🔴 ONDE INVESTIR EM NOVEMBRO: AÇÕES, DIVIDENDOS, FIIS E CRIPTOMOEDAS – CONFIRA

Felipe Miranda: Cinco coisas que deveriam acabar no mercado financeiro

O sócio-fundador da Empiricus lista práticas do universo dos investimentos que gostaria de ver eliminadas

15 de abril de 2024
20:01 - atualizado às 15:49
Mercado financeiro bolsas queda
Confira os "malvados preteridos" do CEO da Empiricus - Imagem: DALL-E

Certa vez, ouvi esta ironia de um grande advogado: “o Brasil tem uma vantagem: os bandidos são conhecidos. São sempre os mesmos. Eles se repetem. Tem um pessoal que poderia pedir música no Fantástico pela tríade de crimes."

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De fato, há umas três ou quatro pessoas por aí (com margem de erro de duas pessoas para mais, só para mais) que, se resolvessem deixar este planeta, não fariam muita falta. Arrisco dizer que sua ausência agregaria valor à existência terráquea. 

Olha, eu sei, todo mundo tem a sua própria lista preferida de cidadãos que poderiam embarcar na Starship para uma tentativa definitiva de colonizar Marte e ficar por lá para sempre. Mas esses três que estão aqui na minha cabeça, tenho certeza, são consensuais.

Não vou sanar a curiosidade sobre a minha relação de indicados à viagem interplanetária para salvar a Terra de sua maldade e arrogância, mas posso partilhar a seleção de coisas do mercado financeiro que poderiam estar juntas na espaçonave.

Aqui estão meus malvados preteridos:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

1. After market

Essa história não tem liquidez, não dispõe de devido acompanhamento e os preços nele realizados não são marcados a mercado na cota dos fundos.

Leia Também

Vejo um fenômeno acontecendo com frequência. O gestor de um fundo ou de uma posição importante para seu patrimônio ou sua reputação entra pesadamente no leilão de fechamento de uma determinada ação, tipicamente de baixa liquidez.

Aquele papel termina o dia subindo. Essa cotação de fechamento do pregão regular vai servir para marcar a cota do respectivo fundo.

Ocorre que, por ter comprado além do que seria sua exposição alvo, o gestor fica “overweight" naquela ação. Para corrigir o sobrepeso, ele vende a posição recém-adquirida no after market, normalmente com preços para baixo, porque não há demanda para absorver seu lote na cotação recém-comprada.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Aquele preço do after (menor) seria o preço “natural" de um mercado operando em condições adequadas de oferta e demanda, mas aquele gestor distorceu o mercado para cima, de modo a elevar artificialmente sua cota.

Ele perde um pouquinho de dinheiro naquele trade específico, mas ganha na marcação do estoque de toda a posição. Em nenhum momento, houve, de fato, intenção de se comprar aquela ação no preço realizado no leilão de fechamento, tanto que a posição é vendida subsequentemente, abaixo daquele preço.

Aquela é uma demanda artificial, gerada para deslocar os preços do funcionamento natural do mercado e valorizar as ações de maneira inapropriada. Está devidamente tipificado como manipulação de mercado, mas tem passado abaixo do radar.

LEIA TAMBÉM — Felipe Miranda: Sindicato de Ladrões

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

2. Corporate access

De repente, você olha para a tela e vê as ações de uma importante empresa do varejo caindo 8%. Ela é uma empresa de qualidade, líder, famosa, tem marca e tal. Não faria muito sentido estar caindo 8%.

Você tenta fazer sua lição de casa. Procura notícias na imprensa, na Bloomberg, no Broadcast, dentro da Starship…. Nada.

Poucos dias depois, em conversas com amigos de mercado, você descobre que aquela empresa esteve numa reunião fechada em um banco de investimentos qualquer, com a presença de 10 a 15 gestores.

Nesse bate-papo descontraído, foi falado assim meio de lado, já saindo, com aquele olhar 43, que os resultados do primeiro trimestre teriam um crescimento aquém daquele anteriormente indicado pela companhia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

É o suficiente para os amigos do Rei, presentes naquele encontro, saírem vendendo na frente dos demais participantes de mercado financeiro. É uma clara situação de assimetria informacional, de favorecimento aos participantes das reuniões fechadas.

Hoje, tem funcionado assim: as apresentações de resultados ou as lives públicas, que, por definição, são abertas a todo o público e, portanto, estão mais bem alinhadas à publicidade geral de informação, contam com discursos absolutamente esterilizados e pasteurizados, carregados de mídia training e daquelas falas do tipo: “estamos muito contentes com o resultado até agora, tivemos um bom primeiro tempo e agora é ouvir o que o professor tem a dizer no vestiário para voltar e garantir os três pontos fora de casa.”

Independentemente de qual a pergunta, encontramos a mesma resposta vazia, cheia de platitudes e compromissos com a geração de valor ao acionista.

Já nas reuniões privadas a portas fechadas, tudo pode ser dito. Ingressos para encontros dessa natureza estão sendo mais disputados por gestores do que tickets para as Olimpíadas de Paris. Não é por curiosidade intelectual, claro. A vantagem informacional vale dinheiro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O bom analista hoje é aquele que consegue acessar melhor o “quente e frio” dos próximos resultados com a companhia. Redefinimos o conceito de meritocracia analítica.

3. Sala de trade

Também não é por curiosidade intelectual que um investidor ou especulador entra numa sala de trade. Ele está ali entre centenas, talvez milhares, de outros ávidos por algum tipo de orientação para arriscar seus caraminguás no Mini Dólar ou no Índice Futuro. Vê o trader tomando decisões para si e copia seu próprio book.

Em termos práticos, funciona como uma recomendação, sob o casuísmo de que “estou apenas negociando para mim; se alguém quer me copiar, não é problema meu”. Alguns traders vendem assinatura e tudo mais dessas salas, sem qualquer tipo de certificação ou compliance que controle suas indicações.

As salas de trade são o mundo de Marlboro do mercado financeiro, onde o Estado parece não ter chegado. Alguns diriam que é melhor assim, porque a postura refletiria uma característica individual intransponível.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Se o sujeito não estivesse no Home broker da Clear, estaria no site da Betano ou da Betfair. Pode até ser, mas, convenhamos, não parece ser uma boa argumentação sob a ótica regulatória.

4. Assessoria de graça

Em termos práticos, isso já acabou. Na verdade, nunca existiu. Não existe produto ou serviço realizado gratuitamente.

Como gosta de dizer Yuval Harari, se você não está pagando pelo produto, é porque você mesmo é o produto e ainda não percebeu. De alguma forma, você está pagando por aquilo e o pior: sem transparência, de forma sub-reptícia, normalmente em taxas mais altas de colocação, estruturação e distribuição.

O escritório finge que faz assessoria enquanto maximiza o próprio ROA, o investidor finge que não sabe que não existe serviço gratuito e, nesse grande teatro, todos perdem no longo prazo. As mudanças regulatórias vão exigir a total transparência das taxas cobradas. Vai ser divertido.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

5. Cobertura de IPO

Está meio fora de moda falar em IPO, mas logo ele volta. Essa história é cíclica. Os juros ainda devem cair nos EUA e melhorar o fluxo de recursos para mercados emergentes no segundo semestre. A Selic virá abaixo de 10% e não haverá mais aquele circo das LIGs, LCIs, LCAs, CRIs e CRAs. Então, voltaremos às listagens de novas ações, com os subsequentes relatórios de início de cobertura.

A única coisa surpreendente nessa história é que esses relatórios de “initiating" ainda fazem preço. Qual a chance de um banco realizar uma oferta inicial de ações, coletar um fee de algumas dezenas de milhões de reais e depois dar um “sell" naquela empresa? Está no pacote, entende?

Na renda fixa, está acontecendo um problema também. Na hora das ofertas, os escritórios são munidos de excelente material de vendas e persuasão em prol da colocação de um novo papel. Os investidores compram a oferta, muito bem-sucedida e “oversubscribed”.

Mas aí passam seis meses e ninguém fala mais daquela debênture. Não há qualquer tipo de cobertura desse secundário e o investidor, que está carregado dessas coisas no seu patrimônio porque passou os últimos três anos correndo da Bolsa, fica órfão, com um enorme incentivo para girar sua carteira e entrar numa nova emissão.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Daqui a pouco, se continuar assim, criaremos uma nova espécie: os Day traders da renda fixa, com direito a Globo Repórter e tudo: “onde vivem? Do que se alimentam? Como se reproduzem?”

Há filmes melhores na Apple TV. Não precisamos de “Dias Perfeitos”, mas também não deveriam ser tão imperfeitos assim.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje

10 de novembro de 2025 - 7:55

Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados

TRILHAS DE CARREIRA

Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas

9 de novembro de 2025 - 8:00

Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje

7 de novembro de 2025 - 8:14

Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde

SEXTOU COM O RUY

Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis

7 de novembro de 2025 - 7:03

Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR

6 de novembro de 2025 - 8:03

BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil

FII DO MÊS

É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar

6 de novembro de 2025 - 6:03

Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Economista revela o que espera para a Selic em 2025, e ações ligadas à inteligência artificial sofrem lá fora; veja o que mais mexe com o mercado hoje

5 de novembro de 2025 - 8:04

Ibovespa renovou recorde antes de decisão do Copom, que deve manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, e economista da Galapagos acredita que há espaço para cortes em dezembro; investidores acompanham ações de empresas de tecnologia e temporada de balanços

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje

4 de novembro de 2025 - 7:50

O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação

4 de novembro de 2025 - 7:10

Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998

3 de novembro de 2025 - 22:11

Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.

DÉCIMO ANDAR

Manter o carro na pista: a lição do rebalanceamento de carteira, mesmo para os fundos imobiliários

2 de novembro de 2025 - 8:00

Assim como um carro precisa de alinhamento, sua carteira também precisa de ajustes para seguir firme na estrada dos investimentos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Petrobras (PETR4) pode surpreender com até R$ 10 bilhões em dividendos, Vale divulgou resultados, e o que mais mexe com seu bolso hoje

31 de outubro de 2025 - 7:58

A petroleira divulgou bons números de produção do 3° trimestre, e há espaço para dividendos bilionários; a Vale também divulgou lucro acima do projetado, e mercado ainda digere encontro de Trump e Xi

SEXTOU COM O RUY

Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado

31 de outubro de 2025 - 6:07

A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje

30 de outubro de 2025 - 7:34

A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas

29 de outubro de 2025 - 20:00

Vácuos acumulados funcionaram de maneira exemplar para apaziguar o ambiente doméstico, reforçando o contexto para um ciclo confiável de queda de juros a partir de 2026

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A corrida para investir em ouro, o resultado surpreendente do Santander, e o que mais mexe com os mercados hoje

29 de outubro de 2025 - 8:10

Especialistas avaliam os investimentos em ouro depois do apetite dos bancos centrais por aumentar suas reservas no metal, e resultado do Santander Brasil veio acima das expectativas; veja o que mais vai afetar a bolsa hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O que a motosserra de Milei significa para a América Latina, e o que mais mexe com seu bolso hoje

28 de outubro de 2025 - 7:50

A Argentina surpreendeu nesta semana ao dar vitória ao partido do presidente Milei nas eleições legislativas; resultado pode ser sinal de uma mudança política em rumo na América Latina, mais liberal e pró-mercado

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

A maré liberal avança: Milei consolida poder e reacende o espírito pró-mercado na América do Sul

28 de outubro de 2025 - 7:31

Mais do que um evento isolado, o avanço de Milei se insere em um movimento mais amplo de realinhamento político na região

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os balanços dos bancos vêm aí, e mercado quer saber se BB pode cair mais; veja o que mais mexe com a bolsa hoje

27 de outubro de 2025 - 8:09

Santander e Bradesco divulgam resultados nesta semana, e mercado aguarda números do BB para saber se há um alçapão no fundo do poço

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Só um susto: as ações desta small cap foram do céu ao inferno e voltaram em 3 dias, mas este analista vê motivos para otimismo

24 de outubro de 2025 - 8:03

Entenda o que aconteceu com os papéis da Desktop (DESK3) e por que eles ainda podem subir mais; veja ainda o que mexe com os mercados hoje

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar