esta não é a primeira vez que o republicano defende o fim do modelo em vigor nos EUA desde 1970, sob os argumentos de flexibilidade e redução de custos
O conselho de um neurocientista ganhador do Nobel para as novas gerações
IA em ritmo acelerado: Nobel Demis Hassabis alerta que aprender a aprender será a habilidade crucial do futuro
China aperta cerco ao setor de semicondutores dos EUA com duas investigações sobre práticas discriminatórias e de antidumping contra o país
As investigações ocorrem após os EUA adicionarem mais 23 empresas sediadas na China à sua lista de entidades consideradas contrárias à segurança norte-americana
Trump reage à condenação de Bolsonaro e Marco Rubio promete: “os EUA responderão de forma adequada a essa caça às bruxas”
Tarifas de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros tiveram origem no caso contra Bolsonaro e, mais recentemente, a Casa Branca chegou a mencionar o uso da força militar para defender a liberdade de expressão no mundo
Como um projeto de fim de semana do fundador do Twitter se tornou opção em meio ao corte das redes sociais no Nepal
Sem internet e sem censura: app criado por Jack Dorsey ganha força nos protestos no Nepal ao permitir comunicação direta entre celulares via Bluetooth
11 de setembro: 24 anos do acontecimento que ‘inaugurou’ o século 21; eis o que você precisa saber sobre o atentado
Do impacto humano à transformação geopolítica, os atentados de 11 de setembro completam 24 anos
Bolsa da Argentina despenca, enquanto mercados globais sobem; índice Merval cai 50% em dólar, pior tombo desde 2008
Após um rali de mais de 100% em 2024, a bolsa argentina volta a despencar e revive o histórico de crises passadas
Novo revés para Trump: tribunal dos EUA mantém Lisa Cook como diretora do Fed em meio à disputa com o republicano
Decisão judicial impede tentativa de Trump de destituir a primeira mulher negra a integrar o conselho do Federal Reserve; entenda o confronto
EUA falam em usar poder econômico e militar para defender liberdade de expressão em meio a julgamento de Bolsonaro
Porta-voz da Casa Branca, Caroline Leavitt, afirmou que EUA aplicaram tarifas e sanções contra o Brasil para defender “liberdade de expressão”; mercado teme novas sanções
A cidade que sente na pele os efeitos do tarifaço e da política anti-imigrantes de Donald Trump
Tarifas de Donald Trump e suas políticas imigratórias impactam diretamente a indústria têxtil nos Estados Unidos, contrastando com a promessa de uma economia pujante
Uma mensagem dura para Milei: o que o resultado da eleição regional diz sobre os rumos da Argentina
Apesar de ser um pleito legislativo, a votação serve de termômetro para o que está por vir na corrida eleitoral de 2027
Mark Zuckerberg versus Mark Zuckerberg: um curioso caso judicial chega aos tribunais dos EUA
Advogado de Indiana acusa a Meta de prejuízos por bloqueios recorrentes em sua página profissional no Facebook; detalhe: ele se chama Mark Zuckerberg
Depois de duas duras derrotas em poucas semanas, primeiro-ministro do Japão renuncia para evitar mais uma
Shigeru Ishiba renunciou ao cargo às vésperas de completar um ano na posição de chefe de governo do Japão
Em meio a ‘tempestade perfeita’, uma eleição regional testa a popularidade de Javier Milei entre os argentinos
Eleitores da província de Buenos Aires vão às urnas em momento no qual Milei sofre duras derrotas políticas e atravessa escândalo de corrupção envolvendo diretamente sua própria irmã
Como uma missão ultrassecreta de espionagem dos EUA levou à morte de inocentes desarmados na Coreia do Norte
Ação frustrada de espionagem ocorreu em 2019, em meio ao comentado ‘bromance’ entre Trump e Kim, mas só foi revelado agora pelo New York Times
Ato simbólico ou um aviso ao mundo? O que está por trás do ‘Departamento de Guerra’ de Donald Trump
Donald Trump assinou na sexta-feira uma ordem executiva para mudar o nome do Pentágono para ‘Departamento de Guerra’
US Open 2025: Quanto carrasca de Bia Haddad pode faturar se vencer Sabalenka, atual número 1 do mundo, na final
Amanda Anisimova e Aryna Sabalenka se enfrentam pela décima vez, desta vez valendo o título (e a bolada) do US Open 2025
Warsh, Waller e Hasset: o trio que ganhou o “coração” de Donald Trump
O republicano confirmou nesta sexta-feira (5) que os três são os preferidos dele para assumir uma posição fundamental para a economia norte-americana