‘It’s time!’: O tão aguardado dia do debate da eleição americana entre Donald Trump e Kamala Harris finalmente chegou
Antes da saída de Biden, muitos consideravam Kamala Harris uma candidata menos competitiva frente a Trump, mas, desde então, Harris surpreendeu com um desempenho significativamente melhor

Faltando apenas oito semanas para o dia da eleição, o primeiro debate deste ciclo eleitoral entre o ex-presidente Donald Trump e a vice-presidente Kamala Harris ocorrerá nesta terça-feira (10).
Para Trump, será o segundo debate, após seu confronto inicial com o então presidente Joe Biden em junho. Aquele momento foi um ponto de inflexão que desencadeou uma série de eventos, culminando na desistência de Biden da eleição.
Antes da saída de Biden, muitos consideravam Kamala Harris uma candidata menos competitiva frente a Trump. No entanto, desde então, Harris surpreendeu com um desempenho significativamente melhor do que o esperado, inclusive para mim.
Sua taxa de desaprovação diminuiu consideravelmente, e agora ela desponta como favorita para vencer no voto popular.
O aumento do apoio a Harris pode ser explicado pelo desejo crescente dos eleitores por uma alternativa tanto a Trump quanto a Biden, além da intensa atenção midiática que ela tem recebido desde a saída do atual mandatário. Sua presença constante nas manchetes tem contribuído para o aumento de sua popularidade nas pesquisas.
Além do debate: como funcionam as eleições nos Estados Unidos
É crucial lembrar, porém, que as pesquisas nacionais para voto popular têm um papel limitado nas eleições dos EUA devido ao sistema do Colégio Eleitoral.
Leia Também
A verdadeira disputa se concentra em apenas seis estados-chave: Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin. A Carolina do Norte também pode ser incluída, embora atualmente eu não a considere um "swing-state" decisivo (Trump deve levar).
Podemos, inclusive, ir além e dizer que o resultado da eleição será determinado por um grupo relativamente pequeno de eleitores distribuídos em cerca de 45 condados essenciais nesses estados, totalizando menos de 500 mil eleitores. Isso ressalta a complexidade do sistema eleitoral americano, garantindo que a corrida permaneça aberta até os momentos finais da disputa.
À medida que Kamala Harris se consolida como uma candidata forte, a taxa de desaprovação de Donald Trump permaneceu estável nas últimas semanas, embora tenha melhorado desde os eventos de junho e julho, que incluíram o debate, a tentativa de atentado contra sua vida e a convenção republicana.
Nesse cenário, o debate de hoje será crucial para definir se Trump consegue inverter o impulso de Kamala.
Ambos têm estilos de debate distintos: enquanto Harris não teve um desempenho notável nas primárias democratas de 2020, apesar de ser considerada uma boa debatedora (atuação no Senado), Trump adota uma postura mais confrontadora, o que nem sempre lhe favorece, especialmente ao tentar atrair eleitores indecisos.
O que esperar de cada um no debate de hoje
A estratégia republicana deve se concentrar em criticar a gestão econômica atual (abordando questões como inflação), imigração e a situação na fronteira com o México, além de destacar problemas na política externa, citando as crises no Afeganistão, Ucrânia e Israel.
Outra tática será associar Harris a uma postura progressista demais (muito "woke"), na tentativa de afastar eleitores moderados. Ciente dessas possíveis críticas, a campanha democrata já ajustou seu discurso.
No discurso de aceitação da nomeação de Harris, por exemplo, houve um claro esforço para dialogar com o eleitorado masculino, evitando temas identitários mais característicos da ala progressista.
O objetivo dos democratas é se defender dos ataques, ao mesmo tempo em que buscam mobilizar sua base eleitoral, especialmente mulheres, negros e imigrantes, onde Harris tem grande apelo. Esse comparecimento será fundamental para garantir estados onde poucos votos fazem a diferença.
E o que o mercado pode esperar como resultado
Quanto ao impacto do cenário político no mercado, ele pode ser melhor analisado através de possíveis cenários futuros. A composição do Congresso é um fator chave, pois há a possibilidade de ambas as casas legislativas mudarem de controle.
Uma vitória ampla dos democratas, que lhes dê controle total do Congresso, parece improvável, enquanto a manutenção do controle democrata no Senado está cada vez mais incerta.
Por outro lado, uma vitória de Trump poderia consolidar o controle republicano no Senado, enquanto os democratas ainda teriam uma chance de reconquistar a Câmara. Assim, independentemente de quem vencer a presidência, é provável que o Congresso permaneça dividido.
A atual divisão no Congresso funciona como um moderador significativo, limitando a capacidade de ambos os partidos — republicanos e democratas — de implementar medidas mais radicais. Lembre-se: o mercado prefere moderação e previsibilidade.
Esse equilíbrio legislativo impede mudanças drásticas que poderiam gerar maiores preocupações. Kamala Harris, ao se posicionar como uma continuação do governo Biden, que foi positiva para os mercados, sugere estabilidade econômica, visto que durante o governo Biden a economia cresceu e o S&P 500 atingiu recordes históricos.
Por outro lado, Donald Trump promete uma abordagem mais agressiva, algo como um Trump 2.0 (indo além do que vimos em seu primeiro mandato), com foco em reduções de impostos que podem aumentar os lucros corporativos e confrontos comerciais, embora ações mais extremas sejam improváveis devido à composição do Congresso.
Além do debate: o futuro dos EUA
Aliás, a complexidade aumenta quando se trata de política comercial. Recentemente, Trump propôs tarifas de 100% para países que optarem por não usar o dólar em transações internacionais. Embora haja dúvidas sobre a viabilidade dessa proposta, como muitas outras promessas do ex-presidente, a sinalização é importante.
Se um governo Trump adotasse aumentos modestos nas tarifas sobre parceiros comerciais, isso poderia resultar em pressões inflacionárias nos EUA, demandando taxas de juros mais altas e um dólar fortalecido.
Além disso, a imprevisibilidade de Trump, apesar de potencialmente positiva para o mercado de ações no curto prazo, poderia aumentar a volatilidade e agravar tensões geopolíticas, especialmente com a China e a OTAN.
Assim, embora as políticas de Trump possam impulsionar o crescimento econômico no curto prazo, elas provavelmente aumentariam tanto a inflação quanto o déficit fiscal.
O déficit federal, que já está em níveis preocupantes, seria agravado pelos cortes de impostos de Trump ou pelas propostas de gastos de Harris.
Interessante notar como a eleição americana ganhou contornos populistas nos dois lados. Parece até um país da América Latina. Independentemente do vencedor, o problema fiscal dos EUA parece longe de uma solução rápida, e isso deve continuar influenciando a inclinação da curva de juros.
Esses e outros temas, como imigração e reindustrialização, serão debatidos no encontro de hoje. Com a eleição americana se aproximando, frequentemente descrita como a "Copa do Mundo" das eleições globais, é certo que veremos considerável volatilidade até que o resultado final desse pleito seja conhecido.
Embora não se espere um impacto negativo imediato sobre os mercados, a incerteza deve gerar barulho significativo até o desfecho. Espere um contexto instável até lá.
Balanço da Weg (WEGE3) frustra expectativa e ação despenca 10% na bolsa; o que fazer com a ação agora
Lucro líquido da companhia aumentou 16,4% na comparação anual, mas cresceu menos que o mercado esperava
Petrobras (PETR4) opera em queda, mas nem tudo está perdido: chance de dividendo bilionário segue sobre a mesa
A estatal divulgou na noite de terça-feira (29) os dados de produção e vendas do período de janeiro e março, que foram bem avaliados pelos bancos, mas não sobrevive às perdas do petróleo no mercado internacional; saiba o que está por vir com relação ao balanço
Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas
Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Como fica a rotina no Dia do Trabalhador? Veja o que abre e fecha nos dias 1º e 2 de maio
Bancos, bolsa, Correios, INSS e transporte público terão funcionamento alterado no feriado, mas muitos não devem emendar; veja o que muda
Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China
Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump
Donald Trump: um breve balanço do caos
Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso
Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”
O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro
Ironia? Elon Musk foi quem sofreu a maior queda na fortuna nos primeiros 100 dias de Trump; veja os bilionários que mais saíram perdendo
Bilionários da tecnologia foram os mais afetados pelo caos nos mercados provocado pela guerra tarifária; Warren Buffett foi quem ficou mais rico
Trump pode acabar com o samba da Adidas? CEO adianta impacto de tarifas sobre produtos nos EUA
Alta de 13% nas receitas do primeiro trimestre foi anunciado com pragmatismo por CEO da Adidas, Bjørn Gulden, que apontou “dificuldades” e “incertezas” após tarifaço, que deve impactar etiqueta dos produtos no mercado americano
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Trump vai jogar a toalha?
Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento
Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta
Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics
Bitcoin (BTC) rompe os US$ 95 mil e fundos de criptomoedas têm a melhor semana do ano — mas a tempestade pode não ter passado
Dados da CoinShares mostram que produtos de investimento em criptoativos registraram entradas de US$ 3,4 bilhões na última semana, mas o mercado chega à esta segunda-feira (28) pressionado pela volatilidade e à espera de novos dados econômicos
Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)
O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Próximo de completar 100 dias de volta à Casa Branca, Trump tem um olho no conclave e outro na popularidade
Donald Trump se aproxima do centésimo dia de seu atual mandato como presidente com taxa de reprovação em alta e interesse na sucessão do papa Francisco