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Ricardo Gozzi

É jornalista e escritor. Passou quase 20 anos na editoria internacional da Agência Estado antes de se aventurar por outras paragens. Escreveu junto com Sócrates o livro 'Democracia Corintiana: a utopia em jogo'. Também é coautor da biografia de Kid Vinil.

SD ENTREVISTA

Galípolo não vai ‘chutar o balde’ e é o nome certo para comandar o Banco Central, diz Belluzzo

Chamado de “padrinho” pelo futuro presidente do BC, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo diz o que esperar da gestão de Gabriel Galípolo à frente da autoridade monetária

Ricardo Gozzi
16 de dezembro de 2024
6:14 - atualizado às 15:08
Luiz Gonzaga Belluzzo
Belluzzo escreveu 3 livros em coautoria com Galípolo. - Imagem: Arquivo Pessoal

Poucas pessoas têm tanta propriedade para avaliar o trabalho de Gabriel Galípolo, o próximo presidente do Banco Central (BC), quanto o economista Luiz Gonzaga Belluzzo.

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Os dois compartilham muito mais do que a paixão pela Sociedade Esportiva Palmeiras.

Nos agradecimentos de sua dissertação de doutorado em economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Galípolo afirma “pretensiosamente” considerar-se “afilhado” de Belluzzo, de quem foi aluno na graduação.

Aos 82 anos, o professor dispensa a reverência. “Somos companheiros”, disse Belluzzo em entrevista ao Seu Dinheiro.

Esse companheirismo inclui três livros escritos em conjunto pela dupla:

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  • “Manda quem pode, obedece quem tem prejuízo” (2017)
  • “A escassez na abundância capitalista” (2019)
  • “Dinheiro: o poder da abstração real” (2021)

Todos foram publicados pela editora Contracorrente.

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Nas palavras de Belluzzo, a colaboração com Galípolo é muito profícua.

“Somos companheiros na elaboração dos livros e na discussão econômica, o tempo inteiro”, afirma.

Capacidade de comunicação

Desde antes de Galípolo ser nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de diretor de política monetária do BC, o perfil heterodoxo, o direcionamento da carreira acadêmica e a identificação do economista com desenvolvimentistas como Belluzzo provocaram calafrios em parte do mercado financeiro.

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Em maio, por exemplo, uma votação dividida no Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sugeriu a existência de uma suposta divisão do colegiado em dois “grupos”: um alinhado com o mercado, comandado pelo presidente em fim de mandato Roberto Campos Neto, e outro afinado com o Palácio do Planalto, liderado por Galípolo.

Com o passar do tempo, porém, uma característica pessoal de Galípolo veio à tona e contribuiu para desfazer eventuais temores quanto a sua atuação no colegiado: a predisposição para dialogar com quem pensa diferente.

“Ele tem essa capacidade de comunicação, de conversar com todo mundo”, afirma Belluzzo.

Galípolo mudou o discurso?

Depois da indicação para a presidência do BC, Galípolo pareceu endurecer o discurso, em alguns momentos chegando a soar até mais conservador do que Campos Neto.

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O que muitos podem considerar uma mudança de discurso, Belluzzo qualifica como consciência das obrigações que deveriam ser observadas por quem ocupa cargos públicos.

“Gabriel tem a plena noção de sua função pública. O exercício dessa função pública exige frequentemente que você faça renúncias [pessoais] em nome do interesse coletivo”, afirmou.

Além disso, Belluzzo considera que Galípolo tem clareza quanto à diferença entre sua atuação acadêmica e as demandas dos cargos públicos que ocupou.

Vale lembrar que, antes de ser diretor de política monetária do Banco Central, Galípolo foi secretário executivo do Ministério da Fazenda, sob Fernando Haddad.

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No passado, ele também trabalhou na Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, quando José Serra era governador.

Associado a isso, por mais que as pessoas sejam movidas por ideias, o respeito à divergência é um dos preços a serem pagos pela democracia.

“Você não pode chegar e chutar o balde. Isso só é possível em um regime mais autoritário; na democracia, não”, disse Belluzzo.

Como Galípolo vai se comportar em relação aos juros e ao dólar

Com relação ao que esperar de Galípolo à frente do Banco Central, ele já vem dando mostras de que o fato de ter sido indicado por Lula não é suficiente para se esquivar da aplicação de remédios amargos.

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No decorrer do atual ciclo de aperto monetário, as votações têm sido unânimes em favor da alta dos juros.

Em dezembro, quando o Copom elevou a Selic a 12,25% ao ano, a retomada do forward guidance pelo colegiado indica que o BC elevará os juros em um ponto percentual nas duas primeiras reuniões sob o comando de Galípolo.

No que concerne ao dólar, Belluzzo vê com estranheza o fato de o Banco Central ter permitido que o dólar passasse dos R$ 6 quase sem intervir no câmbio.

“Quando o presidente era Jair Bolsonaro, Campos Neto fez mais de cem intervenções no câmbio. Depois da volta de Lula, só uma”, comparou.

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Vale observar que a entrevista foi concedida dias antes de o BC anunciar outras ações sobre o câmbio e que essas decisões são colegiadas.

Ainda assim, depois que assumir o Banco Central, talvez Galípolo se mostre mais propenso do que Campos Neto a ativar mecanismos de estabilização da taxa de câmbio — mais provavelmente por meio de operações de swap do que pelo uso de reservas.

O fato é que a sucessão ocorre em um momento delicado. Na avaliação de grande parte dos participantes do mercado financeiro, o Banco Central é atualmente o único fiador da credibilidade fiscal do Estado brasileiro.

Em meio a tudo isso, “Gabriel Galípolo é a pessoa adequada para comandar o Banco Central neste momento”, afirma o “padrinho” Belluzzo.

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