🔴TRÊS ROBÔS CRIADOS A PARTIR DE IA “TRABALHANDO” EM BUSCA DE GANHOS DIÁRIOS – ENTENDA AQUI

Os juros vão subir ainda mais? Quando a âncora fiscal falha, a âncora monetária precisa ser acionada com mais força

Falta de avanços na agenda fiscal faz aumentar a chance de uma elevação ainda maior dos juros na última reunião do Copom em 2024

10 de dezembro de 2024
7:08 - atualizado às 6:35
Navio durante tempestade
Âncora fiscal mostra-se insuficiente para recuperar confiança dos investidores. Imagem: Pixabay

O mercado financeiro mantém um tom de cautela, refletindo a falta de avanços significativos na agenda fiscal ao longo da última semana. A proposta do governo para conter o crescimento dos gastos públicos, que comentei na terça-feira passada, enfrenta alguma resistência no Congresso, contribuindo para um cenário de incertezas. Esse ambiente foi claramente demonstrado no comportamento do mercado na última sexta-feira, destacando a magnitude do desafio fiscal enfrentado pelo Brasil.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A dimensão do problema fiscal é inegável: atualmente, o país direciona 38% de seu Produto Interno Bruto (PIB) a gastos correntes, enquanto a arrecadação atinge 36,5% do PIB, resultando em um déficit estrutural de 1,5%.

Quando adicionamos uma relação dívida/PIB próxima de 80% e juros reais ao redor de 7%, o custo anual do serviço da dívida chega a aproximadamente R$ 1 trilhão, elevando o total de despesas para impressionantes R$ 6 trilhões.

Diante disso, a economia prometida de R$ 30 bilhões para 2025 representa um esforço insuficiente para equilibrar as contas públicas. Mesmo que o arcabouço fiscal seja executado, os números indicam que a sustentabilidade fiscal continuará em xeque.

O pessimismo permanece evidente no mercado local desde o anúncio do Ministro Fernando Haddad, sem qualquer sinal de alívio no clima entre os investidores.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Foco no Copom

Agora, o foco se desloca para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para terça (9) e quarta-feira (10).

Leia Também

A divulgação do IPCA de novembro, nesta terça-feira, deverá ter um impacto limitado sobre as decisões do Banco Central, já que o mercado considera praticamente certa uma alta de pelo menos 75 pontos-base na Selic.

Entretanto, a deterioração das expectativas nos últimos dias intensificou as apostas sobre um aumento de 100 pontos-base, refletindo a pressão crescente. Nas condições atuais, parece plausível.

O Boletim Focus desta semana destacou uma deterioração adicional nas projeções: a Selic esperada para 2025 subiu para 13,5%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Entretanto, é importante ressaltar que as projeções do Focus podem não captar toda a velocidade dos acontecimentos recentes.

A lição é clara: quando a âncora fiscal falha, a responsabilidade recai integralmente sobre a política monetária, que precisa operar em intensidade maior.

Fonte: Banco Central do Brasil.

No mercado, a inflação implícita na curva de juros para dois anos ultrapassou 7%, um patamar alarmante que reflete uma deterioração significativa das expectativas de mercado.

Esse contexto de juros reais elevados contrasta de forma marcante com avanços estruturais cruciais conquistados nos últimos anos, como o fim da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e a consolidação da autonomia do Banco Central.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O que anteriormente era visto como uma possibilidade remota de dominância fiscal agora começa a se materializar nas projeções econômicas.

  • Os impactos nos mercados são evidentes.
  • O Ibovespa caiu para 125 mil pontos, negociado a um múltiplo reduzido de 7 vezes os lucros.
  • O dólar, por sua vez, superou a marca de R$ 6,00, em sua maior cotação histórica.

Simultaneamente, a curva de juros precifica uma Selic terminal de 15,75%, com os juros reais retornando a níveis do pior momento da era Dilma.

Esse contexto é agravado por uma conjuntura global desafiadora.

Isso porque os Bancos Centrais de quatro continentes estão promovendo ajustes simultâneos em suas políticas monetárias nos próximos dias, buscando conter pressões inflacionárias e estabilizar seus respectivos mercados — a perspectiva de um novo mandato de Donald Trump nos Estados Unidos adiciona uma camada adicional de incerteza ao mundo.

Fonte: Bloomberg.

Até o fim do ano, nove dos dez maiores bancos centrais do mundo ainda irão determinar suas diretrizes monetárias, mantendo os mercados atentos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Especificamente, o Banco Central Europeu (BCE) deve realizar um corte de ao menos 25 pontos-base na taxa de juros nesta semana, enquanto o Federal Reserve (Fed) parece inclinado a seguir o mesmo caminho na semana que vem, antes de possivelmente pausar o ciclo de flexibilização no início do próximo ano.

No que diz respeito aos ativos brasileiros, a confiança na política econômica do país está praticamente inexistente, agravada pela ausência de catalisadores de curto prazo que poderiam estimular o mercado.

Além disso, a falta de um comprador marginal relevante reflete o foco predominante nos ruídos políticos e econômicos, com pouca consideração pelos fundamentos e valuations de longo prazo.

Crise e oportunidade

Para os investidores capazes de aproveitar esse desalinhamento entre preço e valor, há uma oportunidade.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em termos mais diretos, se a política econômica não for corrigida, o cenário aponta para uma mudança de poder na próxima eleição presidencial, o que pode inaugurar um superciclo econômico antes mesmo de 2027.

Entretanto, o caminho até lá será marcado por turbulências.

A política monetária terá de ser mais restritiva para conter os desequilíbrios atuais, o que significa juros mais altos por um período prolongado.

Neste contexto, uma alta de 100 pontos da Selic no Copom desta semana me parece uma expectativa razoável.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O desafio, portanto, será equilibrar a exposição aos ativos locais com a gestão dos riscos inerentes a essa trajetória incerta, mas potencialmente recompensadora no longo prazo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Aquele fatídico 9 de julho que mudou os rumos da bolsa brasileira, e o que esperar dos mercados hoje

20 de agosto de 2025 - 8:16

Tarifa de 50% dos EUA sobre o Brasil vem impactando a bolsa por aqui desde seu anúncio; no cenário global, investidores aguardam negociações sobre guerra na Ucrânia

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O salvador da pátria para a Raízen, e o que esperar dos mercados hoje

19 de agosto de 2025 - 8:11

Em dia de agenda esvaziada, mercados aguardam negociações para a paz na Ucrânia

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Um conto de duas cidades

18 de agosto de 2025 - 20:00

Na pujança da indústria de inteligência artificial e de seu entorno, raramente encontraremos na História uma excepcionalidade tão grande

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Investidores na encruzilhada: Ibovespa repercute balanço do Banco do Brasil antes de cúpula Trump-Putin

15 de agosto de 2025 - 8:26

Além da temporada de balanços, o mercado monitora dados de emprego e reunião de diretores do BC com economistas

SEXTOU COM O RUY

A Petrobras (PETR4) despencou — oportunidade ou armadilha?

15 de agosto de 2025 - 6:01

A forte queda das ações tem menos relação com resultados e dividendos do segundo trimestre, e mais a ver com perspectivas de entrada em segmentos menos rentáveis no futuro, além de possíveis interferências políticas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tamanho não é documento na bolsa: Ibovespa digere pacote enquanto aguarda balanço do Banco do Brasil

14 de agosto de 2025 - 8:27

Além do balanço do Banco do Brasil, investidores também estão de olho no resultado do Nubank

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Só um momento, por favor

13 de agosto de 2025 - 20:00

Qualquer aposta que fizermos na direção de um trade eleitoral deverá ser permeada e contida pela indefinição em relação ao futuro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Cada um tem seu momento: Ibovespa tenta manter o bom momento em dia de pacote de Lula contra o tarifaço

13 de agosto de 2025 - 8:52

Expectativa de corte de juros nos Estados Unidos mantém aberto o apetite por risco nos mercados financeiros internacionais

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

De olho nos preços: Ibovespa aguarda dados de inflação nos Brasil e nos EUA com impasse comercial como pano de fundo

12 de agosto de 2025 - 8:13

Projeções indicam que IPCA de julho deve acelerar em relação a junho e perder força no acumulado em 12 meses

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

As projeções para a inflação caem há 11 semanas; o que ainda segura o Banco Central de cortar juros?

12 de agosto de 2025 - 6:18

Dados de inflação no Brasil e nos EUA podem redefinir apostas em cortes de juros, caso o impacto tarifário seja limitado e os preços continuem cedendo

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Parada súbita ou razões para uma Selic bem mais baixa à frente

11 de agosto de 2025 - 19:58

Uma Selic abaixo de 12% ainda seria bastante alta, mas já muito diferente dos níveis atuais. Estamos amortecidos, anestesiados pelas doses homeopáticas de sofrimento e pelo barulho da polarização política, intensificada com o tarifaço

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ninguém segura: Ibovespa tenta manter bom momento em semana de balanços e dados de inflação, mas tarifaço segue no radar

11 de agosto de 2025 - 8:08

Enquanto Brasil trabalha em plano de contingência para o tarifaço, trégua entre EUA e China se aproxima do fim

VISÃO 360

O que Donald Trump e o tarifaço nos ensinam sobre negociação com pessoas difíceis?

10 de agosto de 2025 - 8:00

Somos todos negociadores. Você negocia com seu filho, com seu chefe, com o vendedor ambulante. A diferença é que alguns negociam sem preparo, enquanto outros usam estratégias. 

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Efeito Trumpoleta: Ibovespa repercute balanços em dia de agenda fraca; resultado da Petrobras (PETR4) é destaque

8 de agosto de 2025 - 8:22

Investidores reagem a balanços enquanto monitoram possível reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin

SEXTOU COM O RUY

Ainda dá tempo de investir na Eletrobras (ELET3)? A resposta é sim — mas não demore muito

8 de agosto de 2025 - 7:01

Pelo histórico mais curto (como empresa privada) e um dividendo até pouco tempo escasso, a Eletrobras ainda negocia com um múltiplo de cinco vezes, mas o potencial de crescimento é significativo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

De olho no fluxo: Ibovespa reage a balanços em dia de alívio momentâneo com a guerra comercial e expectativa com Petrobras

7 de agosto de 2025 - 8:21

Ibovespa vem de três altas seguidas; decisão brasileira de não retaliar os EUA desfaz parte da tensão no mercado

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Como lucrar com o pegapacapá entre Hume e Descartes?

6 de agosto de 2025 - 19:59

A ocasião faz o ladrão, e também faz o filósofo. Há momentos convidativos para adotarmos uma ou outra visão de mundo e de mercado.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Complicar para depois descomplicar: Ibovespa repercute balanços e início do tarifaço enquanto monitora Brasília

6 de agosto de 2025 - 8:22

Ibovespa vem de duas leves altas consecutivas; balança comercial de julho é destaque entre indicadores

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Anjos e demônios na bolsa: Ibovespa reage a balanços, ata do Copom e possível impacto de prisão de Bolsonaro sobre tarifaço de Trump

5 de agosto de 2025 - 8:31

Investidores estão em compasso de espera quanto à reação da Trump à prisão domiciliar de Bolsonaro

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O Brasil entre o impulso de confrontar e a necessidade de negociar com Trump

5 de agosto de 2025 - 6:27

Guerra comercial com os EUA se mistura com cenário pré-eleitoral no Brasil e não deixa espaço para o tédio até a disputa pelo Planalto no ano que vem

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar