“Olhando os mercados hoje, estou arrependido”: Luis Stuhlberger revela o hedge que ‘faltou’ no portfólio do fundo Verde e suas perspectivas macroeconômicas para o Brasil e o mundo
O gestor do lendário fundo Verde comentou as perspectivas para o cenário macroeconômico brasileiro e mundial durante participação no Macro Summit 2024

No universo financeiro, o hedge é uma estratégia adotada para proteger a carteira de investimentos contra o “sobe e desce” do mercado de capitais. E Luis Stuhlberger, sócio-fundador da Verde Asset, revelou qual hedge se arrepende de não ter feito neste ano.
“Quando as eleições entram nos preços do Brasil? O mercado está ficando com mau humor do país e ainda falta muito para o pleito, então entrou muito antes do que se imaginava. E por que eu não fiz hedge contra isso? Porque pensei que, pelo menos 2024, atravessaríamos mais tranquilamente, mas, olhando os mercados hoje, estou arrependido”, disse ele nesta quinta-feira (11) durante o Macro Summit Brasil 2024.
O gestor do lendário fundo Verde comentou as perspectivas para o cenário macroeconômico brasileiro e mundial durante participação no evento online gratuito realizado pelo Market Makers, um dos principais hubs de conteúdo financeiro do Brasil, em parceria com o MoneyTimes e Seu Dinheiro.
Apesar do arrependimento, Stuhlberger faz um alerta: “Hedge não é para fazer sempre, é para aproveitar ocasiões de assimetria. Se você faz hedge sempre, perde dinheiro”.
- [Carteira recomendada] 10 ações brasileiras para investir agora e buscar lucros – baixe o relatório gratuito
Por que os gringos estão “fugindo” do Brasil?
Uma assimetria que o fundador da Verde Asset não consegue compreender, porém, é por que o mercado brasileiro está performando abaixo de quase todo o mercado global.
Ele reconhece que há muitos ruídos, especialmente vindos do judiciário, mas destaca que “o filme do Brasil está bom”.
Leia Também
“Aqui, o Executivo que ganha eleição não leva tudo, existe um certo equilíbrio dos três poderes. Hoje temos um clima de tensão no ar, mas a gente não costuma ir para os extremos”. Apesar disso, sua percepção é que há um certo desinteresse dos investidores internacionais pelo Brasil.
Já Daniel Goldberg, fundador da Lumina e outro participante do Macro Summit 2024 hoje, tem outra percepção.
O gestor, que, vale destacar, é sócio de Stuhlberger na Verde desde o final de 2023, afirma ser “cético” quanto à tese de que o “gringo” não vem para o Brasil por causa da alta volatilidade.
Para Goldberg, há momentos em que isso realmente acontece, mas, em sua experiência lidando com hedge funds, o fundador da Lumina acredita que, na verdade, o Brasil é “um pouco menos atraente do que achamos que é”.
“Com tudo que está acontecendo no mundo, eu não vejo esse cenário de um investidor internacional que lê o jornal e fica preocupado porque o Lira hoje está ralhando com o Padilha.”
- Como proteger os seus investimentos: dólar e ouro são ativos “clássicos” para quem quer blindar o patrimônio da volatilidade do mercado. Mas, afinal, qual é a melhor forma de investir em cada um deles? Descubra aqui.
A China e os EUA são preocupações para o mercado?
Por falar nos últimos grandes acontecimentos da economia mundial, Stuhlberger acredita que o mercado tem exagerado um pouco quando o assunto é a crise na China. Para o gestor do Verde, o gigante asiático registra uma “competitividade muito forte”.
Stuhlberger comentou ainda os últimos dados de inflação dos Estados Unidos, que azedaram o humor dos investidores nesta semana.
O índice de preços ao consumidor do país (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,4% no mês passado, colocando a taxa em 12 meses em 3,5% — 0,3 ponto percentual acima da de fevereiro.
Vale destacar que o CPI não é a medida preferida do Federal Reserve, o banco central dos EUA, para a inflação, mas economistas consultados pela Dow Jones esperavam alta de 0,3% e de 3,4%, respectivamente.
Excluindo componentes voláteis dos alimentos e da energia, o núcleo do CPI também acelerou 0,4% em base mensal e subiu 3,8% em relação ao ano anterior, em comparação com as estimativas de 0,3% e 3,7%.
Para Stuhlberger, o CPI foi ruim, mas não tanto. “Efetivamente, o Fed vai demorar mais para cortar os juros, mas uma hora isso se ajusta”.
Ainda assim, o gestor do Verde diz que a situação atual do mercado norte-americano é um mistério que o intriga como investidor: “As expectativas de inflação estão ancoradas e os ativos que são reserva de valor, como o bitcoin e o ouro, sobem loucamente. Ou seja, a bolsa está performando bem em mesmo em um ambiente de juro real dos EUA extremamente alto e fora da realidade em que ele deveria estar.”
Assista à íntegra da entrevista com Luis Stuhlberger e Daniel Goldberg:
Um (dilema) Tostines na bolsa: Ibovespa reage a balanços e produção industrial em dia de aversão ao risco lá fora
Santander Brasil é o primeiro bancão a divulgar balanço do quarto trimestre de 2024; Itaú publica resultado depois do fechamento
Galípolo prepara a caneta: a meta de inflação já tem data para ser descumprida — e isso tende a tornar o Banco Central ainda mais rigoroso
Ata do Copom trouxe poucas novidades em relação ao comunicado, mas proporcionou vislumbres sobre o novo regime de metas de inflação.
Um olho na estrada, outro no retrovisor: Ibovespa reage à ata do Copom enquanto se prepara para temporada de balanços
Investidores também repercutem a relatório de produção e vendas da Petrobras enquanto monitoram desdobramentos da guerra comercial de Trump
A mensagem de uma mudança: Ibovespa se prepara para balanços enquanto guerra comercial de Trump derruba bolsas mundo afora
Trump impõe ao Canadá e ao México maiores até do que as direcionadas à China e coloca a União Europeia de sobreaviso; países retaliam
Agenda econômica: Discursos de lideranças do Fed e ata do Copom movimentam a semana de IPCA no Brasil
Após a Super Quarta, a semana deve ser agitada por indicadores decisivos e dados sobre atividade econômica e inflação por aqui
Efeito janeiro? Ibovespa é o melhor investimento do mês, à frente do bitcoin; títulos públicos longos e dólar ficam na lanterna
O ano começa com alívio à pressão sobre as ações brasileiras e o câmbio vista no fim de 2024, mas juros futuros longos continuaram em baixa, diante do risco fiscal
Com ou sem Trump, por que o último dado de inflação dos EUA não importa agora
A métrica preferida do banco central norte-americano foi divulgada nesta sexta-feira (31) e veio em linha com as projeções
Braskem (BRKM5) quer voltar a gerar caixa — e decidiu parar de gastar dinheiro com a Oxygea; entenda a decisão da petroquímica
De acordo com comunicado, a suspensão dos investimentos no negócio está alinhada ao novo direcionamento estratégico da empresa
A bolsa assim sem você: Ibovespa chega à última sessão de janeiro com alta acumulada de 5,5% e PCE e dados fiscais no radar
Imposição de tarifas ao petróleo do Canadá e do México por Trump coloca em risco sequência de nove sessões em queda do dólar
A forte valorização da bolsa mesmo com a Selic subindo mostra como as ações estão baratas
Ter uma boa parte da carteira em renda fixa aproveitando a Selic elevada faz todo o sentido. Mas eu não deixaria de ter algumas ações boas e baratas na carteira, especialmente se forem boas pagadoras de dividendos.
Ações do Magazine Luiza (MGLU3) saltam 10% com Ibovespa nas alturas. O que está por trás da pernada da bolsa hoje?
Por volta das 15h08, o principal índice de ações da B3 subia 2,78%, aos 126.861 pontos, com as ações cíclicas dominando a ponta positiva
Alta da Selic, autonomia do BC e novo comando da Vale (VALE3): as falas de Lula que ajudam o Ibovespa e as ações da mineradora hoje
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou a primeira coletiva de imprensa do ano nesta quinta-feira (30) e falou também sobre a questão fiscal e a alta do preço dos alimentos
Chuva de balanços das big techs, PIB dos EUA abaixo do esperado e juros: como a bolsa reage a esse combo
Wall Street abriu o dia com ganhos, mas entra na tarde desta quinta-feira (30) flertando com as perdas; entenda o que mexe com os índices em Nova York
Governo e bancos têm acordo para expandir crédito consignado, mas teto de juros incomoda Febraban
A proposta de teto de juros para crédito consignado vem na esteira do anúncio de uma nova modalidade, voltada para trabalhadores CLT e trabalhadores domésticos
O primeiro encontro: Ibovespa reage à alta dos juros pelo Copom e à manutenção das taxas pelo Fed
Alta dos juros pesa sobre Ibovespa e ativos de risco em geral, mas é positiva para a renda fixa conservadora
Rodolfo Amstalden: IPCA 2025 — tem gosto de catch up ou de ketchup mais caro?
Se Lula estivesse universalmente preocupado com os gastos fiscais e o descontrole do IPCA desde o início do seu mandato, provavelmente não teria que gastar tanta energia agora com essas crises particulares
A meta de inflação nos EUA vai mudar? Entenda o processo de revisão do Fed mencionado por Powell hoje
O período da nova revisão das políticas do BC dos EUA já começou e deve ser concluído em setembro, mas você sabe o que isso significa na prática? O Seu Dinheiro explica
Selic sobe a 13,25% e deixa renda fixa ainda mais rentável; veja quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI
Conforme já sinalizado, Copom aumentou a taxa básica em mais 1,00 ponto percentual nesta quarta (29), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas
Bitcoin (BTC) sobrevive aos juros altos nos EUA e volta a flertar com os US$ 104 mil
Declaração do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, nesta quarta-feira (29) ajudou criptomoeda a recuperar valor
Agora sob a batuta de Galípolo, Copom cumpre o prometido, eleva Selic para 13,25% e mantém previsão de alta de 1,0 pp. na próxima reunião
Conforme esperado pelo mercado e antecipado pelo BC, taxa básica de juros subiu 1,0 ponto percentual em decisão unânime do colegiado, mas trajetória da Selic depois de março foi deixada em aberto