Fed corta os juros? Copom eleva a Selic? Saiba o que esperar de mais uma Super Quarta dos bancos centrais
Enquanto o Fed se prepara para iniciar um processo de alívio monetário, Brasil flerta com juros ainda mais altos nos próximos meses

Esta semana marca um ponto decisivo em setembro, com o foco global voltado para a próxima reunião do Federal Reserve. A expectativa geral é que o comitê de política monetária dos EUA realize o primeiro corte nas taxas de juros desde 2020, dando início a um ciclo de flexibilização após um longo período de políticas monetárias extremamente restritivas, as mais severas em décadas. A grande questão é o tamanho desse corte: será de 25 ou 50 pontos-base?
Além da decisão do Fed, o Banco da Inglaterra e o Banco do Japão também devem divulgar suas respectivas resoluções de política monetária nesta semana.
No Brasil, o cenário ganha ainda mais relevância com a chegada da "Super Quarta", que trará tanto a decisão do Federal Reserve quanto a do Banco Central do Brasil.
- VEJA MAIS: Renda fixa ‘premium’ cresce 19% e tem título que rende IPCA +10%, com isenção de IR e aporte inicial de cerca de R$ 1 mil; saiba como investir.
Comecemos com o rumo dos juros no Brasil.
Ao contrário da tendência de cortes de juros que vem sendo observada em outras economias, espera-se que o Copom aumente a Selic em 25 pontos-base, mantendo o ciclo de aperto monetário em andamento.
Nas últimas semanas, a volatilidade tem sido uma constante nos mercados financeiros, e é provável que essa instabilidade continue, uma vez que as especulações sobre as futuras ações das autoridades monetárias seguem influenciando o comportamento dos investidores.
No caso do Copom, espera-se um aumento de 25 pontos-base, elevando a Selic para 10,75% ao ano.
Leia Também
O melhor aluno da sala fazendo bonito na bolsa, e o que esperar dos mercados nesta quinta-feira (18)
Rodolfo Amstalden: A falácia da “falácia da narrativa”
Esse ajuste reflete uma evolução na comunicação do Banco Central, que tem sido moldada pelos recentes desenvolvimentos econômicos.
O comunicado que acompanhará essa decisão provavelmente destacará uma postura mais cautelosa, sublinhando a necessidade de monitoramento constante do cenário macroeconômico.
Embora, em outro momento, uma postura mais assertiva pudesse ter mantido a Selic inalterada, as declarações recentes do Banco Central indicam que um aumento, mesmo que moderado, é inevitável.
Juros vão subir mais por aqui?
O ajuste de 25 pontos-base parece ser a escolha mais prudente, evitando uma alta mais agressiva de 50 pontos.
Ainda assim, é improvável que esse seja o último aumento, e o caminho dos juros a partir de agora permanece incerto, dependendo de dados econômicos futuros e das ações de outros bancos centrais ao redor do mundo.
O Boletim Focus já reflete uma série de revisões pessimistas, com expectativas mais altas para a inflação, um câmbio mais elevado e uma Selic superior nos próximos anos.
Apesar dessas projeções, o Banco Central mantém uma postura cautelosa em relação às previsões de mercado, que estimam uma taxa terminal de 11,65% para este ano e 12,25% no final do ciclo de aperto.
Fonte: Boletim Focus.
Adicionalmente, o Brasil tem adotado medidas fiscais que se distanciam das diretrizes tradicionais do arcabouço oficial.
Exemplos notáveis incluem a flexibilização na contabilização de precatórios, a exclusão de despesas relacionadas à recuperação fiscal do Rio Grande do Sul e a inclusão de receitas de origem duvidosa nas contas públicas.
Essas práticas trazem à tona memórias da chamada "contabilidade criativa", já utilizada no passado.
Como resultado, o mercado tem demonstrado ceticismo quanto às projeções de superávit fiscal, especialmente diante das recorrentes exceções adotadas.
Essa desconfiança tem impactado diretamente a curva de juros, uma vez que a incerteza fiscal alimenta a necessidade de manutenção de taxas de juros mais elevadas.
E qual é o caso americano?
Nos Estados Unidos, por outro lado, observou-se um aumento significativo nas expectativas de que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) reduzirá as taxas de juros nesta quarta-feira de maneira mais arrojada.
Há apenas uma semana, a probabilidade de um corte de 50 pontos-base era de 30%, mas agora essa estimativa mais que dobrou, com mais de 60% do mercado antecipando uma redução de 0,5 ponto percentual.
Dada a tradição do Fed de evitar surpreender o mercado, a possibilidade de um corte de 50 pontos-base torna-se cada vez mais provável.
Fonte: CME.
Seja como for, mais relevante do que o tamanho do primeiro corte — que acredito ser mais provável de 25 pontos-base devido às pressões do mercado — será a trajetória dos juros a partir dessa redução.
É fundamental lembrar que, na quarta-feira, o Federal Reserve divulgará suas novas projeções econômicas, elaboradas pelos membros do comitê. Essas previsões deverão refletir o impacto da magnitude do corte inicial.
Se o corte for de 25 pontos-base, é provável que as projeções indiquem uma redução acumulada de pelo menos 75 pontos-base ao longo do ano.
Já no caso de um corte de 50 pontos-base, a expectativa é que o Fed sinalize uma queda total de pelo menos 100 pontos-base até o final do ano.
Fonte: CME.
Conforme apontado, as atuais projeções de mercado sugerem que as taxas de juros podem ser reduzidas para a faixa de 2,75% a 3,00% ao ano até o final de setembro de 2024, representando um corte acumulado de mais de 200 pontos-base em 12 meses. Embora essa possibilidade exista, ela não é necessariamente a mais provável.
Powell concederá entrevista coletiva após decisão de juros nos EUA
Por isso, será fundamental acompanhar de perto a coletiva de imprensa de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, que deve trazer informações relevantes sobre os próximos passos da política monetária.
O mercado está atento não apenas ao primeiro corte, mas, sobretudo, à trajetória que será adotada posteriormente, pois o ritmo e a profundidade dessas reduções nas próximas reuniões serão decisivos para moldar o cenário econômico nos próximos meses.
O que a inteligência artificial vai falar da sua marca? Saiba mais sobre ‘AI Awareness’, a estratégia do Mercado Livre e os ‘bandidos’ das bets
A obsessão por dados permanece, mas parece que, finalmente, os CMOs (chief marketing officer) entenderam que a conversão é um processo muito mais complexo do que é possível medir com links rastreáveis
A dieta do Itaú para não recorrer ao Ozempic
O Itaú mostrou que não é preciso esperar que as crises cheguem para agir: empresas longevas têm em seu DNA uma capacidade de antecipação e adaptação que as diferenciam de empresas comuns
Carne nova no pedaço: o sonho grande de um pequeno player no setor de proteína animal, e o que move os mercados nesta quinta (11)
Investidores acompanham mais um dia de julgamento de Bolsonaro por aqui; no exterior, Índice de Preços ao Consumidor nos EUA e definição dos juros na Europa
Rodolfo Amstalden: Cuidado com a falácia do take it for granted
A economia argentina, desde a vitória de Javier Milei, apresenta lições importantes para o contexto brasileiro na véspera das eleições presidenciais de 2026
Roupas especiais para anos incríveis, e o que esperar dos mercados nesta quarta-feira (10)
Julgamento de Bolsonaro no STF, inflação de agosto e expectativa de corte de juros nos EUA estão na mira dos investidores
Os investimentos para viver de renda, e o que move os mercados nesta terça-feira (9)
Por aqui, investidores avaliam retomada do julgamento de Bolsonaro; no exterior, ficam de olho na revisão anual dos dados do payroll nos EUA
A derrota de Milei: um tropeço local que não apaga o projeto nacional
Fora da região metropolitana de Buenos Aires, o governo de Milei pode encontrar terreno mais favorável e conquistar resultados que atenuem a derrota provincial. Ainda assim, a trajetória dos ativos argentinos permanece vinculada ao desfecho das eleições de outubro.
Felipe Miranda: Tarcisiômetro
O mercado vai monitorar cada passo dos presidenciáveis, com o termômetro no bolso, diante da possível consolidação da candidatura de Tarcísio de Freitas como o nome da centro-direita e da direita.
A tentativa de retorno do IRB, e o que move os mercados nesta segunda-feira (8)
Após quinta semana seguida de alta, Ibovespa tenta manter bom momento em meio a agenda esvaziada
Entre o diploma e a dignidade: por que jovens atingidos pelo desemprego pagam para fingir que trabalham
Em meio a uma alta taxa de desemprego em sua faixa etária, jovens adultos chineses pagam para ir a escritórios de “mentirinha” e fingir que estão trabalhando
Recorde atrás de recorde na bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta sexta-feira (5)
Investidores aguardam dados de emprego nos EUA e continuam de olho no tarifaço de Trump
Ibovespa renova máxima histórica, segue muito barato e a próxima parada pode ser nos 200 mil pontos. Por que você não deve ficar fora dessa?
Juros e dólar baixos e a renovação de poder na eleição de 2026 podem levar a uma das maiores reprecificações da bolsa brasileira. Os riscos existem, mas pode fazer sentido migrar parte da carteira para ações de empresas brasileiras agora.
BRCR11 conquista novos locatários para edifício em São Paulo e reduz vacância; confira os detalhes da operação
As novas locações colocam o empreendimento como um dos destaques do portfólio do fundo imobiliário
O que fazer quando o rio não está para peixe, e o que esperar dos mercados hoje
Investidores estarão de olho no julgamento da legalidade das tarifas aplicadas por Donald Trump e em dados de emprego nos EUA
Rodolfo Amstalden: Se setembro der errado, pode até dar certo
Agosto acabou rendendo uma grata surpresa aos tomadores de risco. Para este mês, porém, as apostas são de retomada de algum nível de estresse
A ação do mês na gangorra do mundo dos negócios, e o que mexe com os mercados hoje
Investidores acompanham o segundo dia do julgamento de Bolsonaro no STF, além de desdobramentos da taxação dos EUA
Hoje é dia de rock, bebê! Em dia cheio de grandes acontecimentos, saiba o que esperar dos mercados
Terça-feira terá dados do PIB e início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de olhos voltados para o tarifaço de Trump
Entre o rali eleitoral e o malabarismo fiscal: o que já está nos preços?
Diante de uma âncora fiscal frágil e de gastos em expansão contínua, a percepção de risco segue elevada. Ainda assim, fatores externos combinados ao rali eleitoral e às apostas de mudança de rumo em 2026, oferecem algum suporte de curto prazo aos ativos brasileiros.
Tony Volpon: Powell Pivot 3.0
Federal Reserve encara pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por cortes nos juros, enquanto lida com dominância fiscal sobre a política monetária norte-americana
Seu cachorrinho tem plano de saúde? A nova empreitada da Petz (PETZ3), os melhores investimentos do mês e a semana dos mercados
Entrevistamos a diretora financeira da rede de pet shops para entender a estratégia por trás da entrada no segmento de plano de saúde animal; após recorde do Ibovespa na sexta-feira (29), mercados aguardam julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começa na terça (2)