Zona de turbulência: 5 fatores que levaram a Boeing ao prejuízo de US$ 6,17 bilhões no 3T24
Em termos ajustados, o prejuízo foi de US$ 10,44 por ação, frustrando a previsão de analistas consultados pela FactSet, de US$ 10,35
A nebulosidade do trajeto que a Boeing tem percorrido nos últimos tempos já sinalizava aos investidores que a gigante na fabricação de aeronaves apresentaria prejuízo no terceiro trimestre deste ano. Ainda assim, o tombo foi bem maior do que o esperado.
No período, a companhia teve um prejuízo líquido de US$ 6,17 bilhões, bem maior do que o registrado em igual período do ano anterior, de US$ 1,64 bilhão, de acordo com o balanço divulgado na manhã de hoje (23).
Em termos ajustados, o prejuízo foi de US$ 10,44 por ação, frustrando a previsão de analistas consultados pela FactSet, de US$ 10,35. O número também é bem maior que o prejuízo estimado anteriormente pela empresa, de US$ 9,97 por ação.
A receita anual caiu 1% no trimestre, a US$ 17,84 bilhões, e o caixa livre estava negativo em US$ 2 bilhões no fim de setembro.
O cenário turbulento tem forçado a empresa a traçar com urgência um novo plano de voo para acalmar tripulantes e demonstrar aos investidores a retomada do controle de bordo.
Mas o próprio CEO da Boeing, Kelly Ortberg, no cargo desde agosto, assumiu que "levará tempo" rumo à retomada do "legado anterior" de liderança do setor aeroespacial.
Leia Também
O que a Raízen (RAIZ4) pretende consolidar com a reorganização societária recém-aprovada pelos acionistas
Azul (AZUL4) anuncia acordo global com credores e apresenta plano revisado de reestruturação
Enquanto isso, as ações da Boeing reagem em queda expressiva de mais de 3% no fim desta manhã na em Nova York.
A seguir, listamos cinco motivos que indicam o que levou a Boeing até essa zona de turbulência.
1 - Segurança em xeque
Em 5 de janeiro deste ano, um voo da Alaska Airlines foi forçado a fazer um pouso de emergência, quando um painel e uma janela estouraram em pleno voo.
A aeronave, uma 737 Max 9 da Boeing, já havia protagonizado outros vários incidentes nos últimos anos, fato que levantou uma questão crucial para o negócio de uma fabricante de transporte aéreo: seus modelos, afinal, eram realmente seguros?
O acidente fez com que a empresa, não só reduzisse sua produção e consequente vendas, como visse sua imagem completamente abalada por críticas e pressão dos familiares das 346 pessoas que morreram em dois acidentes do Max, consumidores que se negavam a voar em aeronaves da companhia e desconfiança de investidores em relação ao futuro do negócio.
2 - Acusações por fraude
A situação se agravou ainda mais em junho, quando promotores dos Estados Unidos emitiram uma recomendação ao Departamento de Justiça (DOJ) para que o órgão apresentasse acusações criminais contra a Boeing.
A alegação era a de que a companhia havia violado os termos de um acordo realizado em 2021, que protegia a empresa de acusações por fraude após dois acidentes fatais com o modelo 737 Max, que causaram 346 mortes.
Entre as exigências, a fabricante de aeronaves deveria pagar US$ 2,5 bilhões (R$ 13,6 bilhões) e cumprir com uma série de exigências para prevenir e detectar fraudes nas operações.
- LEIA TAMBÉM: SD Select entrevista analista e libera carteira gratuita de ações americanas pra você buscar lucros dolarizados em 2024. Clique aqui e acesse.
3 - Greve de funcionários
As condições de temperatura e pressão pioraram ainda mais com a greve de 33 mil trabalhadores do principal centro de produção da Boeing, que paralisou a fabricação do avião 737 Max desde 12 de setembro.
Investidores monitoram a votação nesta quarta-feira de um acordo provisório proposto pela empresa para encerrar o imbróglio.
A oferta inclui um aumento salarial de 35% em quatro anos, um bônus de ratificação de US$ 7 mil e maiores contribuições para aposentadoria. A urgência na aprovação do acordo é grande pelo estrago nos negócios que deixam de acontecer. Especialistas estimam que a greve causa um impacto negativo diário de US$ 100 mil aos cofres da Boeing.
Em nota, a organização reconhece que a proposta é um avanço, mas não dá qualquer indicativo de que a oferta vai encerrar a greve.
4 - Procedimento de emergência
No último dia 15, a companhia divulgou o procedimento de emergência que pretende seguir para levantar até US$ 25 bilhões por meio do registro de um plano para vender qualquer combinação de títulos e ações.
Chamado de registro de prateleira, esse procedimento dá à Boeing várias alternativas de levantar dinheiro, seja com a venda de combinação de ações ordinárias, ações preferenciais ou títulos seniores e subordinados. É como se a empresa colocasse os valores mobiliários na prateleira para emiti-los e vendê-los ao público em um momento posterior, quando achar mais oportuno.
Na semana passada, o Wall Street Journal reportou que a empresa busca levantar US$ 10 bilhões em vendas de ações para estabilizar suas finanças.
5 - Cintos apertados
Com a redução de entregas, a saída foi apertar os cintos. No início de outubro, a companhia informou aos funcionários, por meio de um memorando, que planeja demitir cerca de 10% de seus trabalhadores nos próximos meses.
A fatia equivale a aproximadamente 17 mil pessoas, entre executivos, gerentes e funcionários. A empresa tem cerca de 170 mil funcionários em todo o mundo, muitos deles trabalhando em instalações de fabricação nos estados de Washington e Carolina do Sul.
A empresa também vai adiar ainda mais o lançamento de um novo avião, o 777X, para 2026 em vez de 2025. Além disso, vai parar de construir a versão de carga do seu jato 767 em 2027, após concluir os pedidos atuais.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Lemann, cerveja e futebol: Dona da Ambev desbanca a Heineken e fatura a Champions League
AB InBev vai substituir a Heineken como patrocinadora do principal campeonato de futebol da Europa por € 200 milhões por ano
“Se o investidor acredita no minério acima de US$ 100, melhor se posicionar nas ações”. Por que o CEO e o CFO da Vale (VALE3) veem oportunidade agora?
A declaração tem respaldo no desempenho operacional da Vale — mas não só nele; descubra o que está por trás o otimismo dos executivos com a ação da mineradora neste momento
A lição deixada pelo ataque cibernético que parou a linha de montagem da Jaguar Land Rover
Maior fabricante automotiva do Reino Unido não produziu nenhum veículo em setembro devido a ataque cibernético
“É provável que teremos dividendos extraordinários em breve”, diz executivo da Vale — aqui está o que precisa acontecer para o dinheiro cair na conta dos acionistas
Após desempenho operacional e financeiro considerados robustos no terceiro trimestre, o CFO Marcelo Bacci e o CEO Gustavo Pimenta dizem se a compra bilionária de debêntures e se a tributação de dividendos pode afetar a distribuição dos proventos da mineradora daqui para frente
Cade dá o sinal verde para que BTG e Perfin injetem R$ 10 bilhões na Cosan (CSNA3) por meio da subscrição de ações
Com aval do Cade, Cosan se aproxima do aporte bilionário de BTG e Perfin e busca aliviar a pressão financeira
Raízen (RAIZ4) na corda bamba: Moody’s coloca nota de crédito sob revisão; veja motivos
A agência afirma que a análise da revisão da Raízen se concentrará em iniciativas que possam potencialmente contribuir para uma melhoria na estrutura de capital da empresa
Ata da Ambipar (AMBP3) contradiz versão oficial e expõe aval do conselho a operações com Deutsche Bank antes da crise
Documento não divulgado à CVM mostra que o conselho da Ambipar aprovou os contratos de swap com o Deutsche Bank; entenda
Gerdau (GGBR4) vai pagar mais de meio bilhão de reais em dividendos mesmo com queda de 24% do lucro
Metalúrgica Gerdau também anunciou a distribuição de proventos aos acionistas, equivalentes a R$ 0,19 por ação, totalizando R$ 188,8 milhões; confira os prazos
Netflix mais barata na bolsa: gigante do streaming desdobrará ações proporção de 10 para 1 em operação questionada por Warren Buffett
O megainvestidor é famoso por se recusar a desdobrar as ações da Berkshire Hathaway e criou uma classe de ações “B” com preços mais modestos
Rebatizado: Banco Central autoriza BlueBank a readotar o nome Letsbank após mudança feita em março, quando passou à gestão de Maurício Quadrado
A autorização vem na esteira da decisão do BC que rejeitou a transferência de controle do BlueBank para Quadrado e vetou a venda do grupo Master ao BRB
Vale (VALE3) bate projeção com lucro de US$ 2,7 bilhões no terceiro trimestre; confira os números da mineradora
A estimativa da Bloomberg indicava para queda do lucro líquido entre julho e setembro e um crescimento mais tímido da receita no período; ADRs sobem no after hours em Nova York
Apple sobe 4% após balanço, mas é a Amazon que dispara 14%; confira o que agradou o mercado lá fora
Ainda assim, o desempenho das ações da gigante do varejo eletrônico está bem abaixo da Microsoft e do Alphabet, com alta de apenas 2,4% no acumulado do ano, contra 24% da Microsoft e 49% da dona do Google
Derrota para os credores da Ambipar (AMBP3): recuperação judicial tramitará no Rio de Janeiro; ações disparam 18%
O deferimento marca o início do período de 180 dias de suspensão de execuções e cobranças
Ambev (ABEV3) diz que consumo de cerveja em bares e restaurantes caiu com inverno rigoroso e orçamento apertado
A fabricante de cervejas está otimista com a Copa do Mundo e mais feriados em 2026; analistas enxergam sinais mistos no balanço
Esta construtora já foi a mais valiosa do mercado, mas hoje tem a ação valendo 1 centavo: a história bizantina da PDG (PDGR3)
Antes apontada como uma “queridinha” dos investidores na bolsa, a PDG Realty (PDGR3) atravessa um conturbado processo de recuperação judicial
“ROE a gente não promete, a gente entrega”, diz CEO do Bradesco (BBDC4). Marcelo Noronha prevê virada da rentabilidade “batendo à porta”
Ainda que a rentabilidade esteja no centro da estratégia traçada por Marcelo Noronha, o CEO não quer cortar investimentos — e revelou de onde virá o ganho de ROE no futuro
A Vale (VALE3) voltou às graças do BTG: por que o banco retomou a recomendação de compra?
De acordo com o banco, a empresa vem demonstrando melhoras operacionais. Além disso, o cenário para o minério de ferro mudou
STJ volta atrás e suspende liberação das atividades da Refit, alvo da Operação Carbono Oculto; Haddad comenta decisão
A PF investiga a Refit por indícios de que o combustível da refinaria abastece redes de postos de gasolina controlados pelo PCC
A Vale (VALE3) está fazendo a lição de casa, mas o resultado do 3T25 será suficiente? Saiba o que esperar do balanço
O relatório operacional divulgado na semana passada mostrou um aumento na produção de minério, mas uma baixa em pelotas; confira como esse desempenho pode se refletir nos números da companhia entre julho e setembro
Sem ‘mãozinha’ da Argentina, Mercado Livre (MELI34) tem lucro abaixo do esperado no 3T25, mas frete grátis faz efeito no Brasil
O Mercado Livre (MELI34) registrou lucro líquido de US$ 421 milhões no 3T25, avanço de 6% em relação ao ano anterior, mas abaixo das expectativas do mercado, que projetava US$ 488,65 milhões.