A ação que dá show em abril e mostra a importância de evitar histórias com altas expectativas na bolsa
Ações que embutiam em seus múltiplos elevadas expectativas de melhora macroeconômica e crescimento de lucros decepcionaram e desabaram nos últimos dias, mas há aquela que brilha mesmo em um cenário adverso

O show já estava próximo e Maria não conseguia esconder o entusiasmo: "Antônio, faltam apenas dois dias para ver de perto a minha banda preferida, eu estou tão animada, acho que nem vou conseguir dormir até domingo".
Antônio também iria ao mesmo show, ver a mesma banda e ouvir as mesmas músicas, mas não estava tão entusiasmado assim.
Ele até gostava da banda, mas não era a sua preferida. E diferente da Maria, que havia "investido" milhares e milhares de reais para ver o concerto no camarote VIP, perto dos ídolos, Antônio comprou um ingresso baratinho, meio no canto do palco, com grandes chances de nem conseguir ver muita coisa.
Se fosse para apostar qual dos dois saiu do show mais satisfeito, em quem você escolheria? Eu apostaria no Antônio, é claro!
- [Carteira recomendada] 10 ações brasileiras para investir agora e buscar lucros – baixe o relatório gratuito
Expectativas elevadas são um problema
Por que eu apostaria no Antônio? Porque ele pagou barato por um lugar ruim e para ver uma banda que nem gostava tanto – em outras palavras, ele já tinha expectativas baixas.
Quando você já está preparado para uma experiência não muito agradável, a chance de ser surpreendido positivamente aumenta bastante.
Leia Também
Basta oferecerem um lanchinho grátis ou uma cadeira com um ângulo um pouco melhor e, pronto, expectativas superadas!
Agora pense no caso da Maria. Ela gastou uma baita grana e chegou no evento com expectativas lá em cima. Nesse caso, qualquer colega de camarote inconveniente ou o simples fato de não ver sua música favorita sendo tocada já seria motivo para decepção, ainda que ela estivesse em um lugar privilegiado.
Bolsa: o show que ninguém queria ver
Os investidores também têm acompanhado um show da bolsa em abril – um show de horrores, na verdade.
Preocupações com a guerra no Oriente Médio, com a deterioração fiscal brasileira e com a persistência da inflação global em patamares elevados têm feito ações de empresas de muita qualidade despencarem nas últimas semanas.
Em especial, as ações que embutiam em seus múltiplos elevadas expectativas de melhora macroeconômica e crescimento de lucros pela frente decepcionaram seus detentores e desabaram nos últimos dias.
Mas nem todas as ações embutem tanto otimismo. Na verdade, algumas delas estão tão baratas que conseguiram subir no mês até aqui, mesmo com essa piora relevante do cenário.
Repare que o "show de horrores" foi o mesmo para todas as ações, mas as diferentes expectativas embutidas em seus preços fizeram uma grande diferença no desempenho entre elas.
- LEIA TAMBÉM: Como a guerra no Oriente Médio e o cenário macro afetam seus investimentos? Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus Research, liberou um RELATÓRIO GRATUITO sobre o assunto. Clique aqui para acessar.
Quando muito pessimismo já está precificado
Inflação elevada, aumento nas chances de uma guerra e piora do sentimento com relação ao fiscal certamente não ajudam a siderúrgica Gerdau (GGBR4), mas a verdade é que por apenas 4x Valor da Firma/Ebitda, seus acionistas já estão tão pessimistas com a atividade econômica e com as importações de aço no Brasil que nada disso abalou os papéis.
Na verdade, esse pessimismo todo abriu espaço para surpresas positivas, como foi o caso da bonificação de ações e os rumores de que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, quer triplicar o imposto ao aço chinês – o que ajudaria bastante os resultados, dado que mais da metade do Ebitda da Gerdau vem da América do Norte.
O desempenho de GGBR na bolsa até aqui em abril é um claro exemplo do por que é tão importante se atentar aos preços das ações na hora de investir.
O contexto setorial não é dos melhores, mas a empresa é boa e nos múltiplos atuais as expectativas estão tão deprimidas que não é qualquer notícia ruim que vai abalar os papéis. Além disso, ela paga ótimos dividendos, o que oferece uma proteção adicional contra notícias negativas.
Busque por empresas boas na bolsa com múltiplos de empresas ruins
Por outro lado, mesmo empresas excelentes estão sujeitas a fortes desvalorizações na bolsa quando suas ações estão precificadas a perfeição e essas altas expectativas não são atendidas.
Isso não quer dizer que você deve sair por aí comprando qualquer lixo que encontrar pela frente por menos de 5 vezes preço/lucros, até porque existem muitas companhias ruins e que são merecedoras desses múltiplos.
No entanto, a grande geração de valor normalmente está em empresas de qualidade que, por algum impacto passageiro, atingem múltiplos de empresas ruins, mas que têm todas as condições de voltarem a mostrar ao mercado por que são líderes em seus segmentos.
São exatamente esses tipos de investimentos assimétricos que buscamos na série Vacas Leiteiras, que além da Gerdau também conta com várias outras empresas líderes em seus setores, descontadas e que pagam ótimos dividendos. Se quiser conferir a lista completa, deixo aqui o convite.
Um grande abraço e até a semana que vem.
Ruy
Rodolfo Amstalden: O que o Nobel nos ensina sobre decisões de capex?
Bebendo do alicerce teórico de Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt se destacaram por estudar o papel das inovações tecnológicas nas economias modernas
A fome de aquisições de um FII que superou a crise da Americanas e tudo que mexe com o seu bolso nesta quarta (15)
A história e a estratégia de expansão do GGRC11, prestes a se tornar um dos cinco maiores FIIs da bolsa, são os destaques do dia; nos mercados, atenção para a guerra comercial, o Livro Bege e balanços nos EUA
Um atalho para a bolsa: os riscos dos IPOs reversos, da imprevisibilidade de Trump e do que mexe com o seu bolso hoje
Reportagem especial explora o caminho encontrado por algumas empresas para chegarem à bolsa com a janela de IPOs fechada; colunista Matheus Spiess explora o que está em jogo com a nova tarifa à China anunciada por Trump
100% de tarifa, 0% de previsibilidade: Trump reacende risco global com novo round da guerra comercial com a China
O republicano voltou a impor tarifas de 100% aos produtos chineses. A decisão foi uma resposta direta ao endurecimento da postura de Pequim
Felipe Miranda: Perdidos no espaço-tempo
Toda a Ordem Mundial dos últimos anos dá lugar a uma nova orientação, ao menos, por enquanto, marcada pela Desordem
Abuse, use e invista: C&A queridinha dos analistas e Trump de volta ao morde-assopra com a China; o que mexe com o mercado hoje?
Reportagem especial do Seu Dinheiro aborda disparada da varejista na bolsa. Confira ainda a agenda da semana e a mais nova guerra tarifária do presidente norte-americano
ThIAgo e eu: uma conversa sobre IA, autenticidade e o futuro do trabalho
Uma colab entre mim e a inteligência artificial para refletir sobre três temas quentes de carreira — coffee badging, micro-shifting e as demissões por falta de produtividade no home office
A pequena notável que nos conecta, e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (10)
No Brasil, investidores avaliam embate após a queda da MP 1.303 e anúncio de novos recursos para a construção civil; nos EUA, todos de olho nos índices de inflação
Esta ação subiu mais de 50% em menos de um mês – e tem espaço para ir bem mais longe
Por que a aquisição da Desktop (DESK3) pela Claro faz sentido para a compradora e até onde pode ir a Microcap
Menos leão no IR e mais peru no Natal, e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (9)
No cenário local, investidores aguardam inflação de setembro e repercutem derrota do governo no Congresso; nos EUA, foco no discurso de Powell
Rodolfo Amstalden: No news is bad news
Apuração da Bloomberg diz que os financistas globais têm reclamado de outubro principalmente por sua ausência de notícias
Pão de queijo, doce de leite e… privatização, e o que mexe com os mercados nesta quarta-feira (8)
No Brasil, investidores de olho na votação da MP do IOF na Câmara e no Senado; no exterior, ata do Fomc e shutdown nos EUA
O declínio do império americano — e do dólar — vem aí? Saiba também o que mexe com os mercados hoje
No cenário nacional, investidores repercutem ligação entre Lula e Trump; no exterior, mudanças políticas na França e no Japão, além de discursos de dirigentes do Fed
O dólar já não reina sozinho: Trump abala o status da moeda como porto seguro global — e o Brasil pode ganhar com isso
Trump sempre deixou clara sua preferência por um dólar mais fraco. Porém, na prática, o atual enfraquecimento não decorre de uma estratégia deliberada, mas sim de efeitos colaterais das decisões que abalaram a confiança global na moeda
Felipe Miranda: Lições de uma semana em Harvard
O foco do curso foi a revolução provocada pela IA generativa. E não se engane: isso é mesmo uma revolução
Tudo para ontem — ou melhor, amanhã, no caso do e-commerce — e o que mexe com os mercados nesta segunda-feira (6)
No cenário local, investidores aguardam a balança comercial de setembro; no exterior, mudanças de premiê na França e no Japão agitam as bolsas
Shopping centers: é melhor investir via fundos imobiliários ou ações?
Na última semana, foi divulgada alteração na MP que trata da tributação de investimentos antes isentos. Com o tema mais sensível retirado da pauta, os FIIs voltam ao radar dos investidores
A volta do campeão na ação do mês, o esperado caso da Ambipar e o que move os mercados nesta sexta-feira (3)
Por aqui, investidores ainda avaliam aprovação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil; no exterior, todos de olho no shutdown nos EUA, que suspendeu a divulgação de dados econômicos
Tragédia anunciada: o que a derrocada da Ambipar (AMBP3) ensina sobre a relação entre preço e fundamento
Se o fundamento não converge para o preço, fatalmente é o preço que convergirá para o fundamento, como no caso da Ambipar
As críticas a uma Petrobras ‘do poço ao posto’ e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (2)
No Brasil, investidores repercutem a aprovação do projeto de isenção do IR e o IPC-Fipe de setembro; no exterior, shutdown nos EUA e dados do emprego na zona do euro