A receita para os juros baixos: Campos Neto diz o que é preciso para a taxa cair a partir de agora
Em meio à pressão por juros mais baixos, Campos Neto fala o que pode ajudar na política monetária; agência Fitch alerta para as críticas de Lula a RCN

Farinha, ovos, sal ou açúcar são comuns em muitas das receitas, mas na política monetária nenhum deles tem serventia. Segundo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o melhor ingrediente para se fazer uma economia saudável e, por consequência, juros baixos é uma boa reforma.
"Precisamos falar sobre quais reformas são necessárias no médio prazo para garantir que tenhamos uma taxa estrutural, uma taxa neutra mais baixa do que temos agora", disse RCN em um evento do Banco Central Europeu (BCE) em Sintra, Portugal.
A taxa de juros neutra é aquela que não esfria demais ou super aquece a economia de um país.
- Empiricus Research libera relatórios semanais de renda fixa com recomendações de títulos que podem render acima da Selic. Cadastre-se gratuitamente para receber.
Os juros ideais para o Brasil
Segundo Campos Neto, a taxa neutra real de juros do Brasil ainda é muito alta, mesmo com reformas conduzidas durante a pandemia.
Na mais recente ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC aumentou a estimativa de juros real neutro, de 4,5% para 4,75%.
Economistas veem um nível mais alto, próximo de 5%, segundo as medianas do último Questionário Pré-Copom (QPC).
Leia Também
O novo normal durou pouco: Ibovespa se debate com balanços, PIB da zona do euro e dados dos EUA
Brasil vai escapar da recessão, mas não da inflação: duas previsões do JP Morgan e um alerta
Segundo Campos Neto, há fatores estruturais que determinam juros neutros mais altos no Brasil, como o crédito subsidiado, a trajetória da dívida pública e a baixa produtividade.
RCN destacou que o País conduziu reformas importantes, como a da Previdência e a trabalhista, mas que os juros neutros continuam altos.
O presidente do BC ainda disse que ajustes fiscais pelo lado da receita tendem a taxar mais o capital do que o trabalho, o que reduz a produtividade.
A SELIC NÃO VAI CAIR DE NOVO TÃO CEDO: ACABARAM OS CORTES OU FOI SÓ UMA PAUSA?
O futuro do BC
As declarações de Campos Neto acontecem em um momento de tensão renovada com o governo, que cobra do BC taxas de juros mais baixas.
Para o codiretor de rating para Américas da Fitch Ratings, Todd Martinez, o governo "mostra desconforto com a gestão da política monetária, mas não interfere nela."
Contudo, Todd Martinez apontou que tal postura do presidente Lula, de criticar Campos Neto, "gera ruídos, que não são saudáveis em ano que ocorrerá a troca de liderança do BC."
Ele ressaltou que "apesar de muitos ruídos", o Poder Executivo "apresenta pragmatismo" para conduzir o País.
De acordo com Martinez, a decisão da Fitch, na semana passada, de manter o rating do País em BB, com perspectiva estável, indica "o pragmatismo da política (econômica), mas alguma piora na área fiscal."
Ele apontou que, em 2023, os sinais apresentados pela gestão das contas públicas "foram muito bons", pois indicaram eficiência na administração de gastos e receitas.
"A gestão fiscal é o ponto fraco da economia do Brasil", disse Martinez, ressaltando que um problema para a administração das contas públicas é que muitas despesas são obrigatórias.
"O Congresso conservador não ajuda para a política fiscal ser conservadora." Ele fez os comentários em webinar promovido pela Fitch.
*Com informações do Estadão Conteúdo
FGC avalia empréstimo de ‘curtíssimo prazo’ ao Banco Master enquanto negócio com BRB não sai, segundo jornal
Segundo pessoas próximas ao Fundo Garantidor de Créditos, esses recursos seriam suficientes para ajudar no pagamento de dívidas de dois a três meses
Unidos contra Trump? Lula e Xi aproveitam encontro na China para mandar mensagem aos EUA
Sem mencionar o nome do republicano, o presidente chinês, Xi Jinping, também comentou sobre a política tarifária dos EUA
Ata do Copom: Juros podem até parar de subir, mas Galípolo e diretores do BC jogam água fria sobre momento da queda da Selic
Copom volta a sinalizar que o fim do atual ciclo de aperto monetário está perto do fim, mas uma alta residual da taxa de juros ainda segue na mesa
Um acordo para buscar um acordo: Ibovespa repercute balanço da Petrobras, ata do Copom e inflação nos EUA
Ibovespa não aproveitou ontem a euforia com a trégua na guerra comercial e andou de lado pelo segundo pregão seguido
Felipe Miranda: O elogio do vira-lata (ou sobre small caps brasileiras)
Hoje, anestesiados por um longo ciclo ruim dos mercados brasileiros, cujo início poderia ser marcado em 2010, e por mais uma década perdida, parecemos nos esquecer das virtudes brasileiras
Retorno recorde nos títulos IPCA+ de um lado, spreads baixos e RJs do outro: o que é de fato risco e oportunidade na renda fixa privada hoje?
Em carta a investidores, gestora de renda fixa Sparta elenca os pontos positivos e negativos do mercado de crédito privado hoje
É o ano dos FIIs de papel? Fundos imobiliários do segmento renderam 4,4% em 2025, mas FIIs de tijolo cresceram no último mês
Na relação de preço pelo valor patrimonial dos fundos imobiliários, os dois setores seguem negociados com desconto neste ano
Onda de euforia nas bolsas: Ibovespa busca novos recordes na esteira do acordo entre EUA e China
Investidores também estão de olho no andamento da temporada de balanços e na agenda da semana
Depois de Vladimir Putin, Xi Jinping: Lula desafia Trump e vai à China em meio a guerra comercial
O petista encerrou na manhã de sábado (10) a viagem para a Rússia e partiu para Pequim, onde começa a agenda na segunda-feira (12)
Dedo na cara: a nova crítica de Lula a Trump após viagem à Rússia e encontro com Putin
O presidente brasileiro deixou Moscou neste sábado (10) rumo a outro destino que deve desagravar bastante o republicano: a China
O detalhe da inflação de abril que pode tirar o sono de Galípolo e levar o Copom a esticar ainda mais a corda dos juros
Inflação medida pelo IPCA desacelerou de 0,56% para 0,43% na passagem de março para abril de 2025, praticamente em linha com a mediana das estimativas dos analistas
Banco Central autoriza financeiras a emitir LCI
O Banco Central também informou que a decisão foi sugerida por consulta pública em 2024, quando a autarquia pôs em consulta a consolidação das normas das financeiras.
Uma janela para a bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de IPCA e sinais de novo estágio da guerra comercial de Trump
Investidores também repercutem a temporada de balanços do primeiro trimestre, com destaque para os números do Itaú e do Magazine Luiza
Multiplicação histórica: pequenas empresas da bolsa estão prestes a abrir janela de oportunidade
Os ativos brasileiros já têm se valorizado nas últimas semanas, ajudados pelo tarifaço de Trump e pelas perspectivas mais positivas envolvendo o ciclo eleitoral local — e a chance de queda da Selic aumenta ainda mais esse potencial de valorização
Como vai funcionar o ressarcimento após a fraude do INSS: governo detalha plano enquanto tenta preservar a imagem de Lula
O presidente do INSS, Gilberto Waller, informou que o órgão deve notificar prejudicados na próxima terça-feira (13), mas a data de início dos pagamentos ainda segue pendente
Muito acima da Selic: 6 empresas pagam dividendos maiores do que os juros de 14,75% — e uma delas bateu um rendimento de 76% no último ano
É difícil competir com a renda fixa quando a Selic está pagando 14,75% ao ano, mas algumas empresas conseguem se diferenciar com suas distribuições de lucros
Trump anuncia primeiro acordo tarifário no âmbito da guerra comercial; veja o que se sabe até agora
Trump utilizou a rede social Truth Social para anunciar o primeiro acordo tarifário e aproveitou para comentar sobre a atuação de Powell, presidente do Fed
Não há escapatória: Ibovespa reage a balanços e Super Quarta enquanto espera detalhes de acordo propalado por Trump
Investidores reagem positivamente a anúncio feito por Trump de que vai anunciar hoje o primeiro acordo no âmbito de sua guerra comercial
Retorno da renda fixa chegou ao topo? Quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI com a Selic em 14,75%
Copom aumentou a taxa básica em mais 0,50 ponto percentual nesta quarta (7), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas; mas ajuste pode ser o último do ciclo de alta
Selic chega a 14,75% após Copom elevar os juros em 0,5 ponto percentual — mas comitê não crava continuidade do ciclo de alta
Magnitude do aumento já era esperada pelo mercado e coloca a taxa básica no seu maior nível em quase duas décadas