Tudo como antes no Estreito de Formosa: Candidato “anti-China” vence eleições em Taiwan
Partido Democrático Progressista, de Lai Ching-te, obtêm nas urnas um terceiro mandato inédito para governar Taiwan
O Partido Democrático Progressista conquistou um inédito terceiro mandato presidencial consecutivo em Taiwan.
“Como presidente, tenho a importante responsabilidade de manter a paz e a estabilidade no Estreito de Foromsa”, disse o presidente-eleito Lai Ching-te em seu discurso de vitória, proferido neste sábado (13).
Fácil no discurso, difícil na prática.
Isso porque Lai Ching-te é considerado ainda mais “anti-China” do que sua colega de partido, Tsai Ing-wen, que está no fim de seu segundo mandato de quatro anos.
Momento é delicado nas relações entre China e EUA
A vitória eleitoral de Lai ocorre em um momento de elevada tensão nas relações entre a China e os Estados Unidos.
Recentemente, o Congresso norte-americano autorizou o governo a gastar até US$ 2 bilhões por ano em ajuda militar a Taiwan.
E enquanto a China pressiona pela reunificação, os EUA, na figura do presidente Joe Biden, prometem “defender Taiwan”.
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Em 2022, a ex-presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, visitou Taiwan, tornando-se assim a autoridade norte-americana de mais alto escalão a visitar a ilha em mais de duas décadas.
O episódio paralisou a comunicação em Washington e Pequim por mais de um ano inteiro.
A tensão tem levado as duas potências globais a realizarem manobras militares próximas das águas de Taiwan.
Como Lai vê as relações com a China
O Partido Democrático Progressista de Taiwan rejeita um acordo de 1992 fechado por seu principal rival político, o Kuomintang, que estabeleceu as bases de uma reaproximação entre Pequim e Taipé.
A agremiação de Lai defende uma identidade nacional própria para Taiwan e rejeita as iniciativas da China pela reunificação.
A partir de 2016, ao longo dos dois mandatos de Tsai, as relações se deterioram.
Ao celebrar a vitória, Lai disse que “manteria o status quo” nas relações com a China.
Também declarou-se “determinado a salvaguardar Taiwan das ameaças e intimidações da China”.
Ao mesmo tempo, enfatizou a necessidade de cooperação e diálogo em condições de igualdade com Pequim, mas não entrou em detalhes.
A China ainda não se pronunciou sobre o resultado das eleições em Taiwan.
No período que antecedeu as eleições, Pequim denunciou Lai como um “separatista perigoso” e instou os eleitores taiuaneses a fazerem a “escolha certa”.
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Mas este não é o único problema para os eleitores de Taiwan.
Internamente, Lai afirmou que pediria a ajuda dos candidatos derrotados na busca por solucionar as aflições dos taiuaneses.
A população do país enfrenta uma situação de aumento do custo de moradia, baixo crescimento dos salários e instabilidade no fornecimento de energia elétrica.
Embora a terceira vitória em sequência de um mesmo partido seja um fato inédito em Taiwan, a votação de Lai não foi das mais expressivas.
Ele ganhou o pleito com pouco mais de 40% dos votos, o que pode dificultar a vida de seu governo no Parlamento. Hou You-yi, do Kuomintang, amealhou 33% dos votos.
*Com informações da Reuters e da CNBC.
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