Eleições na Venezuela: Maduro já votou e diz que vai respeitar resultados, enquanto oposição denuncia perseguições políticas
Vale relembrar que, há alguns dias, Maduro disse que poderia haver um “banho de sangue” ou uma “guerra civil” caso não fosse vencedor

Em uma eleição que é considerada um "teste de fogo" para Nicolás Maduro, a disputa pela presidência da Venezuela ocorre neste domingo (28) em meio à denúncias de perseguição política e fechamento de fronteiras no país.
Maduro, que busca a reeleição para um terceiro mandato, já votou mais cedo, logo após a abertura das urnas. Na saída da seção no Forte Tiuna, instalação militar na capital da Venezuela, o presidente afirmou que iria reconhecer os resultados do pleito.
Vale relembrar que, há alguns dias, Maduro disse que poderia haver um "banho de sangue" ou uma "guerra civil" caso não fosse vencedor. Ele buscou ainda reforçar a lealdade das Forças Armadas — o árbitro das disputas políticas na Venezuela.
Já o partido Vente Venezuela, do candidato de oposição Edmundo Gonzáles, fez denúncias de 54 casos de perseguição política entre a última quarta-feira (24) e hoje.
"Alertamos a comunidade internacional que estes crimes constituem graves violações dos direitos humanos e que estamos perante a possível prática de crimes contra a humanidade no contexto das eleições presidenciais de 2024", afirmou o partido.
- LEIA TAMBÉM: Casa de análise libera carteira gratuita de ações americanas para você buscar lucros dolarizados em 2024. Clique aqui e acesse.
Venezuela impediu entrada de ex-presidentes latino-americanos
Vale destacar que, ontem, o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, também alertou sobre o fechamento das fronteiras da Venezuela.
Leia Também
Em uma publicação em seu perfil oficial no X (antigo Twitter), Mulino contou que um avião que transportaria ex-presidentes latino-americanos, incluindo Mireya Moscoso, do próprio Panamá, foi impedido de decolar até que os políticos deixassem a aeronave.
O objetivo da ida de Moscoso e outros ex-presidentes até à Venezuela era justamente observar como seria a eleição.
Mais tarde, o ministro das Relações Exteriores do Panamá, Javier Martínez-Acha, também utilizou a rede social para divulgar que conversou com a embaixada da Venezuela no país a respeito do bloqueio. "Estamos analisando este incidente com muito cuidado", declarou ele.
De acordo com o chanceler, o ministro dos transportes venezuelano garantiu que não haveria mais impedimentos aos voos para o país.
Já o presidente Maduro declarou, em entrevista transmitida nas redes da imprensa presidencial, que os ex-presidente impedidos de entrar na Venezuela não foram convidados pelo Poder Eleitoral para observar as eleições.
De acordo com ele, Moscoso e Vicente Fox — ex-presidente do México que também fazia parte da comitiva — "são ridículos porque sabem que são personas non gratas" no país.
Os temores para o pleito já haviam se intensificado nesta semana após a justiça eleitoral brasileira desistir de atuar como observadora nas eleições da Venezuela, assim como ex-presidente argentino Alberto Fernández.
Como está a situação da Venezuela?
Vale relembrar que, a partir de 2010, a Venezuela assistiu ao rápido colapso da democracia e quase oito milhões de cidadãos fugiram do país.
A inflação disparou e a escassez de alimentos espalhou-se à medida que o território sofria “o maior colapso econômico para um país sem conflitos em quase meio século”, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Entre 2012 e 2020, a economia venezuelana encolheu 71% e a inflação ultrapassou os 130.000% — com isso, os bônus e regalias em dinheiro concedidos às famílias dos militares perderam muito do brilho.
Ao mesmo tempo, o movimento de deserção ganhou força entre os cerca de 150 mil militares, à medida que muitos se juntaram aos milhões de venezuelanos que fugiram do país, em vez de defenderem um governo que já não apoiam.
"Os recrutas, o pessoal alistado e os oficiais de baixa patente não estão arrecadando dinheiro", disse Brownfield.
Por isso, um dos focos de Nicolás Maduro nos últimos dias foi reforçar a lealdade das Forças Armadas — o árbitro das disputas políticas na Venezuela e responsável pelo fechamento das fronteiras.
- No mercado financeiro, agir rápido é essencial para capturar as melhores oportunidades. E você pode receber as informações mais importantes do dia antes mesmo de a bolsa abrir. Basta clicar aqui para se inscrever gratuitamente em uma das newsletters mais lidas da Faria Lima.
Maduro pode mesmo perder essa eleição?
As eleições marcam uma rara oportunidade para os venezuelanos refazerem o país — se Maduro estiver realmente disposto a renunciar ao controle em caso de derrota.
Mas o histórico de suposta interferência eleitoral do chavista sugere que é improvável que ele abandone o poder silenciosamente.
Em janeiro, a líder da oposição Maria Corina Machado foi impedida de ocupar cargos públicos durante 15 anos pelo Supremo Tribunal controlado por Maduro.
Os EUA disseram que a decisão vai contra a promessa de 2023 que o governo venezuelano fez de realizar eleições livres e justas.
Edmundo Gonzalez Urrutia foi nomeado candidato da oposição depois que a substituta designada por Machado, Corina Yoris, foi igualmente impedida de concorrer.
Maduro, entretanto, alega ter frustrado uma série de planos duvidosos apoiados pela oposição para sabotar infraestruturas públicas e interferir nas eleições.
O governo também foi acusado de tentar semear confusão antes do dia das eleições, inclusive renomeando cerca de 6.000 escolas, locais que normalmente funcionam como assembleias de voto.
Além disso, criou impedimentos significativos para os venezuelanos que deixaram o país votarem, incluindo requisitos de passaporte e residência amplamente inatingíveis.
Existem mais de 21 milhões de eleitores registrados na Venezuela — desses, 17 milhões vivem no país.
Um grupo limitado de observadores eleitorais, incluindo uma equipe do The Carter Center – uma organização sem fins lucrativos criada pelo ex-presidente dos EUA Jimmy Carter – estará no país para monitorar a votação.
*Com informações do G1, da Associated Press, da CNN Internacional e da Reuters
A culpa é de Trump? Powell usa o maior evento dos BCs no mundo para dizer por que não cortou os juros ainda
O evento organizado pelo BCE reuniu os chefes dos principais bancos centrais do mundo — e todos eles têm um inimigo em comum
Agência vai na contramão de Trump e afirma que Irã pode voltar a enriquecer urânio nos próximos meses; confira a resposta de Teerã
Em meio a pronunciamentos dos governos iraniano e norte-americano neste fim de semana, o presidente francês, Emmanuel Macron, cobrou retorno do Irã à mesa de negociações
G7 blinda empresas dos EUA de impostos mínimos globais após pressão de Trump
O acordo para a tributação das companhias norte-americanas foi firmado em meio a uma decisão do governo Trump no megaprojeto de gastos
Trump tem vitória no Senado com avanço de megaprojeto de gastos, e Elon Musk solta o verbo: “Completamente insano”
Apesar da vitória, a votação não foi fácil. O projeto vem sendo criticado pela oposição e também por aliados, incluindo o CEO da Tesla
Recebendo currículos, Trump diz o que o candidato precisa ter para ser escolhido presidente do Fed
O mandato do atual chefe do banco central norte-americana acaba em maio do ano que vem e o republicano já está em busca de nomes para a sucessão
Será que deu ruim? Titãs de Wall Street passam por teste de estresse; confira se algum dos grandes bancos EUA foi reprovado
A avaliação considerou uma recessão global severa, com desemprego em 10% e queda acumulada do Produto Interno Bruto (PIB) real de 7,8%
A guerra dos EUA com a China acabou? O sinal de Trump que pode colocar fim à disputa entre as duas maiores economias do mundo
Um ponto crucial para as tarifas serem suspensas teria sido acordado nesta semana, segundo fontes da Casa Branca
A guerra acabou, decreta Trump sobre Israel e Irã — mas nem ele mesmo tem certeza disso
Presidente norte-americano deu declarações conflituosas sobre o status do conflito entre os dois inimigos no Oriente Médio, que mantêm um cessar-fogo frágil
Trump dá aval para Powell subir juros, mas impõe uma condição para isso acontecer nos EUA
O presidente do banco central norte-americano participou do segundo dia de depoimentos semestrais no Congresso; já o republicano usou os holofotes da Otan para falar da política monetária norte-americana
A Europa corre perigo? Otan sobe meta de gastos para 5% em mudança histórica e Trump manda recado duro para um membro
A medida mais decisiva da aliança em mais de uma década ocorre em meio à escalada de tensões no Oriente Médio e ao conflito entre Ucrânia e Rússia — mas um país europeu ainda resiste
Trump falhou: peças centrais do programa nuclear do Irã seguem intactas, diz inteligência dos EUA
Enquanto a Casa Branca nega as informações, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, promete atacar novamente se Teerã retomar seu programa nuclear
Após cessar-fogo entre Irã e Israel, Donald Trump é indicado ao Nobel da Paz (de novo)
Mais que prestígio, a indicação ao prêmio entra no jogo político da Casa Branca — e no xadrez internacional
Israel e Irã podem mexer com a política de juros nos EUA? Powell responde
O presidente do Federal Reserve presta depoimento ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara e fala dos reflexos da instabilidade no Oriente Médio nas decisões do banco central norte-americano
Powell diz o que pensa na guerra pelo corte de juros após ser chamado de burro por Trump
O presidente do Federal Reserve presta depoimento ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara e fala o que vai acontecer com os juros, o que pensa sobre as tarifas e sobre a guerra entre Israel e Irã
A guerra não acabou: Trump anuncia cessar-fogo entre Israel e Irã — mas tem o maior dos desafios pela frente
Mais cedo, Teerã respondeu à ofensiva norte-americana contra instalações nucleares com um ataque com mísseis à Base Aérea de Al Udeid, no Catar
Brasil na guerra: governo se posiciona sobre ataque dos EUA ao Irã; veja o que diz o Itamaraty
Ministério das Relações Exteriores emite nota oficial sobre a escalada do conflito no Oriente Médio; mais cedo o ex-chanceler e agora assessor especial Celso Amorim havia se manifestado sobre os confrontos
Empresas começam a suspender atividades com escalada da guerra entre Israel e Irã
Do setor marítimo ao setor aéreo, as primeiras companhias começam a anunciar uma paralisação temporária das operações na esteira dos ataques dos EUA às instalações nucleares iranianas
Apagando fogo com gasolina: a oferta da Rússia ao Irã que pode desencadear uma guerra nuclear
Um dos homens fortes do governo de Putin questiona sucesso do ofensiva norte-americana, que atacou três instalações nucleares iranianas, afirmando que uma futura produção de armas atômicas segue sobre a mesa
O Estreito de Ormuz na berlinda: Irã se prepara para fechar a passagem marítima mais importante do mundo
Embora tenha ameaçado diversas vezes, o governo iraniano nunca fechou, de fato, a via, mas, agora, o parlamento começa a dar passos nessa direção
Da China a Europa: a reação internacional ao ataque dos EUA às instalações nucleares do Irã
Na noite de sábado (21), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou uma operação classificada por ele como bem-sucedida contra três usinas nucleares iranianas