🔴 DIVIDENDOS DE ATÉ 13% COM ESTE FUNDO IMOBILIÁRIO – VEJA QUAL

Entre a democracia e a sombra do gigante: vitória de candidato anti-China em Taiwan deixa uma incógnita no ar

Enfrentando desafios geopolíticos intensos, o presidente-eleito de Taiwan mantém uma postura pró-independência e pró-EUA

16 de janeiro de 2024
6:26 - atualizado às 10:18
Nanci Pelosi em Taiwan pesa nas bolsas internacionais e Ibovespa deve reagir negativamente (1)
Imagem: Freepik

Neste final de semana, Taiwan enfrentou uma de suas eleições mais desafiadoras em anos, elegendo um novo líder em meio a uma atenção global intensa, principalmente devido às tensões com a China, que vê a ilha como uma província separatista.

Vale notar que este pleito carregava significativas consequências geopolíticas, afetando não só a dinâmica no Estreito de Taiwan, mas também as relações entre Estados Unidos e China.

Taiwan desempenha um papel estratégico crucial, sendo um centro vital na produção de semicondutores de ponta.

Sua localização no Pacífico, próxima à costa chinesa, é fundamental nas dinâmicas militares entre as grandes potências globais.

Fonte: BBC.

E o resultado da eleição veio.

Contrariando as expectativas do presidente chinês, Xi Jinping, o atual vice-presidente de Taiwan, Lai Ching-te, conhecido no Ocidente como William Lai, venceu a eleição com 40% dos votos, garantindo a continuidade do Partido Democrático Progressista (DPP) no poder.

Porém, a paisagem política de Taiwan sofreu mudanças significativas.

A vitória de Lai não só foi com a menor margem desde 2000, mas também abaixo das conquistas do DPP nas eleições de 2016 e 2020.

Além disso, o DPP perdeu a maioria no legislativo, com a oposição dividida entre o Kuomintang (KMT), que não conseguiu assentos suficientes para liderar o parlamento, e o emergente Partido Popular de Taiwan (TPP), que agora detém um papel decisivo no equilíbrio de poder.

Qualquer governo futuro em Taiwan precisará buscar o apoio do TPP.

Lai é percebido como um defensor da independência taiwanesa, pró-EUA e democrático.

Em contrapartida, o candidato derrotado do KMT, Hou Yu-ih, era visto como o preferido de Pequim, um potencial facilitador para uma reunificação pacífica com a China.

A vitória de Lai em Taiwan não foi bem recebida pela China, que havia se posicionado contra o DPP, pois o resultado das eleições favorece a manutenção do status quo, complicando ainda mais as já delicadas relações entre Taiwan, China e EUA.

Ao mesmo tempo, a distribuição de poder entre o executivo e o legislativo de Taiwan sugere que mudanças drásticas nas políticas são improváveis, minimizando o risco de escalada das tensões regionais.

Considerado anti-China, presidente-eleito de Taiwan adota tom conciliatório

O presidente eleito com um mandato fraco e um parlamento dividido indicam a necessidade de colaboração em decisões fundamentais, incluindo questões de financiamento militar.

Recentemente, inclusive, Lai adotou um tom mais conciliatório, mesmo diante das acusações de Pequim de ser um “instigador da guerra”.

Ele reafirmou sua disposição para negociações com a China em igualdade de condições, um passo significativo, embora ainda distante do objetivo chinês de uma anexação completa, similar ao que ocorreu com Hong Kong.

A incapacidade do KMT ou do TPP de conquistar a presidência representa um golpe para Xi Jinping, evidenciando a ineficácia das táticas de intimidação e influência da China sobre a opinião pública de Taiwan.

Além disso, os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio já desestabilizaram as cadeias globais de suprimentos, e a perspectiva de um conflito em Taiwan, que a China reivindica como seu território, poderia ter consequências desastrosas para a economia mundial.

  • ONDE INVESTIR EM 2024: Descubra o que esperar do cenário econômico brasileiro e internacional e quais são os melhores investimentos para a sua carteira, em diferentes classes de ativos. Clique aqui.

Preservando a estabilidade no estreito

Olhando para o futuro, Lai Ching-te se comprometeu a preservar a estabilidade no Estreito de Taiwan e a soberania de seu país, mantendo o status quo e fortalecendo as relações com Washington e seus aliados.

É crucial notar que, além da geopolítica, os eleitores taiwaneses estão preocupados com questões internas como a inflação crescente, os altos preços dos imóveis e a estagnação salarial. Para eles, a questão vai muito além da geopolítica.

Situação na China desfavorece ações agressivas em relação a Taiwan

Outro fator a considerar é a situação econômica atual da China, que não favorece ações agressivas em relação a Taiwan no curto prazo. A economia chinesa enfrenta sérios desafios, incluindo uma intensificação da deflação.

Os preços ao consumidor caíram pelo terceiro mês consecutivo em dezembro, marcando a mais longa sequência de declínio desde 2009, em meio à crise imobiliária, demanda fraca e confiança abalada, impactando negativamente a segunda maior economia do mundo.

Os recentes indicadores do comércio externo da China mostraram resultados desfavoráveis, com as exportações sofrendo sua primeira redução anual desde 2016.

Este declínio, impulsionado pela diminuição da demanda global e pela queda dos preços, intensifica os desafios para a economia chinesa, que historicamente se apoiou no comércio como um pilar de crescimento.

Esta situação representa um revés para uma economia chinesa que busca se reerguer e retomar seu dinamismo este ano. A diminuição dos preços impacta diretamente as receitas das empresas, podendo afetar salários e lucros.

Além disso, a deflação pode aumentar o fardo da dívida e levar os consumidores a postergar compras, exacerbando um ciclo deflacionário que a China precisa enfrentar com medidas decisivas para evitar uma espiral econômica negativa. Esta fraqueza econômica também se reflete no processo de estabilização do crescimento.

Leia também

Derrota do Kuonmintang é contratempo para Xi

Nesse contexto, a derrota do KMT de Hou Yu-ih em Taiwan representou um contratempo para os planos de Xi Jinping.

O KMT, mais inclinado a uma unificação pacífica com a China, poderia oferecer um caminho menos problemático para Pequim, que já enfrenta diversos desafios internos.

No entanto, essa estratégia não se concretizou.

As eleições em Taiwan, as mais disputadas em décadas, acabaram por ser um revés para Xi. Os partidos favoráveis ao diálogo com Pequim não conseguiram superar o desgaste do partido no poder, aliado dos EUA, deixando o caminho livre para um líder visto pela China como “separatista”.

Portanto, espera-se que as tensões persistam nos próximos anos, com um potencial risco de escalada, semelhante a outras situações de conflito global, como as entre Rússia e Ucrânia ou Israel e Hamas.

Resta a incógnita sobre se a China tomará alguma iniciativa de unificação com Taiwan nos próximos anos.

  • Deixe sua carteira preparada para o cenário internacional de 2024: confira as ações, fundos imobiliários, BDRs, títulos de renda fixa e outros investimentos que ajudam a proteger o seu patrimônio e, ainda, têm potencial de multiplicação de capital. Acesse relatório gratuito aqui.

Compartilhe

Especial IR

Meu filho de 30 anos faz mestrado e não trabalha; ele pode ser meu dependente na declaração de imposto de renda?

4 de maio de 2024 - 8:00

O filho dela é estudante, e ela arca com suas despesas; será que tem como abatê-las no IR 2024?

SEXTOU COM O RUY

Como ganhar dinheiro no mercado financeiro usando um erro na estratégia das seguradoras

3 de maio de 2024 - 6:08

É assim que algumas vezes conseguimos capturar ganhos relevantes – como no caso do Bradesco no 4T23, que nos deu um retorno de mais de 500%

de repente no mercado

LCIs e LCAs ‘obrigam’ investidores a buscar outros papéis na renda fixa, enquanto a bolsa tem que ‘derrotar vilões’ para voltar a subir em 2024

28 de abril de 2024 - 12:00

Vale divulga balanço do 1T24 e elétricas sofrem com performance negativa; veja os destaques da semana na ‘De repente no mercado’

Ficou no prejuízo?

Comprei um carro com meu namorado, mas terminamos e ele não me pagou a parte dele; o que fazer para não tomar calote?

27 de abril de 2024 - 8:00

Ex-namorado da leitora não pagou a parte dele nem se movimenta para vender o carro; e agora?

SEXTOU COM O RUY

Imposto de 25% para o aço importado: só acreditou quem não leu as letras miúdas

26 de abril de 2024 - 6:11

Antes que você entenda errado, não sou favorável a uma maior taxação apenas porque isso beneficia as ações das siderúrgicas brasileiras – só que elas estão em uma briga totalmente desigual contra as chinesas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O Enduro da bolsa: mercado acelera com início da temporada de balanços do 1T24, mas na neblina à espera do PCE

23 de abril de 2024 - 8:54

Na corrida dos mercados, Usiminas dá a largada na divulgação de resultados. Lá fora, investidores reagem ao balanço da Tesla

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Decisão do Copom em xeque: o que muda para a Selic depois dos últimos acontecimentos?

23 de abril de 2024 - 6:24

O Banco Central do Brasil enfrentará um grande dilema nas próximas semanas

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: A pobreza das ações

22 de abril de 2024 - 20:00

Em uma conversa regada a vinho, dois sujeitos se envolvem em um embate atípico, mas quem está com a razão?

DE REPENTE NO MERCADO

Enquanto o dólar não para de subir… Brasil sobe em ranking internacional e este bilionário indonésio fica 10x mais rico em um ano 

21 de abril de 2024 - 12:00

Veja os destaques da semana na ‘De repente no mercado’

BOMBOU NO SD

Dividendos de Klabin (KLBN11), Gerdau (GGBR4) e Petrobras (PETR4), halving do bitcoin e Campos Neto dá pistas sobre o futuro da Selic — veja tudo o que foi destaque na semana

20 de abril de 2024 - 14:01

A ‘copa do mundo’ das criptomoedas aconteceu de novo. A recompensa dos mineradores por bloco de bitcoin caiu pela metade

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar