Substituição — ou calote? Argentina trocará títulos para refinanciar sua dívida e valor pode chegar até US$ 65 bilhões
A pasta detalhou os títulos elegíveis à recompra e também os novos instrumentos, estes com vencimentos em dezembro de 2025 e também para 2026, 2027 e 2028
O Ministério da Economia da Argentina vem conduzindo um programa de troca de dívida, com o objetivo de adiar pagamentos previstos para este ano. O movimento vem acontecendo desde a última segunda-feira (11) e deve se estender até o final desta terça-feira (12), de acordo com autoridades locais.
Em comunicado, a pasta detalhou quais são os títulos elegíveis à recompra e também os novos instrumentos, estes com vencimentos em dezembro de 2025 e também para 2026, 2027 e 2028.
Na prática, o governo trocará títulos com vencimentos curtos por aqueles mais longos, uma das formas de refinanciar sua dívida.
Esse não é um movimento incomum de países que passam por apertos financeiros — mas dado o histórico de calotes da Argentina, o sinal amarelo se acendeu na mente dos investidores.
Justamente por esse histórico, o país vizinho realizava a venda de títulos junto com opções de venda (put, no jargão do mercado), que seriam liquidados caso esses papéis caíssem abaixo de um determinado valor.
Essa é uma das formas de garantir a segurança para esse tipo de investimento de alto risco e atrair compradores. Vale ressaltar também que essas opções de venda dispararam após a eleição de Javier Milei para a presidência da Argentina.
- Receba matérias especiais do Seu Dinheiro + recomendações de investimentos diretamente em seu WhatsApp. É só clicar aqui e entrar na In$ights, comunidade gratuita.
Recompra da dívida da Argentina
O texto oficial diz que a Secretaria de Finanças convida entidades do Estado Nacional, como o Fundo de Garantia de Sustentabilidade, do setor público financeiro, como o Banco Central da República Argentina (BCRA) e o Banco de la Nación Argentina, a participar da operação de conversão dos títulos.
Além disso, a oferta está aberta a entidades do setor financeiro e não financeiro e a pessoas físicas e jurídicas, detalha a nota. A operação compreende no total 15 títulos que vencem neste ano e, de acordo com estimativas, pode chegar a movimentar até US$ 65 bilhões.
O jornal argentino La Nación destaca que esta é uma das apostas do governo para aliviar a carga de juros, otimizar o capital de curto prazo e fazer valer seus planos de saneamento das contas públicas para o ano atual.
Além disso, o periódico destaca que o governo busca reduzir os juros da dívida em 2024, com o objetivo de atingir a meta de equilíbrio financeiro. A troca está prevista para ser concluída até o final das operações do mercado financeiro desta terça-feira.
Ajudinha do BCRA
Na noite da última segunda-feira, o BCRA cortou a taxa básica de juros no país, a Leliq, de 100% para 80% ao ano. Isso porque a autoridade monetária destaca que, à medida que a inflação mensal esfria, o peso se fortalece contra o dólar americano no mercado paralelo.
O dólar blue (cotação paralela ao dólar oficial) chegou a atingir os 1.255 pesos na máxima histórica em janeiro de 2024. Hoje, a moeda é cotada a cerca de mil pesos, segundo o portal Ámbito.
A notícia de corte nos juros pegou os investidores de surpresa, mas foi bem recebida pelos investidores. Isso se reflete no principal índice da bolsa argentina, o Merval, que saltava 1,68% por volta das 14h30 de hoje.
“Odeio Trump”, diz Stormy Daniels — o depoimento da pivô do caso que pode levar Trump à prisão
A estrela pornô testemunhou nesta terça-feira (7) sobre a relação com o ex-presidente norte-americano e disse que quer ele seja preso se for condenado no julgamento criminal
Javier Milei é “buy”? Elon Musk recomenda investimento na Argentina e bolsa local sobe mais de 3%
Após um encontro com o presidente argentino e a secretária geral da presidência, Karina Milei, o bilionário postou uma foto, comentando na sequência: “eu recomendo investir na Argentina”
O recado da China à Europa: o que o presidente Xi Jinping foi fazer na França após cinco anos — e não é só comércio
Ainda esta semana, o presidente chinês fará escalas na Sérvia e na Hungria, aliados da Rússia que cortejaram o investimento chinês
Fim da guerra em Gaza? Hamas concorda com cessar-fogo, mas trégua ainda não está garantida. Veja a resposta de Israel
O cessar-fogo está sendo articulado em um momento em que Netanyahu planeja a invasão por terra da na cidade de Rafah, no sul de Gaza — em uma ofensiva prometida há semanas
Por que o dado negativo de emprego nos EUA anima os mercados e pode fazer você ganhar dinheiro na bolsa
A economia norte-americana abriu menos vagas do que o esperado em abril e a taxa de desemprego subiu no período — isso pode ser uma boa notícia para os investidores; descubra as razões
Paciência no limite? Biden solta o verbo e não perdoa nem mesmo um grande aliado dos EUA
O presidente norte-americano comparou o aliado à China e à Rússia; saiba o que ele disse e a razão para isso
O milagre de Milei será adiado? A Via Sacra da Argentina até o crescimento econômico na visão da OCDE
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) projeta, no relatório Perspectiva Econômica divulgado nesta quinta-feira (2), que o PIB da Argentina sofrerá contração de 3,3% em 2024
Os juros não sobem mais nos EUA? A declaração de Powell que animou os investidores — e os dois fatores determinantes para a taxa começar a cair
Na decisão desta quarta-feira (1), o comitê de política monetária do Fed manteve a taxa de juros inalterada como era amplamente esperado; foi Powell o encarregado de dar os sinais ao mercado
Juros nos EUA não caíram, mas decisão do Fed traz uma mudança importante para o mercado
Com amplamente esperado, o banco central norte-americano manteve os juros na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano, mas a autoridade monetária marcou uma data para mudar uma das políticas mais importantes em vigor desde a pandemia
O impacto da decisão do Fed: como os juros americanos afetam o Brasil e o futuro da Selic
Fed comandado por Jerome Powell deve mostrar postura cautelosa sobre os cortes nas taxas de juros, sem previsões imediatas de redução
Leia Também
Mais lidas
-
1
CEO da Embraer (EMBR3) comenta possível plano de jato de grande porte para competir Boieng e Airbus; ações reagem em queda a balanço do 1T24
-
2
Esquece a Mega-Sena! Os novos milionários brasileiros vêm de outra loteria — e não é a Lotofácil
-
3
Banrisul (BRSR6) e IRB (IRBR3) são os mais expostos pela tragédia climática no RS, diz JP Morgan, que calcula o impacto nos resultados