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Carolina Gama

Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.

ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA

Dólar forte, juros altos: o recado da ata do Fed sobre o que falta para a taxa começar a cair e trazer alívio para as bolsas

No encontro de junho, o banco central norte-americano manteve os juros na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano, mas dados de inflação revelados depois abriram uma janela de esperança para os investidores globais

Ata Fed
Imagem: Shutterstock

“Água mole em pedra dura tanto bate até que fura” — o ditado é brasileiro, mas está sendo levado a sério pelo Federal Reserve (Fed). O banco central norte-americano reconheceu que a inflação nos EUA está se movendo na direção certa, porém não com rapidez suficiente para que os juros caiam na maior economia do mundo. 

A ata da reunião de política monetária de junho mostrou que as autoridades presentes enxergam que os preços melhoraram, mas querem mais sinais de que essa tendência continuará.

“Os participantes afirmaram que eram necessários dados favoráveis ​​adicionais para dar maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a 2%”, diz o documento. 

O Fed tem como meta uma inflação anual de 2%. Em maio, o índice de preços para gastos pessoais (PCE, na sigla em inglês) — a métrica preferida do BC dos EUA para medir a inflação — chegou a 2,6% em termos anuais. 

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Os juros caem ou não caem?

Uma das razões para a disparada do dólar por aqui é a política monetária norte-americana, que mantém os juros no maior patamar em mais de duas décadas — e, ao menos no curto prazo, não dá sinais de mudança. 

Os participantes da reunião de política monetária do Fed “enfatizaram que não esperavam que fosse apropriado reduzir os juros até que surgissem informações adicionais para dar maior confiança de que a inflação estava evoluindo de forma sustentável em direção ao objetivo de 2% do Comitê”.

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Na ocasião, o comitê de política monetária decidiu manter os juros entre 5,25% e 5,50% ao ano — com alguns membros indicando uma tendência de aumento da taxa, se necessário.

Divergência no Fomc é comum

Quando o Copom encerrou a reunião de maio com divergências entre os seus membros, o mercado ficou de orelha em pé, mas nos EUA o dissenso é comum. 

A ata da reunião de junho mostrou que nas discussões sobre como abordariam a política monetária, os 19 membros discordaram. 

Alguns deles salientaram a necessidade de apertar as rédeas caso a inflação persista, enquanto outros defenderam que deveriam estar prontos para responder caso a economia vacilasse ou o mercado de trabalho enfraquecesse.

“Vários participantes observaram que, se a inflação persistir num nível elevado ou aumentar ainda mais, o intervalo-alvo para a taxa dos fundos federais poderá ter de ser aumentado”, diz a ata. 

“Um número de participantes observou que a política monetária deve estar pronta para responder à fraqueza económica inesperada”, acrescenta o documento. 

A ata não identifica membros individuais nem fornece valores exatos para o número de participantes da reunião que expressam pontos de vista específicos. Contudo, na linguagem do Fed, “um número” é considerado mais do que “vários”.

ENTENDA COMO O FED É O MAIOR CULPADO PELA PAUSA NOS CORTES NA SELIC

Juros baixos cada vez mais próximos?

A próxima reunião de política monetária do Fed está marcada para os dias 30 e 31 de julho. Mas as apostas de corte de juros se concentram em setembro e dezembro deste ano — ainda que o famoso gráfico de pontos do Fed indique apenas uma redução da taxa em 2024. 

Fato é que desde a reunião do mês passado, os dirigentes do Fed, em grande parte, estão seguindo com cautela sobre o corte de juros, sublinhando a dependência dos dados em vez das previsões. 

Mas é verdade também que houve indicações de vários deles, incluindo o presidente Jerome Powell, de que a continuação de leituras encorajadoras sobre a inflação proporcionaria confiança de que a taxa  pode ser reduzida.

Falando na terça-feira (2) em Portugal, Powell disse que os riscos de cortar os juros cedo e arriscar um ressurgimento da inflação contra um corte tardio que coloque em perigo o crescimento econômico ficaram mais equilibrados. 

Anteriormente, as autoridades vinham sublinhado a importância de não recuar com tanta antecedência na luta contra a inflação.

O que pensam os especialistas

Os mercados norte-americanos fecharam mais cedo nesta quarta-feira (3) por conta do feriado de 4 de julho comemorado amanhã, deixando a reação das bolsas em suspenso. 

Mas analistas indicaram o que pode acontecer daqui para frente com os juros nos EUA depois da divulgação da ata de hoje. 

O Citi chama atenção para as diferenças dentro do comitê de política monetária do Fed, com vários membros até sugerindo que aumentos da taxa poderiam ser necessários. 

Segundo o banco, no entanto, dados divulgados após a reunião provavelmente aumentarão o consenso para os cortes. 

“Esperamos o primeiro corte na taxa em setembro, seguido de reduções em cada reunião subsequente até que os juros atinjam 3,25%-3,50% no final de 2025”, diz o Citi. 

Para a Oxford Economics, a ata reiterou que o Fed precisa de mais dados antes de cortar os juros, o que exclui julho, mas mantém setembro na mesa. 

“No geral, mantemos a nossa previsão de corte nos juros em setembro e dezembro”, afirma a Oxford.

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