Dólar: se você ainda não tem uma parte do patrimônio na moeda norte-americana, a hora de investir é agora
Seja para bancar uma viagem, quitar alguma dívida em moeda forte ou proteger uma parte do portfólio, especialistas avaliam que é hora de comprar
A cotação do dólar em relação ao real vem batendo recorde atrás de recorde. Mas, se você anda matutando se deve investir uma parte de suas economias na moeda norte-americana, se compra dólares agora ou espera para ver se o preço baixa um pouco, a dica dos especialistas é: compre, de uma vez só ou aos poucos, não importa.
Seja para bancar os custos de uma viagem neste segundo semestre, para quitar alguma dívida em dólares ou proteger uma parte do patrimônio em moeda forte, não vale a pena esperar.
O senso comum é que dificilmente as cotações irão baixar. “O ponto ideal de compra é praticamente impossível de alcançar”, avisa Martin Iglesias, líder em investimentos e alocação de ativos do Banco Itaú.
“A tendência de longo prazo é a desvalorização do real”, complementa Caio Fasanella, economista-chefe da Nomad. “Nos últimos 10, 15, 20 anos, o que vimos como tendência foi o real desvalorizando”, reforça.
Vale destacar que as entrevistas para esta reportagem foram realizadas na primeira semana de junho, portanto antes do rali experimentado no mercado de câmbio no início de julho, quando o dólar chegou a R$ 5,70 no intraday.
Esta matéria faz parte de uma série especial do Seu Dinheiro sobre onde investir no segundo semestre de 2024. Eis a lista completa:
- Cenário macro: a visão do gestor
- Bolsa
- Renda fixa
- Bitcoin e criptomoedas
- FII e imóveis
- Dólar e investimentos no exterior (você está aqui)
Proteção contra desvalorização
“Nosso direcionamento é que todo brasileiro deveria ter uma parte do patrimônio dolarizado, como forma de se proteger da desvalorização contínua do real e da volatilidade do câmbio”, complementa Fasanella.
Leia Também
De “Jay Kelly” a “Stranger Things”: os lançamentos da Netflix em dezembro
“O dólar vai continuar com uma dinâmica positiva, por conta do posicionamento econômico dos EUA. Eles continuam drenando recursos do resto do mundo e isso faz com que as moedas globais se enfraqueçam”, afirma João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão.
“Sob o olhar de alocação (de recursos), a hora é do dólar ou de ativos dolarizados”, avalia Gabriel Tossato, especialista em investimentos da Ágora Investimentos. Ele recomenda que as aplicações na divisa norte-americana alcancem até 7% da carteira, isso pensando em um investidor de perfil mais arrojado, ressalva.
Segundo Piccioni, vários fatores devem manter o dreno de dinheiro voltado para a economia norte-americana. É lá que ocorre toda a efervescência das companhias em busca da inovação em inteligência artificial e nas melhores formas de usá-la.
- Como proteger os seus investimentos: dólar e ouro são ativos “clássicos” para quem quer blindar o patrimônio da volatilidade do mercado. Mas, afinal, qual é a melhor forma de investir em cada um deles? Descubra aqui.
Boas perspectivas para as bolsas
Além disso, o CIO da Empiricus afirma que os títulos do Tesouro norte-americano continuam a pagar bons prêmios, o país é centro dos negócios com criptomoedas, e eles são hoje os maiores produtores mundiais de petróleo.
“Vemos as bolsas dos EUA para cima nos próximos seis meses”, acrescenta.
Piccioni recomenda ao investidor que quer comprar dólares que seja recorrente, dividindo as compras ao longo do tempo. “Mas, se você tem dinheiro, entrar de uma vez também é bom. Especialmente se quiser comprar ativos de risco, negociados na Nyse ou na Nasdaq”, diz.
“Se a pessoa não tem uma posição [na moeda norte-americana] pode ir comprando ao longo do tempo”, concorda Iglesias, do Itaú. Se o investimento é de longo prazo, o importante é ter exposição em dólar, especialmente em ativos financeiros.
Na hora de decidir em que classe de ativos investir os recursos, as opiniões se dividem. Há quem priorize os papéis de renda fixa e aqueles que avaliam ser mais interessante ter os recursos em renda variável. Outros entendem que diversificar entre as classes é uma opção importante.
Iglesias comenta que os Treasurys, como são chamados os títulos do Tesouro norte-americano, estão pagando rendimento de até 4% em dólares, o que é bastante atrativo. “É uma rentabilidade que não vemos há tempos.”
Títulos corporativos em alta
Além disso, Iglesias afirma que outra opção de alocação pode ser os bônus corporativos de empresas dos EUA que tenham “investment grade”, avaliação de baixo risco.
“Há bônus de companhias com rendimento maior do que os títulos do Tesouro norte-americano. Tanto os próprios Treasurys como esses bônus são espécies de investimentos resilientes. E ambos em renda fixa.”
Piccioni, CIO da Empiricus, diz preferir menos os papéis de renda fixa que os de renda variável.
“O investidor de renda fixa nos EUA está contando com a queda dos juros. Eu acho que a probabilidade de o Fed [Federal Reserve, o banco central norte-americano] não baixar aumentou muito e isso é um sinal de que a economia norte-americana está saudável e não o contrário”, justifica.
Segundo ele, as taxas pagas hoje pelos títulos norte-americanos de dois anos estão maiores do que aquelas para os papéis com prazo maior, de dez anos. O correto, na opinião do especialista, seria o contrário, o mais longo pagar mais. “Tenho receio dos Treasurys por conta dessa característica.”
Pelas contas de Piccioni, a valorização do S&P 500, o índice com as ações mais negociadas na Nyse, a Bolsa de Nova York, teve uma valorização de 12% ao ano nos últimos dez anos.
- Dólar em alta? Veja a melhor forma de investir na moeda americana para poder proteger seu patrimônio
Opções entre os setores para investimento
Se olharmos para o Nasdaq, o índice da bolsa de empresas de tecnologia, a valorização foi de 19% ao ano, também nos últimos dez anos.
“Por isso, estamos vendo o ‘bull market’”, afirma Piccioni para justificar sua preferência pela renda variável.
Na hora de selecionar setores, ele sugere as companhias de tecnologia. Esse setor vem em um movimento contínuo de inovação, que começou com a criação da inteligência artificial, passou pelo boom das big techs e agora o que se vê são as empresas implementando inteligência artificial (IA) em negócios B2B.
“Faltava alguém inovando no uso da IA no B2C. E a Apple fez isso recentemente” ao anunciar o uso de IA nos seus celulares, afirma o executivo.
“O que veremos no segundo semestre são essas duas frentes evoluindo”, diz, em referência ao uso de inteligência artificial tanto nos negócios entre companhias como para o consumidor final.
Além das companhias de tecnologia, Piccioni diz olhar com interesse para as empresas do setor de turismo e de biotecnologia.
Esses são os mesmos segmentos apontados como prioridade para investimentos no exterior por Vitor Melo, estrategista de ações globais do banco BTG Pactual.
Ele diz ter preferência pelas “magnificent seven”, em referência às sete companhias mais procuradas nas bolsas dos EUA.
As “magnificent seven stocks” são as ações queridinhas dos investidores no mercado norte-americano. É um grupo formado por Alphabet (GOOG), Amazon (AMZN), Apple (AAPL), Meta (META), Microsoft (MSFT), Nvidia (NVDA) e Tesla (TSLA), representantes de setores como serviços tecnológicos, tecnologia, varejo, bens duráveis e até automóveis elétricos.
“Dos 24% a 25% que o S&P 500 subiu no ano passado, 75% foram por conta da valorização das empresas mais negociadas”, calcula Melo.
Para ele, os setores prioritários para investimento nos EUA são tecnologia da informação, saúde e financeiro. Em saúde, as apostas são para os laboratórios voltados para as drogas antiobesidade, como o Ozempic.
“O setor financeiro teve uma recuperação muito importante após a crise dos bancos regionais no ano passado. Os grandes bancos estão com rentabilidade boa”, avalia.
Segundo Melo, os preços das ações dos grandes bancos estão descontados em relação ao mercado.
“O S&P 500 está negociando em torno de 22 vezes o lucro, enquanto os grandes bancos negociam a 11 vezes o lucro. Esse gap é o maior patamar histórico”, justifica o especialista do BTG Pactual.
- LEIA TAMBÉM: Casa de análise libera carteira gratuita de ações americanas para você buscar lucros dolarizados em 2024. Clique aqui e acesse.
Alternativa para quem prefere o real
Para investir em ações ou renda fixa no exterior, hoje há vários bancos que oferecem a abertura de conta em dólares e opções para investimentos.
Uma parte dos investidores brasileiros é avessa a abrir conta no exterior para a compra de ativos. Para estes, os especialistas também têm recomendações se o objetivo é ter uma parte das reservas dolarizadas.
Segundo Iglesias, do Itaú, vale a pena investir em BDRs de empresas norte-americanas se a intenção é dolarizar os recursos.
Os BDRs ou Brazilian Depositary Receipts são certificados de ações de outros países negociados na B3, a bolsa brasileira. O mecanismo para comprar esses papéis é o mesmo que para o investimento em uma ação brasileira. É necessário procurar uma corretora ou plataforma de investimentos, abrir uma conta e começar a operar.
Outra opção nesse sentido são os fundos administrados por instituições brasileiras, mas com ativos de companhias norte-americanas no portifólio.
Há fundos só com empresas de tecnologia, fundos com outras ações que não de tecnologia, além dos fundos multimercados com várias teses e várias geografias, lembra Piccioni, da Empiricus.
Outra possibilidade, diz Tossato, da Ágora, são os ETFs. Os Exchanged Traded Funds são fundos de investimentos baseados em índices que têm suas cotas negociadas em bolsa.
Na B3 há dezenas de opções. “Uma opção é investir em ETFs, para quem quer uma alocação mais passiva”, avalia. O caminho para investir em ETFs é o mesmo que para BDRs ou ações brasileiras.
Enem dos Concursos: convocados para a prova discursiva já podem consultar o local de prova; veja como acessar
FGV libera às 16h desta segunda (1) o cartão de confirmação do CNU; mais de 42,4 mil candidatos farão a prova discursiva no domingo (7)
Quanto tempo leva para o prêmio da Mega da Virada de 2025 chegar a R$ 1 bilhão? Calculamos para você
Prêmio da Mega da Virada de 2025 é estimado em R$ 850 milhões; sorteio está marcado para a noite de 31 de dezembro
Loterias da Caixa entram em dezembro com R$ 6 milhões na Super Sete e R$ 56 milhões na Timemania
Super Sete abre a semana com o maior prêmio do dia, enquanto Quina, Lotomania e Dupla Sena chegam acumuladas; Timemania oferece o maior prêmio da semana
Bolsa Família é antecipado em dezembro: confira o calendário do programa neste final de ano
O pagamento do benefício será realizado antecipadamente neste mês e seguirá a ordem estabelecida pelo último número do NIS; confira
Quem vai pagar 10% de IR sobre dividendos em 2026? Além de herdeiros e grandes empresários, há mais profissionais na mira do Leão
Nova lei não distingue entre pequenos, médios e grandes recebedores de dividendos — e dá pouca margem para minimizar o impacto
Guia básico da Black Friday 2025: como comparar preços, evitar golpes e usar a IA a seu favor
Com golpes em alta e consumidores mais cautelosos, veja como comparar preços, evitar fraudes e usar a IA para tomar decisões mais seguras na Black Friday
Pedágio automático (free flow) está prestes a passar a valer no caminho para o aeroporto, mas há jeito de não ser cobrado sem fazer nada ilegal
Novo pedágio automático (Free Flow) da Dutra começa em 6 de dezembro com cobrança apenas na pista expressa; pista marginal continua gratuita
Hábitos de milionários que qualquer pessoa pode (e deve) adotar
Cinco hábitos reais de bilionários que não dependem de renda alta, apenas disciplina, constância e mentalidade de longo prazo
Leilão da Receita Federal tem Tiguan por menos de 20% do valor, iPhone por um oitavo do preço e muito mais; confira
Carros, celulares e diversos produtos aparecem com grandes descontos no leilão da Receita Federal; saiba como participar e quais são os destaques
NIS final 7 recebe Bolsa Família e Gás do Povo de novembro nesta terça (25)
O pagamento do benefício ocorre entre os dias 14 e 28 deste mês e segue ordem definida pelo último número do NIS
Black Friday: os direitos do consumidor que podem evitar prejuízos nas promoções
Da desistência em sete dias à entrega obrigatória, veja o que diz o Código de Defesa do Consumidor para quem compra na temporada de descontos
CNH sem autoescola: conforme medida avança, empresas fecham as portas
Com a proposta de CNH sem autoescola avançando no Contran, empresas do setor já relatam fechamentos e forte impacto financeiro
INSS começa a pagar o décimo terceiro de novos aposentados: veja quem recebe e como consultar
Quem entrou na folha após junho recebe o 13º integral do INSS nesta rodada; confira as datas e valores
Loterias da Caixa voltam ao ritmo normal após feriados de novembro; Timemania sorteia R$ 51,5 milhões amanhã
Após dois feriados nacionais, as loterias da Caixa retomam o ritmo normal com uma semana marcada por grandes acumulados e prêmios que chegam a R$ 51,5 milhões.
Bolsa Família e Gás do Povo: NIS final 6 recebe pagamentos hoje (24)
O pagamento do benefício ocorre entre os dias 14 e 28 deste mês e segue ordem definida pelo último número do NIS
Esses insights já nasceram com a Geração Z, mas ele só entendeu depois de conquistar tudo e continuar infeliz
Ele conquistou tudo antes dos 30, mas descobriu que faltava o essencial — uma inquietação que também move a Geração Z
Dividendos altos não convencem, e XP mantém cautela para este fundo imobiliário
Desde sua estreia, o HABT11 acumula retorno de 78,3%, considerando valorização da cota e rendimentos distribuídos, o que equivale a IPCA +9,4% ao ano
Ozempic proibido? Anvisa barra “canetas emagrecedoras” consideradas irregulares no Brasil
Agência veta fabricação, venda, importação e propaganda de dispositivos sem registro; avanço do mercado clandestino ocorre na esteira da popularização dos agonistas de GLP-1
Loterias voltam do feriado com destaque para prêmio de R$ 5,2 milhões na Super Sete
A Super Sete lidera a rodada de hoje com prêmio estimado em R$ 5,2 milhões; Quina, Lotofácil, Lotomania e Dupla Sena completam a agenda
Curtindo o feriado? Em 2026 o calendário vai ser melhor ainda; confira as datas comemorativas em dias úteis e com possibilidade de emenda no ano que vem
Os feriados de 2026 vêm com mais datas em dias úteis e ampliam as oportunidades de emenda após um 2025 com poucos dias prolongados