🔴 AÇÕES, FIIs, BDRs E CRIPTO – ONDE INVESTIR EM SETEMBRO? CONFIRA AQUI

Felipe Miranda: Alguém está errado

A notícia sobre falas de Gleisi Hoffman sobre Gabriel Galípolo e o futuro das taxas de juros no Brasil em 2025 levanta dois problemas alarmantes — e uma série de inconsistências

21 de outubro de 2024
19:59 - atualizado às 18:43
Arte mostrando um homem segurando um cartão com uma bandeira do Brasil; no primeiro plano, um gráfico em queda, simbolizando o mau desempenho da bolsa e dos ativos brasileiros nos mercados internacionais, como o EWZ
Imagem: Shutterstock

Os comunistas eram péssimos administradores, mas bons frasistas. Em referência à Alemanha pré-nazista, Leon Trotsky descreveu: 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

"Não é apenas nas casas dos camponeses, mas também nos arranha-céus das cidades, que o século XIII vive ao lado do XX. Cem milhões de pessoas usam a eletricidade e ainda acreditam nos poderes mágicos de sinais e exorcismos. As estrelas de cinema procuram médiuns. Os aviadores que pilotam mecanismos milagrosos criados pelo gênio do homem usam amuletos em seus suéteres. Como são inesgotáveis as suas reservas de trevas, ignorância e selvageria!”

Pseudociência, misticismo, teorias da conspiração, fake news, muitas vezes à frente da ciência, não são exatamente uma novidade. Passados outros cem anos, os índices de analfabetismo científico continuam altos. Os ecos do século XIII, surpreendentemente, soam ainda mais barulhentos.

As pseudociências da esquerda e da direita no Brasil

Parte da esquerda insiste numa espécie de "cloroquina da economia”, desrespeitando a aritmética elementar das contas públicas, enquanto abusa de platitudes populistas do tipo “ajuste fiscal não-recessivo”. 

A retórica vazia propõe “a entrada do pobre no orçamento” enquanto, na realidade impiedosa, a inflação aleija e o câmbio mata… o pobre, claro. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O rico segue com seus fundos exclusivos em Luxemburgo e a pouca alocação local está protegida no IPCA+. Tom Jobim cometeu um erro ao dizer que “o Brasil não é para amadores”.

Leia Também

A julgar pelas alocações de grandes investidores, corre a suspeita de que ele seja só para amadores. Os profissionais já saíram há muito tempo.

Parte da direita também tem a pseudociência para chamar de sua. Se você tomar um café com Deus Pai ou se batizar no Rio Jordão, a teologia da prosperidade garante milhões a caminho.

Como resume Carl Sagan, “como seria agradável se pudéssemos, à semelhança do folclore e das histórias infantis, satisfazer os desejos do nosso coração pelo simples ato de desejar.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Num exemplo atualizado de caudilhismo, referências a altos níveis de testosterona, discursos entusiasmados do coach predileto ou simpatia pessoal pelo político de estimação da vez importam mais do que melhorias institucionais, desfazimento de nós microeconômicos, reformas administrativa, previdenciária, tributária e/ou política, programas de privatização e concessão.

"Se for imbrochável ou bater em tubarão, tem o meu voto!”

Juros, Galípolo e um problema alarmante no futuro do Brasil

Lauro Jardim noticia que Gleisi Hoffman foi à XP para conversar com investidores. Disse, por exemplo, que Gabriel Galípolo acertou quando trabalhou para ganhar a confiança da Faria Lima neste ano, mas que isso deixaria de ser importante para 2025, sugerindo que o futuro presidente do BC vai afrouxar as rédeas da política monetária.

Seria difícil até quantificar quantos problemas há nessa frase, mas ao menos dois são alarmantes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Já conhecíamos a versão “estelionato eleitoral”. Agora, estaríamos prestes a observar a estreia do “estelionato monetário”.

Para quem criticava o PT por cometer os mesmos erros, podemos nos tranquilizar: somando a esses equívocos antigos restaurados, incorreremos em erros novos também.

Uma afronta à autonomia do Banco Central

O outro problema é mais óbvio: a capacidade de Gleisi Hoffmann em saber o que vai acontecer com a política monetária, uma afronta óbvia e direta à autonomia do Banco Central.

Segundo a mesma matéria, Gleisi ainda teria dito que, para 2026, Lula precisará “ampliar seu arco de apoio partidário na reeleição. E citou o MDB como um partido a ser incorporado à aliança.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Aqui me parece haver uma inconsistência com o parágrafo anterior. É possível (embora não seja necessariamente provável) que Gabriel Galípolo afrouxe as rédeas da política monetária em 2025.

Também é possível que o MDB, um partido de centro, seja incorporado à aliança em prol da reeleição do presidente Lula, embora quem ouviu Michel Temer no BR Partners na semana passada pudesse desconfiar da proposição.

Seria — devemos reconhecer — uma demonstração inequívoca da capacidade de perdão do PT: o partido do “gópi" compondo a coalização! Agora, as duas coisas juntas (política monetária frouxa e composição com o MDB) são difíceis de acontecer.

Se Galípolo afrouxar a política monetária sem as condições técnicas apontarem nessa direção, cedendo aos anseios do presidente Lula ou de seu partido, perdemos a única âncora que nos resta.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Será uma radicalização da política econômica à esquerda. Teríamos caracterizada a ideia de “dilmização”, o que dificultaria a atração do centro e, por conseguinte, do MDB.

É legítimo virar o volante à esquerda ou ao centro. Ao mesmo tempo, porém, não dá.

A inconsistência da curva de juros no Brasil

“Palavras não pagam dívidas”. A retórica de Gleisi importa menos ao mercado, sobretudo porque seu Twitter já é bem conhecido. Sabemos o que ela pensa. Está muito mais no campo do ruído do que no dos sinais. Há outra inconsistência mais relevante no momento.

Olho para a curva de juros e vejo taxas beirando 13% por quase toda sua extensão. Talvez seja um prenúncio de que o mercado projeta a reeleição do número 13 na próxima eleição presidencial.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Afinal, para termos juros tão altos por tanto tempo, precisaríamos continuar com a política fiscal perdulária, sem ajuste.

Assumindo que a oposição teria um viés mais fiscalista, reformista e pró-mercado, a configuração atual dos preços dos ativos implica o apreçamento da continuidade do status quo.

Se Stanley Druckenmiller está correto ao dizer que o comportamento dos mercados, com dólar, bitcoin, ouro, bancos e small caps subindo, indica a crença na eleição de Donald Trump, poderíamos traçar paralelo semelhante com o caso brasileiro.

Esse nível de juros só é consistente com a preservação do descontrole fiscal.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A inconsistência surge pois me parece improvável a reeleição do presidente caso não caminhemos na direção de algum mínimo ajuste fiscal.

Se continuarmos nessa toada de desancoragem das expectativas de inflação, dólar em alta e juros de 13% para todo horizonte de projeção, estaríamos contratando uma severa crise para 2026.

Com dólar a R$ 7 e Selic a 14%, teríamos impacto sobre a popularidade do governo. Pode até não ser mais só sobre “a economia, estúpido”, pois a pauta de costumes tem pesado bastante. Mas certamente as condições econômicas ainda importam. 

Numa sociedade polarizada e muito dividida, uma deterioração das condições econômicas e financeiras pode ser determinante para fazer mudar o pêndulo político, especialmente numa sociedade que já marcha mais à direita, conforme demonstrado nas eleições municipais. Em sendo o caso, os juros longos não poderiam estar em 13%. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para fazer sucesso, até a pseudociência, embora mentirosa e assentada sob premissas falsas, precisa ter coerência interna. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SEXTOU COM O RUY

A dieta do Itaú para não recorrer ao Ozempic

12 de setembro de 2025 - 6:05

O Itaú mostrou que não é preciso esperar que as crises cheguem para agir: empresas longevas têm em seu DNA uma capacidade de antecipação e adaptação que as diferenciam de empresas comuns

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Carne nova no pedaço: o sonho grande de um pequeno player no setor de proteína animal, e o que move os mercados nesta quinta (11)

11 de setembro de 2025 - 7:54

Investidores acompanham mais um dia de julgamento de Bolsonaro por aqui; no exterior, Índice de Preços ao Consumidor nos EUA e definição dos juros na Europa

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Cuidado com a falácia do take it for granted

10 de setembro de 2025 - 20:00

A economia argentina, desde a vitória de Javier Milei, apresenta lições importantes para o contexto brasileiro na véspera das eleições presidenciais de 2026

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Roupas especiais para anos incríveis, e o que esperar dos mercados nesta quarta-feira (10)

10 de setembro de 2025 - 8:00

Julgamento de Bolsonaro no STF, inflação de agosto e expectativa de corte de juros nos EUA estão na mira dos investidores

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os investimentos para viver de renda, e o que move os mercados nesta terça-feira (9)

9 de setembro de 2025 - 8:03

Por aqui, investidores avaliam retomada do julgamento de Bolsonaro; no exterior, ficam de olho na revisão anual dos dados do payroll nos EUA

Insights Assimétricos

A derrota de Milei: um tropeço local que não apaga o projeto nacional

9 de setembro de 2025 - 7:15

Fora da região metropolitana de Buenos Aires, o governo de Milei pode encontrar terreno mais favorável e conquistar resultados que atenuem a derrota provincial. Ainda assim, a trajetória dos ativos argentinos permanece vinculada ao desfecho das eleições de outubro.

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Tarcisiômetro

8 de setembro de 2025 - 20:00

O mercado vai monitorar cada passo dos presidenciáveis, com o termômetro no bolso, diante da possível consolidação da candidatura de Tarcísio de Freitas como o nome da centro-direita e da direita.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A tentativa de retorno do IRB, e o que move os mercados nesta segunda-feira (8)

8 de setembro de 2025 - 8:05

Após quinta semana seguida de alta, Ibovespa tenta manter bom momento em meio a agenda esvaziada

TRILHAS DE CARREIRA

Entre o diploma e a dignidade: por que jovens atingidos pelo desemprego pagam para fingir que trabalham

7 de setembro de 2025 - 7:32

Em meio a uma alta taxa de desemprego em sua faixa etária, jovens adultos chineses pagam para ir a escritórios de “mentirinha” e fingir que estão trabalhando

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Recorde atrás de recorde na bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta sexta-feira (5)

5 de setembro de 2025 - 8:04

Investidores aguardam dados de emprego nos EUA e continuam de olho no tarifaço de Trump

SEXTOU COM O RUY

Ibovespa renova máxima histórica, segue muito barato e a próxima parada pode ser nos 200 mil pontos. Por que você não deve ficar fora dessa?

5 de setembro de 2025 - 6:01

Juros e dólar baixos e a renovação de poder na eleição de 2026 podem levar a uma das maiores reprecificações da bolsa brasileira. Os riscos existem, mas pode fazer sentido migrar parte da carteira para ações de empresas brasileiras agora.

DESTAQUE NO PORTFÓLIO

BRCR11 conquista novos locatários para edifício em São Paulo e reduz vacância; confira os detalhes da operação

4 de setembro de 2025 - 11:07

As novas locações colocam o empreendimento como um dos destaques do portfólio do fundo imobiliário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O que fazer quando o rio não está para peixe, e o que esperar dos mercados hoje

4 de setembro de 2025 - 8:11

Investidores estarão de olho no julgamento da legalidade das tarifas aplicadas por Donald Trump e em dados de emprego nos EUA

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Se setembro der errado, pode até dar certo

3 de setembro de 2025 - 20:00

Agosto acabou rendendo uma grata surpresa aos tomadores de risco. Para este mês, porém, as apostas são de retomada de algum nível de estresse

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A  ação do mês na gangorra do mundo dos negócios, e o que mexe com os mercados hoje

3 de setembro de 2025 - 7:58

Investidores acompanham o segundo dia do julgamento de Bolsonaro no STF, além de desdobramentos da taxação dos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Hoje é dia de rock, bebê! Em dia cheio de grandes acontecimentos, saiba o que esperar dos mercados

2 de setembro de 2025 - 7:51

Terça-feira terá dados do PIB e início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de olhos voltados para o tarifaço de Trump

Insights Assimétricos

Entre o rali eleitoral e o malabarismo fiscal: o que já está nos preços?

2 de setembro de 2025 - 6:01

Diante de uma âncora fiscal frágil e de gastos em expansão contínua, a percepção de risco segue elevada. Ainda assim, fatores externos combinados ao rali eleitoral e às apostas de mudança de rumo em 2026, oferecem algum suporte de curto prazo aos ativos brasileiros.

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Powell Pivot 3.0

1 de setembro de 2025 - 20:00

Federal Reserve encara pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por cortes nos juros, enquanto lida com dominância fiscal sobre a política monetária norte-americana

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Seu cachorrinho tem plano de saúde? A nova empreitada da Petz (PETZ3), os melhores investimentos do mês e a semana dos mercados

1 de setembro de 2025 - 7:36

Entrevistamos a diretora financeira da rede de pet shops para entender a estratégia por trás da entrada no segmento de plano de saúde animal; após recorde do Ibovespa na sexta-feira (29), mercados aguardam julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começa na terça (2)

DÉCIMO ANDAR

O importante é aprender a levantar: uma seleção de fundos imobiliários (FIIs) para capturar a retomada do mercado

31 de agosto de 2025 - 8:00

Com a perspectiva de queda de juros à frente, a Empiricus indica cinco FIIs para investir; confira

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar